Peguei um novo moletom e uma calça preta, passei uma maquiagem preta nos olhos e coloquei um tênis, peguei minha mochila e desci as escadas de vagar, já ajustando meu cabelo para dentro do capuz, meu pai estava na mesa da cozinha lendo um jornal e tomando café, a mesa estava farta e minha mãe estava se alimentando, eles conversavam sobre algo que estava no jornal e eu parei na porta, era estranho ver tanto dialogo, nunca duvidei que meus pais se amavam, mas era estranho ver eles demonstrarem isso passando tanto tempo juntos.

-Bom dia querida! –Charlie disse ao abaixar o jornal.

-Bom dia. –Eu disse e me sentei, peguei um copo de suco e um misto.

-Eu estava pensando se você não queria ir comigo em Port Angeles hoje Bells? –Minha mãe questionou me fazendo olha-la. –Que tal compras?

-Tudo bem! –Respondi dando de ombros.

-Tira esse capuz menina. –Meu pai disse. –Apesar de preferir seu cabelo ao natural, já que você o pintou deixe que os outros vejam.

 Não respondi apenas ignorei, ele não discutiu ele sabia que era uma batalha perdida, me levantei murmurando que iria para a aula e disse a minha mãe que estaria em casa as três e corri para meu carro, dessa vez parei meu carro ao lado do volvo que percebi ser de Edward afinal ele e seus amigos estavam encostados nele.

-Bella! –Alice parou na minha frente assim que sai do carro me dando um susto. –Bom dia!

-Bom dia. –Respondi colocando a mochila nas costas e fechando a porta.

-Venha deixe-me te apresentar o pessoal. –Ela me puxou e eu puxei minha mão da sua colocando dentro do bolso estranhando o contato.

-Não é uma boa hora Alice. –Eu disse no susto e ela olhou para meus olhos.

-Por favor! –Ela implorou e seus olhos me lembraram dos olhos do gato de Shrek. –Vai ser rapidinho. –Eu bufei e caminhei até onde seus amigos me olhavam.

-Ok apresentação formal. –Ela disse rindo. –A Rosalie você já conhece. –Ela disse e Rosalie sorriu abertamente para mim. –O cabeçudo do Edward também. –Ela parou e eu olhei nos olhos de Edward ele sorriu torto e eu rolei meus olhos para ele. –Esse é Jasper meu namorado! –Alice exclamou empolgada eu o olhei e ele sorriu amigavelmente enquanto eu acenava com a cabeça. –E esse é meu irmão mais velho Emmett. –O grandão deu um passo na minha direção e eu dei um passo para trás.

-É um prazer gatinha. –Ele disse e eu rolei meus olhos.

-Não diga o que não sabe e respeite sua namorada, grandão. –Eu disse, eu já tinha matado a charada que Emmett e Rosalie estavam juntos, ele sorriu abertamente.

-Não se preocupe, não estou dando em cima de você só sendo sincero. –Ele disse e enlaçou a cintura de Rosalie que ria.

-Belo colar. –Edward disse chamando minha atenção, minha mão voou imediatamente para o colar de guitarra em meu pescoço, eu o apertei e voltei ele para dentro do moletom.

-Apresentações feitas, agora eu tenho que ir. –Eu disse.

-Para onde? –Jasper disse.

Para longe de vocês. Pensei mais não disse apenas dei de ombros e caminhei para dentro da escola, segui para minha primeira aula respirando fundo, entrei e me sentei na ultima cadeira, a aula foi monótona apenas algumas pessoas tentaram me conhecer apenas me apresentei e eles se apresentaram não dei espaço para mais conversa, não queria mais uma Alice na minha cola.

 Enquanto as aulas passaram tive uma com Emmett e uma com Alice que mesmo sem puxar assunto não parava de me olhar, eu já havia reparado que ela achava que eu era o novo brinquedinho dela e eu estava começando a me irritar.

 Assim que o sinal bateu eu corri para fora da sala, segui para o refeitório e sentei na mesma mesa, os Cullen e Halle chegaram depois todos juntos, eles chamaram a atenção de todo refeitório com as risadas e conversas, percebi que todos os respeitavam e rolei meus olhos, definitivamente esse lugar era para loucos.

-Hei Bella. –Alice parou na minha mesa e eu levantei meus olhos duramente para ela.

-Pois não. –Respondi tentando ser educada.

-Você mudou de ideia? –Ela questionou.

-Sobre? –Me fiz de sonsa.

-A festa. –Ela disse e se sentou na cadeira a minha frente. –Tenho certeza que posso fazer mudar de ideia.

-Eu não irei Alice. –Eu disse séria.

-Puff. –Ela suspirou e como se eu não tivesse dito nada ela me encarou por um tempo. –Estou curiosa.

-Sobre? –Questionei retribuindo o olhar.

-Qual a cor do seu cabelo? –Ela questionou e eu fixei mais meus olhos no seu para ver se ela recuava.

-Olha só, se você e seus amigos não notaram nas entre linhas eu vou falar abertamente. –Parei e me inclinei para frente. –Eu não quero formar amigos, não quero ir à festa e não quero falar com vocês, agora pare de forçar a barra.

-São pretos. –Ela disse como se eu não tivesse dito nada me fazendo voltar a ficar reta e com mais raiva ela me tirava do sério, Jesus que menina teimosa. –Mas parecem pintados.

 Puxei o capuz até a testa, peguei minhas coisas me levantei e deixei a mesa com ela rindo, sai do refeitório pisando duro, aquela baixinha invocada estava me tirando o restante do juízo que eu tinha, caminhei para minha próxima sala que estava vazia todos ainda estavam no refeitório, abaixei minha cabeça na mesa e tentei me acalmar enquanto ouvia uma musica com o fone.

 A penúltima aula acabou bem, segui para o ginásio e sentei na arquibancada como alguns alunos, outros saiam do vestiário e tomavam a quadra, a maioria da turma estava na quadra e a professora deixo que fizéssemos o que quiséssemos, eu me encostei na parede e fiquei olhando os idiotas correndo atrás da bola.

 Senti cede e me levantei para beber água, quando voltava dois meninos me pararam, eles eram do time da escola e estavam sorrindo.

-Então Isabella Swan. –Um deles disse, era loiro e ria. –Por que não vem jogar com a gente. –Disse apontando para as meninas e meninos que nos encaravam, do outro lado do ginásio na arquibancada, Edward Cullen e seus amigos ficava de pé para ver.

-Não obrigada. –Respondi e tentei andar mais eles entraram na minha frente de novo.

-Qual é novata não seja marrenta. –O moreno disse e tocou meu pescoço.

 Sem pensar muito dei um soco em seu braço fazendo ele recuar e isso fez com que ele puxasse meu cordão o arrebentando. Olhei para ele com ódio, isso não ia ficar assim.

-Devolva. –Ordenei entre dentes.

-Ou ela esta nervosinha. –Ele riu e jogou meu cordão para uma loira. –Segure Tânia.

-Uma guitarrinha. –Ela disse e eu andei até ela.

-Ou você devolve, ou eu vou pegar na marra. –Eu disse e ela riu.

-veremos. –Ela disse e começou a corre, eu não pensei muito corri atrás dela com todo meu ódio, antes de tudo eu era uma esportiva não tinha problema em correr ou me exercitar, isso iria dar a ela uma dica que eu não estava brincando.

 Quando quase a alcancei ela jogou o cordão para o garoto loiro, eu grudei meus dedos no seu cabelo e a joguei na grade minha mão na parou até atingi seu rosto.

-Agora eu vou até seu amiguinho, isso foi um aviso, da próxima eu acabo com você. –Eu disse e andei até o loiro que estava rindo.

 Antes que eu o alcançasse, Edward deu um murro na cara dele e pegou o cordão, ele nada disse e se virou na minha direção, seu sorriso constante não estava presente, ele esticou o cordão para mim, eu o peguei e nossas mãos se tocaram, eu senti todo meu corpo se arrepiar com o contado.

-Obrigada! –Agradeci de verdade.

-Bela esquerda. –Ele disse apontando para Tânia. –E belo corte de cabelo.

 Só depois disso notei que o capuz havia caído e meu repicado caia para fora da blusa, não me importei e caminhei até o menino loiro e o moreno, parei na frente do moreno que tinha um sorriso prepotente nos lábios pronto para segurar minha mão, eu fingi que iria soca-lo, mas em vez disso eu chutei no saco dele, ele caiu aos meus pés enquanto a quadra inteira exclamava.

-Da próxima eu te mando para um hospital idiota. –Eu virei e sai da quadra ajeitei meu cabelo repus o capuz, não olhei para trás enquanto caminhava, depois de entrar em meu carro eu olhei o cordão, aproveitaria a ida a Port Angeles para concerta-lo, coloquei no bolso e dirigi para casa.

 Ao entrar em casa, minha mãe estava sentada na sala vendo televisão já pronta, fiquei um tempo vendo ela ri do programa, ela parecia tão mais feliz agora, parecia que Forks havia feito bem a ela, e eu odiava admitir, mas fez bem para toda a família isso incluía a mim, uma pena não termos nos mudado antes de tudo.

-Pronta para irmos? –Questionei e ela se virou para me ver, seu sorriso foi grande ao ver que o capuz estava para baixo e meu cabelo estava aparecendo.

-Estava apenas te esperando. –Ela disse.

 Fomos no carro dela, minha mãe tinha uma Mercedes, ela sempre teve fascínio por esse carro e isso não mudo nada, ele era prata e era bem bonito, ela colocou uma musica que nós duas gostávamos e não puxou assunto, era o que eu mais gostava nessa nova fase da nossa vida, eu nunca conversei muito com meus pais, eles sempre estavam ocupados, mas depois de tudo, quando eles notaram que tudo estava fora do lugar, que eles nunca estiveram presentes e tentaram reparar o erro, eles não forçaram a barra comigo, respeitaram minha dor, respeitaram e respeitam meu espaço.

 Paramos perto de uma loja de roupa e logo entramos, eu estava tentada a não comprar nada, enquanto minha mãe queria levar tudo, mas havia um detalhe, Edward Cullen havia me ajudado hoje, eu estava pensando em um jeito de retribuir esse favor.

 Minha mãe se encontrava no provador e eu estava do lado de fora esperando que ela saísse para que eu visse o que ela vestia, eu avalia minhas opções e antes mesmo de controlar minha boca eu me ouvi falando.

-Renée. –Chamei e ela colocou a cabeça para fora.

-Sim. –Ela disse.

-Pode continuar se vestindo só me escute sim? –Questionei.

-Tudo bem. –Ela disse voltando para o provador.

-Aconteceu algumas coisas na escola hoje. –Eu comecei e ela saiu do provador com um vestido preto, não parou para olhar no espelho, se sentou do meu lado e se virou na minha direção me dando sinal para continuar, eu suspirei e continuei. –Eu conheci um pessoal antes, não é como se eu tivesse escolha de conhece-los ou não, aquela baixinha é invocada.

-Baixinha? –Renée questionou e eu rolei os olhos.

-Então, ela simplesmente me ignorou hoje quando eu disse que não queria conversar com ela, simplesmente agiu como se eu não tivesse dito nada. –Eu disse rolando meus olhos novamente enquanto minha mãe sorria. –Ela me chamou para uma festa na casa dela. Eu disse que não. Mas o irmão dela me ajudou hoje e eu sinto que devo um favor a ele, segundo a cunhada dele, a baixinha invocada iria surtar se eu não fosse à festa e sobraria para eles.

-Calma ai, a baixinha namorada uma menina? –Minha perguntou me fazendo ri, fazia tempo que isso não acontecia.

-Não. –Eu disse batendo na minha testa. –A loira namora o grandão que é irmão do garoto e da baixinha.

-Agora sim. –Minha mãe disse e eu rolei os olhos.

-Então ela disse que a baixinha iria ficar uma fera porque ninguém diz não a ela, ela faz aquele olhinho do gato do Shrek sabe e meio que fica impossível dizer não, mas eu disse, ai eu fiquei com dó do irmão dela porque ele teria que aguentar ela por minha culpa. –Eu parei para pegar folego.

-Então estava pensando em ir à festa. –Minha mãe concluiu e eu assenti, ela sorriu, e eu sabia o porquê fazia tempos que eu não tagarelava sobre nada. –Eu acho que você deveria, não só por que o menino te ajudou, mas por que pelo que você falou eles estão tentando ser seus amigos e apesar de tudo que aconteceu, a vida continua, talvez eles sejam boas pessoas e como eu sempre te disse: Você só vai saber se tentar.

-A senhora tem razão. –Eu disse e ela sorriu ficando de pé.

-Como estou? –Ela perguntou virando para que eu visse o vestido.

-Linda. –Fui sincera e ela sorriu.

 Depois de comprarmos algumas coisas e colocarmos algumas coisas no carro passamos na livraria era um costume de família, todos liamos muito e de tudo um pouco, então levamos quatro livros novos, quando saímos da loja eu vi uma joalheria.

-Eu quero ir ali. –Apontei e ela assentiu achando que eu compraria algo, mas eu precisava concertar meu tesouro particular.

-Olá. –Uma moça nos saudou.

-Oi eu queria concertar um cordão será que seria possível? –Eu questionei e minha mãe me encarou enquanto eu tirava o cordão masculino com a guitarra do bolso.

-Mas o que aconteceu? –Ela questionou chocada ela sabia como eu era com aquele cordão.

-Alguns idiotas na escola. –Eu disse enquanto a mulher levava o cordão para o cara soldar. –Lembra-se do menino que me ajudou, foi sobre isso.

-Minha querida agora sou fã desse menino. –Ela disse e eu sorri.

-Ele deu o soco no menino que segurava o cordão e me devolveu. –Eu disse dando de ombros.

-Ele bateu em um menino? –Dona Renée me encarou achando divertido, por isso que digo que meus pais não batem bem, sempre foram pessoas de lei, mas se alguém arrumava uma boa briga por um amigo ou para ajudar alguém a pessoa tinha seu respeito.

-Sim. –Eu disse.

 Depois desse episodio, o cordão estava de volta a meu pescoço e nós continuamos fazendo compras, lanchamos, e na volta o silencio foi menos incomodo, eu sentia que só estávamos caladas por estávamos cansadas apenas isso.

 Ao chegarmos a casa Chefe Swan saiu para nos ajudar com a bagagem e depois de colocar tudo em meu quarto eu corri para o banho, vesti um short e uma blusa e desci, meus pais estavam na sala abraçados assistindo a um filme me joguei no outro os assustando e fingi que nem tinha percebido.

 Quando o filme acabou, dei boa noite e subi para meu quarto, já na minha cama encarei o escuro avaliando meu dia.

1° Eu estava bem com a ideia de deixar meus pais se aproximarem, tinha sido legal passar um tempo com minha mãe e ri novamente.

2° A dor estava ali, mas apesar da saudade eu estava levando a vida.

3° Eu não sabia o que sentia com o fato de Alice Cullen ter ignorado o que eu disse.

4° Não estava contente por todos terem visto meu cabelo.

5° Eu não sabia bem o que pensar em relação a Edward Cullen, e o motivo dele ter me ajudado, mas definitivamente ele havia ganhado meu respeito.