-E você não ira. –Essas palavras rodeavam a minha cabeça quando desci as escadas na segunda já pronta para ir à escola, minha casa agora rodeada de segurança me deixava agoniada.

 Sentei-me a mesa calada, me sentia sufocada sabendo que havia homens da CIA por toda Forks, meus pais se sentiam seguros, mas eu sentia que estavam invadindo a privacidade que eu recém adquirir.

 -Eu estou indo. –Eu disse me pondo de pé.

-Bella. –Meu pai chamou e eu fechei os olhos prevendo o que viria.

-Ruan a levará. –Meu pai disse e eu bufei.

-Não é melhor colocar uma placa na minha testa dizendo as pessoas que eu sou filha do ex-chefe da Cia e de uma ex-promotora e que é para eles ficarem longe porque a algum idiota por ai tentando me matar? –Questionei raivosa já andando para a sala e na porta me virei para gritar. –Seria mais discreto que me colocar com uns cinquenta seguranças.

 Bati a porta com raiva, coloquei o fone no ouvido e me dirigi ao Audi preto que me esperava, dois homens estavam no banco da frente enquanto um outro carro com quatro seguranças nos seguia, eu nada disse nem mesmo os olhei, tentei me acalmar até chegar a escola, mas foi impossível quando notei os olhares em mim.

-Estarei aqui fora caso precise de algo. –Ruan disse me fazendo olha-lo.

-Não precisarei. –Eu disse com raiva e sai de perto deles entrando na escola sentindo olhares em mim, era bom de mais para ser verdade.

-Hei Bella. –Ouvi me chamarem e me virei para olhar meus amigos.

-Oi pessoal. –Eu disse e passei a mão no cabelo ao olhar nos olhos de Edward e o vê olhar para os seguranças que nos regulava.

-Edward disse que você não quer falar sobre essa zona toda. –Rosalie disse apontando para os seguranças. –Nós não vamos questionar, mas saiba que estamos aqui por você.

-Obrigada! –Eu disse e suspirei. –É uma grande merda. Definitivamente!

-Vamos? –Emmett chamou e eu assenti.

 Seguimos para a aula e como o prometido nenhum deles questionou sobre os seguranças e não perguntaram o que ouve realmente sábado, eles simplesmente fingiram que nada estava acontecendo e isso me fez bem.

-Vocês sabem se Bruna vira hoje? –Questionei, nós estávamos no refeitório na mesa que lhes pertencia e onde agora eu me sentia incluída.

-Eu vi ela de relance, ela deve aparecer por ai a qual quer momento. –Jasper disse.

-Quando a virem me digam quem é? Quero falar com ela. –Pedi e eles assentiram.

 -Olha ela ali. –Edward disse alguns minutos depois, a menina entrava no refeitório e seus olhos pairaram sobre mim, eu me pus de pé e respirando fundo caminhei até ela, senti os olhares de todo o refeitório em mim, mas não parei.

-Bruna? –Questionei e ela assentiu me estendendo a mão. –Sou Isabella Swan. –Eu disse.

-A filha da promotora. –Ela disse baixo me fazendo recuar. –Eu sempre soube dês do dia que você apareceu nessa escola a primeira vez, eu estive em LA por algum tempo.

-Podemos conversar longe daqui? –Questionei olhando ao redor.

-Claro. –Ela disse e nós saímos do refeitório indo em direção à biblioteca.

 Enquanto caminhávamos eu vi alguns seguranças e eles nos olharam até entrarmos no prédio da biblioteca, nós fomos para uma área reservada e nos sentamos.

-Eu realmente sinto muito pelo que aconteceu, quando nos mudamos para Forks achamos que seria seguro, que poderíamos em fim relaxar, que eu poderia ficar livre, livre dos seguranças e das recordações, das lembranças doloridas, eu achei que poderia recomeçar. –Eu disse e a olhei nos olhos. –Eu não queria que isso de forma alguma envolvesse qual quer pessoa que não tivesse ligação com isso, eu realmente sinto muito por tudo que você passou.

-Não se preocupe Isabella, eu sei que você esta assustada e acredite eu também fiquei, mas você esta segura agora, eu não fiquei ressentida nem nada do tipo por me confundirem com você, naquele momento eu soube que eles nunca realmente olharam para você, eles só viam suas fotos e achavam que saberiam te achar. –Ela suspirou. –Foi horrível e eu fiquei apavorada, mas isso já passou graças a seu pai eu fui levada com segurança para o hospital e minha família pode se acalmar. Vamos esquecer isso, sim? E eu desejo que seu pai possa em fim prender esse cara e que você tenha paz.

-Vamos sim! –Eu disse e suspirei. –Obrigada!

-De nada! –Ela disse e saiu me deixando sozinha na mesa, eu ouvi ela se afastar, mas antes ela se virou e eu vi algo em seu olhar, algo como dor. –Eu sinto muito por seu irmão.

 Antes que eu pudesse dizer algo ela se retirou me deixando sozinha, eu encostei minha cabeça na mesa e não me movi quando ouvi o sinal, eu queria poder esquecer toda aquela merda e ficar bem, mas era impossível.

 Eu ouvi passos, mas não me movi, ouvi cadeiras sendo puxadas a minha volta e eu soube que eram meus amigos, rolando os olhos eu levantei a cabeça e os olhei, eles pareciam determinados.

-O que fazem aqui? –Questionei e mordi o lábio inferior intrigada.

-Somos seus amigos, quer você queira ou não. –Alice disse. –E vamos ficar aqui mesmo que seja calados, para te fazer companhia.

-Vocês são loucos. –Eu disse e ri. –E incríveis.

-Obrigado! –Emmett disse nos fazendo ri.

 Nós conversamos um pouco, Edward estava ao meu lado e eu me permiti ler sua fisionomia, ele não parecia com pena nem me olhava de tal forma e eu soube que ele me entendia perfeitamente, olhei a mesa vendo eles rirem e sabia que seria o mesmo com todos eles, tomando coragem só Deus sabe da onde eu contei a eles tudo, contei que havia alguém em Forks querendo me matar, contei quem meus pais eram e como perdi Jacob, eu chorei um pouco, todos me abraçaram, mas ninguém me olhou com pena.

 O ultimo sinal tocou e nós seguimos para fora da escola juntos, Emmett estava abraçado a Rosalie, Jasper a Alice, Edward me surpreendeu passando seu braço por meu ombro e me puxando para perto do seu corpo, eu não recusei e passei um dos meus braços pela sua cintura, onde passávamos as pessoas nos olhavam, ao sairmos do prédio vi os seguranças a postos perto do carro e rolei os olhos.

-Vejo vocês amanha. –Eu disse me afastando e assentindo.

-Até amanha Bells. –Edward disse por todos me fazendo sorri ao ouvir o apelido, corri um pouco até onde Ruan se encontrava ele ainda olhou para Edward até eu parar na sua frente.

-Nem pense nisso Ruan. –Eu disse seria. –Eles são meus amigos e eu confio neles.

-Eu precisarei puxar a fixa deles Isabella você conhece as regras. –Ele disse, Ruan estava acostumado comigo, ele foi meu segurança por anos e já carregou muitas das minhas sacolas de compras, por isso nunca me chamava pelo sobrenome nem de Srta.

-Esqueça as regras Ruan, você não é mais meu segurança particular é um agente da Cia que esta aqui para defender minha vida se alguém tentar me matar, não para me afastar das pessoas. –Eu disse e entrei no carro o fazendo bufar.

-Veremos o que seu pai acha disso! –Ele garantiu fazendo o segurança ao seu lado segurar o riso, ele era novato então não o conhecia, eu rolei meus olhos sabendo que ele veria pelo retrovisor. –Você não mudou nada.

-E você continua o mesmo chato. –Eu disse cantarolando e foi à vez dele rolar os olhos, eu estava de bom humor e ele percebeu isso.

 Ao chegarmos à casa rodeada de seguranças eu entrei e joguei minha mochila no sofá seguindo para a cozinha onde minha mãe estava.

-Devíamos terminar de pintar a casa, meu quarto esta muito sem vida. –Eu disse pegando uma maça na fruteira.

-Veremos o que podemos fazer. –Minha mãe disse sorrindo para mim.

-Onde meu pai esta? –Questionei e minha mãe me avaliou esperando que eu me corrigisse, eu sempre o chamava de Charlie nunca de pai e eu sabia que isso a assustou.

-No escritório com Fernando. –Ela disse e eu bufei, segui até lá sabendo que Ruan já se encontrava lá.

 Respirei fundo me preparando psicologicamente para ver todos aqueles homens uniformizados e com caras de dar medo (que não causava o mesmo efeito em mim), bati três vezes na porta e entrei sem esperar resposta.

-Bella. –Meu pai disse sorrindo. –Estávamos realmente falando de você.

-Me conta uma novidade. –Eu disse rolando os olhos. –Fernando. –Eu cumprimentei com um aperto de mão e ele sorriu para mim, era outro que me vira crescer.

-Ruan estava nos contando sobre uma discussão no caminho para casa. –Fernando disse e eu rolei meus olhos novamente me encaminhando para o lado do meu pai.

-O Ruan é muito birrento. –Eu disse. –Ele acha que toda Forks vai me matar.

-Todos não, mas é melhor prevenir do que remediar. –Ruan disse.

-Isso não nos levara a nada. –Eu disse. –Estou aqui por que pensei em algo. –Eu disse e suspirei sabendo que era loucura e que logo viria uma discussão. –Podemos montar uma armadilha.

-Armadilha? –Meu pai questionou me avaliando.

-Sim, tiramos todos os meus seguranças, os colocando a distancia, os fazemos pensarem que eu estou desprotegida, ele vira ate mim e vocês o pegam. –Eu disse.

-Ficou louca? –Fernando e Charlie disseram ao mesmo tempo me fazendo rolar os olhos.

-Nem pensar. –Charlie disse ficando vermelho de raiva. –Seremos cautelosos, não permitirei que você se afaste de Ruan.

-Fomos cautelosos a vida inteira e agora Jacob esta morto. –Eu disse no tom de voz normal trazendo um impacto grande a sala, todos se calaram. –Eu não estou dizendo pai que estou me entregando, só estou lutando com outras estratégias.

-Bella. –Ele suspirou passando a mão no cabelo.

-Diga que não pode dar certo. –Eu disse e ele abaixou a cabeça. –Você sabe que pode, eu posso finalmente ser útil para algo, eu posso ser a isca, não deve ser tão difícil.

-Não. –Charlie disse.

-Caramba Charlie deixa de ser cabeça dura. –Eu disse passando a mão no cabelo nervosa. –Eu não vou ficar me escondendo para sempre, quanto mais eu fugir mais eu serei presa a isso.

-Bella dê um tempo para seu pai sim. –Ruan pediu e eu bufei e assenti.

-Você tem uma semana, se não conseguir se livrar deles e me devolver minha liberdade eu vou consegui-la, com ou sem a sua ajuda. –Eu disse e me retirei.

-Indomável. –Ruan disse assim que eu estava fora da sala.

-Não é para te deixar mais louco meu amigo, mas sua filha é uma líder nata. –Fernando disse.

 Depois disso eu fui para meu quarto e me joguei na cama, ele teria uma semana, se não conseguisse seria do meu jeito, e eles participariam do plano de um jeito ou de outro, não me importava com o quão caro isso sairia.