Perfect escrita por KaahEvans


Capítulo 18
Proteção


Notas iniciais do capítulo

Oi galeris. Depois de passar por um bloqueio de criatividade horrível, ser xingada e ameaçada de morte, eu finalmente terminei esse capítulo. o/ Me desculpem por toda essa demora, eu queria mesmo ter postado antes. Obrigada a Lidia Rodrigues (D1V4) por me perturbar no facebook e a todas as outras meninas que me mandaram mensagens de incentivo. Espero que curtam o capítulo.



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Os ponteiros do relógio se moviam com uma calma exagerada. Cada segundo parecia demorar um minuto, cada minuto demorava uma hora. Tratei de respirar fundo e me concentrar novamente na aula, mas meus pensamentos não queriam colaborar.

Jacob tinha essa aula comigo. Ele estava com a cabeça apoiada em um dos braços musculosos, escondendo seu rosto. A musica eletrônica que saia de seus fones de ouvido me incomodava, mas não tive coragem de pedir que ele abaixasse.

Desde o dia em que fui parar em La Push, não consegui parar de pensar em como ele era diferente dos outros garotos que eu conhecia. Ele era tão calado e misterioso. Lembro-me de tudo o que ele me disse em sua casa, ele parecia me conhecer tão bem. Mesmo assim nossa relação não evoluiu. Continuávamos sentando ao lado do outro nas aulas sem uma palavra além de “Oi” ou “Bom dia”. O que ele me disse em sua casa não era algo que um conhecido qualquer diria. Eu estava cada vez mais desconfiada de Jacob, eu jurava que podia ver um segredo brilhando em seus olhos. Eu me esforçaria para descobrir sobre eles se não estivesse tão sobrecarregada com os meus próprios segredos.

Um movimento de minha mão e senti um dos mais novos cortes queimar por debaixo de minha manga.

Isso levou minha mente a Edward. Meu namorado. Como eu esconderia isso dele para sempre? Era mesmo justo esconder esse segredo terrível dele? Meu lado egoísta gritava que sim. Pois cada parte de mim sabia que se Edward descobrisse sobre meu terrível segredo, qualquer promessa de para sempre, qualquer jura de amor não valeria mais nada. Eu não permitiria que nada estragasse minha única chance de ser feliz.

O sinal tocou, eu já não conseguia lembrar de uma palavra sequer pronunciada pelo professor. Eu não prestava muita atenção em nada, minha mente não conseguia focar em uma coisa só. Encontrei Edward e Alice na porta de minha sala antes do intervalo.

– Não se incomode com isso. – Alice falou baixinho – Você já os conhece, só querem encher a paciência.

– É melhor que parem. Deixei passar dessa vez, mas da próxima...

Alice cutucou Edward quando me notou atrás dele, fazendo-o parar de falar.

– O que foi? – perguntei.

Edward parecia irritado, mas tentou disfarçar com um sorriso.

– Nada. Está tudo bem. – Edward falou.

Eu olhei diretamente em seus olhos e me perguntei se ele se sentia do mesmo jeito que eu estava me sentindo agora, quando eu dizia que tudo estava bem quando não estava. Não era nada agradável.

– Vamos buscar nossa comida? – ele perguntou após um breve silencio. Eu sabia que ele só estava perguntando por educação. Os dois sabiam que eu não entrava no refeitório.

– Vou esperar na nossa mesa, ok? – falei.

– Eu vou com você, Bella. – Alice disse. – Traga nossa comida, Edward. Não se esqueça que sou vegetariana, sim?

Edward revirou os olhos para ela e seguiu para o refeitório.

Alice e eu caminhamos de braços dados até nossa mesa na área de piquenique. Ela sentou de frente para mim e segurou minha mão em cima da mesa.

Nessa ultima semana nós duas estávamos mais próximas do que eu imaginei ser possível. Eu nunca teria pensado que pudesse gostar e me apegar a alguém tão rápido quanto me apeguei a Alice. Ela era tão importante para mim agora quanto Edward. Isso me assustava. Eu sentia que só estava colecionando coisas para perder no final de tudo.

– Esse lugar é incrível. – Alice comentou – Não acredito que passei três anos lá dentro enquanto poderia estar aqui. Todo mundo deveria ficar aqui no intervalo. Talvez sentissem a mesma paz de espírito que eu sinto nesse lugar.

– Não é o lugar que te faz sentir paz de espírito. – falei.

– Eu já tinha me esquecido como era a paz. – ela falou baixinho, olhando para um ponto qualquer.

– Eu acho que nunca senti isso na vida. – desabafei.

Alice estava me olhando agora. Seus olhos negros mais abertos que o normal, me olhava como se procurasse alguma coisa. Tive vontade de desviar o olhar, já podia sentir lágrimas se juntando em meus olhos. Não sabia direito porque queria chorar, eu nunca sabia. Só queria que isso parasse.

Alice apertou minha mão com tanta força, como se ela não quisesse soltá-la.

– Por que você é tão triste, Bella? – Alice perguntou.

Não tive coragem de olhá-la, então fechei os olhos.

Pensei em como eu desejei que esse momento chegasse. O momento em que alguém me perguntasse o que me afligia e que estivesse disposta a me escutar. Apesar de mal conhecer Alice, eu estava feliz que essa pessoa era ela. Não poderia pensar em ninguém melhor para abrir meu coração.

– Você já sentiu como se não fosse importante para ninguém? Como se você estivesse completamente sozinha no mundo?

– Como se ninguém fosse notar se você desaparecesse? Como se você fosse à pessoa mais solitária e triste do mundo? Todo mundo se sente assim alguma vez na vida, Bella.

Alice disse com um sorriso doce e triste ao mesmo tempo.

– Eu me sinto assim todos os dias.

Um longo silencio se fez ali. Alice abriu a boca algumas vezes, mas logo a fechou. Sustentei seu olhar mesmo que minha vontade fosse de desviá-lo. Respirei fundo e afastei as lágrimas. Não valia a pena chorar agora, não na frente dela. Não valia a pena dizer mais nada se meus cortes continuariam escondidos. Não valia a pena revelar minha dor se ela continuaria ali, presa comigo.

– O que você e Edward estavam falando antes de eu chegar? – mudei de assunto.

Alice olhou ao redor. Depois de se certificar que ninguém estava por perto, ela se inclinou para mim. Imitei-a.

– Mike Newton procurou Edward mais cedo. – Alice confidenciou. Tive que apurar meus ouvidos para escutar o que ela dizia. – Ele queria falar sobre o relacionamento de vocês.

– O que? Por quê? – perguntei. Meu rosto foi tomado pelo choque.

– Não sei, mas ele não parece muito feliz com vocês dois juntos. Mas eu não me preocuparia com isso se fosse você. Edward já cuidou de tudo.

Edward chegou antes que eu dissesse qualquer coisa. Ele sentou ao meu lado parecendo um pouco mais animado do que quando o encontrei mais cedo. Qualquer sinal de irritação tinha desaparecido de seu rosto.

Alice soltou minha mão e começou a comer em silencio. Edward passou um braço por minha cintura e sorriu largamente.

– Do que estavam falando? – ele perguntou.

– Sobre a vida. – Alice respondeu distraidamente e me olhou pelo canto do olho. Assenti discretamente.

Depois da aula, Edward deixou Alice em casa e depois me levou. Ele sempre passava as tardes comigo para que eu não ficasse sozinha. Era a melhor parte do meu dia.

Ficamos no sofá da sala, abraçados, assistindo uma comédia romântica na TV. Era um momento tão clichê que tive vontade de rir.

– Estou me lembrando de quando assistimos Romeu e Julieta aqui nessa sala. – Edward sussurrou. Seu sorriso torto me fazia querer sorrir também. Seus olhos brilhavam. – Foi perfeito.

– Nem tanto. Eu tinha medo de você naquela época. – brinquei.

O sorriso de Edward desapareceu e seus olhos tomaram um ar sério. Eu me arrependi imediatamente de ter dito isso. Eu ia me desculpar, mas ele me puxou para um beijo.

Passei meus braços ao redor de seu pescoço, seus dedos se agarraram em meu cabelo enquanto ele me segurava fortemente contra ele. O beijo terminou, mas os lábios de Edward continuaram em minha pele. Eu suspirei de contentamento.

– Você nunca mais vai precisar sentir isso. – Edward sussurrou depois de um tempo. Sua voz estava carregada, embargada.

– Eu não... – tentei dizer, mas ele me interrompeu.

– Sei que se sente insegura. Que não gosta de ir ao refeitório porque não quer encarar as pessoas que estão lá dentro. E eu me odeio por você se sentir assim, porque parte disso é culpa minha. Se eu tivesse ficado do seu lado desde o começo, se eu não fosse tão burro, eu...

– Não quero que se sinta mal por minha causa, Edward. Eu estou bem e...

– Só estou dizendo que você não precisa se esconder. Você tem que andar de cabeça erguida por aqueles corredores, entendeu? Não interessa se alguém quiser humilhar você. Se você se sentir desconfortável com qualquer coisa que te digam, não vou me importar de socar a cara de quem for. – ameaçou.

Eu sorri largamente para ele e assenti com a cabeça.

– Ok.

– Eu vou proteger você. – Edward sussurrou.

– Você já me protege. – sussurrei de volta. – De tantas maneiras que você nem imagina.

Ele franziu a testa, mas não fez perguntas. Ele já sabia quando eu não lhe daria respostas.

Ficamos mais um bom tempo deitados no sofá, olhando para o outro. O filme completamente esquecido.

Edward deu um longo beijo na minha testa. Eu fechei os olhos, aproveitando o carinho.

– Eu te amo tanto. – ele sussurrou.

Eu não sabia o que dizer, então beijei-o.

Tentei passar através do beijo tudo o que eu sentia por ele, mesmo que nem eu mesma soubesse direito. Tentei transmitir o quanto eu precisava dele comigo sem precisar dizer as palavras que eu tanto temia.

Quando nos afastamos, Edward me deu um abraço apertado. Fechei meus olhos enquanto o silêncio nos envolvia. Nenhum momento poderia ser tão simples e tão perfeito quanto aquele.


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Notas finais do capítulo

aeae. Digam-me o que acharam do capítulo. Se amaram, odiaram, gostaram, detestaram... Apenas não esqueçam do review.
Beijos