Respirei fundo fechando meus olhos e quando eu os abri eu sabia que toda minha postura de durona havia caído ali na frente de Edward estava Bella Swan a garota que havia perdido a pessoa mais importante de sua vida.

-Jacob Swan era o nome dele, meu irmão mais velho, meu protetor e a pessoa mais importante na minha vida. –Eu parei e me virei para olhá-lo nos olhos. –Minha mãe, Renée Marie Swan era promotora em NY, meu pai Charlie Swan era o chefe da cia.-Respirei fundo controlando meu tom de voz raivoso. –Por causa deles andávamos rodeados de seguranças, eu não podia fazer nada sozinha, todos que falavam comigo ou com meu irmão eram checados imediatamente para saber se tinham passagem na policia, chame de superproteção, eles chamavam de cautela.

 “Eles eram ameaçados constantemente, todos éramos, os caras que eles prendiam sempre faziam ameaças dizendo que nos matariam, sempre foi assim desde que eu me entenda por gente. Eles não tinham tempo para nós, éramos apenas os dois, ele por mim e eu por ele, isso sempre foi claro para nós dois.”

 Calei-me enquanto lagrimas rolavam por meus olhos, Edward nada disse apenas segurou minha mão, fazendo um carinho nela com o polegar, o olhei nos olhos e pude perceber que ele entendia, respirei fundo e continuei.

-No seu aniversario de 24 anos a alguns meses, eu lhe dei o cordão com a guitarra de presente, Jack adorava tocar e eu amava ouvi-lo, isso era um incentivo para que ele nunca parasse. –Eu toquei a correntinha e olhei para o céu. –Ele havia me dado no meu aniversario de 15 anos o exemplar do Morro dos Ventos Uivantes, eu sempre gostei de ler e aquele exemplar tinha sido o melhor presente de todos.

 “Então a dois meses atrás eu estava sentada no sofá da sala, havia acabado de voltar do treino das lideres de torcida, eu lia o livro novamente quando meus pais entraram e passaram direto para o escritório, eu os ignorei sem me importar, logo Jack chegou e bateu em meu livro.”

Flash Back.

-Pela milionésima vez eu te dei esse livro para a coleção não para você só ler ele. –Jack disse rindo e eu lhe dei a língua.

-Eu gosto. –Eu respondi.

-Vamos ver um filme? –Ele questionou pegando os DVD.

-Qual? –Questionei e ele deu de ombros.

-Da ultima eu escolhi, sua vez. –Ele me passou e eu comecei a revira-los até achar um que nós dois gostávamos.

-Um amor para recordar. –Eu disse lhe passando oDVD e ele o colocou no lugar.

-Você gosta de coisas antigas. –Ele disse se jogando no meu colo.

-Por isso que gosto de você! –Revidei e nós rimos.

 Enquanto o filme rolava os gritos começaram a ficar mais altos, Jacob bufou e rolou os olhos, nós sabíamos que mais uma ameaça estava ali presente.

-Eu não vou deixar que se encostem à minha filha. –Charlie gritou fazendo com que eu e Jack nos olhássemos, já o haviam ameaçado, mas nunca havia tido nenhuma diretamente a mim.

-E você acha que eu permitiria Charlie? Que mãe você acha que eu sou? –Renée gritou.

 Jacob levantou do meu colo e seguiu para o escritório enquanto eu me encolhia no sofá, o silencio se estalou e eu só ouvia as falas do filme, logo ele voltou e deitou no meu colo novamente.

–Esquece isso Bells, quantas nós já recebemos e todos nós estamos vivos não é. –Ele disse e eu suspirei.

–Você tem razão. –Eu disse.

 Quando terminamos de assistir o filme eu segui para meu quarto, o restante do dia se passou calmamente, ninguém me procurou, minha mãe não perguntou se eu estava bem sabendo que eu sabia sobre a ameaça e eu nada disse.

 Era sábado um dia depois, nós tínhamos um evento beneficente onde todos tínhamos que estar presente, eu bati o pé, gritei, mas nada resolveu eu fui arrastada a aquele maldito bale sem minha vontade.

 Jack manteve seu braço no meu enquanto desfilávamos pelo baile, eu usava um vestido rosa curto de apenas uma manga, e nós brincávamos sobre com quem eu me casaria.

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-Então veremos com qual você se casará? –Questionou olhando ao redor e eu lhe dei um tapa no braço.

-Não me casarei com qual quer idiota. –Respondi.

-Eu sei que não bells. –Ele rio. –Você é mais esperta que eles.

 Nós rimos e continuamos rodando, já era tarde e eu estava cansada, pedi para irmos embora, meus pais pediram para que esperássemos alguns minutos, eu estava cansada e não queria estar ali.

-Vou esperá-los lá fora, você vem? –Questionei.

-Vamos espera-los Bella, eu nem sei onde os seguranças estão. –Ele disse olhando em volta eu me soltei e suspirei.

-Dane-se os seguranças eu quero sair daqui. –Eu disse e caminhei para a porta, Jacob me acompanhou e saímos da festa, ao olhar para trás vi meus pais e os seguranças seguindo até nós.

 Depois de tudo, eu só queria voltar naquela hora, ter esperado lá dentro, ter ficado naquela festa por mais alguns minutos e então tudo estaria no lugar, mas eu fui teimosa e nós saímos da festa.

 Enquanto andávamos para o carro, um carro preto parou na nossa frente, quatro caras saíram de dentro e sacou as armas, eles gritavam e atiravam nos seguranças do local quando um deles mirou em mim Jacob entrou na minha frente recebendo todas as balas que eram para mim.

 Nós dois caímos no chão enquanto mais tiros eram ouvidos vindo de trás de nós, nossos seguranças mataram os caras, eu puxei Jacob para meu colo, ele ainda respirava enquanto eu chorava.

-Não me deixa, por favor! –Eu implorei molhando seu rosto com minhas lagrimas.

-Eu te amo pequena. –Ele disse e eu beijei sua testa.

-Não, por favor. –Eu pedi o apertando, quando meus pais se aproximaram era tarde de mais, ele morreu ali nos meus braços.

 Eu gritei, chamei pelo seu nome, mas ele não me respondia mais, eu desabei ali na frente de todos, eu o apertei querendo que ele voltasse, voltasse para mim, para sua irmãzinha pequena e indefesa que não sabia se cuidar sozinha.

Fim de flash back.

-Ele salvou minha vida naquele dia, mas a culpa da sua morte foi tão minha quanto dos meus pais, eu insisti para que saíssemos, eu sabia da ameaça, mas eu o levei para fora sem nenhuma proteção. –Eu disse e solucei, senti os braços de Edward me envolver e eu chorei, chorei como nunca chorei antes, era a primeira vez que eu falava sobre aquele dia, a primeira vez que eu contava detalhadamente tudo que aconteceu.

-Eu sinto muito! –Ele sussurrou me apertando mais em seus braços.

-Não conte isso para ninguém. –Eu pedi. –Charlie escolheu Forks porque é segura, porque aqui ninguém sabe quem somos, ou quem fomos, não há passado.

-Eu não contarei. –Ele garantiu.

 Eu ainda chorei mais algum tempo e então aquela garota forte voltou, eu precisava de um tempo longe de Edward, longe de tudo, me afastei e me pus de pé.

-Bom agora você sabe. –Eu disse o vendo ficar em pé.

-É eu sei. –Ele disse.

-Eu preciso ir. –Eu lhe dei as costas e segui para a mansão, eu sabia que era seguida, mas eu não me virei para olhá-lo, eu não poderia olhá-lo e saber que agora ele me olharia com pena como todos fizeram.

 Ao chegarmos a mansão alguns policiais se encontravam na casa eu olhei até encontrar meu pai, caminhei em sua direção e ele conversava com Alice que parecia triste.

-O que aconteceu? –Questionei e Edward passou o braço protetor pela irmã.

-Uma garota sumiu. –Meu pai disse.

-Deve esta se pegando com alguém. –Edward disse.

-Só achamos a sandália dela, um pé dela. –Emmett disse se juntando a nós.

-Quem era? –Perguntei e meu pai me olhou nos olhos.

-Bruna Connor. –Rosalie respondeu e eu não entendi porque meu pai me olhava temeroso.

-Veja por si mesma. –Meu pai disse me entregando a foto da garota.

 Seus cabelos eram pretos e seu corte era parecido com o meu, ela usava uma calça jeans preta e sapatilhas, uma blusa vermelha e em sua cabeça uma boina.

-Tiramos essa foto hoje quando ela chegou à festa. –Jasper disse. –Era uma conhecida nossa.

 Eu dei um passo para trás vendo o que meu pai via, ela se parecia comigo, não tanto porque seus olhos não eram iguais os meus, mas estava ali, algumas aparências e no escuro poderíamos ser confundidas se a pessoa só tivesse me visto de longe ou em fotos.

-Você acha? –Eu comecei tocando o braço do meu pai o assustando, eu sempre evitava contatos.

-Eu não sei, a única coisa que sei é que vamos achar a garota e descobri quem fez isso. –Ele garantiu e eu assenti.

-Você acha que sabe quem fez isso? –Emmett questionou.

-Bruna não tinha inimigos, quem faria isso? –Jasper me olhou, mas eu desviei olhando para Edward e lhe entregando a foto, e eu vi quando ele notou o que eu tinha visto.

-Ela parece com você. –Edward disse em uma arfada.

-Podemos ser confundidas se você nunca me viu de perto ou se nunca me viu pessoalmente apenas por fotos. –Eu disse e ele assentiu.

-Vamos para casa Bella, te deixarei com sua mãe e irei continuar procurando pela menina. –Meu pai disse.

-Eu vim de carro. –Eu disse.

-Eu te sigo. –Meu pai disse e eu assenti.

-Nos vemos por ai. –Eu disse para os meninos e sai da casa indo até meu carro.

 Meu pai me seguiu até em casa, só entrou e nos mostrou onde estavam as armas e logo saiu, eu e minha mãe trancamos a casa e nos sentamos juntas em sua cama de casal com as armas nas mesas ao lado da cama, ela me abraçou e nós ficamos assim até cairmos no sono.

 Acordei em minha cama e bem tampada, me perguntando como é que meu pai ainda conseguia me carregar, tomei uma ducha e fiz minha higiene matinal, coloquei um short jeans e uma blusa de manga lilás, ao descer as escadas meus pais estavam sentados no sofá e estavam sérios.

-Bom dia. –Sussurrei.

-Bom dia Bells. –Minha mãe disse.

-Encontraram a menina? –Questionei me sentando na frente deles.

-Sim. –Meu pai disse e suspirou. –Ela esta um pouco machucada, mais bem. –Ele disse e me olhou nos olhos, fazia tempo que nossos olhos não se encontravam com aquela intensidade. –A soltaram quando notaram que não era você.

 Se eu não tivesse sentada eu teria desabado ali mesmo, apertei minhas mãos juntas na perna e respirei fundo, meu pai avaliou minha reação calado, vi o medo nos olhos deles e eu sabia que não tínhamos para onde fugir.

-Eu vou ligar para Fernando, pedi a ele para mandar alguns homens para a segurança de vocês. –Meu pai começou e eu me pus de pé.

-Meu irmão não morreu por nada. –Eu gritei para ele o assustando, eu nunca falava de Jack. –Eu não vou permitir que vocês me prendam nesse inferno de novo, eu não estou nem ai se eles vão me matar, mas eu não quero a merda de nenhum segurança na minha cola, não quero que as pessoas se afastem novamente por que qual quer um pode ser suspeito.

-É para sua segurança querida. –Minha mãe disse tentando me acalmar.

-Eu vou dar uma volta. –Eu disse pegando uma jaqueta e calçando meu tênis.

-Ficou louca? –Meu pai perguntou. –Se eles te verem vão te matar.

-Eu quero saber por que infernos eles me querem? –Perguntei olhando nos olhos do meu pai.

-Porque é a única coisa que temos que não podemos perder. –Ele disse. –Estamos atrás desse cara a anos filha, e agora que temos tudo para prendê-lo ele quer nos tirar a única coisa que nos importa, ele já nos tirou seu irmão eu não posso perder você.

-E você não ira. –Eu garanti o abraçando.