Tiago

Já era final de janeiro, dia 21, uma segunda-feira, levantei-me da cama, eu sei eu disse a Alvo e a minha mãe que me declararia pra Domi, isso é um pouco ridículo, mas era isso que eu iria fazer hoje, planejei tudo perfeitamente. Eu sabia que ficaria nervoso e as palavras não iriam sair da minha boca, então escrevi tudo em um papel, passei quase uma semana fazendo isso, não é fácil se declarar pra alguém, principalmente pra uma garota como a Dominique. Ao contrario do que todos pensavam eu estava estudando para os N.I.E.M ‘s, junto com a Rose, bem ela iria fazer só ano que vem, mas ela aproveitava e estudava comigo, assim como Alvo eu queria me tornar um auror, assim como Harry, já a Domi pelo que sei gostaria de se tornar mestre em poções. Fui para o banheiro, hoje teríamos Defesa contra a Arte das Trevas com a Sonserina, perfeito. Muita coisa bagunçou minha cabeça durante esse mês, coisas como, por exemplo: Será que a Domi gosta de mim do mesmo jeito que eu gosto dela? Será que o Alvo ta certo, que ela não me procurou porque achou que fosse brincadeira? Será que tudo vai dar certo hoje? Foi com esses pensamentos que sai do banho, me enrolei na toalha e depois vesti meu uniforme. Depois de todos prontos, seguimos para o Salão Principal, claro, eu, Scorpius e Hugo, porque Alvo e John acordavam cedo pra ver suas namoradas, Hugo tinha a Sam, mas mesmo assim ia conosco. Sentamos-nos à mesa ao chegar ao Salão e as conversinhas matinais começaram, os meninos que tinham namoradas conversavam com as mesmas, Scorpius e eu batíamos um papo sobre garotas, mas eu só fingia, elas não me interessavam mais, notei que Domi e Rose conversavam sobre alguma coisa que por sorte eu consegui escutar bem.

– Você devia falar com o Jeremy hoje, sabe acabar com tudo isso! – Falou Rose.

– Eu vou fazer isso, tenha calma é só que eu tenho pena dele. – Disse Domi, ela olhou pra mim e para Scorpius com uma sobrancelha levantada, percebeu que prestávamos atenção a sua conversa, então virei rapidamente e meio envergonhados começamos a conversar novamente. Depois de tomarmos café da manhã, seguimos para a aula com a Sonserina. Professor Finnigan abriu um sorriso para a sala e começou sua aula.

– Hoje a pedido da diretora, todos os professores estão revendo os assuntos e... ÃN... – Sem querer ele derrubou alguns livros de sua mesa, todos riram. – Na aula de hoje, usaremos o feitiço que já aprendemos chamado Riddikulus, contra um bicho papão então peguem suas varinhas e formem uma fila. – Todos obedeceram, Hugo ficou na frente, seguido de Sara, depois vinha John, atrás vinha Lívia e eu estava atrás dela.

– Bom podemos começar, Hugo se aproxime. – Hugo fez o que o professor pediu e ergueu a varinha para o armário, Finnigan soltou o bicho papão e o mesmo se transformou em uma aranha. Hugo também tinha medo de aranhas, devido a seu pai que lhe contava com detalhes sobre uma Acromantula em seu segundo ano, se eu fosse Hugo também ficaria com medo, já que seu pai ajudou o meu a derrotar o Lord das Trevas e se gaba um pouco por isso, e falava com pavor sobre uma aranha. “É deviam ser perigosas”, esse talvez pudesse ser os pensamentos de Hugo naquele momento. O ruivo murmurou Riddikulus e apareceu em cada pata da aranha um balão, suspendendo-a no ar e fazendo que ela caísse logo depois, causando um estrondo na sala, todos riram. Foi à vez de Sara, ela deu um passo à frente e a aranha se tornou um palhaço, qual é a garota tinha medo de palhaço? Ela pronunciou o feitiço e o palhaço transformou-se em confetes de festa, em seguida foi à vez de John, os confetes se transformaram em uma imensa cobra, ele arregalou os olhos foi um pouco pra trás e murmurou o feitiço e a cobra virou uma minhoca bem pequenina no chão.

– Ainda bem que você tem pavor de cobras me surpreenderia se você gostasse delas! – Disse Scorpius, todos da sala riram e John foi lá pra trás, era a vez de Lívia, ela se aproximou do bicho papão e a pequena minhoca se transformou em uma galinha.

– A senhorita tem medo de galinha? – Disse Finnigan surpreso, assim como nós. Ela assentiu com uma expressão de medo no rosto, enquanto todos riram, ela murmurou o feitiço e a galinha se transformou em um frango de padaria bem assado no chão da sala.

– Qual é Lívia você tem medo de você mesma? – Falou Domi, todos riram menos ela é claro, dei um passo á frente e encarei aquele frango com um pouco de medo (isso saiu muito mais muito estranho mesmo). Pensei em coisas como os monstros da história do meu pai, mas eu não tinha medo daquilo, meu real medo era perder quem realmente eu gostava, meu medo era a solidão. Sai do pequeno transe encarando o bicho papão que agora se transformara em uma copia do espelho de Ojesed, duas imagens apareciam no mesmo, a mesma imagem que eu gostava de ver por saber o significado. Duas pessoas eram refletidas do espelho, uma loira um pouco mais velha, mas ainda sim bela, assim como a Tia Fleur e um homem com trajes de garoto, o que parecia muito comigo, pois odiava o estilo em que meu pai e os meus tios se vestiam menos Tio George, mesmo que eu fosse velho, seria um velho maroto. Todos da sala murmuravam um OOO coletivo, mesmo sem terem entendido o real motivo dos reflexos, de repente, o lado direito do espelho, no qual refletia o reflexo da mulher quebrou, se tornando só eu, fiquei fraco era como se visse meu destino se não conseguisse realizar a missão de hoje. Não consegui pronunciar nenhuma palavra, vendo isso Professor Finnigan, lançou um feitiço e o bicho papão voltou para o armário.

– A aula acabou, podem voltar a seguir seus horários! – Disse ele. Todos ficaram com expressão de desapontamento, mas vi uma loira linda sair correndo da aula as pressas não tive tempo de segui-la e então fomos para a aula de duelos depois de ter almoçado, mas nem sinal da loirinha. Perdi pra Rose no duelo e a aula acabou, agora eu tentaria começar a minha missão com a Domi, eu estava mesmo muito determinado.

– Ela foi falar com o Jeremy, provavelmente ela estará no corredor da Sonserina! – Disse Rose me fazendo revirar os olhos, mas agradeci a ela com um sorriso e sai de lá correndo. Ao chegar ao corredor da Sonserina, escutei Domi conversando com Jeremy, não queria ficar ali xeretando a conversa dela, então peguei em meu bolso esquerdo um pedaço de papel, que fiz junto ao meu discurso de declaração (isso saiu tão ridículo) e joguei no corredor próximo onde eles conversavam.

Pov Domi

– Jeremy eu preciso te falar uma coisa... – Eu precisava falar a Jeremy que não o queria, que não gostei do beijo e que gostaria que ele fosse meu amigo, porque ele era perfeito pra isso, mas só pra isso e nada a mais, pelo menos não meu.

– Eu que preciso te falar uma coisa... Primeiro me desculpe pelo beijo! – HAN? Como assim, ele também não gostou do beijo, meu Merlin eu estou livre, mas o que veio pela frente me chocou ainda mais. – É que eu descobri que sou gay, e não a culpo por isso eu só não sabia antes, mas... – OMG ele é gay, COMO ASSIM BIAL?

– Você o que? – Não acreditava no que ouvira. – Como você... Descobriu isso?

– Eu sou gay Domi! Descobri isso depois que te beijei e te agradeço por isso, então no Natal, eu tive uma conversa com meu pai, e ele disse que eu não era gay só porque não gostei de um beijo, então ele me levou... Bem eu já posso te dizer isso porque te considero muito minha amiga... Ele me levou naqueles lugares onde ficam as prostitutas de luxo, me fez escolher uma e bom eu fiz tudo que se tinha que fazer... Mas não gostei! – Ele fez uma pausa, CARAMBA ERA MUITA INFORMAÇÃO PRA MIM. – Então falei pro meu pai, e ele me aconselhou a beijar um garoto, então um dia antes da volta as aulas eu beijei um garoto e PLUFT a magia aconteceu... Eu sou gay, e não tenho duvidas disso e advinha só eu tenho um namorado! – Deu gritos histéricos igual a uma garota. - Bem agora que eu já te disse tudo... Fica bem amiga. – Ele beijou minha testa e saiu por ai cantarolando uma música da Beyoncé. Eu ri de tanta informação, como assim o garoto que me beijou era gay? Isso era novidade, ainda estava pasma com aquela situação, mas decidi que Jeremy seria meu mais fiel amigo, quando sai daquele corredor pisei em algo, apanhei um pequeno pedaço de papel e li o que ali estava.

“Encontre-me no 7º andar próximo a Sala Precisa, preciso falar com você é urgente. Tiago Sirius.”

O que aquele Mané queria comigo? Não me importei não tinha nada pra fazer mesmo então fui para onde o papel mandara.

Tiago

Esperava ansioso a chegada da Domi, ouvi passos no corredor que chequei estar vazio, ainda de costas para a entrada do corredor comecei a ler o pequeno discurso no papel.

– Bom... Primeiramente eu queria te dizer que me desculpe por todo esse alvoroço, sei que os diversos momentos que passamos juntos foi ótimo e queria poder passar mais tempo com você, sabe... Bem mais tempo, se é que me entende, então gostaria de também te dizer que eu gosto tanto mais tanto de você e eu sei que... Esse é o pior jeito de dizer isso, mas eu não quero ficar sozinho pra sempre... – Com o acontecido na aula, eu escrevi mais coisas no pedaço de pergaminho. – A loira que você viu no espelho é fantástica e sem ela eu não sou nada, e não quero de jeito nenhum ter que enfrentar esse mundo enorme ai fora, desacompanhado, então loirinha... Você gostaria de namorar comigo? – Desabafei de uma vez, sentia meu estomago embrulhar de nervosismo como nunca antes me virei e tive uma triste surpresa.

– ONW TIAGUINHO QUE COISA MAIS FOFA! Tá pra não estragar esse momento eu respondo claro que eu aceito namorar com você, eu sabia que a loira no espelho era eu apesar de não entender muito bem aquilo tudo, mas EU ACEITO! – Uma loira que não era minha Domi, voo até mim, Lívia Roston agarrou-se a mim e me tascou um beijou eu não queria beijá-la de volta então não correspondi, ainda estava em choque. Como eu podia desabafar tudo que sentia uma única vez e teria sido pra garota errada? Mas a situação piorou ainda mais, com os olhos abertos e com a boca da Lívia encostada a minha, pude ver a minha loira ficar estática no corredor, senti uma lagrima escorrer pelo meu rosto, a loira saiu do corredor pelo mesmo caminho que entrou, despertei-me do transe e empurrei a Roston de perto de mim.

– Me solta isso tá errado garota! – Falei agora colocando o pedaço de pergaminho de vota no bolso e correndo pelo corredor vi Lívia correndo atrás de mim que garota insistente.

– Como assim Tiaguinho? – Falou com uma voz aguda ainda correndo.

– Não era pra você Lívia! – Estávamos agora de frente pra porta do grande Salão. Lívia parou atrás de mim encarando a porta assim como eu, era agora ou nunca. Bufei de nervosismo e abri a porta, vi todos já jantando, é já era de noite. Todos os professores me olhavam curiosos, mas eu não estava nem ai pra ninguém só pra minha loira, que estava perto de Rose com uma cara nada boa, mas quando me viu sua expressão piorou, estava decidido, era agora ou nunca mesmo. Diria pra Domi tudo que sentia da mesma forma que li a carta, mas as palavras não saíram da minha boca, assim que parei na frente dela ainda de pé, todos os meus amigos me olhavam assustados. Eu não estaria nem ai pra ninguém somente para ela, minha loirinha, que eu tanto amo. Espera ai eu disse amo? Eu realmente disse isso? Meu Deus eu amo a Domi! E só me dei conta disso agora? Como eu sou burro! Minha boca ainda estava aberta, mas nenhum som saía dali, olhei para Lívia ainda parada na porta, todos os alunos com expressões curiosas, mas finalmente tinha uma coisa pra dizer.

– DOMI EU TE AMO! – Berrei pra ela que se levantou da mesa e me olhou estranho, eu não sabia o que faria em seguida, então peguei o pedaço de pergaminho do bolso e dei a ela, Domi não entendeu a situação, foi tudo muito rápido, mas ela resolveu ler o papel. Todo o discurso que eu falei há minutos atrás estava escrito lá, cada palavra sem tirar nem por. Eu queria dizer mais alguma coisa, mas as palavras não saíam, então resolvi falar o que veio a mente, logo depois que ela leu o papel.

– Eu nunca disse isso pra ninguém, e agora que percebi não tenho mais vergonha de dizer... Domi eu te... Amo... Eu te amo e tenho certeza disso! – Falei um pouco nervoso, aqueles olhos me fitavam com uma expressão que eu não sabia distinguir, fiquei com certo medo pelo que viria, e se ela não me quisesse? E se ela não sentisse o mesmo?

– Claro que eu aceito! Seu bobo demorou muito pra finalmente dizer isso... Sabe Tiago... Eu também te amo! – Aquelas palavras, fizeram meu coração se alegrar ainda mais. Ela jogou o papel para as meninas porque estavam curiosas e abriu os braços pra mim num convite irresistível. Não pensei duas vezes, agarrei sua cintura e a beijei, ali na frente de todo mundo, não ligava, eu não ligava mais, percebi aplausos começaram a se formar ecoando no salão, as meninas nem tanto, afinal o Tiago aqui iria fazer falta, mas agora eu não me importava, estava com a mulher que eu amo em meus braços e tudo que eu queria era não parar de sentir seus lábios quentes de encontro com o meu, mas como nada é perfeito, só a Domi.

– RUM... RUM! – Separei nossos lábios e vi de onde vinha a leve tossida. Diretora Minerva tinha uma expressão divertida no rosto, mas entendi, mesmo ela gostando do Tiago aqui, deveríamos parar de nos beijar ali no Salão. Olhei divertido pra Domi que correspondia com um enorme sorriso, então para provocar dei um selinho nela um pouco demorado, e vi os alunos começarem a rir, antes de levar uma bronca, separei nossos lábios e sentamos juntos na mesa. Depois de jantarmos fomos para o Salão Comunal, e claro depois de ouvirmos murmúrios de nossos amigos como: “Até que fim né?” ou “Finalmente!”. Domi e eu sentamos na poltrona, depois de desfilarmos pelo salão de mãos dadas, como era bom fazer isso, nossos amigos foram para algum canto se pegarem menos Rose e Scorpius. O Salão Comunal estava vazio então tínhamos mais privacidade.

– É tão bom poder te beijar sabia? – Falei divertido.

– Também acho, apesar de... – Ela não completou a frase o que me deu medo.

– Apesar de? – Falei receoso.

– Apesar de você ser um grandessíssimo idiota e não ter falado comigo antes. – Ela me deu um selinho. Eu ri.

– É mais pra compensar eu falei diante do Salão inteiro que te amo! – Dessa vez ela riu.

– Foi um pouco assustador, mas fazer o que? Eu amo o grandessíssimo idiota que você é! – Falou ela agora me dando um beijo calmo, sua língua explorava toda minha boca, e a minha fazia o mesmo, o beijo se aprofundou e puxei Domi para ficar sentada no meu colo, agora ela bagunçava meus cabelos. Ela estava um pouco mais elevada do que eu, me fazendo subir um pouco a cabeça pra beijá-la, separei nossos lábios por falta de ar, ainda sorridente, olhei pra baixo e tive uma bela visão do caminho para seus seios. Arrepiei-me um pouco com aquilo, mas lembrei que Domi era virgem e que nossa primeira vez tinha que ser especial.

– Melhor a gente parar! – Falei sentindo um grande calor invadir o meu corpo.

– Também acho... Então boa noite! – Disse ela, me dando um selinho demorado e indo para a escada.

– Domi! – Ela se virou ao escutar seu nome. – Eu te amo.

– Eu também te amo! – Disse e saiu dali, subi as escadas também e fui para cama, ainda estava cedo mais eu estava feliz fazer o que né? Dormi como uma pedra e claro sonhando com minha loirinha.