A Marota escrita por Maria C Weasley


Capítulo 18
O ano dos NOM's




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/316041/chapter/18

Apesar de ter sido uma surpresa descobrir que o Remo seria um monitor, as coisas não mudaram nada para nós [Bem como já imaginávamos] se bem que não foi por falta de tentativa em alguns pontos, pois uma vez que o James descobriu que a Evans também é uma monitora tentou se aproveitar da posição do Remo para fazê-la falar com ele e convidá-la para sair. Ela por outro lado continuava o ignorando e odiando completamente além de, é claro, continuar a dar os seus históricos foras, na verdade já havia se tornado bem comum ouvi-la aos gritos no corredor em uma de suas brigas com o James. Sirius diz que não consegue entender por que o James não desiste dela quando haviam tantas outras garotas em Hogwarts disponíveis e loucas por um encontro com um dos marotos, Remo acreditava que aquilo representava apenas mais um desafio para o James e o Peter não tinha nenhuma opinião sobre o assunto, eu acredito que por serem meninos eles não percebam o mesmo que eu, que aquela ruiva mandona, estressada e teimosa havia fisgado o coração do nosso querido Pontas.

Quando a mim, bom digamos que eu finalmente consegui arranjar um namorado, no sentido exato da palavra, Amos Diggory, um corvinal muito gentil, não que os meninos tenham gostado muito disso, na verdade creio que o teriam mandado para a Ala Hospitalar se eu não tivesse descoberto o plano a tempo, mas acredito que já estejam um pouco mais acostumados agora ou pelo menos eu espero.

Agora deixando os nossos casos românticos de lado, falarei um pouco da escola em si, pois como estamos no quinto ano e deveremos fazer os N. O. M. s os professores vem ficando cada vez mais rigorosos quanto ao desempenho dos alunos tanto nas aulas quanto fora delas, não que isso fosse um problema para nós, mas cá entre nós era um pouco irritante que a maior parte dos nossos colegas estivessem constantemente tendo ataque de nervos.

Claro que isso não impediu que continuássemos com as nossas famosas brincadeiras e não me recordo de quem foi que teve a brilhante ideia, mas de uns tempos para cá começamos a deixar a casa dos gritos e passear por Hogsmeade nas noites de lua cheia, nem eu nem Remo achamos que isso seria muito seguro, mas os outros conseguiram nos convencer que se três de nós se transformam em animais grandes o bastante para conterem um lobisomem não haveria problema e sejamos realistas somos jovens e um pouco desmiolados. [Ok talvez mais que um pouco] Graças a essas novas expedições não foi apenas uma vez que tivemos um bom trabalho para conter o Remo e voltamos mais machucados que na época da casa dos gritos, mas no final até mesmo isso acabava valendo à pena.

Nessa semana começamos a fazer os N. O. M. s e até agora acredito que tenha passado em todos os que fiz, na verdade não tenho tanta certeza quanto a Herbologia já que nunca gostei dessa matéria, mas hoje fazíamos a prova de uma de nossas matéria preferidas, Defesa Contras as Artes das Trevas, que além disso se torna cada vez mais importante dentro do mundo em que vivemos. Devo dizer que foi incrivelmente fácil e já fazia um tempo que eu terminara e passara a brincar com os pingentes da minha pulseira quando ouvi a voz fina do professor Flitwick:

- Descansem as penas, por favor, e continuem sentados enquanto eu recolho os pergaminhos. Accio! 

Os pergaminhos voaram com tudo para cima do pequeno professor que logo foi derrubado no chão devido ao peso dos muitos rolos, vários alunos riram da cena, mas logo um grupo o ajudou a se levantar.

- Podem sair. – Ele nos informou depois de conseguir se recompor.

 Vi James, que estava sentado ao meu lado, riscar alguma coisa no papel, infelizmente para ele não fez isso rápido o bastante para impedir que eu visse as letras L E.

- LE, sério James? – Perguntei enquanto nos levantávamos. – Seria menos obvio se você escrevesse logo Lily Evans.

- Calada Ravena, Sirius não me deixara em paz se descobrir sobre isso.

- Minha boca será um túmulo.

- Obrigado. – Ele falou antes de nos juntarmos aos outros e seguirmos para o pátio.

- Gostou da décima pergunta, Aluado. – Sirius falou aparentando descaso assim que nos afastamos da sala.

- Adorei “Cite cinco sinais que identifiquem um lobisomem” um excelente pergunta. – Remo comentou como se aquilo nem o interessasse.

- Você acha que conseguiu citar todos eles? – James perguntou fingindo preocupação o que tornou impossível que eu prendesse o riso por mais tempo.

- Acho que sim. – Remo respondeu sério. – Primeiro ele está sentado na minha carteira, segundo ele está usando as minhas roupas, terceiro o nome dele é Remo Lupin.

Todos nós caímos na gargalhada com essa, bem todos nós menos o Peter.

- Eu citei a forma do focinho, a pupila e o rabo peludo, mas não consegui me lembrar de mais nada. – Ele falou de maneira ansiosa.

- Por todo o amor que Morgana dedicava a Merlin em segredo! – Exclamei, eu estava em tal estado de choque que não consegui dizer mais nada.

- Como pode ser tão obtuso, Rabicho? – James perguntou impaciente dando voz aos meus pensamentos. – Você anda com um lobisomem uma vez por mês...

- Fale baixo. – Remo implorou.

Resolvemos deixar o assunto de lado para evitar maiores discussões, mas em meu interior ainda me perguntava como o Peter podia ser tão burro de vez em quanto. Acabou que quando me dei conta já me jogava no gramado sobre a sombra de uma faia a beira do Lago Negro quando James tirou o pomo de ouro do bolso. Eu e Remo pegamos um livro enquanto James brincava com o pomo, Peter o observava impressionado com a destreza do nosso capitão de quadribol e Sirius recostava na árvore olhando ao redor entediado.

- Quer guardar isso antes que o Rabicho molhe as calças. – Sirius resmungou depois de o James fazer uma captura que fez o Peter soltar vivas.

- Se estou incomodando. – James falou enquanto dava de ombros e guardava o pomo novamente no bolso.

- Estou chateado, queria que já fosse lua cheia.

- Você gostaria. – Remo respondeu sombriamente e chegue segurar ainda mais forte o meu livro em uma tentativa de evitar o meu impulso de espancar o Sirius. – Ainda temos Transfiguração, se está tão entediado podia me testar.

- Não preciso olhar essa bobagem, já sei tudo mesmo e vocês dois também Aludo e Nix, não sei por que estão com os livros.

- Ignorando o fato desse seu ego enorme que quase não cabe em Hogwarts eu não estou estudando para Transfiguração seu trasgo e sim para Runas Antigas. – Falei sem desviar minha atenção do livro.

- Isso vai animar você Almofadinhas, olha só quem é que... – James comentou em voz baixa.

- Não dá ideia Pontas ele não fez nada dessa vez. – Resmunguei depois de seguir o seu olhar.

- Excelente Ranhoso. – Sirius falou começando a se animar. – E não seja estraga prazeres Nix, você costumava ser mais divertida.

- Não me importo de acabar com o Seboso quando tenho motivos para isso, mas não estou com um bom pressentimento sobre isso e vocês sabem que meus pressentimentos nunca erram.

- Devia ter feito adivinhação.

- Quieto Peter, mas não vou impedi-los se é o que querem. – “Até porque não conseguiria mesmo.” Acrescentei mentalmente.

James e Sirius se levantaram indo em direção ao Seboso, Peter encarava a cena animado, provavelmente feliz por não ser o alvo da brincadeira, Remo fingia continuar a ler, mas estava tenso de mais para isso, e eu me deite na grama com a varinha em punho e pronta para o pior.

- Eles deveriam se controlar mais. – Remo resmungou por de trás do livro.

- Eu sei, não ligo de aprontar contra aqueles que merecem e o Snape realmente não fez nada hoje, mas até parece que eles me dão ouvidos.

- Não seriam Sirius Black e James Potter se escutassem o que você diz Rave.

- Eu sei disso, mas tenho a sensação de que algo muito ruim vai acontecer.

- Reze Ravena, para Merlin, Morgana ou para o bruxo que você quiser, afinal é só isso que nos resta. – Remo falou no exato momento em que James se dirigia ao Snape.

- Tudo certo, Ranhoso?

O que se seguiu foi muito rápido, Snape largou a mochila e puxou a varinha de dentro das vestes como se esperasse um ataque [Nem sei o porquê disso?] mas James era mais rápido, quando a varinha de Snape estava na metade do caminho a voz do meu amigo já se fazia ouvir por todo o pátio:

- Expelliarmus!

A varinha de Snape voou longe enquanto Sirius ria, mas este logo parou ao ver Snape mergulhar para recuperar a varinha e falou calmamente:

- Impedimenta!

Os estudantes aos poucos iam se juntando para assistir ao espetáculo, até mesmo o Peter foi se aproximando, e apenas eu e Remo continuamos sentados.

- Como foi o exame, Ranhoso? – James perguntou.

- Eu vi, o nariz dele estava quase encostado no pergaminho. – Sirius falava maldosamente e eu temia pelo que viria a seguir, para ser sincera eu tinha muito medo dos meus amigos de vez em quanto. – Vai ter manchas de gordura no exame todo, não vão poder ler nem uma palavra.

As pessoas que se juntaram ao redor dos três riam descontroladamente, o Snape jamais fora uma figura popular e depois que começou a andar com aqueles projetos de Comensais da Morte mirins podemos dizer que as coisas não melhoram muito para o lado dele.

- Esperem para ver. – Snape dizia com dificuldade devido ao feitiço, mas seus olhos revelavam o mais puro ódio. – Esperem para ver.

- Espere para ver o quê? – Sirius retrucou calmamente, se deliciando com a sensação de impotência do Snape. – O que vai fazer, Ranhoso, limpar seu nariz em nós?

Uma nova onda de risos se seguiu depois dessa fala e Snape despejou um monte de palavrões, muitos dos quais eu jamais havia sequer escutado e olha que eu costumo xingar bastante, ele também proferia um monte de azarações, mas com a varinha a três metros dele não adiantava muito.

- Lave sua boca. – James falou friamente. – Limpar!

Meus olhos se arregalaram de surpresa, esse era o mesmo feitiço que eu utilizava nas passagens secretas que descobríamos. A espuma preenchei a boca do Snape fazendo-o engasgar e sufocar.

- O deixem em PAZ! – Eu escutei o grito, não precisava me virar para saber a quem pertencia a voz, mas o fiz da mesma maneira e a vi parada a beira do lago com os cabelos ruivos voando ao vento e os olhos verdes brilhando de raiva, Lily Evans se parecia mais com uma guerreira do que com uma inocente aluna.

- Tudo bem Evans? – James perguntou mudando o seu tom de voz para que parecesse agradável e maduro enquanto as mãos iam automaticamente para o cabelo, depois de cinco anos cheguei à conclusão que isso era na verdade um tic nervoso.

- O deixem em paz. – Ela repetiu pausadamente olhando para James com todo o desagrado possível. – O que foi que ele lhe fez?

- Bom. – James começou lançando um olhar em minha direção, como eu previra as coisas estavam indo de mal a pior para ele, pois em qualquer outro dia haveria um justificativa muito boa para a pergunta de Lily, mas não hoje. – É mais pelo fato de existir, se você me entende...

A maioria das pessoas riu, mas Remo continuava lendo e eu me levantara em uma reação instintiva, entretanto não rira e Lily tão pouco.

- Você se acha engraçado, mas não passa de um cafajeste, tirano e arrogante. Deixe-o em paz. – Ela falava de maneira mais fria que um iceberg.

 - Eu o deixo em paz se você quiser sair comigo, Evans. – James respondeu depressa e bati com minha mão na testa enquanto gritava mentalmente através do feitiço que usávamos como animais “Jeito errado Pontas, jeito muito errado”, mas se ele me escutou fui completamente ignorada. – Anda, se sair comigo nunca mais encostarei uma varinha no Ranhoso.

- Eu não sairia com você nem que tivesse que escolher entre você e a Lula Gigante. – Lily rebateu e não pude deixar de pensar em como ela era criativa na hora de dizer não para o James.

- Mau jeito Pontas. – Sirius disse animado, não sei porque, e se virou para Snape. – Oi!

Só que já era tarde de mais, distraídos com a cena entre James e Lily ninguém percebeu que Snape pegara a varinha novamente e agora a apontava para James, o que se seguiu foi um lampejo e um corte no rosto do meu amigo que sujou suas vestes de sangue.

- Pontas? – Gritei preocupada e até mesmo o Remo desviou a atenção do livro por um momento, James por outro lado devia estar transbordando de ódio porque com um aceno da sua varinha Snape ficou pendurado no ar de cabeça para baixo, as vestes pelo avesso revelavam pernas muito brancas e uma cueca encardida. “Terei pesadelos essa noite” pensei não conseguindo me conter e ouvi a risada do Sirius na minha mente, o que indicava que o elo estava funcionando e eles que haviam me ignorado.

Muitos alunos aplaudiram a reação, Sirius, James e Peter davam altas gargalhadas e meus olhos devem ter me pregado uma peça porque eu juro que vi a Lily esboçar um sorriso antes de dizer:

- O coloquem no chão.

- Perfeitamente. – James falou e com um pequeno gesto da varinha suspendeu o feitiço e Snape caiu no chão, arrumando as vestes se levantou com a varinha em punho, mas Sirius foi mais rápido:

- Petrifico Totales.

- O deixem em paz! – Lily gritou novamente e dessa vez tinha a sua própria varinha em punho, James e Sirius se olharam preocupados e eu me aproximei deles apesar de achar pouco provável que o James começasse um duelo justamente com a Evans.

- Ah, Evans, não me obrigue a azarar você. – James pediu sério confirmando assim minhas suspeitas.

- Então desfaça o feitiço.

James suspirou antes de murmurar um contra feitiço.

- Pronto. – Ele falou enquanto Snape voltava a se mexer. – Você tem sorte de que a Evans esteja aqui, Ranhoso...

- Não preciso da ajuda de uma sangue ruim imunda como ela.

Meu queixo quase caiu com essa, eu compreendia como a Lily devia estar se sentindo, pois uma pessoa que eu julgara minha amiga já havia feito algo parecido comigo, mas para o meu completo espanto ela apenas pestanejou antes de continuar calmamente:

- Ótimo no futuro não me incomodarei e eu lavaria as cuecas se fosse você, Ranhoso.

Se é que isso era possível meu queixo caiu ainda mais, eu realmente havia escutado a santa Lily Evans zuar com alguém? Principalmente quando esse alguém era o Snape que até dez segundos atrás era o melhor amigo dela e a quem ela defendia ferozmente? Meu Merlin, onde nosso mundo vai parar?

- Peça desculpas para a Evans! – James berrou segurando a varinha ameaçadoramente na direção do Snape.

- Não quero que você o obrigue a se desculpar. – Lily gritou se voltando para James o que fazia as coisas parecerem normais novamente. – É tão ruim quanto ele.

- Quê? Eu nunca chamaria você ou a qualquer um de... você sabe o que! – Não pude deixar de notar que essa fala se assemelhava ao modo como Voldemort era chamado agora Você-sabe-quem, tudo porque as pessoas passaram a ter medo do nome dele. Ridículo, não é?

- Despenteando o cabelo só porque acha que é legal parecer que acabou de desmontar de uma vassoura, se exibindo com esse pomo idiota, andando pelos corredores e azarando todos que o aborrecem só porque é capaz... até surpreende que sua vassoura saia do chão com o peso dessa sua cabeça cheia de titica. Você me dá náuseas.

Lily se virou e se afastou depressa sem nem olhar para trás enquanto James gritava:

- Evans! Ei Evans! – Ele se virou para Sirius e para mim e perguntou tentando fingir que não se importava com a resposta. – Qual é o problema dela.

- Lendo nas entrelinhas, eu diria que ela te acha metido, cara. – Sirius falou inacreditavelmente fazendo uma leitura certa sobre o assunto.

- Certo. – James respondeu furioso e houve outro lampejo que fez o Snape ficar pendurado novamente. – Quem quer ver eu tirar as cuecas do Ranhos?

- James, não vale à pena. – Eu falei colocando minha mão sobre o seu ombro. – Não vai conquistá-la dessa maneira.

- E eu vou de algum jeito?

- De tempo ao tempo James, talvez algum dia ela perceba que existe mais em você do que você mostra.

James ameaçou abaixar a varinha e acredito que teria feito isso se o Snape, ainda cheio de raiva, não tivesse gritado:

- Não preciso de pena de outra sangue ruim ainda mais imunda.

Eu sinceramente já não ligo mais para esse tipo de insulto, mas James, Remo e Sirius acham inadmissível que chamem as pessoas dessa forma, principalmente quando a pessoa em questão sou eu.

- Feche os olhos, não vai ser uma cena bonita. – James me alertou e sou esperta o bastante para obedecer afinal não quero ficar traumatizada pelo resto da minha vida.

Eu escutei o feitiço e as risadas que se seguiram, mas já me afastava da multidão, eu não queria brigar com eles, mas sabia que o que eles haviam feito hoje era errado.

- Ravena! – Sirius falou segurando o meu braço, ele e James haviam vindo atrás de mim. – Ficou zangada, não é?

- Decepcionada seria uma palavra melhor. – Respondi forçando um sorriso. – Mas o que está no passado fica no passado.

Os dois concordaram entendendo a mensagem, fora a mesma coisa que James dissera a Sirius na noite em que ele quase levara o Snape a morte o atraindo até Remo, nós nunca mais falamos no assunto e eu sabia que o mesmo acabaria acontecendo agora, porque por mais que eu quisesse e eles merecessem, eu não conseguia me zangar com nenhum dos quatro por muito tempo. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Marota" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.