Doce Ironia. escrita por Mrs Prongs


Capítulo 75
Eu não mereço você.


Notas iniciais do capítulo

* Juro Solenemente que não pretendo fazer nada de bom. *

WASSUP?
BEM VINDOS A MARATONA DE DOCE IRONIA AMORAS! É bom estar aqui.
Não, eu não estava brincando quando falei que durante a semana eu irei postar um capitulo TODO DIA até o fim de DI. Por motivos que já foram citados antes e que serão explicados melhor... futuramente.
Bom, meu final de semana foi muito corrido e eu quase não parei em casa o que foi um problema. Tipo, eu fui dormir quase quatro horas da manhã desde sexta feira TODOS OS DIAS porque eu tinha que adiantar os capítulos de Doce Ironia se quisesse ficar postando todos os dias como vou fazer. E eu ainda tinha que acordar cedo, então me amem.
Eu mal dei atenção para o meu namorado esse final de semana por causa de tudo isso. Quando eu não estava em casa escrevendo eu tinha que sair rapidinho. Mas as vezes eu dava um fugidinha para vê-lo, porque ninguém é de ferro.
Pelas minhas contas, seguindo na maratona, na SEXTA FEIRA eu posto o ultimo capitulo de Doce Ironia, e no sábado eu posto o EPILOGO e o CAPITULO EXTRA. Por falar em capitulo extra... não esperem grande coisa e eu não estou brincando ok amores? Ele não vai ser nada do que vocês estão pensando e tals, vai ser mais um capitulo de... entendimentos sobre algumas informações, alguns comentários e agradecimentos. Vocês vão entender depois.
Então, ok então. Já tenho o cronograma certo e todo dia vou postar um capitulo novo. Todo dia quando eu chegar do colégio, ou seja, de tardinha por aí. An, sobre os reviews... não fiquem chateados se vocês mandarem e eu não responder imediatamente ok? Como eu vou estar postando todo dia, ou eu escrevo ou eu respondo, mas eu vou me esforçar sempre pra responder, porque eu amo cada review de vocês. Vocês não tem noção ♥
Ok, agora vamos para os típicos agradecimentos de RECOMENDAÇÕES:
Sorvete com calda: O que dizer da sua recomendação? EU AMEI SUA DIVA! VOCÊ TA BRINCANDO? EU ADORO OS SEUS REVIEWS CARA E É OBVIO QUE EU TAMBÉM NÃO TENHO O JUIZO MUITO CERTO E NO LUGAR ENTÃO LOUCOS SE ENTENDEM. Ok, retirando o CapsLock, eu quero dizer que você acabou com o meu emocional e que fico muito feliz com a sua recomendação amora. Muito, muito obrigada mesmo ok? E só para não perder a pratica: Beijos e cupcakes ♥
Annalice: Aiin, muito obrigada amora, eu fico muito feliz que goste tanto assim da historia e tudo mais. É tão bom saber dessas coisas. Obrigada pela recomendação ok? ♥
Leeh Campos: CARA EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ CRIOU UMA CONTA NO NYAH SÓ PRA RECOMENDAR DOCE IRONIA! VOCÊ TEM NOÇÃO DO TAMANHO DO MEU SORRISO AGORA AMORA? Ok, qual o meu problema com o CapsLock hoje? Enfim... Meu Merlin, pelos deuses... eu estou com um sorriso rasgando a cara nesse momento. Muito, muito obrigada pelos elogios a fanfic, fico tão feliz que goste de Doce Ironia tanto assim E SEJA BEM VINDA. Não se assuste com a minha loucura. Haha. Muito obrigada também pelos elogios a mim ~le jogada de cabelo~ AMEI O DIVA. Hauhs, agora falando serio... muito obrigada pela recomendação amora ♥
LuluPotter: AI MEU MERLIN OUTRA PRA ME FAZER TER UM ATAQUE DO CORAÇÃO. Nossa... muito obrigada. Eu sou simpática? Achava que era maluca... Hauhsuahs, enfim, vocês não fazem ideia do quanto eu amo conversar com vocês. Super hiper mega ultra blaster,DIVONICA! nossa meu ego foi no Olimpo dar uma volta com o ego barra beleza do Apolo (por Poseidon... ele é quente) e voltou. Você pode ligar para a minha mãe e repetir isso para ela? Hauhsuahs, ok, parei com a brincadeira. Muito, muito obrigada sim? ♥
Esse capitulo é de vocês quatro ♥
Mas mudando brevemente de assunto... sobre o capitulo... NÃO ME MATEM. Como eu disse... coisas surpreendentes vão acontecer, reviravoltas, dramas... tudo isso leva ao fim de Doce Ironia. E esse capitulo é essencial e eu tenho que dizer que quase chorei escrevendo porque ele me corta o coração. Mas enfim...
Vou deixar vocês lerem.
Enjoy it.

*Malfeito, feito.*



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“Eu costumava pensar que um dia ia contar a nossa história, como nos conhecemos e tudo aconteceu instantaneamente. As pessoas diriam: "eles são os sortudos". Eu costumava achar que o meu lugar era um local próximo a você, agora eu estou procurando por uma cadeira vazia porque ultimamente eu não sei em que página você está. Oh, uma simples complicação, falhas de comunicação destruíram tudo. Tantas coisas que eu queria que você soubesse. Tantos muros que eu não pude quebrar. Agora estou sozinha em uma sala lotada e não estamos nos falando. E eu estou morrendo de vontade de saber: isso mata você de alguma forma, como mata a mim? Eu não sei o que dizer sobre a reviravolta do destino quando tudo se quebrou e nossa história se parece com uma tragédia agora. Próximo capítulo.” – The Story Of Us



P.O.V’s. Ashley

“Ou talvez porque, pela primeira vez, nós achamos um verdadeiro motivo para querer ficar.”

Essa era a frase que me perseguia dia e noite e eu tenho que agradecer exclusivamente a Audrey por tê-la colocado em minha cabeça. Eu estava enlouquecendo, era isso.

Eu simplesmente não sabia o que fazer.

Eu fugia de tudo e de todos e eu sabia que a fabulosa seguia meu exemplo. Eu procurava uma saída. Uma única brecha para fugir disso tudo.

A AMB sempre havia sido o meu sonho. E esse era o problema... continuava sendo. Mas algo havia mudado, simplesmente ir até a diretora e aceitar a vaga que eu tanto desejei, não parecia mais tão certo assim. Era como se um peso estivesse nas minhas costas. Algo que me prendia ao lugar que eu estava, me impedindo de fazer a escolha que eu tentava a todo custo fugir.

E esse “peso” tinha nome e sobrenome.

Nesses dias em que eu fugi de todos, eu pude pensar e chegar a algumas conclusões.

Eu era uma pessoa completamente diferente de alguns meses atrás. E isso me assustava porque eu não conseguia acreditar que nem eu própria me reconhecia mais. Eu não conseguia entender a mim mesma e isso era horrível.

A Ashley de antes morava na França, tinha seus amigos também franceses e estudava na Beoxbatons. Odiava seus avós, mas as vezes era obrigada a conviver com eles e quando isso acontecia se preocupava em fazer cada segundo ser um verdadeiro inferno para os dois. A Ashley de antes nunca havia se apaixonado de verdade por ninguém. A Ashley de antes tinha como meta a ser alcançada terminar seus estudos e focar unicamente na AMB. A Ashley de antes tinha planos de fazer tudo isso ao lado da sua melhor amiga.

Mais aí tudo mudou. A Ashley de antes sumiu dando lugar para esse ser incompreensível, confuso e emocionalmente instável que eu sou agora.

E bom... eu moro em Londres. Meus amigos agora são da maioria britânicos e ruivos. Nossa... quantos ruivos. Estudo em Hogwarts e descobri que essa escola acabou virando o meu lar. Sou uma Grifinória orgulhosa, mas que – por algum milagre – virou amiga de um Sonserino que mal fala comigo hoje em dia e eu sinto dizer que a culpa é exclusivamente minha. Continuo odiando meus avós... mas não tenho que conviver com eles e muito menos me preocupo em fazer da vida deles um inferno. Aprendi que tem outras coisas que merecem mais a minha atenção do que uma cara de cavalo e um leão marinho. Eu estou apaixonada por ele e só Merlin sabe o quanto ainda é difícil admitir isso. E eu ainda tenho como meta ir a AMB, mas incrivelmente isso não era uma das minhas prioridades mais. Porque eu não sabia mais o que fazer. Porque eu achava que havia algo mais importante do que essa vaga. Mas eu tinha uma escolha a fazer e eu queria fazer a escolha certa.

Eram duas Ashleys brigando.

Uma era o cérebro que gritava: O que você esta esperando para ir aceitar aquela vaga garota? O que você esta esperando para arrumar as suas malas e voltar para França? A AMB sempre foi o seu sonho não foi? Sua meta! Você pode alcança-la agora.

Mas a outra... a outra era o coração. E ele estava desesperado. Ele gritava que eu deveria ficar. Que aqui era minha casa agora, que aqui estavam as pessoas que eu realmente me importava. Aqui estavam os meus amigos... aqui estava o Sirius.

Sirius.

James Sirius Potter.

Eu não me via mais indo embora e o deixando aqui. Mas eu também não me via ficando e decepcionando o meu pai, e todos aqueles que esperavam isso de mim. Eu também não me via desistir de um sonho.

E a AMB era um dos meus sonhos. Eu não podia – e nem iria – negar isso.

– Ashley... – uma voz feminina me tirou dos meus pensamentos. – Você esta bem? – era uma Rose hesitante que me olhava meio preocupada.

Não a culpava. Eu provavelmente tinha uma cara péssima.

Estava na biblioteca, o meu refugio nos últimos dias. Com tudo isso na cabeça eu mal dormia a noite e estava cheia de olheiras. Eu mal falava com meus amigos e isso provavelmente os deixava apavorados já que eu fazia o tipo que não calava a boca em momento nenhum.

– Estou ótima. – forcei um sorriso fechando o meu livro de DCAT. Estava estudando, sem realmente estudar, para os NIEM’s. Aí você se pergunta: Tem como fazer isso? Acredite... tem sim. É como ler um livro, mas a sua mente estar em outro lugar. Então você lê, sem realmente ler e absorver nenhuma informação e você sempre tem que voltar para ver aquilo novamente.

– Me desculpe, mas... – a ruiva hesitou mais uma vez. – Você não parece muito bem.

– Eu sei. – suspirei franzindo de leve a testa. – Eu só... deixa para lá ok? – realmente não estava a fim de explicar. – Preciso ir. – completei me levantando. Não precisava realmente, mas apenas não queria ficar ali.

– Nos vemos depois? – Rose perguntou me seguindo com os olhos enquanto eu me afastava.

– Claro. – forcei um sorriso antes de sair porta a fora e respirar fundo. A única coisa que eu queria era ficar sozinha, então eu iria para o meu refugio particular. A torre de astronomia.

O caminho até lá foi curto e silencioso, apenas eu sozinha com meus próprios pensamentos torturantes e confusos. Era estranho. Eu queria conversar com alguém, desabafar sabe? Ao mesmo tempo que eu sabia que ninguém me entenderia e que eu deveria decidir isso sozinha.

Só existia uma pessoa no mundo que a vontade de conversar era quase esmagadora, mas era justo essa pessoa que seria a ultima que eu procuraria para falar.

– Eu sabia que você estaria aqui. – uma voz masculina calma me fez congelar enquanto olhava para o céu. – Porque todo mundo que esta emocionalmente instável sempre vem para esse lugar?! Deveria haver uma explicação logica para isso.

– Talvez porque aqui a gente se sinta mais próxima do céu. Mais próxima da paz. – foi o que eu falei antes de me virar com um minúsculo sorriso nos lábios. – Hey Rich.

O Sonserino sorriu de leve de volta para mim e se aproximou se sentando em minha frente e me olhando com aqueles olhos azuis que mais parecia o céu. Ele continuava a mesma coisa. A mesma aparência. Mas eu não sabia se as emoções continuavam as mesmas.

– Você esta péssima. – foi o que ele disse simplesmente.

– Obrigada. Toda garota ama ouvir isso. – ironizei rolando os olhos e ele sorriu mais.

– Você entendeu. – ele estendeu a mão traçando o meu rosto com a sua mão e demorando um pouco mais nas minhas olheiras e na minha ruga de preocupação bem entre a testa. Ela sempre aparecia quando tinha algo me incomodando. – Você tem andado por aí parecendo um zumbi sweetsmile...

– Obrigada. De novo.

– ... e eu quero saber o que aconteceu. – continuou me ignorando.

– Não é nada demais Rich. Não precisa se preocupar comigo. – desviei o olhar calmamente.

– Mas eu me preocupo. – ele falou serio. – Quantas vezes eu vou precisar falar que você é importante para mim Ashley? Não gosto de te ver mal, então seria uma boa se você simplesmente falasse logo.

Eu fiquei em silencio sem lhe olhar. Não sabia por que ele ainda tentava me ajudar depois de tudo que eu havia feito – mesmo que não intencionalmente – a ele.

– Foi o Potter? – ele continuou quando eu fiquei em silencio. – Ele fez algo? Ele te magoou?

– Não, não. – falei rapidamente e respirei fundo voltando meu olhar para ele e lhe olhando nos olhos. Eu sabia que ele poderia ver toda a indecisão nos meus. – Sou eu. O problema sempre sou eu. Eu continuo magoando todo mundo que eu amo, porque eu sou uma vadia egoísta. Eu simplesmente não sei o que fazer.

– Ei... – Rich falou assustado tocando de leve o meu ombro quando eu apoiei a minha cabeça em mãos. – Não fale assim. Você não é nada disso sweetsmile.

– Sou sim. – levantei meu olhar para ele mais uma vez. – Eu te fiz sofrer.

– Mas a culpa não foi unicamente sua. – ele me lançou um sorriso triste. – Eu que não soube reconhecer uma guerra perdida, desde a primeira vez que eu coloquei meus olhos em você. E incrivelmente não me arrependo de nada.

– Mas eu tenho medo de machuca-lo também. – sussurrei e ele me abraçou de lado respirando fundo. Eu imaginava o quanto doía para ele falar sobre isso comigo. Deveria ser horrível. Eu era um monstro.

– Você não vai fazer isso Ash. – em reconfortou.

– Eu já fiz.

– Como? – se afastou levemente para me olhar atentamente. – Ashley, o que aconteceu?

Hesitei um momento antes de suspirar derrotada e pegar dentro da bolsa que eu carregava comigo a carta da AMB. Eu a carregava para todo o lado comigo, acho que como um lembrete que se algo está ruim, sempre pode piorar. Respirando fundo eu entreguei a carta para o Rich curioso.

Observei seus olhos azuis passarem pela carta e a cada linha sua testa se franzir mais e mais enquanto sua boca se pressionava em uma linha rígida. Ele também não pareceu gostar muito do que estava escrito ali.

– Isso é serio? – perguntou finalmente.

– Sim.

– E por isso você esta tão diferente ao ponto de ignorar até o seu namorado?

– Sim.

– Porque?

– Porque eu simplesmente não sei o que fazer. – exclamei lhe olhando. – Eu não sei o que fazer Richard. Eu não sei o que escolher. Você tem noção do quão grande é isso?! Droga! Isso sempre foi o meu sonho, mas eu não me imagino indo embora e deixando tudo para trás, meus amigos, minha família...

– E o Potter. – ele completou lendo meus pensamentos e me devolvendo a carta.

Não respondi.

– Eu não posso te ajudar nisso Ash. Eu queria... mas não posso. – falou em resposta ao meu silencio. – Não posso dizer que gostei da ideia de te ver voltar para a França, porque eu também não gostei, o que é incrivelmente irônico levando em conta o fato de que eu nem sabia se ia te ver novamente quando terminássemos o sétimo ano, mas eu não sei... a ideia de te ver mudar para outro país não me deixa necessariamente feliz e isso é muito idiota e masoquista da minha parte.

– Rich...

– Então eu não posso negar que entenda o Potter. – ele me cortou. – Não deve estar sendo fácil para ele, mas isso é algo que só você pode decidir Ashley. Não posso te mandar ir embora ou muito menos te obrigar a ficar.

– Eu sei disso.

– Sinto muito. – foi o que o Sonserino falou antes de se levantar e me dar um beijo na testa rumando para a saída da torre de astronomia em seguida. – Boa sorte sweetsmile.

[...]


A noite já caía e eu ainda permanecia parada no mesmo lugar que o Rich havia me deixado. Havia perdido o período da tarde inteiro de aulas e incrivelmente não estava me importando nem um pouco com isso. Mas a minha barriga já protestava por falta de alimento.

Eu estava morta de fome.

Suspirando, juntei todas as minhas coisas me levantando arrumando as minhas vestes antes de rumar para a saída da torre descendo rapidamente as escadas da mesma em seguida. Não estava nem um pouco a fim de ser pega pelo Filch e tomar uma bela detenção.

Os corredores estavam vazios então eu achei que as pessoas estivessem todas em seus salões comunais esperando o horário do jantar. Apenas tomei meu caminho cantarolando uma música triste enquanto andava.

Porque nossas musicas favoritas da vez sempre tem que refletir como a gente se sente? Acho que pelo fato de ser sem graça ouvirmos uma musica e não tentar encaixa-la na nossa vida.

Oh darling, don't you ever grow up, don't you ever grow up, it could stay this simple. I won't let nobody hurt you, won't let no one break your heart. And no one will desert you, just try to never grow up, never grow up. – cantarolava enquanto andava, até ser interrompida pelo barulho de risadas incrivelmente familiares.

Com a testa franzida, virei no corredor a direita, em direção as vozes e assim que cheguei perto delas meus olhos se arregalaram.

Sirius e Dominique conversando animadamente em um corredor vazio. Conversando e rindo. Ele tinha um sorriso no rosto, um sorriso que chegava quase a ser feliz, sorriso esse que eu não via ultimamente pelo fato de quase não vê-lo mais.

Sirius. Veela demoníaca. Corredor vazio. Conversando. Rindo. Sorriso.

A raiva me corroeu por dentro.

– Atrapalho algo? – minha voz era cortante e ambos se viraram ao mesmo tempo em minha direção.

Observei a praga loira rolar tediosamente os olhos e fazer uma expressão de desdém antes de meus olhos seguirem para o Sirius. Ele não tinha mais o sorriso no rosto e seus olhos focados nos meus estavam impassíveis.

– Eu acho melhor eu ir Jay. – Dominique falou calmamente me fazendo travar os dentes.

– Você. Fica. – falei ameaçadoramente, mas meus olhos ainda estavam focados nos dele. – O que estava acontecendo aqui?

– Nós estávamos conversando. Apenas isso. – pela primeira vez em alguns dias eu ouvi a voz dele, alta, clara e rouca. Um leve arrepio correu meu corpo.

– É, eu pude perceber. – falei com um sorrisinho cínico antes de me virar para a veela demoníaca loira. O que ela queria? Apesar de tudo ele era meu namorado.

– O que foi Dursley? – ela questionou quando sentiu meu olhar fulminante sobre ela. – Não acredita no seu próprio namorado? – debochou.

– É em você que eu não acredito. – silabei.

– Você é patética. – foi o que ela falou.

– E você é uma vadia.

– Ashley, chega. – Sirius falou firmemente e eu lhe olhei. – Não fale assim com ela.

– Vai defende-la? É isso? – sim, eu estava incrédula.

– Sim. – ele falou prontamente. – Você não sabe do que estávamos conversando, na verdade você não sabe de nada, sendo que tem fugido de mim nos últimos dias não acha?

Eu fiquei em silencio lhe encarando.

– Acho melhor eu ir. – a praga dos infernos falou novamente e me encarou antes de sair. – Creio que vocês tenham o que conversar. – debochou antes de seguir pelo corredor.

– O que estava conversando com ela? Justo com ela? – disparei para ele assim que ela sumiu do meu campo de visão.

– Ela é minha prima. – Sirius rolou impassivelmente os olhos enquanto se recostava na parede. Toda aquela indiferença estava me deixando com mais raiva ainda.

– E isso não muda nada!

– Porque não? – pela primeira vez ele demonstrou emoção e foi irritação. – Porque você não gosta dela? Eu também não suporto o Miller, mas isso não te impede de falar com ele, impede?

– Porque você está agindo assim? – sim, eu estava magoada.

– Me responda você. – ele se aproximou de mim. – Minha namorada me conta que provavelmente vai passar três anos fora e quando eu só queria ficar do lado dela ela simplesmente fugiu de mim não se importando com nada. Me diga agora... porque você acha que eu estou agindo assim?!

– Eu precisava ficar sozinha. – sussurrei.

– E eu precisava de você. – ele falou simplesmente.

– Me desculpe Sirius...

– Eu não estou te cobrando nada Ashley. – ele me cortou. – Mas droga... tenta entender! Como você se sentiria estando no meu lugar?! Você é a coisa mais importante que eu tenho e eu talvez possa perder você!

– Você não vai me perder. – falei com convicção.

– Não? – ele realmente estava magoado. – Não tenho tanta certeza disso.

– Me perdoa? Eu nunca quis fazer isso com você. – murmurei engolindo o choro. – Eu não poderia imaginar que tudo isso ia acontecer. Me perdoa.

Eu era um monstro. Era essa a verdade. Eu só servia para magoar todo mundo que eu amava. Era doentio.

– Eu seria incapaz de sentir ódio de você ruiva, ou qualquer coisa parecida. – ele desviou o olhar parecendo frustrado. – Só Merlin sabe quantas vezes eu tentei sentir raiva de você e nunca consegui de verdade. Então eu não tenho o que perdoar.

– Porque você é assim? – eu preferia mil vezes que ele gritasse comigo e me dissesse todas as verdades que eu sabia que merecia, mas não. Ele não o fazia isso era infinitamente pior. – Porque simplesmente não olha para mim e me diz todas as verdades que eu sei que eu mereço? Porque você continua tentando enquanto a única coisa que eu consigo fazer é magoar todo mundo a minha volta?

E agora eu podia ver claramente, o quanto eu era ruim. Todas vezes que eu havia o esnobado. Todas as vezes que eu havia gritado com ele enquanto ele só queria uma chance.

Ele era bom demais para mim e nesse momento eu só queria morrer.

– Porque eu te amo. – foi o que ele falou simplesmente focando seus olhos nos meus e nos seus olhos castanhos esverdeados eu podia ver claramente um turbilhão de emoções.

Eu estava paralisada. Três simples palavras haviam conseguido fazer isso comigo. Três simples palavras que saíram tão naturalmente dos lábios dele, como se ele tivesse plena e absoluta certeza disso e estivesse apenas constatando um fato ou como se ele falasse aquilo todo dia.

Mas era a primeira vez que eu ouvi isso dele e, apesar da felicidade que surgiu dentro de mim ao notar que ele também me amava... essas três palavrinhas me quebraram por dentro porque eu sabia que nunca seria boa o bastante para ele.

Eu sempre faria algo que iria magoa-lo. Porque era isso que eu fazia. Eu magoava todos a minha volta e eu não iria conseguir suportar conviver com o fato de que ele estava infeliz e a culpa era exclusiva e unicamente minha.

Não há nada pior no mundo do que ver uma pessoa que você ama sofrendo. Só é pior quando você sabe que ela esta sofrendo por sua causa.

– Eu sinto muito por isso Sirius. – sussurrei olhando para o chão, antes de dar as costas e começar a caminhar para sair daquele corredor enquanto engolia as lagrimas. Eu vi ele abaixar o olhar com o rosto retorcido em tristeza e isso conseguiu me deixar ainda mais quebrada. – Eu não mereço o seu amor.


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