Doce Ironia. escrita por Mrs Prongs


Capítulo 79
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Notas iniciais do capítulo

* Juro Solenemente que não pretendo fazer nada de bom. *

WASSUP GIRLS, BOYS AND CUPCAKES?
Bom, é isso. Ultimo capitulo. E droga... eu estou escrevendo isso aqui e as lagrimas insistem em querer sair sabe? É uma mistura de dever se cumprindo e uma saudade que eu sei que só vai piorar. Porque eu não me imagino sem Doce Ironia sabe? Quer saber de uma coisa? Eu me RECUSO a me despedir de vocês agora. É ISSO. PRONTO. EU NÃO VOU ME DESPEDIR DE VOCÊS E PROIBO DE VOCÊS MANDAREM COMENTARIOS ME FAZENDO CHORAR E SE DESPEDINDO DE MIM TAMBÉM OK?
Ainda tem o epilogo e o capitulo extra e eu estou tentando me lembrar disso enquanto eu escrevo isso aqui. Então não vou dizer adeus nem falar de assuntos depressivos agora, porque eu vou deixar para as lagrimas e a provável depressão vir amanhã.
Vamos falar de coisas divertidas. Vamos falar do THIS IS US.
EU FUI NA ESTREIA CARA E EU SÓ QUERO DIZER QUE AGRADEÇO AS ORAÇÕES/MACUMBAS QUE ALGUMAS DE VOCÊS FIZERAM MAN. ASHDHDDLKAJSKJSDLKJDLEIJDWEIHHD, VOCÊS TEM NOÇÃO DO QUE EU SENTI CARA? MEU MERLIN*-*
Mas enfim, não vou dar spoilers, porque eu tenho algumas leitoras Directioners e não sei se elas assistiram ainda, mas só tenho algo a dizer É SIMPLESMENTE PERFEITO E EU E AS MINHAS AMIGAS QUASE COLOCAMOS O CINEMA A BAIXO.
Então como eu me recuso a falar de assuntos depressivos com vocês barra o momento que eu vou ter que me despedir, e também não posso falar de assuntos felizes barra o this is us por causa dos spoilers eu vou aproveitar a deixa para agradecer as RECOMENDAÇÕES.
Biaa Black Potter: Nossa... muito obrigada ok? Fico imensamente feliz que goste tanto assim da historia. ♥
Carol: Nossa... WOW, primeiramente seja bem vinda antiga Gasparzinho e é muito bom conhece-la ok? E nossa... preciso dizer o tamanho do meu sorriso quando li a sua recomendação? Obrigada, muito obrigada. Fico feliz que goste de DI tanto assim. Serio. Thanks ♥
Siquinha: Hey amora. Fico feliz que goste tanto assim a historia ok? Muito, muito obrigada pela recomendação. Eu simplesmente amei. ♥
Tanisa: Primeiramente: SEJA BEM VINDA. E agora... muito obrigada pelos elogios ok? Eu simplesmente amei a sua recomendação, porque ela foi muito vida. Obrigada amora ♥
Bom, eu quero dedicar esse capitulo não só as meninas que mandaram as recomendações, mas a todas as minha leitoras. Porque? Porque durante esse tempo que eu escrevi Doce Ironia eu tive o prazer e a honra de conhecer e conversar com muitas delas seja por MP, review ou até mesmo twitter. E eu conheci um pouco de cada uma e arrisco dizer que um pouco da historia de algumas. E eu só quero dizer que... tudo no final sempre fica bem. Se acerta. Vem para o lugar. Nós humanos nascemos buscando uma razão, motivo, circunstancia ou pessoa para nos dar o caminho a felicidade. E eu só tenho que dizer que... uma boa parte da minha felicidade é entrar aqui no Nyah e poder conversar com vocês. Ler o review de vocês e poder agradecer por eles. Porque sem nem mesmo conhecer vocês pessoalmente ou até mesmo ter conversado muito... todos vocês tem um lugar reservado no meu coração. Lugar esse que eu nunca vou esquecer e eu só quero dizer que... eu amo vocês. Muito. E desejo que vocês no futuro, vocês encontrem a própria definições de amor de vocês. As suas próprias razões para a felicidade. Um final feliz que, pode me chamar de levemente infantil, eu acredito sempre existir, porque ninguém é feito para sofrer para sempre. E se eu digo isso é porque eu sei... eu sou uma pessoa que acredita fielmente no amor. No amor fraterno, no amor platônico, no amor verdadeiro. E eu já senti cada um deles e posso afirmar que não existe sentimento mais lindo.
Eu sou a pessoa mais feliz do mundo nesse momento. Eu tenho os meus pais, duas pessoas maravilhosas e que me amam mesmo eu sendo uma filha levemente problemática. Eu tenho a minha irmã que apesar de ser uma praga e eu ter preferido ganhar um iphone ao invés dela eu a amo muito. Eu tenho a minha família que está comigo em todos os momentos. Eu tenho a minha melhor amiga, Lilly, a minha baixinha que está ao meu lado sempre. Sem exceção. Ela é tão importante na minha vida do mesmo modo que sei que sou na dela. Não vivo sem a vadia. Tenho os meus outros amigos, meus outros melhores amigos. O Junior, a Milla... eu sou tão grata por eles estarem sempre ao meu lado.
E eu tenho o melhor namorado do mundo. O garoto do qual eu descobrir querer estar sempre ao seu lado, porque ele é tudo que eu sempre procurei em outros garotos, mas que encontrei em que eu menos esperava e mais perto de mim.
E bom... eu tenho vocês. Minhas amoras. Meus pêssegos. Minhas meninas. Sou tão grata a vocês e acho que vocês próprias não fazem ideia da importância que têm na minha vida.
E droga... tarde demais, eu já estou chorando e quando vi já me despedi um pouco de vocês. E eu só quero dizer que... eu amo vocês.
Vou deixar para entrar realmente em depressão amanhã quando eu postar o epilogo e o cap extra. Por enquanto vou deixar vocês lerem.
Enjoy it.

*Malfeito, feito.*



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“Eu sempre precisei de um tempo pra mim mesma. Eu nunca pensei que eu precisaria do seu apoio quando chorasse e os dias parecem anos quando eu estou sozinha e a cama aonde você dorme está arrumada do seu lado. Quando você vai embora eu conto os passos que você dá, você percebe o quanto eu preciso de você agora? Quando você vai embora os pedaços do meu coração sentem a sua falta. Quando você vai embora o rosto que eu conheci também me faz falta. Quando você vai embora as palavras que eu preciso ouvir pra sempre poder levar o dia adiante e fazer tudo ficar bem. Eu sinto sua falta. Eu nunca tinha me sentido assim antes tudo que eu faço me lembra você. E as roupas que você largou estão espalhadas pelo chão elas tem o seu cheiro, eu amo as coisas que você faz. Quando você vai embora eu conto os passos que você dá você percebe o quanto eu preciso de você agora? Quando você vai embora os pedaços do meu coração sentem a sua falta. Quando você vai embora o rosto que eu conheci também me faz falta. Quando você vai embora as palavras que eu preciso ouvir pra sempre poder levar o dia adiante e fazer tudo ficar bem. Eu sinto sua falta.” – When You're Gone


P.O.V’s Ashley.

[Três anos depois]

Eu andava pela casa vazia, olhando em casa canto, com um sorriso de saudades nos lábios. Não acreditava no modo em que tudo estava exatamente igual, como eu tinha deixado quando fui embora. Uma coisa me “surpreendia”: meus pais não estavam em casa.

Ok, talvez não surpreendesse tanto assim, levando em conta que eu sabia – ou imaginava – que eles estivessem na Toca junto com os Weasley e os Potter, afinal... hoje era um dia especial.

E ninguém sabia que eu estava de volta.

Foram três anos... diferentes para mim. Eu havia aproveitado desse tempo para tentar me entender melhor, para tentar compreender a mim mesma e colocar todos os meus sentimentos e pensamentos em ordem e devo dizer que fiquei bastante satisfeita com o resultado.

Eu era uma mulher completamente diferente.

Eu estava bastante feliz em voltar para casa. A casa dos meus pais em Londres não havia mudado nada, como se minha mãe se preocupasse em deixar tudo exatamente igual para mim. Mas, apesar de feliz, eu também me sentia um pouco culpada.

Eu simplesmente não havia mantido contato com ninguém nos últimos três anos. Eu sei o que todos vocês estão pensando: “Nossa Ashley... como você é idiota.”, mas as coisas simplesmente não são assim. Eu precisava desse tempo para mim mesma sem interferência de ninguém. Ninguém mesmo.

Sim, eu negligenciei meus amigos. Todos eles. Eles me mandavam cartas eu não respondia. Mandavam berradores eu fingia não escutar focando nos estudos que na AMB eram muito complexos. Com o tempo... eles cansaram. Pararam de mandar cartas, bilhetes ou qualquer coisa do tipo.

Me doía o coração ao ver o nome de qualquer um deles – principalmente dele – em um envelope e simplesmente ignorar. Mas simplesmente era a melhor coisa a fazer.

Tanta coisa tinha mudado nos últimos três anos, mas em essência eu acreditava ainda ser a mesma pessoa. Digamos que eu apenas... tenha resolvido algumas pendencias da minha vida.

Nos três dias que eu passei hospedada na casa dos meus avós eu coloquei tudo o que estava entalado na minha garganta há anos, para fora. Nunca me senti tão leve em toda a minha vida. Talvez eles tenham ficado meio assustados com o jeito que eu simplesmente explodi, mas eu simplesmente não estava lá me importando muito. Estava feliz em saber que pela primeira vez eu os tinha feito entender os dois monstros que ambos eram. Pelo menos comigo.

Deveria comentar que depois disso eles sempre tentavam me enviar uma carta para a AMB? Pois é. Se eu respondia? Nenhuma. Fazer o que se eu sou uma pessoa rancorosa? E bom... se eu não respondi nenhuma carta dele, da Audrey ou de qualquer um dos meus amigos, com certeza não pararia para responder uma dos meus avós que sempre me trataram como lixo.

Ah sim... havia encontrado também vários amigos franceses meus por lá. Foi algo bem divertido reencontra-los apesar de tudo. Também reencontrei um ex-namorado meu... essa parte já foi meio tensa, mas acho que eu consegui deixar bem claro que não queria vê-lo mais nem pintado de ouro. Não me pergunte como foi que eu fiz isso. É melhor assim.

Sem contar que as coisas na AMB eram muito puxadas. Não era a toa que lá era a melhor academia para Medi-Bruxos do mundo. Eu mal tinha tempo para respirar no intervalo de uma aula e outra, mas Graças a Merlin que resolveu me dar uma folga, eu consegui me formar com louvor e agora sou uma Medi-Bruxa altamente qualificada. Palmas.

Um barulho no andar de cima me fez parar de analisar a pintura de um quadro da sala e voltar o olhar para as escadas. Prontamente puxei a varinha, subindo calmamente degrau por degrau. Aqui em cima continuava do mesmo jeito que lá em baixo... nada havia mudado e isso me fez sorrir.

Era bom saber que algumas coisas permaneciam iguais mesmo com o tempo.

O barulho vinha do meu antigo quarto e eu não hesitei antes de abrir a porta, vendo uma coruja em cima da minha antiga cama.

– Atena? – ergui uma sobrancelha reconhecendo a coruja da Audrey e soltei um risinho. – O que você faz aqui garota? – acariciei de leve o seu pelo. – Tomara que a minha mãe tenha te alimentado enquanto eu estava fora, já que a sua dona é uma negação para essas coisas.

Eu sabia que a Audrey as vezes – quase sempre – esquecia de alimentar Atena e a coruja sempre vinha atrás de mim quando isso acontecia. Então talvez não me surpreendesse nada que ela estivesse ali. Alguém tinha aprendido o caminho para minha casa.

Olhando brevemente ao redor do meu quarto, meu sorriso se ampliou. Se nada lá em baixo havia mudado, aqui era como se ninguém nem tivesse ousado tocar em alguma das minhas coisas. Estava como da primeira vez que eu havia pisado aqui com minha mãe me apresentando o lugar em que eu moraria. Era extremamente bom lembrar-se dessas coisas.

Com um sorriso terno nos lábios eu caminhei até a minha estante de livros no quarto, passando o dedo por eles e olhando brevemente os seus títulos. Lá tinha livros trouxas como: Um amor para recordar, A culpa é das estrelas, As vantagens de ser invisível. Mas também tinha livros bruxos como: DCAT, Estudo de preparo de poções... Hogwarts: uma historia.

Um sorriso gigante tomou os meus lábios enquanto eu pegava o mesmo em mãos. Hermione havia me dado esse livro. Ele me lembrava... lar.


“- ONDE ESTA ESSA VARINHA? – dessa vez ela gritou perdendo a paciência.

– Cala a boca Audrey. – pedi estressada. – Accio. – fiz o feitiço e a varinha dela saiu de entro do banheiro e veio parar na minha mão. O que ela estava fazendo lá?

– Porque você não fez isso antes? – ela perguntou para mim irritada. Dei de ombros.

– Não tava com vontade. – respondi voltando a atenção para a minha mala.

– É nessas horas que eu tenho vontade de te matar. – ela falou para mim.

– Quem mais seria sua melhor amiga? – perguntei sorrindo para ela.

– Eu compraria uma galinha. Ia dar no mesmo. – ela me respondeu e eu ri.

– Sua irmã seria sua melhor amiga? – perguntei “inocentemente”.

– Cala a boca ruiva.”


Esse flash de memoria voltou a minha cabeça, fazendo meu sorriso se tornar um pouco triste. Triste e saudoso. Nem com a fabulosa eu havia falado nos últimos três anos e sabia que ela provavelmente nem queria olhar na minha cara como também sabia que merecia isso.

Com um suspiro coloquei o livro de volta na estante e me virei em direção ao outro lado do quarto e dei de cara com mim mesma refletida no espelho.

E talvez eu não reconhecesse mais a garota de 17 anos naquela imagem e eu percebi que muitas coisas podem mudar em três anos.

Meu cabelo não mais batia na minha cintura com aqueles leves cachos nas pontas. Bom... ele continuava ruivo. Obviamente. Mas ele batia um pouco abaixo dos ombros num corte repicado que realçava ainda mais o meu rosto. O mesmo também estava mais fino e não totalmente em forma de coração. Dando uma aparência mais... mulher a mim. Meu corpo também havia ganhado algumas curvinhas extras e o modo como eu me vestia agora realçava um pouco mais isso. Calças justas pretas, uma blusa de alcinha leve vermelha, uma jaqueta preta por cima e uma scarpan de 10 centímetros vermelha nos pés.

Completamente diferente de como eu me vestia antigamente, talvez por não ter as mesmas inseguranças de antes em relação à algumas coisas.

Então meu coração deu uma leve acelerada no momento em que meus olhos bateram nos porta-retratos que estavam em cima da minha penteadeira. Com passos hesitantes me aproximei da mesma, sem nunca desviar o olhar.

Meus olhos se encheram levemente d’agua ao notar que o porta-retrato logo da frente era um foto minha e da Audrey abraçadas e sorrindo para a câmera. A segunda era de mim, da Audrey, da Roxy, da Lily e da Rose. Todas juntas e fazendo caretas. A terceira já era de todos os meninos juntos e sem nenhuma de nós. A quarta me fez sorrir. Era uma foto minha sendo segurada deitada pelo Cam, Methew, Jason e Charles. Meu Merlin... fazia quanto tempo em que eu não via esses meninos?!

Mas o ultimo porta retrato fez o meu sorriso sumir e as lagrimas vierem realmente aos meus olhos, à um ponto de ser absolutamente difícil controla-las. Era a foto que eu havia ganhado do Albus de Natal. Nela estava eu e ele em baixo e James Potter e Lily Evans em cima. Deixei uma lagrima escorrer enquanto pegava em mãos ele e também outra foto que estava em cima da mesa sem porta-retrato então eu percebi que isso havia mudado no meu quarto.

Eu não havia deixado aquela foto ali. Alguém a havia colocado. Nela eu estava dormindo com uns pergaminhos em cima de mim e ele estava abaixado ao meu lado mexendo nos meus cabelos ruivos e sorria terno para mim. Como era uma foto bruxa se movia, então era claro ele se inclinando e dando um suave selinho nos meus lábios antes de eu na foto, inconscientemente, o abraçar suspirando em meu sono.

Com um soluço e algumas lagrimas escorrendo de leve pelo meu rosto, eu apertei a foto contra o meu peito, em seguida a dobrando e colocando no bolso. Enxuguei as lagrimas olhando pela janela em meu quarto com o pensamento que eu ainda tinha muita coisa para fazer e que era melhor começar logo.

Dei um biscoito que eu tinha guardado da viagem para Atena, antes de sair do meu quarto fechando calmamente a porta atrás de mim e rumando para as escadas. Saí pela porta de casa, caminhando em seguida pelas ruas que eu já não via a um bom tempo.

E muita coisa tinha mudado.

Pessoas que eu não conhecia. Famílias novas haviam se mudado para lá. Havia crianças novas brincando no parque que tinha ali perto e dessa vez eu não avistei a vó Marie em nenhum lugar, nem em frente a sua casa onde ela costumava ficar na primeira vez que eu a vi.

– Ashley? – uma voz masculina surpresa falou me fazendo virar mais rápido do que eu podia. Eu sabia que conhecia aquela voz. – Ashley Dursley? – um homem de cabelos castanhos e olhos azuis repetiu me analisando como se tentasse me reconhecer.

– Charles? – eu arregalei meus olhos o reconhecendo.

– Oh, meu Deus... Ashley! – ele exclamou vindo me abraçar. Ele tinha uma mulher loira ao seu lado, mas nem se importou com isso enquanto vinha me cumprimentar.

– Quanto tempo. – falei retribuindo o abraço e não me importando com a careta da garota.

– Nem me fale. – ele se afastou dando uma leve risada. – Mais de três anos não é? Onde você se enfiou garota? Os meninos sentiram sua falta, inclusive eu!

– Voltei para a França. – suprimi boa parte da historia resumindo.

– É, sua mãe comentou com a gente. – ele rolou os olhos. – Você bem que podia ter se despedido não é?

– Sinto muito. – sentia mesmo. – Foi meio que de ultima hora. Mas senti saudades.

– Eu também. – ele bagunçou de leve meus cabelos ruivos. – Ah, deixe-me te apresentar uma pessoa... – ele falou se lembrando da garota que veio caminhando até nós. – Essa é a Raquel. Minha noiva.

– Noiva? – tentei não fazer uma cara muito surpresa ou até dar uma gargalhada. Noivar não fazia muito o estilo do garoto a minha frente ou de nenhum dos amigos dele, mas enfim... as coisas mudam não é? – Uou, meus parabéns.

– Sei o que está pensando. – Charles deu risada e eu o acompanhei. – A gente tem que tomar jeito na vida não é?

– Sei como é. – admiti dando um sorrisinho enquanto ele abraçava a noiva pro trás. – Onde estão o resto dos garotos? A vó Marie?

– Bom, pra falar a verdade eu não sei. – ele soltou uma leve risada. – Eu vim visitar o Cam, mas parece que eu perdi a viagem, ele não está em casa. E os outros... devem estar por aí. – rolou os olhos no final.

– E a Marie? Quero tanto vê-la. – perguntei dando um sorriso e vi o sorriso dele diminuir consideravelmente. Franzi as sobrancelhas.

– Bom, a vó Marie... – ele limpou levemente a garganta trocando um olhar com Raquel. – Ela faleceu no meio do ano passado.

Um silencio caiu sobre nós enquanto meus olhos se arregalavam e minha boca se entreabria em choque. Eu não acreditava. A vó Marie? Serio?

– Oh Merlin... – sussurrei baixinho. – Sinto muito Charles.

– Nós também sentimos, mas faz parte da vida não é? – ele esboçou um sorriso triste.

– Eu passo um tempo fora e tudo isso acontece. – murmurei mais para mim mesma.

– Ela gostava bastante de você ruiva. Isso eu te garanto. – Charles afagou meu ombro, me reconfortando.

– Está tudo bem. – lhe lancei um leve sorriso.

– Bom, creio que temos que ir. – ele falou me olhando meio preocupado. – Você vai se cuidar não é?

– Claro.

– E não vai sumir de novo? – me lançou um sorrisinho brincalhão.

– Juro de dedo mindinho. – soltei uma risada. – Foi um prazer conhece-la Raquel. – completei para a mulher.

– O prazer foi meu. – foi o que ela respondeu antes de me abraçar sendo seguida pelo Charles e ambos entrarem no seu carro que estava estacionado no outro lado da rua e saírem dali.

Quantas coisas podem mudar em três anos? Era tudo o que eu me perguntava enquanto me dirigia ao parquinho que tinha ali perto. Eu sabia. Muitas coisas poderiam mudar. Muitas coisas mudaram.

Me sentei debaixo da arvore. A mesma arvore que eu havia me sentado na primeira vez que tinha saído de casa para conhecer o bairro. E mais uma vez deixei minha cabeça ser invadida por algumas memorias.


“- Me promete uma coisa? – ele pediu e eu olhei nos seus olhos azuis.

– Prometo tentar.

– Serve. – Rich esboçou um sorriso levemente triste. – Eu quero que você me prometa que não vai se esquecer de mim e de nada que aconteceu aqui em Hogwarts, não importa qual seja a sua decisão. Quero que me prometa sempre entrar em contato comigo, seja por coruja ou por qualquer outra coisa. Vou sentir a sua falta quando for embora de Hogwarts.”


“- Não se esquece da gente ok? – a Lily me esmagou num abraço choroso. A pequena Potter quase soluçava. – Promete. Promete que vai voltar. – se afastou para me olhar assim como todos.

– Eu prometo.”


“– Me promete uma coisa? Não se esquece de mim.

– Eu não esqueceria de você nem se eu quisesse.”


Antes que qualquer outra memoria voltasse a minha cabeça eu me levantei novamente da arvore e comecei a tomar uma distancia segura aos olhos dos trouxas. Assim que percebi que estava longe da vista deles, peguei a minha varinha e soltei um suspiro já tendo o local do meu destino em mente.

Tinha pessoas para ver. Promessas para cumprir.

A única coisa que eu rezava era que para algumas coisas não terem mudado nesses três anos.

Com esse pensamento aparatei dali.

[...]


Os jardins da Toca continuavam os mesmos.

Com um leve suspiro de saudade, deixei meus olhos passarem pela grama verde, as arvores, os gnomos que eu podia ver correndo por ali e se escondendo, então meus olhos bateram na construção meio torta. A Toca. Eu sentia saudade daquele lugar.

Daqui de fora eu podia ouvir vozes extremamente familiares, rindo e conversando e nesse momento parecia que tinha um leão na minha barriga. Minhas mãos suavam em nervosismo.

O que eles estariam pensando de mim? Será que eles me odiavam agora? Afinal... eu havia passado três anos fora sem manter contato com absolutamente ninguém.

Respirando fundo, comecei a andar em direção a porta dos fundos que – sem nenhuma surpresa – estava aberta. Com cuidado empurrei lentamente a mesma, notando que a cozinha estava vazia e que as vozes, risadas e conversas, vinham da sala. Então tratei de caminhar lentamente até lá.

Cada passo que eu dava era como se mais um peso fosse adicionado as minhas costas, me fazendo me sentir ainda mais culpada. Sim, eu fui errada de ignora-los, mas também ninguém poderia me culpar por fazê-lo. Ou melhor... poderiam sim. Mas isso seria injusto.

Assim que eu cheguei ao fim do corredor que dava na sala, eu estanquei com a cena e um sorriso terno surgiu nos meus lábios, e eu tinha certeza que meus olhos brilharam.

Todo mundo junto. Até os meus pais. Todos eles rindo e conversando. Eu sabia o porquê de tudo isso, tinha me informado antes de vir, claro, afinal, queria fazer uma surpresa. Hoje era o noivado do Fred e da Audrey.

Eu podia ver os dois no meio da bagunça rindo abraçados, parecendo realmente felizes. Lá também estava a Rose e o Scorpius de mãos dadas e sorrindo. O Albus e a Roxy, o Locan e a Lily, O Hugo e a Luce, o Louis e a Molly, o John e a Charlotte, a Dominique e o RICH? Não pude gritar ou expressar o meu choque porque meus olhos deram por falta de lago mais importante.

Ele não estava ali. Mas onde ele estava afinal? Porque ele não estava junto com os outros?

Não pude pensar muito a respeito, porque a Audrey foi a primeira a me ver parada encostada na parede do corredor e observando a cena.

Eu tive certeza disso quando vi o choque nos seus olhos castanhos. Vi o seu sorriso sumir lentamente e seu queixo ir ao chão. Lhe lancei um sorriso triste.

– Oh meu Merlin... – quando ela ofegou isso me olhando fixamente, todo mundo se virou para ver o que a tinha chocado e eu pude ter a cena de pessoas em choque, queixos caindo e até algumas pessoas chorando.

– OH MEU DEUS, FILHA! – minha mãe foi a primeira a sair do choque correndo até mim e se jogando nos meus braços. A abracei apertado de volta enquanto a deixava chorar.

– Mãe. – sussurrei afundando a cabeça em seu ombro. Tinha sentido tanta falta daquilo.

– Princesa. – meu pai perdeu a pose, me abraçando tão apertado que quase quebrou meus ossos. – Senti tanto a sua falta minha querida. O que ouve com você?! – completou se afastando para me olhar.

– O que tem de errado comigo? – perguntei o olhando e sem coragem para encontrar os olhos de mais ninguém.

– Você está tão diferente minha menina. – minha mãe fungou sorrindo para mim e abraçando meu pai de lado. – Está tão mulher.

Antes que eu pudesse responder, vi um vulto ruivo correr na minha direção se chocando comigo, e o impacto me fez perder levemente o ar.

– Lily. – murmurei quando reconheci a pequena Potter, que não estava mais tão pequena assim. Ela estava bem mais alta e tinha perdido aquela aparência infantil de menina de 15 anos que ela tinha. Tudo isso em três anos.

– Ashley. – ela chorava muito logo eu pude notar. – Você voltou! Meu Merlin... que saudade eu estava de você.

– Eu prometi que voltaria não foi? – sussurrei para ela que sorriu minimamente para mim.

Depois disso eu me vi sendo esmagada em vários abraços. Harry, Gina, Rony, Hermione, Fred, Louis, Albus, Lorcan, George, Rose, Roxy... todos eles. Menos ela.

A Audrey continuava parada, sentada, me olhando com a boca entreaberta como se não acreditasse que eu tive a audácia de voltar depois de todo esse tempo.

Um silencio meio tenso invadiu o local, enquanto eu e ela nos olhávamos nos olhos, sem mover nenhum musculo. Eu podia imaginar o que se passava na cabeça dela.

– Fabulosa... – tentei.

– Não. Me. Chama. Assim. – ela silabou se levantando e se livrando do choque. Meu coração virou chumbo e eu olhei para baixo. – Como você ousa Ashley Marie Dursley? Como você ousa voltar aqui como se nada tivesse acontecido depois de três anos? Como você ousa voltar aqui quando nos ignorou por todo esse tempo? Quando me ignorou por todo esse tempo?

– E-eu... – engoli de leve as lagrimas olhando para ela. – Sinto muito por tudo Audrey, mas eu precisava desse tempo para mim.

– E por isso me ignorou por três anos?! – ela quase gritava enquanto ninguém nem ousava respirar ou muito menos interferir na briga. – Você ignorou sua melhor amiga! – ela tinha lagrimas nos olhos. – Como você pode ter feito isso? Você tem noção do que eu passei? Que tipo de monstro você é?

– Audrey... – a essa altura eu já chorava assim como ela.

– Eu era realmente sua melhor amiga Dursley? – ela continuava a falar entre as lagrimas. – Você tem noção do quanto eu sofri e chorei nos últimos três anos só por sentir falta sua? Você jurou... você prometeu que não ia nos esquecer, mas nos ignorou como se não significássemos nada. E agora você volta... você esperava o que?! Que eu corresse para os seus braços e dissesse o quanto eu senti falta da minha melhor amiga? Não, você sabe disso! Você sabe que eu senti a sua falta, mas isso não importa pra você não é?! Nunca importou de verdade!

– Não fala isso. – sussurrei pra ela. – Você sabe que isso não é verdade.

– Eu realmente sei? – ela questionou tentando enxugar as lagrimas, mas não importava porque outras vinham no lugar.


– Vou estar aqui para te ajudar no que você precisar. – completei.

– Sim eu sei. Afinal você não é só minha melhor amiga não é? – me questionou com um grande sorriso.

– Não, eu sou sua irmã.”


– Sim, você sabe. – eu falei firmemente quando esse flash voltou a minha mente e olhei nos olhos dela. Verdes nos castanhos. – Eu sou a sua irmã não sou?

No momento em que eu falei isso eu sabia que ela também tinha se lembrado. Mas ela ficou em silencio apenas me encarando nos olhos.

– Olha, me desculpa, por favor... – eu comecei, antes de ser interrompida.

– Não fala mais nada sua vadia. – ao contrario do que deveria sugerir a frase ela correu na minha direção e me esmagou em um abraço enquanto soluçava no meu ombro e eu no dela.

– Me desculpa, me desculpa... – eu murmurava baixinho enquanto a abraçava.

– Nunca... – ela se afastou para segurar os meus ombros e me olhar nos olhos. Eu sabia, que os meus, assim como os dela, estavam inchados e vermelhos de choro. – Nunca mais faça isso comigo entendeu?! – eu soltei um suspiro de alivio e acenei com a cabeça. – Nunca mais me abandone Ashley Marie Dursley ou eu juro que vou até o inferno só pra te chutar!

Dei risada junto com algumas pessoas e a abracei apertado novamente, abraço que ela prontamente retribuiu.

– Eu nunca mais vou fazer isso fabulosa. – eu a olhei, limpando as lagrimas. – Promessa de Grifinória.

– Eu te amo divonica. Nunca mais faça isso. – foi a resposta dela antes de me abraçar novamente. E nesse momento eu sabia que tudo estava bem.

Poucas coisas são capazes de sobreviver ao tempo: uma amizade verdadeira.

– Meu Merlin, como você está diferente! – a Audrey falou alegremente e com um sorriso me olhando de cima a baixo. – Tenho que admitir que esses três anos na França te fizeram bem.

– Digo o mesmo. – comentei a olhando de cima a baixo e ela fez até uma pose fazendo todo mundo rir. – A proposito... parabéns pelo noivado. – completei para ela e o Fred que sorriram para mim. – Uma hora todo mundo tem que tomar jeito não é?

– Nem me fale. Já estava na hora. – não tinha percebido que a tia Sophie estava ali, até que ela apareceu e me deu um abraço apertado que foi prontamente retribuído.

– E foi mal não ter trazido um presente. – acrescentei para a fabulosa e o Weasley. – Estava meio atrasada, não deu para comprar, mas depois eu mando.

– Não se preocupa, a gente cobra. – o Fred piscou para mim e eu soltei uma gargalhada.

– Fred!

– Ela sabe que é brincadeira. – o Weasley veio me abraçar apertado me levantando levemente do chão. – Ela sabe que só estando aqui já é um presente maravilhoso.

– Não adianta puxar meu saco Fred. Eu não vou te dar um livro de cantadas trouxas!

– Descobriu o meu plano! – ele ironizou me olhando enquanto todo mundo ria. – Sentimos a sua falta foguinho. – bagunçou de leve o meu cabelo e eu pisquei para ele.

– Eu já estava achando que ia ter que buscar a madrinha do meu casamento na França e arrasta-la pelos cabelos até aqui. – a fabulosa comentou despreocupadamente e eu a olhei de olhos arregalados.

– Ta brincando?!

– Não mesmo. – ela soltou uma gargalhada. – Já que essa loucura vai acontecer, quem melhor que a minha irmã pra participar disso?!

– Eu te amo sua gostosa! – pulei em cima dela enquanto todo mundo ria. – E eu também vou ser madrinha da futura mini Audrey, ou do futuro mini Fred, só pra deixar claro.

– Vira essa boca pra lá menina, que eu não quero ficar gravida por tão cedo. – a Audrey me olhou assustada enquanto eu apenas sorria pidona para o Fred.

– Se você me dar o livro de cantadas trouxas a vaga de madrinha é sua. – ele propôs.

– Feito. – apertei a sua mão.

Então sorrindo, eu passei os olhos por todas as pessoas presentes que riam, e então eles pararam no Rich e na Dominique que estavam de mãos dadas, juntos me olhando e meu sorriso sumiu lentamente, enquanto o silencio no cômodo tornava a cair.

Aquilo só podia ser uma brincadeira de muito mau gosto e adoraria se alguém me explicasse.

– Sentindo que a porra vai ficar seria. – ouvi o Fred murmurar.

– Tenso. – a fabulosa completou seu comentário.

– Hey Sweetsmile. – o Rich deu um passo a frente vindo me abraçar apertado e soltou um suspiro me soltando quando eu não correspondi.

– O que está acontecendo aqui Rich? – foi a única coisa que eu perguntei o encarando e depois olhando para o diabo loiro que me olhava sem qualquer expressão.

– Eu e a Domi estamos juntos. – a voz dele me fez o encarar com os olhos arregalados em choque.

Sabe a sensação de ser traída? Pois bem. Era essa a sensação, apesar disso não fazer o mínimo de sentido. O Richard não me devia nada, ele era meu amigo, apenas isso, e eu ficaria feliz de vê-lo com qualquer outra garota. Qualquer outra menos ela.

Eu dei um passo para trás me afastando dele, enquanto balançava minimamente a cabeça tentando fazer a informação entrar no meu cérebro.

– Muitas coisas mudam em três anos sweet. – o Rich tornou a falar me olhando. – Eu estou feliz com a Domi. Mas também tem algumas coisas que permanecem iguais. Acredite, você também não perdeu a importância que tem para mim.


– Você nunca vai perder a minha amizade sweet. Sabe porque? Porque eu vou estar sempre aqui para você, de um jeito ou de outro. E eu nunca vou deixar nada de ruim te acontecer, porque você simplesmente não tem noção do quanto significa para mim e do quanto sempre vai significar. – ele me olhou nos olhos enxugando umas lagrimas minhas que haviam caído. – Porque eu posso me casar com outra um dia, amar outra um dia, mas eu nunca vou esquecer de você. Nunca vou esquecer do que eu sinto por você e esse sentimento nunca vai acabar. Adivinha o motivo? Você é aquele amor que apesar de tudo, eu vou levar para toda a vida.”


Uma ferida mal curada.

Eu olhei nos seus olhos azuis e olhei de volta para a Dominque que ainda me olhava daquele mesmo modo. Eu queria saber o que se passava na mente dela, mas também achava que era melhor assim.

– Espero que você seja feliz com ela. – falei sinceramente a única frase que eu sabia ser sincera. Porque eu queria que o Rich fosse feliz. Não poderia dizer que estava feliz pelos dois, porque isso não era lá muito verdade. Também não poderia dizer que queria que os dois fossem felizes, porque vamos combinar que a felicidade da veela paraguaiana não me importava nada. Então simplesmente achei um meio termo.

– Obrigado. – dessa vez quando ele veio me abraçar eu correspondi o abraçando apertado de volta.

Quando ele me largou eu pude voltar a analisar meus outros amigos. Rose e Scorpius sorriam para mim assim como os outros casaizinhos que eu já havia mencionado. Os pais da Audrey agora conversavam com os meus e os do Fred, mas meus olhos pararam na Gina e no Harry que me observavam atentamente e eu sabia que eles podiam ver a pergunta no fundo dos meus olhos.

Eu tinha revisto todos, mas minha felicidade não chegaria enquanto eu não visse... ele. Ele havia prometido me esperar, mas ele... não estava aqui e eu senti como se alguém tivesse pisado no meu coração.

– Onde ele está? – a pergunta saiu como um sussurro sofrido dos meus lábios enquanto eu ainda olhava para os Potter que se entreolharam entre si. De repente o silencio pareceu reinar novamente enquanto todo mundo prestava atenção.

– Ele não veio conosco querida. – Gina falou com doçura.

– Onde ele está Gina? – tornei a perguntar. – Porque ele não veio? Porque ele não está aqui?

– Digamos... – o Fred que tomou a palavra me olhando meio preocupado. – Que o James não tem sido muito o... James ultimamente.

– O que você quer dizer com isso?! – qualquer felicidade que tinha em mim, sumiu rapidamente enquanto meu tom ia de preocupado a insano. – Fred, o que você quis dizer com isso?! Onde ele está?!

– Ashley... acalme-se. – o Harry me confortou. – Ele está bem ok? Ou quase isso.

– Ele esta na mansão Potter. – a Audrey respondeu o que eu queria saber me olhando compreensiva. – Ele ultimamente não gosta de sair muito de lá, então acho que estou certa. – completou olhando para a Gina.

– Sim. – a ruiva confirmou com um suspiro cansado.

Sem falar mais nada eu puxei a minha varinha e comecei a andar em direção as portas da Toca e em seguida aos jardins.

– Ash, aonde você vai?! – ouvi a Rose gritar.

– Eu preciso vê-lo. – gritei de volta parando no meio do jardim e olhando para as pessoas que me seguiram. – Eu sinto falta dele. Eu o quero de volta. Eu quero saber se ele ainda é meu e se eu ainda sou sua. Eu quero o meu Sirius. Eu o amo.

E sem falar mais nada aparatei dali.

[...]


Eu apareci no grande hall de entrada da mansão dos Potter e nesse momento eu agradeci mentalmente ao Harry que deveria ter tirado o feitiço anti-aparatação ao saber que eu iria para lá.

Com passos silenciosos eu comecei a caminhar em direção a sala de estar. A casa estava absolutamente quieta como se nem houvesse alguém ali. Antes que eu pudesse me dirigir as grandes escadas, algo chamou a minha atenção.

O quadro pendurado na parede onde quatro figuras me olhavam surpresas e com um sorriso no rosto. Sorri de volta me aproximando deles.

– Hey pessoal. – falei baixinho, porque qualquer som parecia um grito naquele silencio absurdo. Olhei para a figura de Sirius e Remus e em seguida para a de James Potter que me lembrava tanto ele. Depois olhei para Lily Evans que também me analisava. Acho que nunca ia conseguir me acostumar com a semelhança entre nós duas.

– Hey Ashley. – o Sirius respondeu animado e no mesmo tom de voz que eu tinha usado.

– Onde você estava? Andou bastante sumida. – James Potter tinha um sorriso caloroso no rosto enquanto me olhava.

– Ela estava na França James. – Remus rolou os olhos. – É bom vê-la novamente. – acrescentou para mim. Eu sorri de leve.

– É bom estar de volta. – admiti baixinho e olhei para a Lily que foi a única que não havia falado ainda.

– Ele sentiu a sua falta. – ela me encarou nos olhos e o modo como me olhou foi tão... eu, que me fez encolher levemente. – Ele sofreu por você.

– Era o melhor a fazer. – retruquei usando o mesmo tom que ela. – Eu precisava de um tempo para mim.

– Precisava mesmo? – o tom que ela parecia usar era como se me conhecesse mais do que eu mesma e isso não era verdade.

– Sim. – falei duramente encarando os olhos que eram idênticos aos meus. – Você pode se parecer comigo Lily Evans, e eu posso me orgulhar disso por causa da mulher maravilhosa que você é, mas não pense que me conhece melhor do que eu mesma. Eu não sou você.

Fez um breve silencio depois de minhas palavras onde eu e a mulher do retrato nos encarávamos.

– Eu adoraria ver uma briga entre essas duas. – a voz do Sirius me fez olha-lo. – O que foi? – ele perguntou quando viu que todos os olhares tinham se voltado para ele. – Elas são tão parecidas. Seria algo interessante de ver.

– Cala a boca pulguento. – Remus e James fizeram coro.

– Desculpe. – Lily me fez voltar o olhar para ela que sorria terna para mim. – Você tem razão, só que você é tão parecida comigo que eu...

– Eu entendo. – garanti.

– Vai atrás dele. – eu poderia não ser ela, e ela poderia não me conhecer melhor do que eu mesma, mas ela sabia exatamente o que eu fazia aqui. Ela via isso nos meus olhos. – Ele está no quarto, não tem saído de lá ultimamente. Vai atrás do seu James querida, não o deixe escapar. – completou ampliando o sorriso enquanto abraçava o marido de lado.

– Pode deixar. – pisquei para o pessoal no quadro e dei as costas, me dirigindo a escada.

– Ashley? – a voz de James Potter me fez virar. – Boa sorte e faz aquele garoto parar de agir como um veado.

– Falou o veado sênior. – Sirius debochou e eu soltei uma risada subindo lentamente as escadas.

Eu tinha esquecido o quanto aquela casa era grande. Mas também não foi tão difícil achar o quarto dele. Era fácil porque ficava em um corredor onde tinha apenas mais um quarto que era o do Albus. Como eu sabia disso? A porta do quarto dele era verde e prata com uma serpente bem no meio. Não achava que isso fazia o estilo do Sirius já que na porta do quarto dele era vermelha e dourada com um grande e imponente leão no meio. O contraste perfeito.

Eu coloquei a mão na maçaneta, com meu coração batendo a mil tentando adivinhar qual seria a reação dele ao me ver. Nenhum som vinha de dentro do quarto e eu me perguntei se ele realmente estava lá.

Tomando coragem eu girei a maçaneta e, sem bater, abri a porta do quarto. Devo dizer que esperava ver outra coisa.

Do jeito que todos falaram eu esperava vê-lo todo bagunçado, acabado e deprimido, mas não. Ele estava exatamente igual ao que eu me lembrava, pelo menos de costas, já que ele se encontrava olhando pela janela do quarto em direção aos jardins da mansão Potter.

Eu sentia meu coração vir na boca enquanto entrava silenciosamente no quarto e fechava a porta atrás de mim, me perguntando como ele não tinha me notado ali ainda.

– Sirius? – as palavras saíram como um sussurro da minha boca, mas que invadiram o silencio se repercutindo por todo o quarto.

Mas eu sabia que ele havia ouvido, pelo modo que, mesmo de costas, eu percebi seus músculos se enrijecerem e ele se virou lentamente na minha direção.

Um sorriso tomou os meus lábios enquanto eu o analisava de cima a baixo. Analisava o homem a minha frente. Ele não tinha mais tanto aquela aparência de garoto, mas seus cabelos castanhos que eu tanto amava continuavam rebeldes. Era impressão minha ou ele estava um pouco mais musculoso? E tinha a rala barba para fazer o que o deixou ainda mais sexy, eu não pude deixar de notar.

Mas então depois de notar as coisas que haviam mudado na aparência dele, eu olhei nos seus olhos tentando achar algo que não tinha se modificado e o meu sorriso sumiu enquanto eu tombava a cabeça levemente de lado.

Aquele não era o meu Sirius.

Seus olhos, naquele tom que eu tanto amava e que quando eu olhei mais uma vez fez meu estomago se revirar de um modo que só ele conseguia, estavam frios. Ou melhor... desprovidos de qualquer emoção ou brilho. Como um robô. Aquele sorriso... o sorriso torto, maroto e sexy que combinava tanto com ele não estava mais em seus lábios rosados e parecia não está lá a muito tempo.

– O que aconteceu com você? – sussurrei para mim mesma e com lagrimas nos olhos tentando reconhecer o garoto que eu tanto amava. Tentando achar aquele brilho nos olhos.

Mas ele não estava lá.

Meu Sirius não estava lá e eu só me perguntava se isso também era capaz de mudar em três anos.

– Dursley. – meu sobrenome saiu sem qualquer emoção dos seus lábios e ele não demonstrou qualquer reação a minha volta. Uma facada no peito. Foi isso que eu senti.

Ele colocou as mãos no bolso da frente da calça me analisando de cima a baixo, enquanto eu mantinha meus olhos, agora cheio de lagrimas, no rosto dele.

– Você mudou muito. – ele rompeu novamente o silencio com a sua voz rouca, mas sem qualquer emoção. – Aproveitou o período na França?

– Eu senti a sua falta. – ignorei a sua pergunta barra provocação falando simplesmente.

– Não parece. – ele soltou uma risada fria. – Você não se lembrou de mim quando não falou comigo por três anos.

Outra facada.

– Eu... – tentei falar antes de ser interrompida.

– O que você esperava Dursley? – ele cruzou os braços com um sorriso irônico. – Esperava que depois de três anos no qual você não me deu noticias nenhuma, ou sequer se importou comigo, que você ia voltar e eu ia fechar os olhos para tudo o que tinha acontecido e que ia ficar tudo bem? Acontece que as coisas não são assim. Você me abandonou. Você me deixou. A escolha foi sua.

– Você prometeu. – eu sussurrei o olhando desolada enquanto lagrimas escorriam pelo meu rosto. – Você prometeu que ia me esperar, você...

– Promessas foram feitas para serem quebradas. – ele falou friamente. – E você é a prova viva disso.

– O que? – eu ofeguei soltando um soluço. – Eu não quebrei nenhuma promessa.

– Você prometeu não me esquecer.

– Eu não te esqueci!

– Você não falou comigo por três anos. Me ignorou por três anos. Eu mandava cartas e você simplesmente não respondia como se eu não significasse nada para você. Acho que isso prova o contrario. – ele falou sem nenhuma expressão e saindo de perto da janela e se encostando na parede do lado da mesma.

– Por favor, não faz isso. – pedi entre lagrimas e tentando me aproximar dele que se afastou prontamente. – Eu nunca te esqueci...

– Fale isso para alguém que ainda acredite. – comentou friamente.

Um soluço escapou dos meus lábios e eu me apoiei na janela que ele antes estava. Não acreditava que aquilo estava acontecendo.

Talvez o meu lado mais menininha inocente já havia formado uma cena de reconciliação perfeita na minha cabeça sem o meu consentimento, onde eu correia para os seus braços, ele sorriria e me falaria o quanto sentiu a minha falta, o quanto ele me amava e que tinha cumprido a sua promessa e me esperado.

Mas isso era a vida real e as coisas já não eram assim.

E se ele estivesse com outra garota? Esse pensamento me fez chorar ainda mais, porque isso era algo que eu não poderia suportar nem se eu quisesse. Não era forte o suficiente para isso.

Ergui meus olhos para ele que ainda me observava chorar completamente alheio e em seguida voltei meu olhar para a janela que dava para ver os jardins e quando isso aconteceu meus olhos se arregalaram levemente com a visão.

Lírios brancos.

Era isso que dava para ver da janela do quarto dele. O jardim... estava cheio de lírios, que antes ele observava, e nesse momento eu soube que o meu Sirius ainda estava ali. Ele não havia me esquecido. Eu esperava que não.

– Vai embora Ashley. – a voz dele me fez desviar o olhar da janela e encara-lo. – Eu não quero mais te ver.

– Onde está o meu Sirius? – o ignorei perguntando e lhe encarando nos olhos enquanto as lagrimas ainda corriam como cachoeiras. – Você não é ele! O meu Sirius não falaria essas coisas para mim. O meu Sirius não suportaria me ver chorar. O meu Sirius não me faria sofrer como você está fazendo. Ele não suportaria me ver chorar principalmente quando soubesse que os motivos das minhas lagrimas era ele. O meu Sirius nunca quebra uma promessa e é esse Sirius que eu amo. E você não é ele. Eu quero o meu Sirius de volta. O garoto insuportavelmente chato e maroto. O garoto que me fez ama-lo do jeitinho que ele é. O garoto no qual eu pensei cada segundo de cada dia enquanto eu estava na França. O garoto que eu amo.


– Serio, ruiva... eu não estava brincando. Você vai acabar enlouquecendo de tanto estudar.

– Isso é o que você diz. – falei com um sorrisinho e ele sorriu também pousando levemente seus lábios com os meus.

Eu gostava disso. De ficar assim com o Sirius. Era tão... natural. Tão espontâneo. Eu sentia como se estivesse... em casa. Como se não desejasse e nem quisesse estar em nenhum lugar mais.”


“- Você não vai me perder. – falei com convicção.

– Não? – ele realmente estava magoado. – Não tenho tanta certeza disso.

– Me perdoa? Eu nunca quis fazer isso com você. – murmurei engolindo o choro. – Eu não poderia imaginar que tudo isso ia acontecer. Me perdoa.

Eu era um monstro. Era essa a verdade. Eu só servia para magoar todo mundo que eu amava. Era doentio.

– Eu seria incapaz de sentir ódio de você ruiva, ou qualquer coisa parecida. – ele desviou o olhar parecendo frustrado. – Só Merlin sabe quantas vezes eu tentei sentir raiva de você e nunca consegui de verdade. Então eu não tenho o que perdoar.

– Porque você é assim? – eu preferia mil vezes que ele gritasse comigo e me dissesse todas as verdades que eu sabia que merecia, mas não. Ele não o fazia isso era infinitamente pior. – Porque simplesmente não olha para mim e me diz todas as verdades que eu sei que eu mereço? Porque você continua tentando enquanto a única coisa que eu consigo fazer é magoar todo mundo a minha volta?

E agora eu podia ver claramente, o quanto eu era ruim. Todas vezes que eu havia o esnobado. Todas as vezes que eu havia gritado com ele enquanto ele só queria uma chance.

Ele era bom demais para mim e nesse momento eu só queria morrer.

– Porque eu te amo.”


“– E, pela primeira vez, eu queria que a historia se repetisse de novo. Pela primeira vez eu queria ser Lily Evans e então ele seria James Potter e assim poderíamos ficar juntos e nenhuma dessas coisas teriam acontecido. – admiti olhando levemente para baixo. – Mas não somos. E sabe qual é a pior parte? É saber que a culpa de tudo é minha. Porque eu posso me ajoelhar, posso implorar e eu sei que não seria suficiente, porque eu não mereço o seu perdão. Eu o fiz sofrer. Eu o machuquei. E dói saber que provavelmente ele esta melhor sem mim. – pela primeira vez eu levantei a cabeça olhando no fundo dos olhos dele. Verdes nos castanhos esverdeados que pela primeira vez demonstrava alguma emoção. Emoção que eu não consegui identificar. – Eu te amo Sirius.”


“- Você pensou que eu não ia vir, não foi? – ele questionou baixinho quando separou seus lábios dos meus.

– Sim. – falei dando um leve soluço enquanto as lagrimas escorriam pelo meu rosto.

– Eu também pensei. – ele admitiu colando a sua testa na minha e enxugando as minhas lagrimas. – Mas você é minha ruiva. Não importa quantas burradas você faça... isso nunca vai mudar.”


“- Eu sempre vou te esperar. – ele falou a frase que me fez abrir um sorriso feliz em meio as lagrimas. Seus olhos pareciam estar cheio delas também. – Uma semana, um ano, três anos... não importa. – ele me olhava nos olhos quando falava. – Eu sempre vou estar aqui para você.

– Sempre?

– Sempre.”


Eu o vi me observar enquanto eu colocava minha cabeça em mãos e deixava os soluços escaparem enquanto memorias de nós dois voltavam como flashes para mim.

– Ashley... – levantei meu olhar para vê-lo, pela primeira vez, demonstrar alguma emoção. Ele olhava para uma foto no chão e eu percebi que era a foto que eu tinha colocado no bolso, mas que provavelmente havia caído do mesmo. Em seguida ele me olhou como se ele mesmo sentisse a minha dor e como se cada memoria houvesse voltado para ele também. – Me perdoa.

Então a única coisa que eu fiz foi me jogar nos seus braços enquanto ele me abraçava apertado e eu soluçava em seu peito.

– Me perdoa, eu sou um idiota. – ele sussurrava enquanto eu continuava a chorar. – Me desculpa por tudo o que eu falei... por Merlin ruiva! Não chora.

Eu levantei meu olhar no momento em que ele me chamou de ruiva e um sorriso de leve se abriu nos meus lábios no momento em que eu encontrei os olhos dele e que nesse momento tinha aquele brilho que eu tanto amava.

Eu tinha o meu Sirius de volta.

– Me perdoa. – ele distribuía agora beijos pelo meu rosto. – Eu não queria falar nada daquilo. Eu jamais quebraria a minha promessa porque eu te amo. – ele me encarou dessa vez. – Eu te amo mais do que você pode imaginar.

– Eu nunca te esqueci. – falei como se fosse uma confidencia enquanto colava minha testa com a dele. – Eu nunca faria isso. Eu te amo tanto e me dói saber que eu provavelmente não te mereço.

– Você só pode estar brincando não é? – ele rolou os olhos. – Eu que não te mereço, principalmente depois de tudo o que eu te falei.

– Não vou discutir isso, porque eu também não estou muito preocupada com esse assunto. – esbocei um leve sorriso. – Não estou me preocupando se eu te mereço ou não. Vou me permitir ser egoísta dessa vez.

– Nunca fiquei tão feliz em ouvir algo. – foi o que ele admitiu antes de colar seus lábios com os meus e eu teria ido ao chão se ele não estivesse sustentando todo o meu peso.

Como eu havia sentido falta daquilo.

Enquanto nos beijávamos, eu passei os braços ao redor do seu pescoço o trazendo ainda mais para perto e acariciei de leve o seu rosto, procurando lembrar-se de cada traço que eu tanto senti falta, demorando um pouco mais na sua barba à fazer. Era algo que eu tinha gostado bastante. O deixava mais... homem. Com aparência mais madura, além de fazer umas cosquinhas de um jeito... gostoso. O senti sorrir entre o beijo.

– Seu cabelo. – ele comentou enquanto distribuía leves mordidas pelo meu pescoço.

– O que tem ele? – perguntei enquanto ofegava de leve por causa dos carinhos que eu recebia.

– Gosto dele assim. – ele falou enquanto beijava o meu rosto de leve. – Te deixa mais mulher. – completou antes de atacar novamente os meus lábios enquanto me guiava para trás, e eu senti quando chegamos a borda da sua cama e ele me deitou delicadamente sobre a mesma.

– Algumas coisas mudam com o tempo. – falei enquanto me livrava da sua camisa e sentia seus músculos sobre a palma da minha mão e ele beijava o meu pescoço.

– Outras não. – ele acrescentou enquanto eu sentia sua mão por debaixo da minha blusa e o contato com a sua pele enviava um arrepio bom por todo o meu corpo.

– Você tem razão. – concordei enquanto ele se livrava da minha jaqueta e da minha blusa.

– Eu te amo. – ele parou o que fazia para me olhar nos olhos, como se fosse vital falar aquilo e como se eu precisasse saber e ele precisasse deixar aquilo claro.

– Eu te amo mais. – garanti.

– Você é a minha vida. – ele deu um beijo na minha testa antes de colar a sua com a minha sem nunca desviar seu mar castanho esverdeado de mim. – Eu vou te amar para sempre.

– Promete?

– Prometo. – ele garantiu. – Meu coração é seu.

– E eu sou sua.

Ele sorriu antes de colar seus lábios com os meus mais uma vez. A janela continuava aberta dando a visão para os lírios brancos e eu aprendi algumas coisas.

Muitas coisas podem mudar em três anos, mas como disse Dumbledore, algumas delas tem o poder de sobreviver ao tempo e eu tive certeza disso enquanto cada toque seu se fazia presente.

Eu era dele e ele era meu.

Um amor para a vida inteira.


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