Ed In Wonderland escrita por teffy-chan


Capítulo 3
Capítulo 3 - The Caterpillar




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Edward percebeu que, quanto mais caminhava, mas as árvores daquele bosque cresciam próximas umas das outras, ficando cada vez mais alto, transformando lentamente o bosque numa densa floresta. E com muito tempo sozinho para pensar e sem nada melhor pra fazer além de andar sem rumo no meio do mato, percebeu também que aquilo que ele estava vivendo agora se parecia muito com uma história de um livro que sua mãe tinha lido para ele e Al quando eram pequenos, sobre uma menina que caía em uma toca de coelho e acabava indo parar em um lugar fantástico, cheio de criaturas misteriosas e inimagináveis, e começou a cogitar a idéia de que algum modo ele mesmo poderia ter ido parar nesse lugar misterioso. Infelizmente, quem gostava mais dessa história ela Alphonse e não ele, de modo que Ed não conseguia nem se lembrar do nome da tal história. Continuou andando sem rumo pelo que pareceu horas, até que começou a ouvir uma cantoria em voz feminina ao longe. Ed não estava procurando nenhuma mulher, mas resolveu seguir na direção da voz assim mesmo, pelo menos era melhor do que continuar andando por aí sozinho, e ele poderia ao menos perguntar a direção correta.


Andou mais alguns metros, até que de repente as árvores começaram a se afastar umas das outras, e o loiro se deparou com o que deveria ser um imenso jardim florido e perfumado, com flores de todas as espécies e tamanhos, mas que agora parecia um verdadeiro retalhamento floral. Haviam fragmentos de pétalas, folhas e caules de todo o tipo de flores e plantas, voando para tudo que é lado, destruindo completamente o que certamente um dia fora um lindo lugar. E parado no centro de toda aquela devastação ambiental, estava um dos poucos sobreviventes da guerra de Ishbal, cujo nome ninguém sabia ao certo, mas que todos apelidavam como Scar. O Ishbaliano destruía todas as plantas sem dó nem piedade, usando a poderosa alquimia de seu braço direito. Ao lado dele estava uma mulher de pele pálida e cabelos negros cacheados, trajando um vestido longo todo preto e com uma marca de Ouroboros tatuada no peito, cantando alguma música que Ed não conhecia.


– Ah, veja só, homem da cicatriz! Você deixou escapar uma - a Homúnculos Lust falou ao ver Ed se aproximar, com um sorrisinho debochado
– E eu lá tenho cara de flor, Lust?! - o loiro exclamou ao se aproximar o suficiente para ser ouvido - Por que raios vocês estão andando juntos, e por que o Scar está destruindo o jardim... ou melhor, o que cargas d'agua vocês estão fazendo aqui??
– Eu estou pufiricando as almas dessas pobres coitadas. Elas podem estar sofrendo agora, mas encontrarão a paz do Deus Ishbala no outro mundo - Scar respondeu sem nem mesmo encará-lo, num tom que sugeria que ele estava fazendo um enorme bem para a humanidade, e ignorando a última pergunta do mais jovem, enquanto destruía uma muda de petúnias ali perto
– Como raios destruir o jardim pode salvar a alma de alguém?! - Ed indagou com uma gota na cabeça
– Ah, você não sabe, Alquimista de Aço? - Lust perguntou, sentando-se numa pedra e cruzando as pernas - Essas flores... cada uma delas contêm a alma de pessoas mortas. São tentativas fracassadas de fazer a Pedra Filosofal
– O que?! - o garoto quase caiu pra trás ao ouvir aquilo, seus olhos saltando das órbitas diante daquela informação - Você tem certeza disso Lust??
– É claro que ela tem, essa mulher ajudou à criá-las afinal - Scar responder pela Homúnculos - Eu deveria destruí-la junto come sse jardim corrompido, mas ela me deu uma informação valiosa como essa afinal... então vai ficar pra próxima
– É realmente uma pena, Alquimista de Aço... se você tivesse chegado um pouco mais cedo, poderia ter usado as almas presas nessas flores para tentar criar a Pedra Filosofal que você tanto deseja - Lust comentou como quem não quer nada
– Se ele tivesse feito isso, eu o teria destruído junto com essas flores impuras - Scar falou antes mesmo que Ed pudesse responder
– Olhem aqui, eu não quero saber de flores, nem de Pedra Filosofal agora... eu estou procurando o Al! Vocês viram meu irmão passar por aqui? - o loiro perguntou antes que perdesse novamente o rumo da conversa
– Não veio ninguém aqui além dessa mulher e de você - Scar respondeu novamente sem encará-lo, ainda concentrado em sua tarefa de dizimar o jardim de almas
– Se você está procurando alguém, deveria perguntar à Lagarta... ela sim sabe de tudo por aqui - Lust sugeriu
– Que seja, e onde eu encontro essa lagarta afinal?
– É só continuar seguindo em frente, ela vive no fim desse jardim impuro - o Ishbaliano respondeu
– Certo, obrigado... - Ed deu alguns passos e já ia seguir em frente, quando outra questão lhe ocorreu e ele tornou a se virar, e acrescentou - Escuta... por acaso vocês sabem aonde estamos??
– É claro que sim! Estamos no País das Maravilhas, onde mais seria?! - Lust exclamou, sorrindo de um jeito muito animado que não combinava com ela.


É claro, então era assim que aquele livro se chamava! Ed passou tanto tempo estudando Alquimia que se esqueceu completamente disso... embora ele tivesse a impressão de que, na história original, a heroína era uma garota de verdade, e não um rapaz travestido como ele era agora.


– Não vejo nada de maravilhoso nessa droga de lugar insano... - Ed resmungou para si memso
– Pela primeira vez concordo com você, garoto - Scar respondeu, enquanto terminava de triturar uma muda de tulipas
– Ah, certo... bem... então eu acho que vou atrás do Al agora. Até mais - Ed anunciou, vendo a mulher sorrir e acenar animadamente para ele e Scar nem sequer olhar pra sua cara, ainda absorto com o desmatamento florestal que estava fazendo.


Ed continuou andando pelo que lhe pareceu dias (e devia ser mesmo, considerando que ele se movia bem mais devagar agora que havia encolhido) até que chegou a uma parte onde o jardim ainda não tinha sido destruído por Scar, e onde cresciam flores de todos os tipos e tamanhos. Seria um jardim maravilhoso, se agora as flores não parecessem plantas gigantes e perigosas para ele. O garoto viu uma borboleta pousar em uma tulipa vermelha próxima à ele, reparando como a borboleta era bonita vista de tão perto... e reparou também que era consideravelmente maior do que ele. A borboleta voou e em seguida pousou em um crisântemo amarelo próximo. E em seguida foi enxotada pelo que parecia ser um minúsculo bracinho. Ao contornar o crisântemo, Ed pôde ver a criatura que enxotou a borboleta: Um homem de idade média de cabelos pretos e tapa-olho, fumando um cachimbo que por algum motivo soltava fumaça colorida com formado de letras do alfabeto. Até que seria um homem de aparência respeitável se não estivesse vestindo uma fantasia de lagarta toda azul, realista demais para ser uma mera fantasia. Mesmo que Fuhrer King Bradley fosse o chefão do exército, estava terrivelmente cômico agora.


– Fuhrer?! É o senhor mesmo?? - Ed perguntou, mal acreditando no que seu olhos viam. O homem o encarou de cima a baixo e respondeu a pergunta dele com outra pergunta
– Quem és tu?
– Como assim "quem sou eu"? Sou Edward Elric, o Alquimista de Aço! - o loiro exclamou com orgulho, e um tantinho ofendido pelo homem ter se esquecido dele. Tudo bem que eles não se viam com tanta frequência assim, mas daí a se esquecer do rosto e do nome dele já era demais! - Credo, o senhor pareceu o Coronel falando agora, hein Fuhrer...
– Quem é esse Fuhrer de quem falas? - o homem indagou, tragando novamente do seu cachimbo
– Como "quem"... o senhor, é claro!
– Não conheço Fuhrer nenhum, eu sou a Lagarta. Quem és tu?
– O senhor já disse isso - resmungou o loiro com uma gota na cabeça - Olha só, não me interessa se você é o Fuhrer, ou a Lagarta, ou até um Homúnculos, eu só quero perguntar se o senhor viu o meu irmão passar por aqui! E também, se o senhor sabe de algum jeito de eu crescer de novo...
– Por que desejas crescer?
– Porque quero voltar ao meu tamanho original, oras! - respondeu Ed prontamente - Fala sério, se eu já era pequeno antes, mas agora está pior do que nunca! Eu não devo mais de 10 cm agora, chega a ser ridículo...
– Rídiculo? Ridículo, você diz?! Pois eu tenho exatamente 10 cm e acho um tamanho excelente, seu pequeno insolente!!! - o homem gritou , pondo-se de pé e empertigando-se tão repentinamente que o loiro caiu pra trás com o susto. Pensando bem, foi mesmo uma bela de uma grosseria o que ele disse, considerando que, mesmo em seu tamanho normal, Fuhrer teria pelo menos o dobro do seu tamanho. Sem falar que estava em um cargo mais elevado do que ele
– D-Desculpa! E-Eu... falei sem pensar.. você tem razão, 10 cm é um ótimo tamanho! Eu sinto muito! - o mais jovem apressou-se a dizer, ainda que não estivesse tão arrependido assim - M-Mas.. por melhor que seja ter 10 cm de altura, eu... eu prefiro cres... digo, ter o meu tamanho original de volta. Sabe como posso fazer isso?
– Um lado te fará crescer - anunciou Fuhrer, soltando uma nuvem de fumaça azul com o formato da palavra "crescer"
– Como? Um lado de quê?
– E o outro lado te fará encolher - completou ele, assoprando uma nova nuvem de fumaça verde, dessa vez com o formato da palavra "encolher"
– O outro lado de quê??
– Ora, do cogumelo, é claro! - exclamou o homem como se falasse o óbvio
– Cogumelo...? Pensando bem, acho que tinha algo assim, na história... - murmurou Ed pensativo, forçando sua mente a se lembrar dos detalhes da história do livro, em vão. E só então reparou no enorme cogumelo que vivia embaixo da flor onde Fuhrer estava sentado - Se eu comer esse cogumelo vou voltar ao meu tamanho normal?
– Quem... és... tu?
– Você já disse is... ué? Fuhrer? Ei, o senhor está bem??
– Chegou... a minha hora... - Fuhrer murmurou mais para si mesmo do que para ele. Em seguida, uma estranha massa verde-musgo começou a cobrir todo o corpo do homem, envolvendo-o dos pés à cabeça.
– Ei, Fuhrer, o senhor está bem?? O que está acontecendo?! Droga, não suma agora!! Eu preciso saber aonde está o meu irmão!! Eiiii!!!


E de repente, a coisa que envolvera o corpo do homem, que agora Ed reconhecera como um casulo, fez um estranho barulho como de uma explosão, soltando uma grande nuvem de fumaça. Após um breve ataque de tosse, quando a fumaça se dissipou, Ed só pôde ver o homem voando para longe, com longas e belas asas de borboleta em suas costas.


– Siga em frente até à saída do jardim! Você vai encontrar o Chapeleiro Louco, ele lhe dirá como sair daqui! - foi só o que ele disse, antes de sair voando e desaparecer de vista
– Uau, ele virou uma borboleta... que coisa estranha, eu hein - o loiro murmurou para si memso, observando o mais velho desaparecer ao longe com uma gota na cabeça - Agora, vejamos... "um me fará crescer e o outro me fará encolher", não é...?


Edward retirou duas fatias do cogumelo, uma do lado direito e a outra do lado esquerdo. Mordiscou a fatia da direita. Em seguida, cresceu numa velocidade absurda, adquirindo um tamanho igualmente absurdo. Ed estava mais alto até do que as maiores árvores daquela floresta agora. E embora não pudesse evitar de sentir uma pontinha de felicidade por ter adquirido um tamanho tão grande, sabia que tinha exagerado, então resolveu dar uma lambida na fatia em sua mão esquerda. Foi encolhendo devagar, até chegar a um tamanho em que as flores pareciam pequenas e as árvores pareciam grandes de novo. Este parecia ser seu tamanho natural, então ele decidiu parar com os experimentos com cogumelos e guardá-los seguros no bolso do avental, afinal, nunca se sabe quando pode precisar deles de novo. E, sozinho mais uma vez, seguiu na direção que levava até a saída do jardim.








*** Próximo Capítulo: Mad Hatter ***


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Notas finais do capítulo

Yoo minna!
Aí está mais um capítulo fresquinho pra vocês... espero que gostem =D E quem vcs acham que vais er o Chapeleiro, hein?? Estou muito curiosa pra saber as opiniões de vcs XD
Leiam minhas outras fics também onegai!!!
Fic de Shugo Chara na versão da Idade Média:
http://fanfiction.com.br/historia/266701/Monochrome_Love/
Fic também de Shugo Chara que estou escrevendo junto com a Shiroyuki-chan:
http://fanfiction.com.br/historia/248873/Revenge/
Deixem reviews onegai e façam de mim uma autora feliz *o*