Desaniversário escrita por Máh Scary Monster


Capítulo 1
Parabéns, Percy!


Notas iniciais do capítulo

Já queria escrever uma fic de PJ faz um tempão, então resolvi arriscar.

Ps1: Nico é um dos meus personagens favoritos, seja da saga PJ ou HdO, ele disputa entre Leo e Rachel.

Ps2: Filha de Hades aqui o/



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– Já faz tempo, Nico. – Concentrei-me para não parecer tão emotivo.

– Alguns anos... Não é? – Aquele filho de Hades resolveu desviar o olhar.

– Alguns. – Concordei enquanto Nico girava seu anel de caveira com os dedos da outra mão.

Fazia mais de três anos desde que Nico havia visitado minha casa, conhecido minha mãe e revelado segredos que na época ainda tentávamos entender. Ele não era mais aquele garoto franzino e complicado de lidar, ele estava bem mais alto do que eu, mais sociável e sem querer eu podia observar seus bíceps por baixo da sua camisa preta. Engoli a seco, se fossemos caras "normais" ele me derrubaria fácil em uma pancadaria.

– Da última que vez estive aqui – Sua voz ficou rouca – Era a mesma data. – Ele abriu um sorriso dando passagem para eu encarar aqueles olhos profundos fazendo minhas pernas tremerem.

– Você ainda lembra. - Desviei o olhar.

– Claro que sim. Ah! Espere. – Nico agachou na minha frente apoiando uma mochila no chão da calçada, tudo foi muito rápido em um segundo eu ouvi o zíper se abrindo e fechando e no outro, ele estava de pé segurando um pequeno pacote. – Feliz aniversário, Percy! – Disse entusiasmado estendendo uma caixa prateada do tamanho da palma da minha mão.

Eu não fazia idéia do que poderia ser, não era nada referente ao mar porque não havia me causado nenhuma sensação, meus olhos percorreram a rua deserta da minha casa, queria ter certeza que ninguém estivesse olhando caso fosse alguma coisa do reino de Hades, eu sorri com a imagem de abrir e caixa e pular um esqueleto.

Segurei com cuidado e o encarei, imaginei que meu olhar estivesse carregado de desconfiança, pois ele disse alto:

– Oras, abra!

E assim fiz, passei o indicador na fita desfazendo o laço e destampei e lá vi um fundo azul, reconheci na hora o que era, um bolinho coberto por chantilly cor do céu, parecia delicioso, no meu rosto tinha um sorriso bobo.

– Poxa Nico, obrigado! Você se lembrou do meu aniversário que...

– É lógico que lembrei. – Ele me interrompeu e eu logo me xinguei, primeiro pois havia falado com mais entusiasmo do que pretendia, segundo porque naquela época Nico havia perdido tudo e quando eu digo tudo é realmente TUDO, perderá a irmã, seus pais e futuros amigos, depois havia virado meu inimigo por alguns meses e no dia do meu aniversário ele estava faminto e com frio.

– Vamos experimentar! – Balancei a caixa levemente e o puxei pelo punho deixando meus dedos tocando naquele pulso gélido até subirmos a escadaria em frente a minha casa.


A casa estava escura e silenciosa, porém aconchegante embora estivesse sozinho no meu aniversário de dezoito anos. Minha mãe ainda estava na cidade vizinha para uma palestra da faculdade, ou coisa do gênero; Annabeth, bem, nosso relacionamento afundou de tal maneira que nunca mais nos falamos; Grover estava trabalhando mais do que o esperado com esses negócios de crises ambientais; e o pessoal dos acampamentos, tanto o Acampamento Júpiter quando o Acampamento Meio-Sangue estavam em uma missão que parecia interminável. Portanto, não era o melhor momento para dar uma festa, mas como um belo presente de aniversário dei-me um descanso no mundo real.


Nico acanhado entrou na cozinha enquanto eu acendia as luzes da sala e dos outros cômodos, ele deixou a mochila no canto da porta e pendurou a jaqueta na cadeira.

– Está sozinho? – Ele perguntou erguendo uma sobrancelha.

– Ah, sim! – Não era uma coisa inteligente, mas também não era mentira. Sorri sem graça enquanto procurava alguns pratos e garfos nos armários da cozinha.

– Bom, parece que fiz certo em passar aqui. – Ele pigarreou – Afinal, é seu aniversário. – Os olhos castanhos brilharam e ele deu um sorriso que involuntariamente me fez sorrir também.

Aconteceu bem ao a caso, isto é, pelo menos eu acredito em coincidências. Saí para comprar corante comestível azul que tinha acabado do estoque caseiro da minha mãe e durante a volta esbarrei com Nico a poucos passos de casa. Ele parecia sem graça mas muito aliviado, eu não entendi o motivo. Nico não estava perdido e sim meio desnorteado, havíamos nos distanciado sem querer durante esses anos passados. Ao encontrá-lo imaginei uma coisa bem diferente, um aceno de cabeça ou um mero "Olá! Como vai? Eu vou bem, até logo." mas isso não ocorreu, a verdade é que meus pés correram para alcançá-lo e logo em seguida estávamos abraçados em um cumprimento fraternal. E foi isso... Cá estamos.

Coloquei um garfo e um pires em frente a Nico que apoiava as mãos pálidas sobre a mesa, depois arrumei os meus e coloquei o bolo entre nós dois.

– Sem parabéns? Sem velas? – Perguntou torcendo o nariz.

– Oras, eu... Não havia planejado. – Vela era desnecessário mas Nico perguntando era mais ainda, eu diria no mínimo estranho e se isso vale de algo, ele parecia até que contente, o que era mais bizarro ainda.

– Ok, tudo bem! – Ele ergueu as duas mãos, rendendo-se.

Sorri enquanto repartia o pequeno bolo azul ao meio.

– Ah, esqueci. – Lembrei-me do refrigerante que iria tomar mais tarde, deixei a faca de lado e peguei uma garrafa de coca na geladeira. Sentei-me e enchi ambos os copos.

Nico ergueu um deles com seus dedos magros:

– Parabéns, filho de Poseidon. - Ele sorriu e eu tilintei meu copo no dele.

Não demorou muito para devorarmos o bolo, três garfadas e havia acabado, tomamos o refrigerante com a mesma velocidade.

Foi engraçado, Nico havia arrotado sem querer e se desculpou zilhões de vezes, até que sem intenção eu tinha arrotado também, e bom, assim acabamos com o refrigerante e começamos um concurso de "porquisse". Risadas ecoavam pela cozinha que em algumas horas atrás estava silenciosa.

– Sente saudades de casa, Percy? – Nico perguntou deixando seus olhos sombrios focarem na mesa.

– Oi? – Respondi com outra pergunta, fingindo não ter escutado mas Nico não pareceu preocupado, afinal eu estava me recuperando de um acesso de risadas.

– Do acampamento. – Ele não quis repetir a palavra "casa" e tudo que eu fiz foi balançar a cabeça, não havia pensado em nada útil para dizer.

– Eu sei, também sinto. – Isso veio acompanhado de um suspiro.

Ambos estávamos sendo sincero, eu sabia disso, sentíamos falta de lá, o acampamento era de fato meu lar. Apesar de mil desavenças e da maioria de missões suicidas aquele lugar conseguia me encher de paz e de glória.

– Bom, acho que devo ir. – Nico olhou seu relógio de pulso.

Pressionei os lábios, não queria que ele fosse embora, não esperava sua visita, isso é fato, mas ela teria sido melhor do que qualquer outra. Eu não lembro direito o que eu disse, mas foi algo muito intelectual como um "aham".

O filho de Hades se levantou, pegou a jaqueta de couro e apoiou em seu antebraço depois se dirigiu a porta da cozinha jogando sua mochila em um dos ombros, eu resisti um suspiro e resolvi acompanhá-lo até a sala, mas antes de abrir Nico me deteve segurando a porta com uma das mãos.

– Esqueci seu presente. – Sua voz saiu quase com um sussurro e com um sorriso insano que fez meus joelhos amolecerem.

– E... E o que é? – Tentei parecer firme e claro, que vacilei.

Foi aí que minha mente girou em meio a muitas sensações, Nico havia me beijado e não foi na testa, nem na bochecha, ele havia colado àqueles lábios gelados nos meus. E droga! Aquilo era bom demais.

Deixei minha mão percorrer seu braço derrubando sua mochila no chão, logo em seguida ele tinha feito o mesmo com sua jaqueta, entrelaçou os braços livres em meu pescoço e voltou a me beijar pressionando meu corpo na parede. Sua língua me devorava e eu queria mais e mais, consegui sentir os dois corpos vibrarem e meus pêlos arrepiaram quando ele puxou minha nuca tomando ainda mais meus lábios, sua boca e sua língua lasciva dançavam em meu pescoço e orelha, tudo que eu conseguia fazer era gemer. Acho que Nico percebeu todas minhas reações, ele levantou minha perna direita apoiando na lateral do seu corpo eu pude senti sua ereção sobre o jeans e obviamente ele sentiu o mesmo, pois me beijou rapidamente e sorriu.

– Ah! Percy Jackson... - Quando ouvi meu nome sentir meus membros pulsarem e percebi que eu o queria, eu o desejava desde a última vez que o vi com aqueles olhos escuros que me mediaram, o cabelo rebelde que estava pingando de chuva e suor. Eu confesso que nunca havia sentido isso por ninguém. Nem os mil beijos de Annabeth haviam me deixado assim, nem Rachel, nem Calypso... Agora com Nico, era algo realmente demoníaco.

Eu gemi novamente e entrelacei as pernas na cintura do filho de Hades que equilibrou o peso junto com a ajuda do atrito da parede.

– Aqui? – Nico perguntou tomando fôlego desfivelando meu cinto.

– Sofá. – Sussurrei em meio a gemidos discretos.

Nico conseguiu me segurar e em meio a beijos e mordidas, caímos no sofá para quatro pessoas, eu ainda estava em seu colo e não pretendia sair de lá tão cedo. Ele tirou a camisa e eu fiz o mesmo, sua pele gélida e pálida em contato com a minha dava uma sensação térmica gostosa. Eu desabotoei minha calça enquanto ele tirava os calçados, em alguns minutos estávamos só de cueca friccionando nossos pênis e tentando nos controlar. Minha boca estava seca mas em compensação minhas costas escorria um suor frio.

– Tem... Certeza? – Perguntou-me enquanto deixava um rastro de saliva pelo meu peito.

Às vezes Nico era melhor de boca fechada do que sair por aí fazendo perguntas inúteis, era só observar nosso estado que ele teria uma resposta e uma resposta concreta era melhor do que qualquer outra.

– Por favor. – Evitei parecer sarcástico ou implorativo.

O filho de Hades tirou ambas as cuecas rapidamente, senti minha face esquentar quando me deparei com nós dois pelados, mas a vergonha logo foi tomada por desejo, me ajoelhei em suas coxas e ele abriu as próprias pernas fazendo as minhas abrirem também. Senti suas unhas curtas arranhando minhas costas, enquanto ele gemia esfregando meu pênis no dele. Senti suas mãos geladas e finas massageando minhas nádegas e enquanto ele roçava seu membro no meio delas. Senti um prazer com uma mistura de felicidade e ternura que não havia em mim há muito tempo.

Quando me dei conta Nico havia se encaixado em minha entrada, eu sentei-me em seu pênis lentamente, doía um pouco mas eu tinha noção que havia recompensa, era uma sensação engraçada e mais ainda prazerosa. Os corpos pediam movimento, Nico levantava as duas pernas enquanto eu descia e subia em seu pênis latejante, fomos relaxando deixando a tensão virar puro tesão e assim a casa escura e vazia foi tomada por gemidos.

A cada estocada parecia que uma onda de calor percorria minhas veias, eu estava chegando perto do ápice, das nossas bocas só saiam gemidos. Eu achei que não podia melhorar, até que Nico roçou os dentes em meu pescoço e sua mão começou a me masturbar. Aquela mesma reação, meu corpo quente e seu toque gélido. Nos dois arfavam, eu achei que ia pirar e finquei minhas unhas no encosto do sofá, Nico fazia tudo muito bem.

Eu acompanhei o ritmo, podia sentir o pênis de Nico saindo e entrando em mim enquanto ele mordia o lábio inferior sempre quando falava alguma bobagem.

– Percy... Eu vou... – Sua mão em meu membro se mexia com a mesma velocidade que eu dançava em cima do dele.

Eu apaguei por alguns segundos, havia mergulhado em um oceano de prazer muito melhor que qualquer outro, quando dei por mim consegui sentir um líquido quente escorrendo por entre minhas pernas. Ambos tentavam acalmar a respiração e os batimentos cardíacos, Nico saiu de dentro de mim, me beijou e se deitou no sofá, respirando com um pouco de pressa, e sem pensar eu estava deitado ao seu lado apoiado em seu peito escondendo um sorriso idiota, enquanto ele enrolava seus dedos em meus cabelos.

O falar depois que você transa com alguém? Resolvi arriscar.

– Nico, eu... Esse foi o melhor presente que já ganhei. – Não era uma coisa sábia ou provocante de se dizer, falei baixo mas sei que ele conseguiu ouvir pois senti seu rosto se retorcendo em um sorriso.

– Confesso que fiquei anos escolhendo esse presente. – Ele me abraçou.

– E eu confesso que você acertou na escolha. – Disse em meio a sorrisos encarando aqueles olhos que agora pareciam brilhantes demais.

– E eu confesso – Ele sorriu – Que eu deveria ter dado adiantado. – Ele beijou a ponta do nariz.

– E eu confesso... Que está certo. – Disse sentindo minhas bochechas esquentarem.

As risadas tomaram de novo a casa, Nico me beijou novamente e assim adormecemos naquele cômodo vazio, naquela noite vazia, mas com meu peito e sentimentos completos.



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