A Marota escrita por Maria C Weasley


Capítulo 20
A fuga do Sirius




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As coisas em Hogwarts mudaram depois daquele dia, por exemplo, Lily e Snape não voltaram a se falar, não por falta de tentativa do último, mas eu melhor do que ninguém conhecia a teimosia de Lily Evans e sabia que ela não perdoava facilmente. Entretanto a conversa daquela noite provou para Lily que eu não sou uma pessoa tão má quanto ela pensava e ela até resolveu dar uma chance para os Marotos, ao menos para Remo e Peter acho que seria de mais querer que ela pensasse em aceitar Sirius e James no momento.

Nos fizemos nossos últimos NOMs naquela semana e voltamos para casa, a Grifinória mais uma vez foi campeã da taça das casas e da de Quadribol. No momento é madrugada, umas três da manhã eu acho, meus pais estavam dormindo e eu estava lendo uma romance trouxa quando uma coruja marrom extremamente familiar entrou pela janela do meu quarto, eu corri para cima dela porque a reconheci como a coruja de James. Eu peguei a carta que ela deixou cair no chão assustada, afinal deve ter acontecido alguma coisa muito séria para James me mandar uma carta a essa hora, mas ao desdobrar o papel vejo apenas duas frase com a caligrafia desleixada do meu amigo:

Nix,

O Almofadinhas apareceu aqui em casa hoje a noite, na verdade agora, parece que ele fugiu de casa. Venha assim que puder.

Eu vesti o meu robe por cima do pijama e sai correndo para acordar meu pai, Sirius havia nos avisado que se a família dele continuasse com a fissuração por Voldemort ele não iria continuar em casa e ele cumpriu a promessa.

- Pai. – Falei enquanto o sacudia e tomava cuidado para não acordar a minha mãe. – Pai.

- O que foi? – Ele perguntou se levantando sobressaltado enquanto pegava a varinha na mesa de cabeceira.

- É o Sirius. – Falei rapidamente o que fez com que ele relaxasse um pouco. – James acabou de mandar uma carta, Sirius fugiu de casa e está com o James, eu preciso ir até lá.

- Rave não pode esperar até amanhã?

- Pai, um dos meus melhores amigos acabou de fugir da casa repleta de comensais da morte na qual ele vivia, ele precisa de mim. – Falei muito mais séria do que de costume o que fez papai me analisar atentamente.

- Eu levo você, mas vamos logo antes que eu mude de ideia. – Papai falou enquanto se encaminhava até a lareira.

Em alguns segundos nós estávamos na sala de estar dos Potter e a senhora Potter estava sentada em uma poltrona em frente à lareira deles como se esperasse por nós.

- Charlus, eles chegaram. – Ela gritou enquanto se aproximava para nos cumprimentar.

Nesse meio tempo o senhor Potter chegou na sala, mas antes que qualquer um pudesse falar alguma coisa eu me adiantei:

- Onde eles estão?

- No quarto do James, querida. – A senhora Potter me respondeu carinhosamente.

Eu sai em disparada, mas ainda fui capaz de escutar o meu pai dizendo:

- Eu tenho que voltar, acabamos nos esquecendo de falar para a Rilary que viríamos. Pode levá-la de volta depois, Charlus?

Já estava longe de mais para escutar a resposta, mas presumo que o senhor Potter tenha respondido que sim. Logo eu já adentrava no quarto do meu amigo meio que gritando:

- Você está bem?

Claro que eu nunca confessaria isso abertamente, mas estava preocupada que por ser a ovelha negra da família Sirius acabasse machucado, afinal a mãe dele nunca foi conhecida por ser delicada ou maternal. No ano passado nós fomos até a casa do Sirius porque este queria irritar a família ainda mais e digamos que conseguiu uma vez que quase voltamos em pedacinhos para casa.

- Eu estou bem, fui embora antes que algo acontecesse. – Sirius respondeu calmamente.

Não pude conter um suspiro de alivio antes de me sentar ao lado deles na cama.

- Pode contar o que aconteceu agora. – James comentou e notando o meu olhar confuso acrescentou. – Eu sabia que você daria um jeito de vir, não fazia sentido fazer o Almofadinhas contar a história duas vezes.

- As coisas até que estavam indo bem, eu não falava com ninguém e ninguém falava comigo, sabem uma convivência normal em família, mas Belatriz foi até o Largo Grimmauld essa tarde.

- Essa não é aquela sua prima psicótica que casou com o Lestrange no ano passado, mas que de acordo com você nutre uma paixão secreta por Voldemort?

- Nix, tirando a Andrômeda todas as minhas primas são psicóticas, mas é ela mesma. – Sirius falou se permitindo uma risada. – Mas continuando, minha querida prima aparentemente subiu no escalão dos Comensais ou qualquer coisa desse tipo e a minha mãe quase surtou com essa notícia porque a família Black continua parada no mesmo lugar uma vez que Regulo só pode se alistar depois que fizer quinze anos. Então ela começou a discutir comigo dizendo que eu tinha que ser útil para a família que tinha que me transformar em um Comensal da morte para compensar todo o transtorno que causei.

- Sua mãe surtou de vez, cara! – James gritou começando a andar de um lado para o outro do quarto enquanto bagunçava os cabelos.

- Então o que aconteceu? – Perguntei apesar de conseguir imaginar muito bem o que aconteceu na Mansão Black.

- Eu gritei que nuca faria isso e ela ameaçou me deserdar, daí eu respondi que preferia isso a me juntar com um cretino, com cara de cobra que sai matando pessoas inocentes só por causa do tipo de sangue corre em suas veias.

- Sirius você é louco? Falar uma coisa dessas bem no ninho das cobras?

- Como se você fosse fazer muito diferente, Ravena Wikiman, não é?

- Faça o que eu digo, não faça o que eu faço. – Eu respondi me rendendo.

- Eu gostaria de ter tido esse bom senso porque logo que terminei meu lindo discurso, feitiços de todos os membros da família presente voaram para cima de mim. Eu subi correndo para o meu quarto e me tranquei lá, afinal ainda não sou suicida a ponto de enfrentar toda a minha família sem a ajuda da varinha.

- Mas o detector não perceberia que foi você porque todos os membros da sua família são bruxos. – James e eu falamos ao mesmo tempo, ambos estávamos acostumados a fazer pequenos feitiços em casa.

- Vocês dois não entenderam, eu não pude usar magia porque havia esquecido a minha varinha no quarto.

- Pelos calções de banho floridos de Merlin, sua família inteira é formada por comensais e você anda sem varinha? – Eu gritei ainda sem acreditar que ele fizera isso.

- Eu não fiz de propósito, Nix, simplesmente esqueci. – Ele gritou de volta, mas logo nós dois conseguimos nos acalmar. – Então eu peguei o meu malão que já estava arrumado, usei um feitiço para encolhê-lo de forma que o coloquei em uma mochila junto com mais algumas roupas e as cartas de vocês, então fui buscar minha vassoura no final do corredor. Pude ouvir as risadas deles no andar de baixo, provavelmente de minha coragem, e por um momento pensei em ir até lá e mostrar quem era o covarde, mas me lembre que se fizesse isso jamais conseguiria ir embora.

- Ainda bem que o seu cérebro funciona às vezes, Almofadinhas. – James falou em uma péssima tentativa de aliviar o clima.

- Eu encontrei com Regulo no corredor e ao contrario do que eu esperava ele não correu para avisar que eu saíra do quarto, ele ficou apenas me encarando antes de me perguntar por que eu estava indo embora. Respondi que essa era a única maneira de manter minha liberdade e disse para ele vir junto comigo.

- O que seu irmão falou?

- Ele apenas sorriu, me entregou a minha vassoura e um saco com dez galões, depois se virou na direção do quarto dele, mas antes de entrar me disse apenas “Eu não sou tão corajoso como você.”. Eu voltei para o meu quarto, peguei a mochila e vim para cá, fim da história.

- Parece que seu irmão não é tão mal quanto todos achávamos. – Eu falei tentando consolá-lo, mas nunca fui muito boa nesse departamento.

- Ele é um bom irmão, mas sempre quis agradar a família e temo que um dia isso ainda se volte contra ele, mas ele escolheu o seu caminho e eu escolhi o meu, não a nada que possamos fazer. – Ele disse com um meio sorriso e se virando para nós acrescentou. – E agora?

- Agora você fica aqui. – James falou sem perder tempo. – Nós somos sua família, não vamos te abandonar agora.

- Vocês formam uma família muito melhor do que a que eu deixei, só queria que essa fosse a verdade.

- Mas é Sirius, somos irmãos, não de sangue é claro, mas de coração e de alma o que é ainda melhor. – Eu falei colocando cada uma de minhas mãos no ombro de um deles. – Um irmão pode não ser um amigo, mas um amigo será sempre um irmão.

Nós três nos abraçamos e ficamos assim por um tempo até eu ter que voltar para casa, eu me despedi dos meninos antes do senhor Potter me levar de volta e eu não sei por que, mas comecei a sentir que a guerra estava para começar.

...................................

Sirius não demorou nem um pouco para se adaptar a viver com a família Potter e nem essa a conviver com o Sirius, se bem que ele já passava quase todo o tempo das férias com a gente. A senhora Potter estava louca de alegria porque havia arranjado mais um filho e com sua grande mania de decoração arrumou um dos muitos quartos de hospedes da mansão Potter com a cara do Sirius, sério até os pôsteres de motos trouxas estavam pregados na parede.

A outra notícia das nossas férias foi a chegada das notas dos NOMs, o que foi muito divertido porque passamos em todas as matérias com Ótimo e Excede Expectativas, na verdade eu tirei Aceitável em Herbologia e os meninos em História da Magia, mas não continuaríamos nessas matérias mesmo. Nós vamos continuar com quase todas as matérias no ano que vem exceto as já citadas Herbologia e História da Magia e no caso dos meninos Adivinhação e Astronomia.

Eu tinha certeza de que esse seria mais um ano fantástico para nós cinco, mas dessa vez eu não podia estar mais errada.


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