Um Irmão Para Se (Odiar) amar. escrita por Amizitah


Capítulo 3
Capítulo 3 - Meus piores pesadelos se realizaram!


Notas iniciais do capítulo

Oi!!
Genteee, como foram muito legais em me mandarem reviews, inclusive com a aparição de uma nova leitora - Ti amuh *----* -, consegui arranjar um tempinho para postar esse capítulo! Mas infelizmente meus fofos, o próximo sairá só na terça que vem :(. Sim, eu sei que é triste, mas eu vou viajar agora e escrever vai ser muito difícil - além que essa doida tem que aproveitar o tempo que resta e escrever logo o capítulo de outras fics ¬¬' -.
Então, espero que continuem vivos até lá! *-*
Beijokas meus amores, e até Terça!
Ami ~



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July –


– Sabe, não é que eu esteja agindo como uma mal agradecida logo de cara, mas porque demorou tanto para me buscar? – O carro mal começou a andar e eu comecei o interrogatório para o meu irmão que pela cara de tranquilão, continuava a mesma pessoa de anos atrás.

– Estava arrumando a casa com o Paul e acabei me atrasando.

Fiz um rosto completamente surpreendido para ele. Meu irmão arrumando a casa? Por minha causa? Porcos voam?

– Sério?

– Claro. Aliás, você vai lá para casa, então... – Ele deu de ombros.

Paul deu uma risadinha no banco de trás e eu virei meu rosto para ele.

– Qual é o problema com você?

Paul estava prestes a abrir a boca e dizer que ele tinha arrumado porcaria nenhuma naquele apartamento, mas então o Vinícius o fuzilou pelo retrovisor e apenas o sorriso de deboche permaneceu.

– Acho que você vai adorar a decoração do quarto dele, acredite, ele levou muito tempo para fazer tudo aquilo.

– Tudo bem... – Concordei mesmo que aquilo não fosse exatamente a resposta para minha pergunta. Os norte-americanos deviam ser mais esquisitos que nos filmes que eu via.

– Não dê atenção para oque ele diz, apenas ignore e concorde com a cabeça, como eu – Falou sem tirar os olhos da rua completamente ensolarada a nossa frente.

– Eu não vou fazer isso. Sou mais educada que você – Respondi na lata, tipo, saiu de modo automático pela minha boca. Acho que a presença do meu irmão me provoca essas reações.

– Ah que legal – A voz dele saiu debochada e então ele abriu um sorriso tão debochado como a voz dele e falou – Então quer dizer que apesar de eu ter salvado você de ficar em casa sozinha no Brasil e ter trazido você para um lugar bem mais interessante, você ainda fala que eu sou mal educado? Caramba, realmente estou tocado pelo seu carinho. – Tudo bem, na verdade ele foi obrigado a deixar eu ficar na casa dele, mas ele preferiu levar o crédito pelo menos uma vez.

Dei uma risadinha nervosa, sentindo meus instintos de irmã caçula surgirem com a provocação.

– Estou tão tocada como você. Até agora você nem se quer perguntou se eu estou bem, que estava com saudades de mim, que está super feliz e animado em me ver e como vamos nos divertir juntos nessas férias. Até o seu amigo que acabou de me conhecer foi mais gentil! – Apontei para o cara no banco de trás com um rosto super indignado com as ações dele.

– Ah, o Paul? – Ele olhou para ele pelo retrovisor e então deu uma risadinha baixa – Esse cara só está te dando atenção porque acha que todas as brasileiras são bonitas, oque prova que ele não te conhece.

Meu queixo caiu e Paul fez um “Vish” baixinho ao ver minha reação diante da mais pura sacanagem do meu irmão de – acredite se puder – vinte e três anos. De repente o Vinícius de três anos atrás se materializou na minha frente e eu logo perdi a paciência. Eu não vou deixar isso barato. Não vou mesmo.

– Como você tem a coragem de agir como um bocó de catorze anos para cima de mim? Se não notou, eu melhorei muito desde aquela época! – Fala sério, não vou deixar ele falar de mim como se todas aquelas horas de academia, shakes esquisitos e o maldito jiló no meu prato tivessem sido a toa. Eu morreria de desnutrição se não tivesse meu estoque de chocolates escondidos.

– Ei, não vem ficar irritada comigo como se fosse a única insatisfeita aqui pirralha! Eu tinha todas as minhas férias planejadas e com certeza não planejava ter uma chata no meu apartamento!

– Pirralha? Que idade você acha que eu tenho? Se bem que por mais que tenha vinte e três anos, está parecendo um idiota de treze!

Paul arregalou os olhos diante das tiradas do mal. Nunca ouvira alguém ter tanta coragem para enfrentar o Vinícius.

Até que me ter no apartamento com eles parecia ser algo divertido.

– Olha July, porque você não lê um daqueles livros enormes que com certeza trouxe para se manter quieta? – Só percebi que já estávamos no prédio que ele morava quando ele puxou o freio de mão no estacionamento – Seria bem mais tranquilo para mim se você se mantivesse ocupada com eles pelo menos até o fim das férias, certo?

– Quer saber Vinícius? – Desafivelei o cinto com brutalidade e pulei para fora da Pickup, segurando a porta enquanto olhava para ele – Vou fazer isso mesmo. É melhor que ter uma conversa imatura dessas com você – Fechei a porta com gosto, fazendo um sorriso de satisfação surgir no rosto com o estrondo da porta batendo e que só aumentou quando ouvi o chingamento que ele soltou com a porrada da porta – Bem feito – Murmurei, indo para o porta malas.

Paul pulou do carro assim que o Vinícius saiu, e reprimiu uma risada quando viu que o rosto dele estava vermelho de raiva.

– Cara... Pega leve. Parece que você irritou sua irmã.

– Cala a droga da sua boca Paul – Falou enquanto passava por ele e ia abrir o porta malas sem olhar para mim. De alguma forma eu despertava oque havia de mais maligno nele.

Cruzei os braços e observei o rapaz emburrado tirar as malas do carro ainda sem me olhar. O emburrado pega as duas bolsas gigantes que eu trouxe e quando penso que faria o favor de carregá-las, tendo aquele breve pensamento que eu devia estar bastante cansada com a viajem apesar de tudo, a coisa joga as duas em cima de mim sem um, UM aviso de antecedência, e então uma das bolsas bate em cheio no meu nariz e cai nos meus braços, mas a outra espatifa no chão.

– Agora é a sua vez de carregar a bagagem irmãzinha – Ele abriu um sorriso completamente cínico e então fechou o porta-malas, entregando a de rodinhas para o Paul que olhava chocado para ele. “Você é louco mesmo!” Falou em voz baixa para o Vinícius enquanto ele passava com o ar da vitória. Pelo menos era oque ele pensava até eu erguer a mala em minhas mãos.

Agora as férias dele definitivamente seriam um inferno.

Na minha primeira chance, joguei a mala na cabeça dele em cheio e o idiota caiu como um abacate podre, com a mala fazendo ele beijar o chão com tanto amor quanto aqueles filmes de Hollywood.

Paul não se segurou e soltou uma gargalhada que ecoava por todo o estacionamento, praticamente chorando enquanto o meu irmão se levantava de quatro do chão, com a ira de mil homens se acumulando no peito.

– Quem você pensa que é para jogar uma mala na minha cara?! – Olhei para ele com o nariz vermelho e o rosto zangado.

– Você... – Ele pegou a mala do chão e se levantou enquanto Paul ainda ria e então se virou para mim com o rosto bastante vermelho – VOCÊ FICOU LOUCA DE VEZ PIRRALHA?!

Coloquei uma das mãos na cintura e dei a lingua para ele.

– Pense melhor antes de se achar o rei da cocada para cima de mim. Eu não sou mas pequena, e posso ser mais vingativa que pensa – Peguei a mala do chão e afastei um fio de cabelo do rosto – Agora podemos ir para o apartamento ou não?


Vinícius –

Quem aquele ser, ou melhor, aquela criatura pensava que é para me humilhar na frente do homem mais idiota do meu prédio? Eu levei tanto tempo para manter uma boa imagem para aquela gente estrangeira e a minha irmã quer simplesmente jogar tudo no espaço com seus ataques instáveis de TPM.

Que merda foi aquela?!

E o pior de tudo é que ela me obrigou a levar aquela bolsa abarrotada de livros cinco quilos de folha cada para dentro do prédio até o apartamento, com o Paul rindo como um asno atrás de mim.

Sim, eu estou bravo mesmo. ALGUM PROBLEMA COM ISSO?!

– Vinícius...

– FALA, MERDA! – Berrei sem parar para ver quem era que tinha perguntado, mas graças a Deus foi apenas o Paul.

– Calma! Só quero a chave de casa já que eu ainda não adquiri a habilidade de atravessar paredes - O animal nem teve a coragem de esconder o sorriso de humor da cara, mas decidi ficar quieto e entregar logo as chaves para ele. Meu ombro estava prestes a cair do corpo se eu não tirasse aquele peso dele.

Como a pirralha da minha irmã conseguiu trazer aquilo?

– Mas o Vinícius quase atravessou o chão naquela hora. Faltou pouco.

– Será que pode parar de encher o meu saco?! – Encarei a garota que me olhava com desdém, e aquilo me deixou com os nervos a flor da pele.

– Foi culpa sua aquilo ter acontecido, então nem vem com essa, emburrado.

– Emburrado é o caram...

– Vamos entrar pessoas felizes! Já estamos em casa, então vamos relaxar! – Paul estava rodando as chaves no indicador enquanto passava o olhar por nós dois. Ignorei aquela pose de tranquilidade a minha frente e entrei em casa, me amaldiçoando por não ter viajado no começo destas férias e ter evitado a visita da pior das pessoas.

– Oque é que deu nele? – July murmurou para o Paul enquanto eu largava a mala no chão da entrada e ia para o sofá.

– Não sei, eu nunca vi ele assim – Paul deu de ombros e então passou os olhos pela minha irmã, abrindo um sorriso de satisfação – Sabe! Acho que devíamos ir para a praia para acalmar os nervos do Vinícius – Falou em voz alta propositalmente para que eu ouvisse.

– Que se dane, eu não quero mais andar na presença dessa garota – Resmungou como um velho enquanto ligava o console e pegava o controle sem fio do Xbox.

July apertou os punhos e andou com passos pesados até o sofá.

– Pelo amor de Deus, essa garota é a sua irmã! Será que é tão difícil falar isso?

Olhei para ela com a pior expressão que eu tinha. Não queria dar uma de irmãozinho compreensivo depois do que ela fez. Ela ia me pagar.

– Talvez, agora será que poderia ir logo arrumar suas coisas?

Meio que me assustei quando todas as expressões horríveis que um ser humano pode fazer passou pelo rosto dela, mas então ela se controlou e deu as costas, bufando de raiva.

– Quer ajuda com as malas? – Paul que apenas sorria para a cena linda entre irmãos pegou a mala que joguei no chão e colocou no ombro enquanto levava a de rodinhas.

– Por favor, pelo menos alguém tem que me ajudar aqui – Ignorei o comentário da chata e iniciei o jogo Soul Calibor IV no console. Queria descontar minha ira num bom jogo de luta e acabar com tudo que viria pela frente.

Não é a minha irmã quem vai acabar com minhas férias. Não mesmo.


July –

– Como alguém pode ser tão insuportável? – Resmungava enquanto andava para além da moldura de porta numa das paredes da sala, pisando forte o piso de madeira daquele corredor – Ele era chato antes... Mas será que não está um pouco feliz em me ver?

Paul andava na minha frente, parecendo completamente tranquilo diante da discussão que eu e o Vinícius armamos.

– Ah, ele está feliz por te ver sim. Ele só não demonstra – Levantou mais a minha bolsa gigante no seu ombro e parou na primeira porta daquele corredor.

Olhei para o ombro dele, percebendo como estava rígido com o peso extremo da minha bolsa. Não é culpa minha se eu leio muito, mas...

– Isso não está te incomodando? – Completei meu pensamento numa pergunta completamente óbvia, mas o cara apenas riu.

– Um pouco, mas não posso parecer frágil agora – Ele abriu a porta e virou o rosto para mim, ainda sorridente – Até você conseguiu trazê-la.

– Ah! Entendo, é aquelas coisas que os homens tem de manter a masculinidade – Dei de ombros, esquecendo um pouco o meu irmão imaturo.

– É, tipo isso – Ele deu outra risada e entramos no quarto.

Não faço ideia da minha expressão naquele momento, mas com certeza deve ter parecido um pouco com choque e nojo.

– Seja bem vinda ao seu novo quarto! – Paul estendeu os braços para todo o quarto e eu olhei para ele, completamente desorientada.

– Como é que é?! Esse é o meu quarto?

– Bem, para ser exato é seu e do Vinícius.

– OQUE?! VOU TER QUE DIVIDIR QUARTO COM UM HOMEM?!

Paul caminhou pelo quarto, desviando pela pilha infinita de tranqueiras espalhadas em todo o espaço e então colocou as malas na minha cama.

– Não se preocupe, se ignorar todo o lixo, é uma suíte bem bacana – Ele colocou a mão no ombro que tinha carregado a mala e girou o braço.

O quarto era completamente irreconhecível! Parecia um depósito de coisas fedorentas e algumas não-identificadas que me davam medo. Havia de tudo: Camisas, meias, latinhas provavelmente de refri, travesseiros, cobertores sem utilidade num canto escuro e esquisito, tênis puídos debaixo na minha cama e... OH MEU DEUS, ACHO QUE VI ALGO SE MECHENDO ALI!

– Mentiroso do caramba! – Grunhi, olhando para a porta como se pudesse atravessar a parede do corredor e alcançar o meu irmão com o olhar mais raivoso que eu possuía.

– Parece que percebeu a mentira dele... Mas enfim – Paul passou por todos os obstáculos de novo e passou por mim – Boa sorte, te vejo mais tarde.

Me virei para ela de uma vez.

– Perai! Você vai me deixar nesse pesadelo?!

A cabeça dele reapareceu na porta.

– Sim.

A minha cara rachou e caiu no chão que quase não aparecia de tanto bagulho – não esse que você pensou – no chão.

– Eu pensei que você... Pelo menos ia me dar uma força se eu encontrasse uma cueca nojenta mofando debaixo dessa tralha toda!

– Eca! E você realmente acha que eu estou a fim de catar cueca daquele marmanjo? Você é a irmã dele, é mais apropriado que você faça – Ele deu um sorrisinho e então acenou – Novamente, Boa sorte – E sumiu com aquele sorriso bobo que no momento me serviu para porcaria nenhuma.

Me virei meio bamba e lenta por causa do choque que aquele lugar me provocou e encarei a tralha que fazia o pobre do quarto inocente sumir.

– Não acredito que eu vou ter que... Arrumar isso sozinha?!

Meu Deus que vontade de chorar! Eu nem tinha muita coragem de arrumar meu próprio quarto, arrumar o dele era sacanagem!

Apertei os punhos, sentindo um pouco de espuma escorrer perigosamente pelo canto da minha boca.

– O Vinícius vai morrer mais tarde. E eu mesma vou mata-lo!


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Notas finais do capítulo

Sei que provavelmente estão bravos comigo D:, mas mereço Reviews? :B