O Mapa Cor-de-Rosa escrita por Melanie Blair


Capítulo 26
Natal


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o vosso presente! Espero que gostem!
É um capítulo pequeno. É uma previsão de um futuro natal da nossa protagonista. Vão ficar com muitas questões por responder, mas se eu vos responder tiraria a piada toda!
Aqui vai



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** LEIAM NOTAS DE CAPÍTULO, POR FAVOR!"

Abri a porta e sai da casa. Iris tinha-me convidado para a sua festa, e sem poder recusar, vi-me obrigada a aparecer. Mas o ambiente da suposta “festa” era demasiado tenso, e à procura de ar puro, fechei a porta e respirei fundo, exausta.

Admirava Iris por insistir na ideia de comemorar o Natal, mas ninguém estava a apreciar a festa. Não os julgava por isso. Até a mim costumava-me sorrir. Vieram, tal como eu, para fazer a vontade à nossa amiga e, óbvio, para comemorarmos a festividade (não interessando se éramos ateus, católicos ou até budistas). Mas a verdade era esta: este Natal era, sem dúvida, o mais frio e triste de todos.

Chovia. Não nevava. Não me lembro de uma única vez nevar aqui. Ainda bem que não neva. Se nevasse, a ausência dele tornar-se-ia ainda mais pesada. Porque, tal como eu, ele nunca viu um floco de neve. Se nevasse, gostava que ele estivesse do meu lado. Que sorrisse para mim. Que fizesse uma bola de neve e me acertasse, em cheio, na cara. Que me fizesse cair na neve, gelada. Que calasse os meus resmungos com um beijo que aquecesse os meus lábios trémulos. Sei que pareço infantil, mas estou a ser o mais sincera possível. Até parece que não o vejo há meses, quando na verdade o vi há apenas duas semanas.

Aparentemente tinham-nos dispensado, dando-lhos uma folga merecida, para passarem tempo com as famílias. Tinham-lhes prometido que apenas teriam que voltar depois do natal, mas não foi isso aconteceu. Como se os inimigos soubessem das “férias”, atacaram em força, sendo todos chamados novamente. Assim, apenas estive com ele cerca de oito horas (metade destas inutilizadas pela necessidade de dormir e outra tanta parte com assuntos mais tristes por resolver). E que oito horas! Como sempre, tive de tudo enquanto estive com ele: risos histéricos, choros descontrolados, e claro, como não podia deixar de ser… sempre muito carinho e amor. Ou seja, independentemente de ter sido pouco tempo, pelo menos, foi tempo de qualidade.

Bateram à porta. Esta foi entreaberta e da pequena abertura saiu uma juba ruiva.

– Poças Iris, assustaste-me!- gritei.

Ela em resposta, troçou de mim, aumentando, em amplitude, o seu já grande sorriso.

– Desculpa, desculpa.- riu-se.- Mas fiz de propósito!

Sentou-se ao meu lado nas escadas que davam ao pátio da casa dela. Por momentos ficou a olhar para a chuva comigo, num silêncio acolhedor. De repente, tira um prato de trás de si e mostra-mo, orgulhosa de si própria:

– Queres uma rabanada? Fui eu que as fiz.

Todos sabíamos que Iris não era das melhores cozinheiras. Normalmente, como ela tinha a tendência de se esforçar de mais, sorríamos e dava-mos uma dentada na comida. Sem pensar muito no sabor, engolíamos e, sem que ela visse, dávamos o resto ao cão. Mas desta vez foi diferente. Eu estava esfomeada. Tenho estado esfomeada. Não tirei uma, mas duas rabanadas. Comi-as demasiado rápido, mas acho que até estavam boas.

– Tira mais se quiseres.- recomendou-me.- Tens de comer!

Mandou-me um olhar que eu conhecia. Um olhar que me dizia “Se é que me entendes...”. Ignorei-a.

– E o que fazes aqui? Está demasiado frio. Não te podes constipar.- continuou ela.

“Ah, poças!”, pensei, “Quem me dera não lhe ter contado!”.

– Vem para dentro, por favor. Estamos todos à tua espera, Esmeralda.

E entrou, deixando-me sozinha, finalmente. Olhei de novo para o céu, que começava a mostrar estrelas. Assim que a chuva acabou e as nuvens dissiparam, assistia-se a grande parte das galáxias. E aí recomecei a pensar nele.

“Será que também estás a ver este céu?”, “Será que também pensa em mim?”. Não sabia quanta terra nos separava, mas esperava que todos os meus sentimentos chegassem até ele. Que o animassem, que o aconchegassem e, acima de tudo, que mo trouxessem são e salvo para casa, para junto de mim…

Acariciei o meu ventre.

… e do nosso bebé.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram da prenda de natal?



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