Finding a Dream escrita por Loren


Capítulo 19
Descontrole


Notas iniciais do capítulo

haaaai



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Ela pôde jurar mais tarde que tudo ao seu redor, o ar, os barulhos, o tempo havia parado junto com seus batimentos cardíacos. Ou talvez, ela estava tão apavorada com a notícia, que a partir de então não prestava atenção em mais nada. Quando deu-se por si, ela estava em pé, andando pela coisa , com os olhos vidrados para o céu e a boca seca.

--Trabalhava? Como assim... trabalhar?- ela perguntou com a voz vacilante e os lábios trêmulos tentados a serem controlados inultimente.

--Ela foi espiã da Feiticeira. Nos acompanhou se fingindo passar por amiga, mas ela mandava mensagens para a Feiticeira Branca. Dizendo nosso paradeiro, o que conseguia descobrir e eu juro que ela jamais nos agrediu ou coisa assim. Eu nunca desconfiei dela porque ela raramente se separava de nós e ela gostava da gente...

--Como você parece ter tanta certeza?

--Eu sei que sim! Eu conhecia Helena!- defendeu a pequena aumentando a voz.

--Sorte a sua.- rebateu Irina com os olhos amargurados e a alma estragada. Lúcia permaneceu estática..- Então... era por isso que... Pedro não confiava em mim?

--Eu não sei... eu mal sabia que você e Pedro não se falavam...- e realmente, a pequena não mentia.

Para ela, Pedro iria ter o mesmo carinho para a loira como teve para a morena. Ele havia prometido isso. Irina permaneceu em um silêncio que Lúcia começou a se preocupar, mas a voz da loira logo foi ouvida antes que a pequena se levantasse.

--Quantas verdades escondidas por baixo do pano ainda existem?- ela questionou olhando para a lua intensamente igual ao lobo a vários metros abaixo.

--Nunca houve verdades...

--COMO NÃO?! COMO NÃO LÚCIA?!- gritou a loira virando-se para a pequena, que agora estava encolhida de medo. A loira estava descontrolada.- Helena esteve casada. Casada! Helena trabalhou para a Feiticeira Branca. Helena traiu Nárnia! Agora, me responda só uma coisa: quem é Helena? Quem é essa que cresceu sob o mesmo teto que eu?! Quem é essa que dormia comigo nas noites de tempestade?! Quem é essa que eu chamei de irmã?! Quem é essa pela qual eu me preocupei nos últimos anos?! Quem é essa que dizia ter o meu sangue?! QUEM É?!

--Helena nunca mudou sua essência..

--Helena me dizia que amava Nárnia.- continuou Irina falando com a garganta doída e as lágrimas escorrendo uma a uma.- Que vivia para Nárnia! E agora, você me diz que Helena traiu o que dizia ter mais amado em sua vida?

Lúcia não sabia o que dizer. A reação de Irina não era o que ela esperava.

--Irina.. você está descontrolada...

--Queria que eu estivesse pulando de felicidade pela campina?- ela perguntou irônica com a voz baixa e grave.

--Mas..

--Essa não é a Helena que eu conheço. Você não consegue entender, o quanto é estranho, assustador e irracional conviver, conhecer uma pessoa e depois.. depois descobrir que ela era uma mentira. Minha vida foi uma mentira Lúcia. Me pergunto se isto aqui é real!

--Você já está exagerando!- a pequena acusou.

--Talvez sim, talvez não. Mas o quê seria da vida sem alguns exageros?- ela disse e se virou para a escada de caracol.

Quando desceu três degraus e sentiu o calor tocar-lhe a ponta dos pés, pôde ouvir Lúcia sussurrar.

--Falando assim.. se parece com Helena..

Irina continuou a descer sem se importar com as palavras de Lúcia. Em outros tempos, talvez teria se orgulhado e ter sorrido o dia inteiro. Mas ali, só queria que aquelas palavras sujas se impregnassem junto a hera da coisa e apodrecesse junto com o tempo.

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Quando voltou ao centro da coisa, ainda havia muitos trabalhando. Suas lágrimas já haviam secado e sua pele estava enrugada nas bochechas e ao redor dos olhos. Começou a caminhar, pensando em algo para fazer. Precisava se ocupar. Precisava fazer algo de útil.

--Irina..- ela parou e fitou as íris castanhas com, não pôde evitar, carinho.

--Edmundo.

--Você.. está bem?- era uma pergunta um pouco desnecessária, visto que os olhos dela estavam vermelhos e o caminho das lágrimas ainda marcados.

--Irei ficar.- ela já se afastava dele, quando ele apertou seus braços e a fez virar-se novamente.- O que você quer?- ela perguntou rudemente.

Edmundo apavorou-se. Nunca havia visto ela daquela forma antes. Seu rosto.. ah! Seu rosto.. estava coberto com uma camada grossa de amargura e rancor que ele jamais havia visto antes, nem nela, nem em qualquer outra pessoa. Seu susto fora tão grande, que ele havia até arregalado mais seus olhos. Ela percebeu seu espanto.

--O que foi? Surpreso?- ela perguntou com a voz cética.- Também achava que eu iria sair correndo por aí ? Feliz com todas as verdades jogadas na minha cara como se fossem pedras?

--Lúcia já deve ter-lhe contado tudo..- ele engoliu em seco.

--Sim. Ela me contou.- ela se soltou dele e continuou a andar.

--Escute.. eu queria lhe contar.. mas não.. podia.. bem, Pedro não deixou.. achou que...

--Não quero mais saber Edmundo.- ela o interompeu sem se importar.- Pouco me importa agora suas desculpas esfarrapadas.

--Irina, escute..

--Eu não quero escutar!- ela tapou os ouvidos.- Eu não quero escutar mais nada!

--Iri..- ele a chamou baixinho e segurou suas mãos. Ela travou. Ele estava preocupado. Era estranho.. seu coração se comprimia ao ver a loira daquele jeito..

--Edmundo..- ela disse abaixando as mãos.

--Sim?

--Nunca... mais.. me chame, desse jeito.

--Mas..Iri.. por quê?

--Cale. A. Boca.- ele arregalou os olhos. O rosto dela estava como o de Pedro algumas horas atrás. Gelado e impenetrável.- Nunca mais, fale desse jeito. Nunca. Mais.

Então.. as mãos dele esfriaram. A pele quente dos braços do corpo daquela que ele, supostamente, estava se apaixonando, foi embora. Passou pela porta da coisa, esbarrou contra o lobo que uivava para a lua e continuou a correr para a floresta. Levando consigo, suas lágrimas e suas dores, para clamá-las em meio as árvores adormecidas da campina fria.

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Notas finais do capítulo

mais desculpas pelo cap. curto. de verdade, me desculpem. mas a fic já estava muito tempo sem atualização. enfim.. algum comentário? :c pfvr? x)
beijos e abraços apertados da Loren



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