Vinícius -

Que droga aconteceu ali e como de repente todos aqueles idiotas estavam ali de uma só vez?!

A única coisa, a única e inocente coisa que eu queria fazer era avisar minha pobre e sega irmã dos perigos que tem ao sair com um traficante de drogas. Mas nãããõ! Como se não bastasse um traficante de drogas problemático do lado dela, apareceu logo toda a organização de traficantes idiotas e tão problemáticos (se não piores) que o Matt.

Aaah Matt.... É hoje que você morre.

Se não fosse aquele taco de beisebol que eu achei na varanda eu teria pegado uma pedra e atacado todo mundo na base da brutalidade mesmo. E ai se a July quisesse interferir, se não eu juro que usava aquela pedra na cara dela e então...!

- Todo mundo sentado, agora - Mandou a pirralha com o olhar mais aborrecido que eu já vi ela fazer até agora, então não tive escolhas se não sentar e baixar a cabeça junto com os outros dois molengas nas banquetas da cozinha.

Podemos deixar a ideia da pedra para mais tarde...

Apesar de estar bastante consciente do quanto a pirralha me olhava com mágoa ou seja lá o que for esses sentimentos femininos dramáticos, arrisquei olhar para o Matt a uma cadeira de distancia de mim e tive vontade de revirar os olhos com o rosto de cachorro arrependido dele.

Afe, a culpa de eu estar perdendo meu tempo aqui é dele. Que fique muito feliz por ter apenas os ossos destroçados e não a vida arrancada por mim ou pela July enfurecida.

- Vinícius! - Levei um susto tão grande com a voz dela que virei a cara como um pirralho que acabou de borrar as calças - Você é um idiota! Um completo idiota!

- O que?! Agora a culpa é minha?! Foi o Matt quem trouxe aqueles imbecis para cá!

- Mas você sabia de tudo! Tudo, e nem se quer me contou antes de me trazer para essa confusão! - Ela se aproximou apontando o dedo para mim, e então me encolhi no banco - COMO SEU PRÓPRIO IRMÃO SE QUER AVISA QUE O CARA QUE EU CONHECI E ACHEI LEGAL VENDIA DROGAS!

- Eu ia te avisar...!

- QUANDO?! QUANDO EU ESTIVESSE EM ALGUM TIPO DE VAN COLORIDA CHEIRANDO UMAS CARREIRINHAS AO LADO DE UM UNICÓRNIO?!

Por sorte, quando pensei que ia morrer o Paul colocou o braço na minha frente.

- July, calma, a gente realmente ia te avisar - E foi assim que Paul reservou seu túmulo, acendendo ainda mais a chama da desgraça que ardia em volta dela.

- Como...? VOCÊ TAMBÉM SABIA DISSO?!

Paul logo se afastou também.

- Ei, não olha para mim! Foi o seu irmão que nos trouxe aqui mesmo sabendo que o cara que saia com você era um ex-traficante!

PUTZ PAUL! DE QUE LADO VOCÊ ESTÁ?!

- Ai meu Deus... - July fechou os olhos, apertou as têmporas e afastou dois passos - Meu Deus o que eu faço com vocês três...?!

- Que tal eu preparar uma água com açúcar para você e a gente conversar pacificamente?- Sugeri com um rosto inocente, mas ele foi completamente desfeito com o olhar de fúria que ela lançou.

- Você realmente acha que tudo isso é uma brincadeira estúpida Vinícius? - Perguntou numa voz normal que estranhamente deixou ela ainda mais amedrontadora - Se você tivesse dado de machão do taco mais um pouco era provavel que aquilo terminasse numa tragédia. Tem noção do perigo que corremos por sua causa?!

- Ei! Será que não prestou atenção no que aconteceu lá? Eu te protegi pirralha. Você ia virar um resto nada bonito no chão se eu não tivesse aparecido. Sabe, aqueles caras são muito diferentes dos moleques que você já bateu na rua ou na escola. - Tudo bem que eu ia falar mais alguma coisa, aproveitar a primeira oportunidade e sair, mas eu parei assim que tive a impressão de que ela estava prestes a chorar.

- E PORQUE VOCÊ ACHA QUE EU ESTOU PUTA DA VIDA COM VOCÊ?! Você podia ter levado mais que um chute! Podia ter morrido droga! - Em vez de chorar como pensei, ela respirou fundo e soltou algo parecido com um grunhido. Assustador. - Quer saber? Isso não importa agora, o que importa é a explicação do que aconteceu lá fora! - July olhou diretamente ao Matt - Porque eles disseram aquilo tudo sobre drogas?

Matt levantou um pouco a cabeça, evidentemente aborrecido com o que ela viu, mas mesmo assim ainda tinha coragem o suficiente para falar algo.

- Para ficar claro, nada daquilo que eles falaram foi blefe. Eu realmente mexia com esse tipo de coisa por vontade própria - Respondeu com a voz rouca e esquisita, mas eu continuei irritado por ele estar tão arrependido agora que toda a desgraça foi feita.

- Isso está claro até de mais Matt. Porque motivos você estaria com o nariz quebrado agora? - July abaixou a cabeça e apertou a ponte do nariz, parecendo juntar paciência para continuar - Mas por que?

Ele abaixou a cabeça de novo e coçou a nuca.

- Ah... Eu... Não sei. Eu fazia isso desde a metade do colegial, e depois nunca mais sai. Você não imagina o quanto ganhávamos vendendo aqueles pacotes - Depois disso, ele resolveu levantar a cabeça e encarar a July de frente. - Mas July, eu nunca provei aquilo. Eu vi como aquelas pessoas ficavam depois de consumir aquilo, e era nada lindo de se ver.

- Ah, não sabe o quanto isso me conforta - Ironizou com um sorriso falso. Herança do seu belo irmão, claro.

Engraçado que até mesmo agora o poço de coragem dele é de se admirar.

O que? Não acredita?

Então  veja isso:

- Eu não vendo mais aquelas drogas July - Começou, encarando a menina - Eu larguei tudo isso há dois anos por causa do seu irmão.

Ela parou um segundo e semicerrou os olhos para mim.

- Você? - Eu ia responder essa pergunta, mas o problema foi que o idiota do Matt não terminou.

Agora sim você verá a coragem dele:

- Foi ele quem me salvou de ser espancado num negócio que não deu certo naquele ano -  E então olhou para mim - Foi um acidente. Eu só peguei um dinheiro emprestado do Vinícius para quitar uma compra, mas o Vinícius me seguiu com o Paul quando sai do prédio e acabou encontrando toda a gangue. O cara do negócio descobriu ele, a compra foi para o ralo e acabamos todos numa briga, mas como eu disse, ele nos salvou.

Só Deus sabe o pânico que eu senti nos três segundos antes do ataque iminente.

- C-como é que é? - A garota aproximou um passo com um perceptível tique nervoso num dos olhos enquanto olhava diretamente para o futuro cadáver do Matt - Você disse que meu irmão se meteu numa briga de gangues por... Por sua culpa?

E para lascar tudo de vez:

- Sim, me desculpe.

Depois disso, foi questão de um milésimo até a gola da blusa dele parar no punho fechado da July.

- COMO VOCÊ PODE METER O MEU IRMÃO NUMA DROGA DESSAS?!

MEU DEUS!

- July! Calma!! - Pediu o Paul antes mesmo de levantar correr até ela, mas a garota estava enfurecida a ponto de chutar o joelho dele em cheio.

Pelo menos ela não chutou outro lugar...

- Desculpe...! - Matt disse com uma voz engasgada que me faria rir se não fosse por causa daquele motivo.

- E SE ELE TIVESSE MORRIDO SEU IDIOTA?! ME RESPONDE?! - Sacudiu ele com a aura demoníaca dos sete infernos do apocalipse rodeando ela - EU PODIA TER PERDIDO ESSE BOCÓ PARA SEMPRE! SÓ EU POSSO MATAR ELE! E NÃO UM IRRESPONSAVEL QUE TRAI A CONFIANÇA DOS OUTROS POR CAUSA DE UM MALDITO PACOTE DE DROGAS!

Um pouco atrasado por estar quase me desfazendo de medo na banqueta há uns momentos, tomei coragem para passar segurar a garota usando todo o meu corpo enquanto apertava os braços abaixo dos dela para evitar que ela agarrasse mais alguém.

- July, JA CHEGA MULHER! - Afastei ela do Matt enquanto a garota corava e se debatia de raiva - Calma!

- NÃO VEM ME PEDIR CALMA VINÍCIUS!

- Tá legal! Desculpe! Mas você tem que pelo menos se controlar! QUER MATAR TODO MUNDO GURIA?! - Apesar de eu não esperar que isso fosse dar certo, depois de um tempo ela parou de se mexer e respirou um pouco. Mesmo assim continuei segurando a garota selvagem, mas então ela virou o rosto para mim e balançou a cabeça.

- Pode me soltar - Pediu com mais calma, e só depois de dar uma boa olhada nela que afrouxei o aperto e soltei ela.

Um pouco distante dela, Matt havia acabado de se recuperar com  o Paul ao seu lado, sendo que este tinha uma bela marca na perna e estava em posição de defesa meio bagunçada, como se a July fosse algum tipo de ser descontrolado que poderia investir a qualquer segundo.

Se bem que essa ideia não parece ser tão absurda.

- Vinícius... - July virou o rosto para mim toda despenteada e um pouco ofegante - Você sabia disso apenas...?

- Só quando eu encontrei a gangue dele - Respondi rápido, ainda nervoso, lógico.

- Certo - Ela virou o rosto para frente, então olhou o Matt com um rosto nada feliz pela cena dele ofegante e com a gola que agarrou toda folgada e amassada. Matt levantou o rosto para ela um pouco assustado, e então os dois começaram a se encarar, como se decidisse quem ia dar a primeira sílaba ali. Quando a coisa começou a me deixar mais nervoso, Matt finalmente abre a boca.

- July, eu...

PAFT!

- OIII GENTE! Está passando um filme m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o na HBO! Que tal nós fazermos uma pipoca e... - A garota indiscreta que quase quebrou a porta quando a abriu, finalmente calou a boca quando notou a atmosfera quase palpável de tensão que rondava a cozinha. Isso além dos sinais de briga perceptíveis na roupa amassada do Matt, ou no joelho roxo do Paul, os cabelos de Samara de manhã cedo da July, ou se preferir, as lindas marcas arroxeadas no meu braço, rosto, e um circulo irregular de terra na minha camisa onde fui chutado.

Sim, estavamos parecendo quatro belos mendigos que vivem na floresta. Então ela abriu a boca num "O" de terror e arregalou os olhos para cada um de nós.

- Meu Deus! O que vocês fizeram nessa cozinha?!

Fiz uma cara de idiota para ela como quem diz "O que você acha?!", mas antes que essa mesma frase saísse pela minha boca, July virou as costas para nós, passando batido pela Ever quando se dirigia até fora da cozinha, em silêncio.

Pronto, agora vamos ter um longo caminho pela frente.

Paul -

- Normalmente as pessoas costumam dizer isso para mim, mas Matt, você é um idiota - Caleb balançou a cabeça para o Matt recém saído do banho quando terminou - Cara, que mancada. Como você deixou a garota ver aquilo?

Matt parou de esfregar a toalha nos cabelos molhados para revirar os olhos.

- E por acaso você acha que eu quis aquilo? Eles simplesmente apareceram. - Acentuou a ultima palavra, fazendo um rosto aborrecido para voltar a secar o cabelo.

- Mesmo assim cara, foi uma mancada horrivel - Do outro lado do quarto, Vinícius soltou um resmungo e tirou a cara do celular para encarar o ruivo colorido.

- Caleb, todo mundo sabe que foi uma merda, agora fica quieto.

- Ah! Tanto faz - Caleb se jogou na cama apoiando a nuca nas mãos - Pelo menos não fui eu quem fez aquilo.

- Cala sua boca Caleb! Que droga, até eu estou de saco cheio desse assunto - Reclamei na minha cama, com os olhos pregados no Matthew.

Agora eu gostaria de saber o que ele vai fazer para reparar as coisas com a July. Bem, pelo menos ninguém vai mais ficar lembrando do beijo que dei nela. Bom para mim!

- Hey - Pisquei algumas vezes, voltando para a terra, então vi o Matt sentado na cama, apoiando os braços nas pernas afastadas enquanto olhava para mim.

Ah... Ele falava comigo.

- Fala.

Ele soltou um suspiro e me olhou como se suplicasse ajuda.

- O que eu faço agora? Você viu o quanto ela ficou irritada.

Dei uma risadinha.

- E você realmente acha que eu sei? Eu ainda estou sofrendo nas mãos daquela garota pelo beijo que aconteceu a não sei quanto tempo.

- Mesmo assim, vocês parecem se entender bem, e passa mais tempo com ela que eu - Deu de ombros - Eu estou ferrado mesmo, então qualquer coisa serve.

De repente Caleb começou a rir na beliche de cima como se ele tivesse dito algo hilário.

- O que é tão engraçado? - Perguntei, olhando para a cama onde ele estava.

- Ah cara! - Riu mais um pouco antes de enfiar a cabeça para fora da cama e sorrir feito um bobo para o Matt - É muito divertido ouvir você dizer que o Paul é mais proximo da July. Cara, não foi você que beijou ela na cozinha noite passada?

Vinícius tirou a cara do celular para encarar o Matt.

- Você  o que?!

- VOCÊ BEIJOU ELA?! - Por incrível que pareça, fui eu que levantei com os olhos arregalados para ele com uma voz agudamente máscula, mas o Matt ignorou nós dois.

- Você viu isso? - Perguntou com toda a calma para o Caleb.

- Não cara, lógico que não! Não perco meu tempo com isso - Ele bufou - Foi a Ever que me contou.

- A EVER?! - Perguntamos eu e o Vinícius com aquele sonzinho agudo de novo.

Caleb alargou o sorrisinho.

- E pelo oque ela me disse você caprichou heim - Sorriu mais uma vez e então virou o rosto para mim - Mas o dele foi nada parecido com o seu Paul. A July aceitou o beijo de boa.

- ACEITOU OQUE?!

- Putz cara, você está com algum tipo de problema na audição?!

Vinícius soltou um grunhido misturado com um resmungo de ódio e jogou o celular em cima da mochila dele antes de encarar o Matt.

- Matt, merda, eu só não te bato porque eu e minha irmã já fizemos todo o trabalho - Vinícius se recostou na cadeira dele e colocou a cabeça para trás - Pelo amor de Deus! Que garota problemática!

- Bem, dessa vez eu nem vou me desculpar. Ela queria me beijar - Levantei uma sobrancelha quando tive a impressão que ele olhou para mim por um momento - E eu também, então não foi nenhum crime.

- Querido, ninguém agarra uma virgem daquele jeito se não gosta dela.

Tá, eu não sou gay a ponto de falar isso, então...

- DÊMONIO! - Vinícius quase cai da cadeira como se tivesse visto a July com uma faca e não a Ever - Porcaria Ever! - Sibilou, segurando os braços da cadeira com força enquanto o rosto dele começava a ficar vermelho de novo - O que diabos você faz nesse quarto?!

A garota abriu um sorrisinho falso e cruzou os braços para ele.

- Não é culpa minha se ninguém se preocupou em trancar a porta - Vinícius fez uma careta para ela, mas a garota virou o rosto e passou a mão pelos cabelos, ignorando o cara como faria com um nerd melequento.

Coçei a cabeça e virei a cara para ela, estranhamente calmo para a situação.

- Ever, não é a melhor hora de testar a paciencia inexistente do cara - A garota virou o rosto para mim e alargou um pouco mais o sorriso.

- Ah Paul, eu não perderia meu tempo vindo aqui para encher o saco dele - Revirou os olhos e fechou a porta atrás dela para atravessar o quarto e sentar ao meu lado. Cruzou as pernas e soltou um suspiro cansado - Acho que qualquer um de vocês não se sentiria bem vindo no mesmo quarto de uma garota tão descabelada quanto aquela garota. Deus, ela me dá arrepios agora.

Vinícius bufou.

- Pode acreditar que o cabelo da pirralha é a ultima coisa com que me preocupo no momento.

Ela olhou para ela e torceu os lábios ao ver a multidão de fios ondulados e bagunçados na cabeça dele.

- É querido, não me surpreendo - Desviou o olhar dele e se virou para mim novamente - Agora, me expliquem o que deu nela para ficar naquele estado deplorável?

- Matt e sua gangue - Respondi como se dissesse o sabor da balinha que comi ontem, então ela ergueu as sobrancelhas com uma expressão que dizia que tudo fazia sentido agora.

Aliás, a balinha era de morango, apesar de alguns preconceituosos acharem isso um pouco gay da minha parte.

- Ela é muito mimada mesmo - Bufou - Nem eu fiquei assim quando descobri isso.

Deu para sentir que o Vinícius se controlou para não bufar de novo, mas como era ele ali, disse:

- Ever, você não ficaria daquele jeito nem com uma ameaça de um ataque terrorista desde que não roubassem seu xampu da moranguinho e assassinassem seu Ken.- Caleb deu uma risadinha esquisita acima de nós fazendo um sinal positivo com a mão, mas claro que ninguém deu atenção.

- Olha, não me obrigue a falar daquele seu macaquinho azul - Ameaçou apontando a unha pontada de rosa com glíter de seu indicador, então o Vinícius arregalou os olhos para a garota.

- V-Você sabe sobre o C-Caco? - Ela abriu um sorrisinho diabólico.

- Eu sei de muito mais coisas que você poderia imaginar - Deu a língua para ele, então o garoto começou a ficar branco.

- Ok, agora já chega - Levantei da cama e olhei para todo mundo - Não quero ver nenhum banho de pelúcia e membros de boneca hoje. Então por favor, não me obriguem a ser o cara responsável daqui que eu não sirvo para esse papel.

Matt se mostrou presente dando atenção para mim e deixou aquela toalha de lado.

- Ainda bem. Eu ainda preciso de ajuda com a July, ou então vou ter que sobreviver por algumas semanas sem ver ela.

Ever deu uma risada chacotada para ele.

- Sendo um cara tão bonito, me decepcionou agora Matt - Afastou um dos fios de cabelo do rosto e se inclinou para ele - A solução é tão óbvia que eu nem tenho vontade de falar.

- Para de enrolar e fala logo - Resmungou Vinícius.

- Credo, é por isso que levou aquele tapa na cara...

Agora eu concordo com essa garota.

-... Mas como sou muito legal, eu falo - Sorriu falsamente de novo e disse - A solução é: Compre cinco das melhores colônias da Victoria Secrets ou aquela divina maquiagem que saiu este mês, e eu não duvido que uma garota te perdoe.

- Ou seja - Começou Vinícius - Substitua a July por uma Barbie de cérebro postiço e vença  a guerra.

Ever revirou os olhos.

- Ha ha. Eu amo essas coisas e nem por isso tenho cérebro postiço.

Vinícius cobriu a boca e deu uma boa olhada nela antes de descobrir e abrir um sorrisinho.

- Acho melhor eu me manter calado dessa vez se não...

- Quer saber - Matt cortou ele e fez um sinal para a porta - A porta ainda está aberta para que possa se retirar Ever. Decidi dormir e resolver isso amanha. Cabeça quente como ela está, eu vou estar pedindo outra briga.

- Excelente - Vinícius bateu as palmas e se levantou -  Já estava mais que na hora de você pedir duas coisas tão boas - Foi até a porta e com um sorriso a abriu - Agora, faça a gentileza de desgrudar seu traseiro da minha cama e dormir no sofá, por favor.

Ever fez uma cara irritada para o Vinícius e se levantou, encarando ele.

Agora ele decidiu bufar de novo.

- Desfaça esse rostinho que eu já lidei com piores, e acho que nem preciso acrescentar mais algo para saber de quem se trata - Apontou para o lado de fora - Agora suma desse quarto.

Depois dessa, Ever andou com uma irritação nada discreta até a porta onde estava o Vinícius.

- Você é nojento - Falou assim que passou por ele, então o cara sorriu de novo.

- As pessoas me dizem isso o tempo todo - E fechou a porta com gosto para então caminhar até a cama dele - Boa noite marmanjos.

- Boa noite. Não se esqueça do ursinho de pelúcia - Eu disse com um sorrisinho típico meu.

Vinícius parou assim que alcançou a beliche e me encarou.

- Não é um "ursinho de pelúcia". É um macaco.

Ah, claro! Isso deixou as coisas muito claras agora.

Quando o cara expulsou o Caleb com seu olhar da morte e subiu a beliche acima, antes de se deitar, se virou para o Matt.

- Ei cara, só mais uma coisa, para quando for resolver as coisas amanha.

Matt parou de mexer nos cobertores e levantou a cabeça.

- O que?

- Desista dessa história de namorar a minha irmã. Não que eu vá te ameaçar agora, mas ela é muito inteligente para dar alguma chance para um idiota, e isso não vai mudar por sua causa.