The Helper escrita por loliveira


Capítulo 5
Emoções Demais




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É segunda de novo. E eu deveria estar indo para a aula, mas eu estou na sala do diretor enquanto ele grita comigo por ter socado Samantha. Estou tentando muito mesmo não rir da cara dele, mas ele tem um bigode engraçado que se fosse maior, o vento poderia fazer ele se mexer. É hilário.

–Agora, você vai me dizer exatamente o que aconteceu!

–Eu dei um soco em Samantha Brown. -Eu digo com a maior calma do mundo, nem querendo demonstrar raiva. Não que eu esteja com raiva. O momento foi lindo. -Eu estava indo em direção ao portão da escola, quando ela vem para perto de mim e fala sobre meus pais. O que o senhor queria que eu fizesse? Desse um abraço nela? -Tudo bem, eu escondi a parte que ela falou sobre Ray e ela na sexta feira, mas não acho que o diretor Figglehorn precisa saber dessas coisas. Ele parece surpreso.

–Ela falou sobre seus pais? O que exatamente? -Eu me levanto, realmente irritada com a injustiça desse mundo. Eu me seguro para não dar tapas no diretor e gritar um "Acorda, homem!".

–Sobre... as escolhas que eles fizeram no passado. -Eu me limito a dizer. Figglehorn senta em sua cadeira de volta e cruza as mãos.

–Bem, Hart, é sua primeira infração, então não vou dar suspensão. Mas você não pode distribuir socos por aí, entendido mocinha?

Outra coisa engraçada sobre Figglehorn é que ele chama todos pelo sobrenome, acho que ele nem sabe que chama as pessoas assim. Acho que deve ser automático, porque ele foi para a guerra há alguns anos e dizem que voltou meio traumatizado.

–Sim, senhor.

–Agora pode ir.

–Sim, senhor! -Eu digo naquelas vozes que os soldados dos filmes sempre usam. E saio antes que ele me culpe de mais alguma coisa.

Bater em Sam Brown foi revigorante. Valeu até os dois dias que eu passei na cama chorando, desolada enquanto mamãe fazia sopa de frango porque achava que eu estava doente de novo. A sopa dela é a melhor. O caso é, eu ainda estou magoada e um pouco desiludida. Pensar em Ray ainda me faz perder todos os meus motivos para rir de alguma coisa e eu não quero nem pensar em como vai ser passar as aulas com ele.

Uma coisa que me deixa intrigada é o que Samantha foi ver em Ray. Quer dizer, ela vê o mesmo que eu vejo? Ela é uma veterana, e vai para a faculdade quando as aulas acabarem, mas eu não entendo o que ela foi ver em um cara como Ray: quieto, inteligente e calmo. E está no segundo ano ainda. Nem é mais velho que ela! Ela é totalmente o oposto e eu me recuso a pensar que no caso deles os opostos se atrem. Simplesmente parece irreal.

Apesar de ter ficado com uma dor de cabeça horrível, eu também consegui (com muito esforço e positividade) tirar proveito da minha choradeira de final de semana. Mamãe e papai me deixaram ir nos fogos, mesmo que agora meu desejo de ir tenha diminuído uns cinquenta porcento.

–Charlie?

Ray está apoiado no balcão da recepção, que é na frente da sala do diretor.

–Ray...

–O que foi tudo aquilo? -Ele parece meio divertido o que me faz querer chorar. De novo. E agora quero me estapear também. Ray está usando um suéter azul que deixa a pele dele bem mais clara e linda. E jeans. Meu Deus.

–Eu... meio que fiz uma coisa errada.

–O quê?

Eu deveria pegar o celular e filmar a expressão dele depois de dizer o que vou dizer agora.

–Dei um soco em Samantha. -Eu digo vitoriosa.

Mas acho que nem se um asteróide caísse numa ilha recém descobrida protegida por unicórnios com nuvens de algodão doce, nem assim, eu ficaria tão surpresa quanto eu estou vendo Ray... rindo. Achei que ele ia falar alguma coisa do tipo "mexeu com a minha namorada, mexeu comigo" ou "ninguém desonra minha garota", sei lá, qualquer coisa menos isso. Ele joga a cabeça para trás e eu devo estar com uma cara de nada olhando totalmente confusa.

–Mandou bem.

–Er...

–Escute, sobre Samantha, preciso falar uma coisa para você... -Ele tenta começar, mas eu boto (palmas para a coragem recém-achada) o dedo em sua boca, calando-o. Eu realmente não quero ouvir.

–Mande suas dúvidas sobre relacionamente por e-mail. -Ele me olha, perdido, e eu realmente queria tirar meu dedo dali e botar minha boca no lugar, mas minha coragem não é tanta. -Agora, preciso ir para a aula.

E eu saio correndo, porque estou mega atrasada para a aula de economia doméstica e louca para contar à minha dupla (Jay) sobre o bigode engraçado do diretor e a mini-conversa com Ray.

Por que? Por que eu não posso ser bonita, ou talentosa, ou ter um corpo legal que nem o dela? Por que? Antes de ir para a aula, eu vou ao banheiro das garotas e me olho no espelho. Só para ver o que ela tem que eu não tenho. Bem, ela tem bem mais peitos que eu. E os olhos azuis bem mais bonitos que os meus verdes-cor-de-praia-novaiorquina. O cabelo dela é todo ondulado e loiríssimo (na oitava série, eu apostei cinco dólares que o cabelo dela não era tão claro assim, mas acabei perdendo quando mostraram fotos dela quando era pequena. Ela é loira assim realmente, para o azar dos meus cinco dólares), meu cabelo é liso (nem um prendendor dura no meu cabelo!) e marrom. Não cor de chocolate, ou da cor dos olhos do Jay - que são muito bonitos - mas um marrom cor de lápis marrom. Bem sem graça.

Dúvidas e questões sobre relacionamentos? Pergunte à Madim!

Todos os nomes são protegidos para manter o anonimato dos autores.

Essa coluna pertence à Rixon High School

Querida Madim,

MEU PAI NÃO ME DEIXA IR NA PRÓPRIA FORMATURA!!!!!!!!!!!!!!!! ELE DIZ QUE VOU ACABAR FICANDO GRÁVIDA E COM UM FILHO ANTES DOS 19. Mas eu não sou assim, só que ele não percebe! O que eu digo para ele, para convencê-lo de que eu não sou louca a ponto de fazer isso?

Querida Santinha,

Pense assim, ele só não quer ver que você é grandinha já. Tente ver com os olhos dele. Agora, por que não o convida para ir ao baile de formatura com você? (Ele deve estar com medo do baile, não da formatura em si!) Tente o entender e faça com que ele entenda seu ponto. Querida, com os pais, a questão é conversar. Quanto mais você conta as coisas para eles, mais vocês vão ter a confiança um do outro. Tem namorado? Fale sobre ele com seu pai. Diga como ele é amoroso e carinhoso e principalmente, fale da família do seu namorado. É sempre bom falar sobre um adulto nessas situações. Espero ter ajudado, boa aula e tente não dormir.

Com amor, Madim.

Dúvidas e questões sobre relacionamentos? Pergunte à Madim!

Todos os nomes são protegidos para manter o anonimato dos autores.

Essa coluna pertence à Rixon High School

Querida Madim,

Não sei se eu quero sentar e chorar por causa dele. Acho que vou seguir em frente. O que você acha?

Querida,

Se funcionar para você, vai nessa e ótima ideia. Se não, sempre tem um lugar vago no cinema antigo da cidade onde eles rodam aqueles romances dramaticos que você pode assistir sem ninguém julgar sua choradeira durante o filme inteiro. Boa aula e tente não dormir.

Com amor, Madim.

Quando eu entro na sala de volta, explico o porquê do meu atraso e vou para o lado de Jay. Estamos fazendo cookies e somos realmente muito bons nisso. Eu conto à ele a conversa com Ray e nós fazemos piadinha do bigode de Figglehorn. Outra coisa engraçada sobre Figglehorn é o sobrenome. Caramba, quem desse século se chama Figglehorn? E, caramba, quem desse século diz caramba? Acho que preciso parar de ir no cinema antigo da cidade ver os velhos dramas românticos. Estão me deixando mais esquisita do que o normal.

Jay me pergunta sobre as coisas no jornal, o que, para falar a verdade, me incomoda bastante. Eu disse para mim mesma, quando aceitei o trabalho, que as duas coisas estariam separadas e eu quero que seja assim. Mas não ajuda nada seus melhores amigos lembrando dessas coisas toda hora. Eu amo dar os conselhos. Mas quando não estou dando conselhos, não quero falar sobre eles. Às vezes eu acho que contar à Jay e Audrey foi um erro. Agora eles só falam disso quando querem tirar algum assunto triste da minha cabeça. Mas pensar m casais ou problemas me deixa triste também às vezes. É muito confuso.

–Bem. -Eu digo. O bom é que Jay pergunta uma vez, mas se percebe que a resposta não era bem a que ele esperava, ele cai fora. Acho que ele é um bom amigo. De verdade.

E então Mrs. Goode aparece, com uma cara muito séria que me dá medo.

–Precisamos conversar.



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Notas finais do capítulo

me perdoem por erros de português e acentuação, e sempre deixem suas opiniões ok?! (:
Quero aproveitar pra dizer que eu estou escrevendo pra vocês, mas fazendo isso por mim. Por que eu quero me conhecer como escritora, ver o que eu posso fazer, e conhecer também esse mundo dos adolescentes.
Para a minha única comentarista (love you!!) eu queria dizer que no próximo capítulo eu explico bem melhor o Jay e a Audrey e só deixei a descrição da Charlie nesse aqui. Ela ainda vai passar por muita coisa e vai pra mais fundo no poço ainda! Vai ter mais revelações, dialogos e confusões.
Sobre os e-mails, se vocês tiverem algum problema (ou conselho) me mandem porque eu gostaria de botar na fic!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! tchau (:



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