A Marota escrita por Maria C Weasley


Capítulo 16
A copa mundial de Quadribol




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Eu estava em casa comendo calmamente o meu almoço com o meu pai e a minha mãe, como sempre as minhas notas em Hogwarts foram excelentes o que deixava a mamãe de bom humor. Nos conversávamos animadamente quando ouvimos batidas na porta, eu sai correndo para abri-la já que o Senhor Potter tinha combinado de chegar cedo para podermos ir para a Grécia onde ocorreria a Copa de Quadribol nesse ano, só para esclarecer faz duas semanas que nós entramos de férias.

- Já está pronta, Nix? – James me perguntou.

- Só vou pegar a minha mochila, Pontas. – Respondi e pondo a cabeça para fora da porta cumprimentei os outros. – Senhor Potter, Aluado, Rabicho.

- Rave, cadê o Sirius? – Remo me perguntou, nosso amigo viria de pó de flu até a minha casa.

- Não sei, mas deve estar chegando.

- E se não chegar nós vamos até a casa dele o tiramos de lá a força. – James falou sorrindo para mim, havíamos realmente prometido ao Sirius que faríamos isso se ele não aparecesse.

Eu subi as escadas correndo e peguei minha mochila vermelha que graças a minha mãe e ao seu feitiço extensível acomodou tudo que eu precisava levar, antes de sair ainda de me olhei uma última vez no espelho, eu usava uma calça verde exército, uma blusa azul, um casaco preto e um all-star também preto.

- Rave, o Sirius chegou. – Meu pai me gritou da sala e novamente sai correndo.

- Comporte-se Ravena, entendeu? – Ela falou me olhando atentamente. – Pensando melhor, vocês dois se comportem. – Ela concluiu virando para encarar o papai que carregava uma mochila igual a minha.

Como nem a mamãe nem a Senhora Potter gostavam de Quadribol iriam apenas os meninos, eu e o papai e o Senhor Potter como responsáveis.

- Vai ficar tudo bem Rilary. – Papai falou e diminuiu o tom para acrescentar, mas por sorte eu ainda estava perto o bastante para ouvir. – Ele não vai atacar ninguém em eventos públicos, ainda está tentando agir nas sombras e além do mais Charlus e eu somos capazes de proteger as crianças.

Eu sabia muito bem do que falavam, Voldemort vinha reunindo cada vez mais seguidores e atacava com uma intensidade muito maior, apesar do Profeta Diário estar tentando esconder um pouco esse número, mas nós cinco sabemos que isso é verdade, principalmente sobre os aliados porque a família do Sirius quase inteira estava se bandeando para o lado dele, exceto o Sirius, um tio e uma prima dele que se casou com um nascido trouxa. Por esse motivo o Sirius vai passar quase as férias inteiras conosco.

Para piorar ainda mais a situação ele agora não está perseguindo apenas os nascidos trouxas, apesar desse ser o principal foco, mas também mestiços e qualquer um que se oponha a ele, mesmo que sejam sangues puros, como os aurores.

- Nix, vamos? – Sirius chamou me livrando dos pensamentos sobre Voldemort.

Nós caminhamos por algum tempo no qual Sirius nos colocou a par do que estava acontecendo na casa dele e como a situação havia piorado, ao que parecei até o irmão caçula do Sirius, o Regulo, só estava esperando completar a idade apropriada para se juntar aos Comensais da Morte [Como esses idiotas encapuzados se alto denominam] e o Sirius está desesperado porque apesar de não admitir ele ainda gosta do irmão, só que eles se distanciaram muito principalmente depois que um entrou para a Grifinória se tornando a ovelha negra da família e o outro entrou para a Sonserina se tornando assim o filho perfeito. Quando nos demos conta já estávamos no topo de um morro onde havia um pente quebrado no chão, na verdade esse era o nosso meio de transporte, uma chave de portal.

- Muito bem, faltam exatamente dois minutos, segurem a chave. – O Senhor Potter falou depois de consultar o relógio.

Cada um de nós segurou em uma parte do pente que começou a girar nos levando junto com ele.

- Soltem. – Os dois adultos gritaram e nós obedecemos.

Nós caímos no chão com um banque enquanto os adultos desciam suavemente.

- Um dia ainda aprendo a pousar daquele jeito. – Peter falou apontando para os dois o que nos fez rir enquanto nos levantávamos.

Caminhamos mais um pouco até chegarmos ao campo enfeitiçado que impedia a entrada e a visão dos trouxas e começamos a buscar o local indicado para montarmos a nossa barraca. Quando finalmente achamos o Senhor Potter tirou um embrulho da mochila e os dois montaram a barraca com um aceno da varinha e meu Merlin, ela era enorme havia um quarto com quatro beliches, um para James e Sirius, outro para Remo e Peter, um para o meu pai e o Senhor Potter e um exclusivo para mim, uma das poucas vantagens de ser a única menina; dois banheiros uma sala bem grande e uma cozinha.

- Por que vocês não tomam um banho e trocam de roupa enquanto preparamos uma surpresa para vocês. – Papai sugeriu e todos nós rapidamente concordamos, pois quem é que não gosta de uma surpresa?

Levamos um bom tempo para que nós cinco tomássemos banho e quando terminamos não havia qualquer sinal dos adultos na barraca, preocupados saímos correndo e assim que deixamos a barraca quase o derrubamos porque montado em frente à porta estava uma fogueira com os dois sentados ao redor dela.

- Quem quer marshmallow? – O Senhor Potter perguntou nos mostrando vários pacotes fechados.

Essas foram as palavras mágicas para Six e Peter saírem correndo para pegar o doce e o resto de nós ainda rindo sentou ao lado de nossos amigos esfomeados. Nós passamos o fim da tarde e uma boa parte da noite em frente a fogueira comendo marshmallow e chocolate, sei que nesse momento nenhum de nós sequer se lembrava da existência de Voldemort.

Na manhã seguinte fomos dar uma volta pelo o acampamento já que o jogo só ocorreria a noite e acabamos encontrando com vários amigos e conhecidos de Hogwarts, como por exemplo Jordan Wood, o antigo capitão do time de Quadribol da Grifinória que havia se formado no ano passado e já havia sido contratado como artilheiro reserva dos Vespas. Ele fez uma festa quando nos viu e ficamos conversando com ele por quase uma hora, de acordo com Jordan um de nós três seria selecionado para ser o capitão esse ano, eu sinceramente apostava que seria o James.

Também encontramos com a Marlene que veio toda animada falar conosco e pude perceber o Sirius quase babando por trás de mim, se existia alguém que algum dia conseguiria colocar uma coleira no Sirius, esse alguém era Marlene Mackingdon. Um pouco mais adiante encontramos com Alice e Frank, eles vieram junto com a família da menina que assim como ela era louca por quadribol.

- Parece que o sogrão gostou de você. – Sirius comentou rindo.

- É o que está parecendo. – Frank respondeu sem jeito.

Nós encontramos mais alguns colegas enquanto voltávamos para a nossa barraca e acabamos esbarrando com a professora Mcgonagall, acreditem se quiserem.

- Ei, Minie. – James gritou, eles haviam inventado esse apelido para ela.

- Mas será possível que não consigo me livrar de vocês cinco nem quando estou de férias. – Ela falou se permitindo um sorriso coisa que jamais faria em Hogwarts.

- Você sabe que bem lá no fundo nos ama. – Sirius falou convencido como sempre e o pior era que dessa vez ele estava certo, pois apesar de todas as confusões em que nos metiamos a Minie gostava de nós, não que nos favorecesse ou algo do tipo [Na verdade era exatamente o contrario] ela simplesmente gostava de nós.

Depois que terminamos de conversar com ela voltamos de vez para nossa barraca porque já começava a escurecer e a tão esperada final entre Inglaterra e Irlanda seria dali a algumas horas, mas quando nos demos conta já estávamos indo na direção do camarote do Ministro para ver o jogo, acredito que só tenhamos conseguido esses ingressos porque o papai e o Senhor Potter são amigos dele.

Quando lá chegamos, trajando camisas da Inglaterra, faixas e carregando onióculos, ficamos um pouco intimidados [Pela primeira vez na vida eu creio] pela quantidade de gente importante que estava naquele camarote.

- Relaxem crianças. – Papai murmurou enquanto o Ministro caminhava na nossa direção.

- Charlus, John, que bom que puderam vir. – Ele falou cumprimentando alegremente os adultos. – Quais são os filhos de vocês?

- Esse é o James. – O Senhor Potter falou puxando o meu amigo para frente.

- A minha é a única menina. – Papai falou apontando para mim, não era exatamente difícil de me identificar. – Ravena.

- E os outros quem são?

- Amigos das crianças, Remo Lupin, Peter Pettigrew e Sirius Black. – O Senhor Potter explicou.

- Então sejam bem vindos meus jovens, vai ser bom termos alguém além desses velhos chatos. – Ele falou brincando e posso afirmar que não esperava nada parecido com isso vindo do Ministro da Magia.

Os dois adultos nos guiaram até nossos lugares onde rapidamente nos acomodamos porque os times já estavam entrando em campo. E meu Merlin, que jogo foi aquele, nunca vi nada parecido. Foi a coisa mais INCRIVÉL que eu já havia visto! O jogo durou oito horas, ele também foi o mais longo que já participamos, e terei que repetir foi fantástico, mesmo que o James tenha localizado o pomo varias vezes antes dos apanhadores, e além do mais a Inglaterra saiu vitoriosa o que melhorou ainda mais a partida.

Nós iríamos dormir um pouco antes de voltarmos para casa e era o que estávamos fazendo quando barulhos vindos do lado de fora da barraca nos acordaram.

- O que será que é esse barulho? – Sirius perguntou sonolento enquanto papai e o Senhor Potter iam ver o que acontecia.

- Não sei, mas coloquem os tênis, peguem as varinhas e as mochilas. – Eu falei enquanto amarrava o cadarço, como sairíamos em algumas horas todas as nossas coisas já estavam arrumadas.

- Ravena, o que houve? – Peter perguntou assustado.

- Não estou com um bom pressentimento quanto a tudo isso.

Eles se entreolharam e trataram de fazer o que eu mandara, de alguma forma eu sabia que não teríamos tempo para mudar de roupa e como eu previra alguns segundos depois os dois adultos entravam esbaforidos e assustados na barraca.

- Precisamos sair daqui agora... – O Senhor Potter começou, mas parou bruscamente ao nos ver de pé com as varinhas em punho e as mochilas nas costas. – Como vocês sabiam?

- Ravena. – Os meninos responderam juntos enquanto começávamos a correr.

Admito que era muito esquisito sair correndo por aí com a minha calça de moletom cinza e uma blusa preta folgada que era o meu pijama, mas esqueci dessa preocupação quando vi o caos que se instaurara; pais tentando proteger as crianças, barracas pegando fogo, feitiços voando para todos os lados e no meio de tudo isso havia um grupo de pessoas encapuzadas. Comensais da Morte.

- Vão para a floresta, os encontraremos lá, precisamos ajudar aqui. – Papai falou nos empurrando na direção oposta a do conflito.

- Mas Senhor Wikiman... – Sirius tentou argumentar, apesar de não termos idade não agradava a nenhum de nós partir sem lutar, bem talvez ao Peter.

- Vão. – Papai gritou e acredito que pela primeira vez os marotos acataram a uma ordem.           

Nós corremos para dentro da mata fechada e só paramos depois de um tempo para recuperarmos o fôlego e planejarmos nosso próximo passo.

- O que faremos? – Peter perguntou desesperado olhando para cada um de nós, nessas horas ele não precisava da animalia para se transformar em um verdadeiro rato.

- A grande questão é, poderemos usar magia? Afinal ainda somos menores de idade. – Remo falou pensativo.

- Acho que em caso de defesa é permitido, mas me preocupa o fato de mesmo que nós sejamos bons nossas habilidades não sejam suficientes para dar conta de muitos desses caras. – James falou anormalmente sério enquanto arrepiava ainda mais os cabelos.

- James está certo, eles não irão hesitar em usar maldições imperdoáveis contra nós. – Sirius falou pesaroso.

- Quietos e se escondam, vem vindo alguém. – Eu falei rapidamente, de alguma maneira inexplicável eu havia feito com que meus sentidos se tornassem mais potentes.

Eu sinceramente não sei por que, mas no fundo ainda alimentava a esperança que fossem apenas papai e o Senhor Potter procurando por nós, entretanto não foi difícil aceitar que ali se encontrava um grupo de dez Comensais. Muito mais do que cinco adolescentes de quatorze/quinze anos poderiam enfrentar sozinhos, mas com sorte não perceberiam que estávamos ali. Bem, basta dizer que Merlin não quis nos ajudar nesse dia.

- O que temos aqui? – Um deles falou enquanto puxava o Peter para a clareira.

Pode parecer estranho para algumas pessoas o que aconteceu a seguir, mas todos nós pensávamos da mesma forma e jamais deixaríamos que um amigo morresse ou se ferisse para nos salvar, então para mim pelo menos foi meio obvio que deixássemos nossos esconderijos para ajudar nosso amigo ou morrer tentando.

- Parece que há mais deles, tadinhos deviam ter permanecido escondidos. – Outro disse com sarcasmo.

Nós nos entreolhamos, não tínhamos exatamente um plano, mas eu pessoalmente só conseguia pensar em uma maneira de nos tirar dessa, ou pelo menos a maior parte de nós, quando alguns segundos depois escutei papai e senhor Potter gritando soube que era a única maneira deles não nos matarem antes que os adultos chegassem. Os Comensais já se preparavam para nos atacar quando gritei mentalmente para os meninos “Abaixem-se”, acredito que nenhum deles tenha entendido o motivo da ordem ou teriam tentado me impedir, mas por sorte fizeram o que eu mandei e os comensais nos encararam confusos por alguns segundo, tempo suficiente para eu fazer o que tinha que fazer.

Eu jurara nunca mais tentar fazer isso depois que quase morrera ao tentar algo muito parecido quando tinha sete anos, eu sabia que essa realmente não era a melhor época para essa magia, mas era a única opção que tínhamos.

Eu senti os meus olhos se tornarem cada vez mais prateados conforme eu absorvia os raios e a energia do luar, podia sentir que minha aura se tornava visível e prateada, meus cabelos voavam ao meu redor e meus poderes se acumulavam cada vez mais apesar da lua minguante.

- Ravena, não! – Remo gritou sendo o primeiro a perceber a verdade, mas agora já era muito tarde para me pararem.

- Corram. – Ouvi um dos comensais gritar e reconheci a voz ao mesmo tempo que o cabelo, Lucius Malfoy estava presente e isso apenas aumentou a minha raiva.

Os raios prateados se desprenderam de mim com tamanha força e fúria que eu jamais poderia ter imaginado e acerto cada comensal que nos cercava sem que eles tivessem tempo de escapar. Eles voaram longe e caíram inconscientes ou mortos. [Sinceramente preferia a segunda opção] Assim que terminou senti quase toda a energia do meu corpo desaparecer e cai deitada no chão, esgotada, mas ainda viva, logo que cai os meninos correram na minha direção.

- Você é louca? Podia ter morrido. – Sirius brigou comigo, mas senti que ele estava aliviado.

- Aprendi com você. – Respondi devagar, eu estava cansada até para falar. – Meu pai e o Senhor Potter estão por perto, eu os escutei gritar.

No momento em que dizia isso ouvi o barulho de passos seguidos da frase:

- Ainda bem que estão a salvo. – O senhor Potter falou aliviado até perceber que os meninos estavam protetoramente a minha volta. – John!

- Eu vi uma luz prateada, me digam que ela não fez nenhuma besteira. – Meu pai já chegou gritando isso. – Ravena Ciaran Wikiman!

- Ela está viva, senhor Wikiman. – Remo o tranqüilizou coisa que dei graças a Merlin, já que não estava em condição de responder.

- O que está acontecendo aqui?

- Te explicamos depois pai, mas agora precisamos sair daqui. – James falou ganhando a atenção de seu pai.

- Eu levo a Ravena, Remo e Peter, e você, Charlus, leva o Sirius e o James.

Eu senti quanto as mãos de papai me levantaram cuidadosamente enquanto me arrumava em seu colo.

- Você é louca Ravena. – Ele brigava apesar do meu estado.

- Não brigue com ela, Rave salvou a vida de todos nós essa noite. – Peter falou e a essa altura eu já lutava para me manter consciente.

- Durma minha pequena corajosa, você fez hoje muito mais do que se podia espera de uma bruxinha de quinze anos. – Papai falou docemente e as vezes me pergunto se ele é bipolar.

A última coisa da qual tive consciência foi a sensação de aparatar e depois quando tive certeza de que estavam todos fora de perigo me entreguei ao doce sono.


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