“Ai você tava bem, e do nada veio aquela vontade incontrolável de chorar”

P.O.V’s Ashley.

– Vamos lá Ashley... Vai ser divertido! – a Roxy ainda tentava me convencer. Por favor... será que eu teria que desenhar para esse povo entender?!

– Não. Eu não vou ir lá para fora, nesse frio. Esqueça. – disse num tom final.

Eu tenho uma teoria que meus amigos não batem muito bem do juízo. Claro, porque só pessoas mentalmente deficientes iriam querer ir lá fora nesse frio infernal. Frio infernal... ok, isso não fez lá muito sentido.

– Porque você quer ficar aqui dentro? – a Lilly perguntou inconformada para a minha cara de tedio.

– É. Todo mundo esta indo lá fora. Ta um dia lindo. – a Audrey falou irritada. “Lindo”. Sei.

Por favor... lá fora deveria estar fazendo os seus 5ºC. Tinha um tapete de neve e eu não duvidava que um pinguim sobrevivesse no clima ártico que estava lá fora.

A única coisa que diferenciava hoje dos outros dias de frio que antecedem o natal era o fato que não tinha aquele vento cortante. O sol estava lá, apesar de não aquecer nada.

Era um dia perfeito para quem quer admirar a neve. A pergunta é: Eu tenho cara de quem quer admirar a neve?!

– O que você vai ganhar ficando aqui dentro? – dessa vez foi a Rose. Serio... elas já estavam me irritando.

– Eu não vou morrer de hipotermia. – revidei. Serio, o salão da Grifinória estava tão quentinho que eu achava que poderia dormir se eu quisesse. O problema é que você não consegue dormir quando se tem quatro garotas resmungando no seu juízo.

– Ashley! O pessoal já esta nos esperando. – a Roxy tentava me fazer levantar do pufe.

– Eu. Não. Vou. – falei pausadamente para ver se elas entendiam.

– Você vai sim, nem que eu tenha que te empurrar escadaria a baixo! – a Audrey estava ficando mesmo irritada.

– Serio... quanto vocês querem para me deixar em paz? – questionei bufando de raiva.

– Não vamos te deixar em paz. Você vai com a gente! – a Lilly disse de uma vez por todas.

– Vocês são irritantes! – praticamente gritei enquanto me levantava do pufe e ia em direção ao dormitório vestir uma roupa quente. Com certeza eu não poderia sair com a roupa que eu estava lá para fora se não quisesse virar um picolé.

As meninas já estavam prontas e comemorando enquanto eu subia as escadas rolando os olhos. Apesar de amar frio, hoje eu só queria ficar no salão quentinho e tomando chocolate quente feito pelos elfos. Era pedir demais?!

Vesti uma roupa quente e desci novamente as escadas encontrando elas me esperando impacientes. Eu ainda não era o Flash, portando não me arruava na velocidade da luz.

– Ainda bem. Vamos logo. – a Lilly e a Rose literalmente me arrastavam para fora do salão comunal.

– Já estou indo. – resmunguei de volta impaciente. Meu animo hoje estava como a temperatura lá fora. Quase a baixo de zero.

– Aleluia! Pensei que tinham morrido lá dentro! – a voz escandalosa do Fred soou assim que pisamos nos jardins cobertos de gelo de Hogwarts.

– Culpem a ruiva aqui! – a Roxy me entregou.

– Ah, quer dizer que a culpa é minha por vocês não saberem levar um não? – eu questionei indignada.

– Que seja. – a Audrey fez um gesto de desdém com as mãos.

– Onde esta “todo mundo”? – ironizei vendo que nem todos os nossos amigos estavam ali. Só estava o Potter, o Fred, o Hugo, a Luce, o Scorpius, o Lorcan, o Albus e o resto de nós. Faltava umas poucas pessoinhas...

– O John disse que ia dar uma volta com a Charlotte. – o Potter disse com um sorriso... safado? Quer saber... não vou nem perguntar.

– O Louis e a Molly estavam na biblioteca. Disseram que não iam pisar aqui fora nem pagos. – o Hugo contou.

– Que inveja deles. – resmunguei.

– Larga de ser mal humorada minha ruiva. – o Potter falou risonho e vindo me abraçar. Quem deu essa intimidade a esse filhote de cruz credo?!

– Eu não sou sua ruiva Potter! – falei irritada. – E me larga! – completei saindo do seu abraço.

– Nossa... alguém ta de TPM. – o Fred cantarolou. Esse aí quer se juntar ao amigo no clube dos futuros defuntos?!

– Cala a boca Fred! – quase gritei e no automático, peguei uma bola de neve e taquei no garoto. Ela atingiu em cheio o seu rosto. ASH ROCKS!

Todo mundo começou a rir enquanto o Fred limpava o seu rosto e estreitava os olhos malignamente para mim. Um sorriso maroto apareceu no seu rosto e eu arregalei os olhos.

Fodeu legal.

– Não Fred! – gritei com uma voz fina e comecei a correr com o garoto na minha cola me perseguindo com uma bola de neve.

Então eu vi o vi arremessar a bolinha branca e no impulso eu me abaixei. A bola passou raspando pela minha cabeça e atingiu a... AUDREY?

– SEU VEADO! – ela gritou em direção ao Fred enquanto eu ria e tacou nele outra bola de neve. O garoto prontamente abaixou e a mesma pegou na Roxy.

Bom, depois disso o pandemônio foi solto.

O Albus foi atingido e também entrou na briga assim como o resto do povão. Quem olhasse para os jardins agora veriam 12 adolescentes retardados rindo e jogando neve um no outro.

Taí... não achei que poderia ser tão divertido.

Então eu vi o Potter me olhando com uma cara travessa e segurando uma bola de neve e só deu tempo de reagir instantaneamente, comecei a correr para longe com ele seguindo no meu encalço.

Eu até que era bastante rápida, para uma ruiva com tendências ao desastre.

Então algo no caminho me fez desviar a atenção. Freei bruscamente e tombei a cabeça de lado... aquilo ali era um coelho? Não parecia um.

Meu erro foi ter parado e me distraído, quando eu fui ver o Potter já tinha tombado em mim e nós dois estávamos caídos no chão. Ele por cima de mim.

– Arg Potter... sai de cima de mim. – tentei me debater, mas ele apenas riu.

– Não, não. – cantarolou e pegou uma boa quantidade de neve e colocou no meu cabelo ruivo. Veado! – Para ver se apaga o fogo. – completou gargalhando e eu fiz cara de tedio.

– Nossa, quanta criatividade. Eu já ouvi essa antes! – falei irritada e ele riu ainda mais.

– Você sabe que fica ainda mais linda em contraste com a neve? – ele questionou, detalhe... ainda em cima de mim. Eu ia chuta-lo daqui a pouco.

– Oi?! – será que esse garoto anda fumando pó de flúor?

– Mais linda. – ele repetiu me olhando nos olhos. – Seus cabelos vermelhos fogo em contraste com a neve, seus lábios vermelhos, sua pele branquinha e bochechas coradas devido ao frio, seus olhos verdes... dizem que as pessoas ficam ainda mais bonitas no frio. Agora eu acredito.

– Certo... que droga você fumou? – perguntei depois de encara-lo por um tempo. Ele gargalhou da minha cara.

– Estou perfeitamente lucido. – ele sussurrou. Quando foi que ele ficou tão perto assim?

Com o polegar, ele acariciou a minha bochecha, não desviando em nenhum momento seu olhar do meu, em seguida simplesmente juntou nossos lábios em um selinho demorado. Surpreendentemente seus lábios continuavam quentes sobre os meus.

– Potter! – quase gritei quando ele se afastou. Ele apenas riu de mim. Odeio quando ele faz isso.

Na verdade, tou para achar algo que eu não odeie no Potter.

Ok, talvez eu não odiasse seus olhos. Eles até que eram bonitos.

Finalmente ele se levantou e me estendeu a mão para me ajudar. Orgulhosa, eu simplesmente bufei e me levantei sozinha limpando a neve de cima de mim, o que o fez sorrir.

– Será que da para vocês dois ajudarem?! – uma Rose correndo de um loiro que eu reconheci como o Scorpius passou gritando pela gente.

– Tem meio que uma guerra acontecendo aqui. – dessa vez foi a Luce correndo do Hugo.

– Ta com você. – um Potter gargalhando pegou uma bola e jogou em mim, correndo em seguida.

Eu apenas fiquei parada com cara de idiota o observando se afastar. Bufei e rolei os olhos, juntando outra bolinha de neve e começando a correr também.

De longe observei o Potter e tive que concordar com ele. Ele também ficava mais bonito no frio. Como ele conseguia esse milagre?

A questão é: Como ele conseguia ser ainda mais bonito que o normal?

Merlin, por favor... me interne.