Era impressionante como mesmo gostando dos mesmos filmes eles sempre conseguiam achar alguma coisa para discordar sobre estes, alguma coisa quanto a mensagem que estava tentando passar ou sobre as influências que o roteiro sofria ou não. Se o diretor estava certo em dublar Audrey Hepburn em My Fair Lady (Dan acha que se o diretor quis que fosse desse jeito a sua visão deveria ser respeitada, Blair acha que tirar parte da performance de Audrey havia sido uma atrocidade imperdoável) , se Hitchcock havia sucedido na sua intenção original de fazer Psycho uma comédia (Dan achava a cena do chuveiro hilária, Blair disse que achava que Dan deveria ir procurar ajuda profissional para ver se conseguia consertar o seu senso de humor perturbado) ,ou se Katherine Hepburn havia acabado com o cara certo no final de The Philadelphia Story (Dan queria que ela tivesse acabado com Mike, e Blair queria que ela tivesse acabado dispensando os seus três pretendentes porque nenhum deles realmente eram bons para ela, no entanto ambos concordam que apesar de Cary Grant ser ótimo ela ter acabado com Dexter no final era o pior resultado possível).

Mas tinha vezes raras em que ele decidia ter uma opinião contraria só para discordar dela, para vê-la com aquela expressão de irritação com um pouquinho de arrogância e saber que ele era a razão dessa estar presente no seu rosto, e era divertido vê-la gesticulando e fazendo argumentos e analises que nunca antes haviam passado pela cabeça dele (e sempre conseguindo arranjar um jeito de o insultar casualmente no meio de alguma frase em que falava sobre como Wes Anderson era um dos melhores diretores da atualidade sem por um segundo sair do contexto) era algo belo de se ver, e porque de uma maneira que ele não conseguia entender direito discutir com aquela garota sobre filmes (e livros, e arte, e basicamente tudo que um dos dois tivesse uma opinião) havia se tornado uma das coisas favoritas em sua vida atualmente.