Finding a Dream escrita por Loren


Capítulo 7
Cair Paravel


Notas iniciais do capítulo

haai



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/312699/chapter/7

Andou o mais rápido que o vestido permitia e ao mesmo tempo devorava a maçã com mais fome do que antes. Sabia que iria ter uma dor de barriga depois, mas estava desesperada para encontrar aquelas pessoas. Fossem inimigos ou amigos precisava saber aonde estava. Fosse qualquer o risco que passava. Logo seu único rastro era a maçã entre a grama alta. Dizem que as sementes que ali ficaram, transformaram-se em outras árvores com deliciosas e suculentas maçãs. Quando chegou até o fim das árvores e viu o lugar com todo o chão com pedras e um lugar onde era mais alto e circular, não estavam mais ali. Bufou com raiva e encostou a cabeça no tronco ao seu lado. Ouviu alguns murmúrios a sua direita e andou para lá novamente. Não aguento mais andar, ela pensou cansada e tendo na cabeça o quanto teria que andar mais ainda. Devia ter tentado fugir da casa da mamãe mais vezes. Quando viu a sua frente, perto de um lugar que devia ter sido uma sacada no precipício, ajoelhou-se atrás de um arbusto e fitou com atenção os quatro seres.

Uma era alta com cabelos castanhos escuros, boca com lábios recheados e olhos azuis incrivelmente parecidos com o  mar atrás. Usava um vestido cinza até os joelhos e os cabelos pareciam ter sido molhados alguns minutos atrás e secos pelo sol. A outra era a mais baixinha de todas, com cabelos levemente vermelhos, sardas nas bochechas coradas e olhos claros de uma cor que se confundiu entre o verde e o azul. Trajava a roupa igual a da outra. O mais alto de todos, tinha cabelos claríssimos como raios de sol que o faziam brilhar naquele momento, olhos absurdamente pintados com algum extrato vindo do céu e usava uma calça escura com uma camisa azul por cima de outra branca. Realmente, ele é lindo! Mas...me parece familiar, ela pensou confusa revirando sua memória. Deu de ombros e fitou o outro menino que estava ajoelhado com a mão sobre alguma pedra. Era o que tinha os cabelos mais escuros e olhos mais escuros. Sardas salpicadas na pálida pele como a ruiva. Trajes assim como o do loiro, exceto por não ter camisa azul. Um olhar um tanto... intimidador e lábios finos. Era bonito, mas misterioso.

--Catapultas.- o moreno murmurou baixo mas ela conseguiu ler seus lábios.

--O quê?- disse o loiro.

O moreno virou-se para ele.

--Não foi uma tragédia natural.-virou-se para onde Irina estava, ela abaixou-se rapidamente, mas ele não a viu.- Cair Paravel foi atacada.

Cair Paravel. Cair Paravel. Os outros trocaram olhares preocupados e confusos. Irina, no mínimo, estava fazendo uma careta. Sentou-se sobre as pernas enquanto mordia o lábio inferior e coçava a orelha direita. Este é o nome do lugar? Cair Paravel? Por que esse nome também me parece familiar?, ela pensou forçando a mente a relembrar a origem daqueles nomes. O loiro passou na frente e era seguido pelo moreno. Os dois se posicionaram perto de uma parede alta e a empurraram para o lado com esforço. Assim que pararam, uma porta de madeira estava ali. A madeira estava fraca e velha. Com facilidade, o loiro socou a madeira um pouco acima da fechadura. Um buraco formou-se ali e ele abriu a porta por dentro. Não havia luzes. Irina não conseguia ver aonde acabava, mas os quatro viram a escada que levava para baixo a algum lugar. O loiro pegou a barra de sua camisa branca e rasgou uma parte com uma pedra ou uma pequena faca. Irina não conseguiu ver muito bem. Todos o olhavam críticos e confusos. Ele pegou um graveto jogado no chão e enrolou o tecido na ponta.

--Por acaso, tem fósforo?- ele perguntou ao moreno.

--Não, mas..- ele disse abrindo sua bolsa de coro e tirando dali uma lanterna, ou como Irina pensou, um estranho longo objeto prateado brilhante.- será que serve?

Ele disse sorrindo maroto e com o objeto na mão.

--Podia ter falado um pouco antes.- o loiro disse com um sorriso no canto da boca.

As meninas não falaram nada, mas como estavam de costas, Irina não pode ver o sorriso que criou-se em seus lábios com a situação. O moreno puxou os lábios para o canto esquerdo da boca enquanto se dirigia para a porta. Irina viu algo acender-se e mostrar uma luz clara iluminar o caminho. O loiro jogou o graveto longe e deu passagem para as meninas entrarem primeiro. Assim que ela não viu mais nenhuma cabeça loira na porta, ela saiu do arbusto não sem antes ter que puxar o vestido preso novamente. Um pedaço de pano roxo ficou ali preso. Ela bufou revirando os olhos. Não olhou o estrago na barra do vestido, correu para a escada e desceu com cuidado se apoiando nas paredes. Viu a luz se aproximar e quando saiu para ver de onde vinha, viu que tinha uma sacada a frente, mas a escada continuava. Não quis ir até a sacada, poderiam vê-la. Continuou descendo, mas parou quando ouviu as vozes.

--Eu era tão alta.- disse uma voz feminina infantil e doce.

--É que você era mais velha.- disse outra voz feminina mas aparentando ser mais velha e Irina percebeu uma leve pontinha sarcástica.

Mas a outra voz parece não perceber. Na verdade, Irina chegou até ouvir uma risadinha em resposta. Outra voz, mas desta vez masculina, suave e parecia que estava achando graça de algo, interrompeu as outras.

--Ao contrário de quando se é anos mais novo.

As vozes riram. Mas está faltando uma, ela percebeu com as sobrancelhas erguidas.Seguiu-se um silêncio que ela desconfiou e quase esteve tentada a desencostar da parede e sair para ver o que acontecia, mas outro barulho como de pedras caindo a deteve. Algo foi aberto. Algo foi pego. Algo foi retirado de outro lugar provocando um barulho de metal. Logo, a última voz que faltava, falava.

--Nos dentes de Aslam, o inverno morrerá...

Irina arregalou os olhos com a pronuncia do nome.

--Em sua juba, a primavera voltará.- a voz doce e infantil voltou.

Irina apertou os lábios com as palavras ditas. Já sabia delas. Já as tinha lido.

--Nossos amigos, o Sr. Tumnus, os castores...todos se foram.- a mesma voz continuou como um sussurro rouco e triste.

Após um breve silêncio, aquela última voz disse.

--É hora de saber o que aconteceu.

Antes que Irina pensasse em qualquer ação, ouviu um barulho abaixo de seus pés e quando agachou-se para ver, um rato saiu do escuro quase pulando nela. Um rato normal, mas que a assustou. Resultando em uma queda nada fatídica, mas nada glamurosa sobre os últimos degraus. Enquanto praguejava palavrões baixinhos e se sentava com a ajuda das mãos, levantou os olhos e a única coisa que se lembra de ter sentido, fora a boca secar e sua garganta se fechar com duas espadas apontadas para si e um arco com uma flecha em mira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado e que não tenham me abandonado :x desculpem pela demora.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Finding a Dream" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.