Um Irmão Para Se (Odiar) amar. escrita por Amizitah


Capítulo 7
Capítulo 7 - As loiras e a ex-BV.


Notas iniciais do capítulo

Oiiee!
Gente!! Valeu pelos 30 Reviews! *-----* Amo muuuuito vocês por me presentearem com todos seus Reviews! Agora, acho que gostarão desse capítulo tanto quando eu! HAHA. Só direi que dessa vez o Paul realmente meteu a nossa amada July num beco sem saida!
Beijos e como sempre, postarei após seus Reviews!
Ami ~



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Vinícius –


– Caco... Aquela maldita liga... Ahh... – Comecei a murmurar coisas estranhas enquanto abraçava o Caco – Pirralha... Sua indecente... Caco... – Um fio de baba escapou do canto da minha boca enquanto eu falava e então comecei a me remexer. Para deixar claro, eu estava inconsciente – July...! – Falei mais alto e então a imagem da minha irmã maquiando impiedosamente o Caco para violar sua masculinidade surgiu e um surto de raiva inconsciente me fez rolar na beliche – Você me pa...



PAFF!




Pela segunda manha seguida, eu acordo metendo a cara no chão molhado de baba fresca e então a minha irmã desaparece da cabeça.


– Merda! – Chinguei enquanto me levantava da poça de baba fresca e limpava o rosto – Eu tenho que parar de fazer isso... Está me enchendo o saco – Balanço a cabeça para os lados e então viro o rosto para a beliche – Pirr... July? – Ai que beleza! A cama dela estava vazia e arrumada, oque significa que nada do que aconteceu aqui precisa ser lembrado.

Peguei o Caco no chão e o limpei, aproveitando para dar um Check-up no bicho para ver se não encontrava nenhum traço da imoralidade de ontem. Como alguém pode vestir um macaco com roupas íntimas femininas?! E pior, roupas íntimas femininas da July?!?

Argh... Coisa repulsiva.

– Que droga! – Aproximei o rosto do macaco e fiz uma cara feia – Sobrou um pouco de lápis de olho daquela garota... – Lambi a ponta do polegar e tentei desfazer aquele troço ridículo no rosto do Caco.

– Paul! Presta atenção! – Parei de esfregar o rosto do macaco assim que ouvi a voz dela.

– July e... Paul? – Curvei as sobrancelhas e joguei o macaco em cima da minha cama enquanto caminhava para a porta.

– Foi mal! Acho que cutuquei ele de mais...– Desta vez foi a voz do cara que apareceu assim que eu abri a porta, e então olhei para a o final do corredor onde tinha uma curva para a porta da cozinha.

– Que merda é essa? – Resmunguei enquanto caminhava para a curva no corredor. Estranho... Aquele cara sempre acorda depois de mim já que passa a noite lendo aquelas revistas nojentas fazendo só Deus sabe oque.

E espero que isso só fique entre eles. Tenho maus pressentimentos sobre isso...

– Você não se machucou né? Não quero que isso tudo acabe num desastre.

– Não, não me machuquei, você só precisa usar melhor suas mãos... Não desse jeito! Com mais cuidado... Isso... Cuidado que essa área é a mais sensível então não aperte de mais!

HÃ? Que droga de área sensível é essa? APERTAR OQUE?!

– Ahh... Acho que agora estou pegando o jeito. É só ser rápido e preciso... Mas será que isso realmente é importante? De qualquer jeito isso sempre é gostoso!

Parei na frente da porta da cozinha, encarando-a como se tivesse um assassino depois dela.

– Realmente espero que eles estejam falando de comida... – Murmurei.

– Afe Paul, você já fez isso antes não fez? Pelo menos com outra pessoa?

– Sim, mas... Nunca pensei que seria tão complicado assim... Parecia fácil quando eu li.

Meu Deus... As revistas...

– E é fácil, só precisa de um pouco de habilidade e comigo aqui fica mais fácil. Agora coloca só um pouco disso...

– Isso aqui?

– É isso mesmo. Agora coloca só um pouco desse óleo para ficar fácil de mexer... Mas com cuidado...

– Beleza... É só ser rápido e preciso...

Ó-óleo...?

– Ai que droga! Está me melecando toda Paul...!

– Merda! está saindo de mais...!

– Cadê a droga da proteção que falei para você usar antes de começarmos isso?!

– DROGA! EU ESQUECI DE PEGAR!

– COMO ASSIM ESQUECEU?! EU SABIA QUE DEVIAMOS TER COLOCADO DESDE O COMEÇO!

– OQUE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO NA MINHA COZINHA SEUS IMPUROS?! – Abri a porta de uma vez e então os dois me olharam como se eu fosse o assediador ali!

– O que você está falando? - Paul me olhou como se eu fosse um louco.

– Não adianta fazer essa cara! Eu sei que você estava se aproveitando do corpo puro da minha irmã!

– Meu corpo? – A pirralha se virou para mim com um avental rosa e uma espátula na mão – Que merda é essa Vinícius?! A gente estava cozinhando!

– Fritando ovo com Bacon para ser exato... – Paul acrescentou.

– Hã?

A minha irmã ainda teve a coragem de girar os olhos e então apontou para o fogão.

– Não faço ideia do que você pode ter entendido, mas eu simplesmente estou ensinando o seu amigo a cozinhar um café da manha decente!

Olhei para o fogão e foi então que eu vi uma frigideira com dois ovos e bacons fritando. Mas tentei ignorar o fato de o fogão estar melado de óleo de cozinha assim como a roupa do Paul e suas mãos.

Ah! Sem falar no avental rosa dela que também estava repleto de óleo.

– Mas... E aquela história de proteção...?

– Era o avental que o Paul fingiu que esqueceu de botar só porque achou que ia contra sua masculinidade – A garota fuzilou o Paul com os olhos.

– Mas aquele negócio é rosa!

– Pouco me importa se é rosa, agora você está todo melado de óleo só por causa da maldita masculinidade! E AINDA DESCONTOU EM MIM!

– É culpa desse maldito oléo de cozinha que espalhou tudo!

– Mas quem foi que estava com o óleo?!

Os dois bocós ficaram discutindo sem se quer lembrar de mim, e enquanto isso as coisas começavam a se encaixar na minha cabeça.

Era...

Era só o ovo com bacon...

Toda aquela porcaria que eu pensei só por causa de um ovo com bacon...

Os dois pararam de falar assim que as gargalhadas nervosas começaram, e então os dois me encararam com medo enquanto eu ria como um doente mental.

– Vinícius...? – July aproximou a espátula de mim para me cutucar, mas eu continuei rindo como uma mula.

– Cara... Eu... Eu pensei que vocês estivessem... – A coisa piorou bastante a partir daí e então os dois decidiram que ficar longe de mim era o mais seguro.

Vendo que eu não pararia com o surto doentio tão cedo, Paul perdeu a paciência de vez.

– Afe! Fala logo que diabos você pensou que estávamos...!

– Aquilo cara... Você sabe! – Respondi com mais algumas risadas.

– “Aquilo”? Ah Vinícius, não pode ser isso que... – Paul olhou para mim e então fez uma cara horrível – “AQUILO”?!

– “Aquilo”? Oque é isso? – A inocente July olhou para ele confusa.

– É... Aquela “coisa” que precisa das “coisas” para “negoçar”... Entende?

– “Negoçar”?

– É... Quando “negoça” você começa “aquilo” que é “isso” que ele quis dizer.

–AAAAH, perai! Acho que entendi: Então “aquilo” é o “isso” que “negoçamos” quando “coisamos” as “coisas” juntas no “troço”?!

Por tudo que é sagrado... QUE MERDA É ESSA QUE ESSES DOIS ESTÃO FALANDO?

– É!! Isso ai! – O tarado do Paul ainda conseguiu entender.

– Ahh... Então o Vinícius achou que a gente... – A garota parou ali e então percebi que ela finalmente entendeu quando a TMP de mil mulheres passou diante dos meus olhos – COMO VOCÊ PODE TER UMA MENTE TÃO POLUIDA SEU VERME?!

– Mas vocês estavam falando sobre apertar, áreas sensíveis, Oléo, proteção, tudo ao mesmo tempo! OQUE EU PODIA TER PENSADO?! – Comecei a me afastar assim que eu vi a espátula se dobrar nas mãos destruidoras dela.

– QUE SUA IRMÃ NÃO É TÃO LOUCA PARA FAZER UMA IDIOTICE DESSAS! IDOTA!

– Como eu vou ter certeza disso?! Eu não te vejo a três anos!

– Vish... – Paul colocou a mão na boca e então se afastou como o covarde que ele é.

– Repete isso! REPETE NA MINHA CARA VERME!

Lógico que eu não podia ficar parado quando ela me insultava com uma espátula amassada nas mãos. Com oque sobrou de todo o meu orgulho de irmão mais velho, só pude fazer uma coisa para dar fim àquilo.

Com certeza a decisão mais sábia que tomei nesses últimos anos.

Corri dali com a força de vontade de um atleta até o meu quarto para me trancar ali por umas duas horas.

– SEU COVARDE! VOLTA AGORA!

A ultima coisa que ouvi foram os cascos de cavalo da minha irmã no chão enquanto ela jogava aquela espátula em cheio nas minhas costas.

Pequeno detalhe...

Eu estava sem camisa.


July –





Eu realmente cheguei a pensar que a noite passada tivesse mudado um pouco oque o Vinícius pensava sobre eu ser uma pirralha, mas nããão... Ele agora resolve me aparecer com essa... Esse... Essa ideia completamente irracional para cima de mim!







Verme...





Apesar de aquilo ter deixado uma marca vermelha maravilhosa nas costas dele, eu não me arrependo nem um pouco de ter acertado aquele idiota.


Enfim! Depois de tanta bagunça, conseguimos terminar de fazer o café. Olhe que os resultados do Paul não foram tão ruins? Se ele fosse menos distraído até que teria algum futuro na cozinha.

Quem sabe.

Interrompi meus momentos de paz quando o bocó do meu irmão se levantou da mesa com um rosto emburrado.

– Não vai querer mais? – Perguntei casualmente, tentando não jogar a louça na cara dele por hoje.

– Não.

– Certeza?

– Sim.

– Será que poderia dar uma resposta melhor?

– Não – E então sumiu pela porta do corredor.

Ignore July... Ignore... Lembre que apesar de ser um metido, insuportável, arrogante, grosso e frio, ele é o seu irmão mais velho.

Paul deu uma risadinha enquanto terminava de mastigar seu ultimo bacon.

– Parece que voltamos ao zero – Falou de boca cheia.

– Nem me diga. Tenho a impressão que hoje vai ser um pesadelo – Me levantei, pegando o meu prato e o do emburrado para lavar.

Paul pegou o prato dele também e abriu um sorriso bobo.

– Relaxa! Se continuar como antes, isso tudo vai acabar em risadas!

– Ou em hematomas.

Com certeza a minha opinião era a mais provável. Desde que eu ouvi a voz daquele moleque, o meu pavio ficou muito curto e meus instintos assassinos a flor da pele

Se ele continuar tão infantil, eu juro pego o primeiro voo para o Brasil e me mando daqui. Assim poupo a vida e as férias do emburrado já que ele quer tanto que eu suma.

– O que vai fazer hoje?

Já lavava os pratos quando Paul me vem com essa pergunta.

– Sei lá... Acho que vou dar uma andada por ai só para conhecer o lugar.

– Hm... Vai chamar o Vinícius?

Parei de lavar a louça para encarar o guri como se dissesse: Você realmente acha que ele aceitaria uma droga de convite vindo da ultima pessoa que ele quer ver? HEIM?

– Foi só uma ideia! – Ele levantou as mãos, abrindo outro sorriso bobo.

Revirei os olhos e coloquei o ultimo prato na secadora.

– De qualquer jeito, o Vinícius já deve ter algum plano para hoje. Então... Que se dane! – Abri um sorrisinho sem graça.

– Afe July! Não vem me dizer que o Vinícius está planejando dar um role pela cidade? Fala sério! É o Vinícius, lembra?

– ESTOU SAINDO! – O grito do bocó veio da sala e então a cara do Paul caiu no chão.

WHAT?!

Corri para fora da cozinha e parei assim que ele estava destrancando a porta.

– VOCÊ VAI SAIR?!

– Não. Vou ver se compro mais sutiãs para o Caco já que os seus ficaram tão bem nele.

JULY... CALMA... MUUUUITA CALMA.

– Olhe... Eu vou ignorar essa por nós dois. Enfim... Aonde você vai?

– Virou minha mãe por acaso? – Ele virou para mim com um rosto indiferente – Eu só vou sair e voltou lá para as três... No mínimo.

– Hmmm... – Um sorrisinho escapou pelos meus lábios – Vai num encontro por acaso?

– NÃO!

HAHAHA! O GURI FICOU TODO VERMELHO!

– Sério Viniiii? Não é possível que com 23 anos você não tenha uma namorada...

– NÃO! Quer dizer... Sim, mas... AAAH NÃO É DA SUA CONTA!

– Tudo bem... Prometo que não conto para o Paul.

– EU JÁ DISSE QUE NÃO TENHO!

– Não tem oque? – Paul surgiu como um fantasma atrás de mim e então o Vinícius ficou mais vermelho.

– Vergonha na cara, mas isso a gente já sabe – Brinquei com um sorriso enorme no rosto e então meu irmão ficou todo vermelho de raiva.

– Quer saber! Nada do que eu faço é da conta de vocês então que se DANE! – E então o estressadinho bate a porta.

Paul bufou e então passou a mão pelos cabelos loiros.

– Esse cara precisa de uma namorada.

Olha quem fala...

– Talvez não mais... – Mordi o lábio inferior para não soltar uma risadinha e então puxei o Paul comigo para a porta.

– O que foi?!

– Vamos bater perna por ai, que tal? – Abri um sorriso e então abri a porta.

Paul deu de ombros e foi comigo para o lado de fora.

– Tudo bem, eu tenho nada para fazer mesmo...

Bati a porta do apartamento com uma risadinha maligna e então puxei minha vítima para fora do prédio.

Se até meu irmão saia, porque não aproveitar?

***

– O que vocês fazem a não ser jogar Xbox o dia inteiro? – Perguntei sentada num banco de uma praça um pouco distante do prédio que estávamos, enquanto decidia que parte do meu sorvete deveria ser comida primeiro.

– Não tem uma pergunta mais fácil? – Dei uma cotovelada nele enquanto tentava não rir, oque não deu certo, mas vamos ignorar.

– Sério! Vocês devem fazer algo além de se trancarem naquela cova – Falei com os olhos ainda no meu sorvete de casquinha com flocos, chocolate, menta e morango. Como sabia que escolher aquilo era rápido como a solução para a paz mundial, me decidi pela bolinha de morango em cima do sorvete.

Notaram que sempre que eu saio com o Paul eu como alguma coisa?

– Tipo oque? – Perguntou ele antes de voltar a experimentar seu próprio sorvete do mesmo tipo que o meu.

– Nhá... – Dei de ombros enquanto lambia os lábios melados de sorvete de morango – Sei lá, tipo... Ir para festas, a praia, ou até mesmo sair com alguma garota californiana super bonita e bronzeada.

– Ah... O Vinícius e eu saímos para algumas festas com o pessoal do prédio, por mais que seja eu quem tenho que convencê-lo a ir, e garotas... – Vamos ignorar que ele esqueceu completamente da praia – Eu saio com várias garotas californianas... Já o Vinícius prefere mais o Xbox.

– Perai, ele nunca saiu com uma garota daqui? – Virei o rosto para ele, melecada de sorvete até os ossos.

– Não é isso, é que ele nunca fala sobre essas coisas. Então quando ele sai com alguma garota eu nem vejo.

– Ah... Bem típico dele. Vinícius sempre gostou de ser discreto, principalmente nessas coisas de namoro – Dei de ombros e então rolei os olhos para o rosto do Paul com um sorrisinho interesseiro – E você Paul?

– Eu oque? – Perguntou enquanto comia seu sorvete.

– Tem alguma namorada? – Estiquei meu sorriso, realmente interessada.

– Hm... Acho que não.

Hã?

– Como assim “Acha que não”?

– É que algumas garotas daqui, por algum motivo, acham que eu sou o namorado delas. Ai sempre vem uma de surpresa com essa história...

– E então você diz que não é o namorado delas.

– Não, já que elas insistem tanto, eu fico com todas – Dei um tapa no ombro dele assim que terminou – Aai... O que foi?!

– Isso é errado Paul! Para falar a verdade, nem devia se chamar namoro, já que é algo completamente diferente e inapropriado – Torci os lábios ao me imaginar com vários homens – Até parece... – e então senti um arrepio passar pela espinha.

Credo... Só de imaginar a briga que isso daria, eu fico com medo.

– Mas são elas quem pulam em cima de mim.

– Elas fazem isso porque você deixa! Oras, devia dizer que não está a fim ou escolher uma delas – Fiz uma cara feia e voltei a comer meu sorvete.

– Não... Isso é muito difícil. Prefiro deixar assim.

Engraçado que ele não acha nem um pouco complicado ter uma dúzia de californianas no pé...

– Tanto faz, pelo menos eu não estou envolvida nessa bagunça.

Eu e minha boca grande...

– PAAAAAAUUUULL! – Um arrepio violento levantou meus cabelos quando aquela vozinha fina estourou meus tímpanos.

– Que diabo é...? – Parei de falar assim que vi o olhar mortal da garota sobre mim.

A garota histérica estava com uma blusinha amarela que mal tampava os seios da criatura, um short jeans azul escuro que tampava menos da metade da cocha, sandálias rosas e as unhas pintadas da mesma cor. Vou nem comentar o rosto já que basta dizer que até mesmo uma Barbie é menos brilhante que ela. Só o excesso de gloss na boca já me dava nos nervos.

Pelo menos não era loira como uma, e sim morena clara.

– Ever? – Paul ignorou o sorvete, que inclusive estava praticamente terminado, e se voltou para a garota.

– Ahhh, você lembra o meu nome!! – Ela deu uns pulinhos de animação e eu fiquei com cara de tacho.

OH MEU DEUS!! VAMOS COMEMORAR QUE ISSO É O MÁXIMO!

– Mas... Quem é ela? – A garota parou de pular e apontou o indicador para mim como se eu fosse um ser não identificado.

– Ela é a July, irmã do Vinícius, lembra dele?

– Ah, aquele cara que está no seu apartamento?

– Hum hum, com licença, o apartamento é do meu irmão – Falei com o mínimo de educação que um ser humano pode ter, mas ela simplesmente deu de ombros.

– Idai?

Deus... Me dê paciência!

– Nada não, esquece – Ignorei a esnobação e voltei para o meu sorvete.

– Enfim, Pauuul, me leva para sair hoje? Eu estou de biquíni e podemos nadar na praia se quiser – E então podemos ignorar a panaca que por acaso é surda e não sabe que estou querendo chutar ela daqui. Era só isso que precisava ser dito para ser mais óbvio que eu devia dar o fora dali.

Dei um suspiro para não sair um resmungo e sai dali com meu amado sorvete quase no fim.

– Já vai? – Paul olhou para mim com uma santa inocência que me fez não dar uma boa tirada.

Só faria isso se fosse o Vinícius, mas sou educada.

Eu acho.

– É, eu vou deixar você livre para aproveitarem – Abri um sorriso apesar de tudo e então a garota ficou toda sorridente.

– Obrigada!! – Ela sorriu para mim por uma fração de segundo e então voltou a olhar para o Paul – Vamos?!

Paul se levantou do banco e jogou a casquinha do sorvete no lixo ali perto, mas, por incrível que pareça, ele não fez exatamente oque eu pensava.

– Acho que vai ficar para a próxima. July é nova no país então não é boa ideia deixar ela sozinha – Sorriu para a garota e então caminhou até mim que havia parado de andar tamanha surpresa.

– Paul, sério, não precisa fazer isso, eu posso me virar – Me apressei nas palavras ao ver que a base da garota começou a derreter de raiva.

– Até parece. O Vinícius me mataria se eu perdesse você de vista – Ou então agradeceria de joelhos – Então vamos.

A morena correu e agarrou o braço dele.

– Mas Paul! Ela disse que se vira sozinha! - Ela se apertou contra o braço dele – Por favor... Eu sou sua namorada, não sou?

Paul olhou para mim e ergueu uma sobrancelha como se dissesse: “Não falei que elas faziam isso?”.

Revirei os olhos e comecei a caminhar.

– Aproveitem o passeio. Depois eu cuido do Vinícius se ele vier te enxer o saco.

– Ótimo! Agora, podemos ir? – Ela sorriu para ele, mas ficou evidente que Paul ficou na dúvida.

Até que...

– PAAAAAAUUULLL!!

SERÁ QUE TODAS AS GAROTAS DESSE LUGAR TEM UMA VOZINHA AGUDAMENTE FRESCA?!

Duas garotas, exatamente, DUAS garotas passaram batido por mim e olharam feio o Paul.

– Aonde você se meteu?! Eu não te vi por três dias! – Uma loira – Uma hora tinha que aparecer – reclamou, menos maquiada que a tal de Ever.

– E porque a Ever está grudada em você?! – A segunda garota, uma loira artificial, colocou as mãos na cintura, indignada.

Então a Ever fez um rosto de pura superioridade.

– Desculpe-me garotas, mas o Paul disse que ia sair comigo hoje.

DISSE?!

– DISSE?! – Exclamaram as duas.

– EU DISSE?!

Acho que ouvi mais um disse em algum lugar... Não, esquece. Deve estar ecoando no meu cérebro.

– Que história é essa Paul? – A loira encarou ele com um rosto mais indignado que a da outra.

– Eu não disse nada! E-Eu... – Paul olhou para os lados, procurando algo para se salvar e então ele parou quando me viu ali parada com o sorvete nas mãos.

Não... Não ouse fazer isso...!

Ele se livrou da garota e foi até mim, me puxando pela cintura para perto dele.

– Na verdade eu prometi que ia ficar com a July hoje!

– July?! – Dessa vez foram as três que exclamaram e então todas olharam para mim.

– É isso ai. Ela é a minha namorada agora. – Falou sem um pingo de dúvida.

– SUA OQUE?! – Exclamaram juntas e por pouco eu mesma não grito também, mas ele me cala com um olhar suplicante.

– Namorada – Repetiu sem se quer ter dó de mim – Eu decidi que vou ter apenas uma garota agora.

– UMA OQUE?! – Elas repetiram.

VOCÊS TEM ALGUM PROBLEMA DE AUDIÇÃO PARA REPETIR TUDO QUE ELE FALA?!

– Exatamente, eu não agüento mais ter uma multidão de namoradas. Isso é errado. Na verdade isso nem devia se chamar namoro, já que é algo completamente diferente e inapropriado.

Ei! Você está me plagiando!

– Então me dêem licença...

– Nem pensar! Espere ai – Disse a loira artificial depois de tanto tempo e então ele parou – Prove que isso é verdade.

– Como assim?! – Dessa vez eu quem perguntei, com medo do que viria a acontecer.

A loira artificial me olhou em desafio e então apertou as mãos na cintura.

– Se beijem.

OQUEEEE?! A ÁGUA OXIGENADA ENTROU NO SEU CÉREBRO GURIA?!

– Beleza – Paul respondeu na lata e então eu encarei o sem noção completamente chocada.

– Como é?! Nem pensar! – Tentei me afastar, mas ele me manteve presa ali já que me segurava pela cintura. DROGA!

– Ahhh, não me diga que tudo isso é só uma armação? – Ever cruzou os braços.

SIM!

– Não.

MERDA PAUL! CALA A BOCA!

– É que ela está nervosa.

– Ok, estamos esperando – A loira falou e então todas cruzaram os braços como robôs.

MEU DEUS, ESTOU FERRADA!

Paul olhou para mim e eu comecei a ficar branca como papel.

– Qual o problema July! É só um beijo! – Paul sussurrou nervosamente para mim e eu neguei com a cabeça.

– M-Mas, u-u-um beijo é algo d-delicado – Comecei a sussurrar com uma hilária voz esganiçada.

– Mas é só para enrolar elas! Com certeza deve ter feito isso antes, certo? – Sussurrou mais alto – como eu disse, hilário – esperando minha resposta, mas ao ver que eu fiquei calada ele arregalou os olhos – Meu Deus... V-Você nunca beijou um cara? – Ele voltou a sussurrar baixo – Dane-se se não faz sentido >.< -.

– A GENTE ESTÁ ESPERANDO! – A loira repetiu a maldita frase mais alto e então eu não suportei a pressão.

– A GENTE SABE, ENTAO SERÁ QUE PODE FICAR QUIETA?! – As três ficaram em silêncio com as caras medonhas, e então eu voltei a encarar o Paul – Desculpe-me se nem toda garota recebe um beijo de um cara – Voltei a sussurrar.

– Mas você tem dezoito anos.

– Poderia fazer o favor de não jogar isso na minha cara?

Paul apertou os lábios e então pregou os olhos azuis esverdeados nos meus.

– Olhe, eu prometo que eu esquecerei do que aconteceu se você me fazer esse favor. É a minha chance de me desfazer dessas garotas. Não foi você quem disse que eu deveria fazer isso?

– Sim, mas...

– Por favor July. Nunca mais te pedirei nada. Juro.

Eu olhei para as garotas que pelo visto continuavam esperando e então respirei fundo para me virar de novo para o Paul.

– Nunca mais falará nada do assunto?

– Prometo.

– Vai excluir isso do seu banco de memórias enquanto eu finjo que ainda sou BV?

– Prometo mesmo. Agora, será que podemos...?

– Beleza – Falei por fim e então ele sorriu aliviado.

Meu Deus... Se eu não for para o céu depois dessa, eu juro que arrasto ele e o meu irmão comigo para o inferno.

Sim, é culpa do meu irmão também porque eu quero. PROBLEMAS?!

Paul respirou fundo antes de me virar de frente para ele – eu também fiz isso, só que umas oito vezes mais para não cair dura no chão de nervosismo – e então eu joguei meu pobre sorvetinho certeiramente na lixeira mais próxima.

Agora era a hora da dor!

Cara... Eu já li em uns trezentos livros de romance que no primeiro beijo o coração fica tão apressado que parece que é audível para todos ao redor. Eu nunca levei isso a sério já que não achava meu coração capaz de fazer aquilo. HÁ, que estupidez a minha.

Acho que até a minha mãe está ouvindo meus batimentos da Itália.

– Fica calma, você está me deixado nervoso – Paul falou com o rosto já perigosamente perto do meu então eu engoli em seco.

– Foi mal... – Sussurrei e então fechei os olhos com força assim que vi o rosto do loiro se aproximar mais.

Quando eu senti a respiração dele no meu rosto, eu instintivamente prendi a minha e rezei para meus instintos de mulher serem ativados quando ele já ia me beijar, mas...

– Que droga você pensa que está prestes a fazer Paul?!

... Sempre o bocó do seu irmão aparece e joga todo seu esforço no lixo.

Eu abri os olhos, achando que o negócio tinha ido por água abaixo, mas eu simplesmente levei o maior susto da minha vida quando Paul segurou minha cabeça e pressionou meus lábios nos dele.

MERDA! PORQUE EU ABRI A BOCA DE SUSTO LOGO AGORA?!


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Notas finais do capítulo

Reviews! Mereço ou não? Eis a questão...