Sweet Lie escrita por Nina Oliveira


Capítulo 24
Astronaut


Notas iniciais do capítulo

Sei que estou atrasada, mas, acreditem ou não, minha internet só chegou hoje!!!!! Espero que gostem, porque hoje, finalmente, é o capítulo de Percy e Annie!!



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Astronaut

Qualquer homem erra. Mas apenas, um homem de verdade assume seus erros e lida com as consequências.

Pov Annabeth

Eu sempre me considerei uma pessoa extremamente racional, mas, de vez em quando, toda minha racionalidade ia para o espaço e me tornava alguém completamente impulsiva.

Assim que confirmei as suspeitas da Si, simplesmente saí correndo. Destino? Casa do Percy.

Não me pergunte porque tomei essa decisão tão precipitada, eu apenas tinha que ir...

Quando já estava a duas quadras do apartamento do Percy, a tempestade, que há muito tempo vinha ameaçando cair, desabou de vez.

Tentei correr, mas era uma decisão um tanto inútil e perigosa, pois a única coisa que eu conseguiria era uma bela de uma queda. Optei por então, apenas aumentar o ritmo das minhas passadas.

Não demorei mais de cinco minutos até chegar no prédio, mas fiquei encharcada do mesmo jeito. Parei no hall de entrada tentando colocar minhas ideias no ligar, para não fazer nenhuma besteira, tinha que pensar muito nas palavras que usaria. Respirei fundo e chamei um elevador.

Ninguém me parou durante todo tempo em que cheguei ao condomínio, já tinha estado lá duas ou três vezes, e minha entrada fora liberada por Percy.

 Assim que o elevador chegou, entrei no mesmo antes que pudesse mudar de ideia.  Ele morava na cobertura, então provavelmente demoraria um pouco antes de chegar, não é? Bom eu espero que sim, pois até agora não sabia o que falar quando o visse. Acho que seria meio estranho chegar do nada e falar: “Oi Percy, lembra quando a gente transou no natal? Pois é, então, eu to grávida e você é o pai!” ou “Parabéns Percy, você vai ser papai!! Sabe como é, né? To grávida!”. Patético!

Não tínhamos uma relação e ele poderia muito bem dizer que o filho não é dele. Ou pior, insinuar que eu estava querendo dar um golpe. Acho que não suportaria ouvi-lo dizer isso e essa opção quase me fez desistir, mas eu já era adulta e não podia fazer tudo que queria, além do mais agora que tenho um filho.

Respirei fundo contado os andares, tentando inutilmente adiar minha chegada ao apartamento dele. Mas foi inevitável. Foi ainda mais inevitável não estremecer ao ouvir o som da campainha soar, quando apertei o botãozinho. E ainda mais inevitável não me perder nas íris verde-mar que só ele tinha, quando o mesmo abriu a porta.

- Annabeth? – sua voz preencheu meus ouvidos tornando claro sua confusão e espanto. – O que aconteceu?

E me enchendo de uma coragem até agora pouco vista por mim, ouvi-me dizer, num fio de voz, as simples palavras:

- Precisamos conversar... Agora!

Ele me encarou franzindo as sobrancelhas, dando, logo em seguida, espaço para eu entrar.

- Você está encharcada... – constatou me olhando de cima a baixo. Realmente ficar molhada não era uma das melhores coisas. – Hãn... Acho que posso encontrar algo que sirva em você, pois se continuar com essas roupas pegará um resfriado. – terminou meio encabulado.

Em sã consciência, teria negado de cara, mas uma gripe não faria bem nem para mim nem para o bebê. Respirei fundo e engoli meu orgulho.

- Agradeceria... Só preciso secar e vestir roupas quentes... Tá frio hoje, né? – Nossa, quando foi que o clima entrou na nossa pauta de assuntos?

- É mesmo. – disse bagunçando os cabelos – Vou, pegar uma toalha e algumas roupas, espera aqui, ok?

E assim saiu me deixando sozinha na sala. Bela sala, diga-se de passagem. Eram três paredes branco-acinzentadas e uma azul nem tão escuro, nem tão claro.  O piso era de madeira escura e parecia brilhar de tão limpo. Na parede da porta de saída, ficava um sofá de três lugares e um de dois, sabe daqueles que fazem a volta pelo canto. Na parede da frente, que era a azul, ficava a televisão de 52 polegadas sendo sustentada por uma estante de madeira escura. No centro, entre a TV e o sofá estava uma mesinha com alguns cadernos e o livro “A culpa é das estrelas”, havia também uns petiscos na beirada da mesa e uma caneca de algo que me pareceu cappuccino. A parede que dava para cozinha ia até, mais ou menos, um metro e meio partindo do chão, num estilo cozinha americana, e tinha dois bancos na frente do balcão. A parede oposta era quase toda tomada por uma porta de vidro, tirando os cantos que tinham dois pequenos armários (um em cada lado). A porta de vidro dava para uma varanda enorme, que tinha duas cadeiras e uma mesinha no canto esquerdo. Perto do sofá, tinha uma espécie de divã (meio que uma poltrona) como que fechando área pelo lado direito, já que o sofá tomava o meio e o lado esquerdo.

Enquanto analisava a casa, nem percebi que Percy havia voltado. Foi necessário um pigarreio para tirar-me dos devaneios.  Entregou-me as roupas juntamente com uma toalha e apontou-me o caminho do banheiro.

Pouco mais de cinco minutos foi o tempo que eu levei para me enxugar, e apesar de não me sentir a vontade com as roupas do Percy, devo assumir que estava bem melhor assim.  Saí do banheiro e dei de cara com ele, que apenas pegou minhas roupas levando-as para lavanderia. O silencio entre nós estava começando a me incomodar, mas esperei-o voltar para sala antes de dizer algo.

- Quer algo? – perguntou Percy da cozinha.

- Não, tá tudo bem...  Mas... eu realmente preciso falar logo contigo.  – respondi.

- Então pode começar. – falou ele voltando e sentando se no sofá de três lugares.

Sentei-me na poltrona e o encarei antes de começar.

Analisando minha frase anterior não encontraríamos nem um erro não é mesmo? Mas o problema é que eu não comecei.

Fiquei lá parada, abrindo e fechando a boca inúmeras vezes. Como dizer? Como contar?

Pov Percy

A Annabeth não parecia bem... Não, ela não estava bem! Abria a boca uma dúzia de vezes, mas nenhum som saía. E isso nem era o mais estranho...

Realmente a ultima pessoa de quem esperava receber uma visita era ela. Não era para menos, na cabeça dela, eu havia me aproveitado para dormir com ela enquanto estava bêbada, o que passou bem longe da verdade. Sabe, eu tentei resistir, mas também não era a pessoa mais sóbria naquele momento, e ela estava ali tão linda e tão entregue... Tão minha. É estranho pensar, mas depois da Aline ela foi a única garota com a qual eu senti que poderia haver algo mais. Porém a dura realidade de acordar sozinho no dia seguinte e a do repentino afastamento por parte dela me mostrou que eu deveria mesmo ficar sozinho. Admito que não a procurei, achei melhor manter apenas a relação no profissional. Era melhor para os dois, foi o que pensei.

Mas vê-la aqui completamente desconfortável enquanto tentava me dizer algo, fez-me refletir se foi realmente a melhor decisão.

Finalmente ela conseguiu se acalmar o suficiente para me deixar nervoso, proferindo seguintes palavras:

- Prometa-me que não vai surtar. – pediu encarando o chão.

- Está me assustando, o que ouve Annie? – perguntei chamando-a pelo apelido.

- Não é a coisa mais simples de se dizer, Perseu! – disse num tom exasperado.

- Lhe garanto que prolongar o sofrimento não adiantará de nada. – rebati me exaltando.

- Quer que eu lhe diga na lata? Sem mais voltas e voltas? – perguntou se levantando.

- Estou te pedindo exatamente isso. – disse levantando também.

- Pois não reclame depois. – falou cruzando os braços.

-Fala logo Annabeth! – berrei impaciente.

- Não me grite! – devolveu no mesmo tom.

-Então fale logo! – falei irritado. – Que caralho está acontecendo?

- Quer saber?  Tá acontecendo que eu to grávida!! – berrou numa mistura de sentimentos. Vacilei por um instante. E todas minha suspeitas se confirmaram quando num tom quase inaudível ela completou a frase.- E o filho é seu.

Joguei-me no sofá completamente confuso... Grávida?

Foi minha vez de ficar sem palavras.

- O que? – perguntei debilmente. Ela se ajoelhou a minha frente, pegou minhas mãos e falou mais devagar.

- Eu estou grávida de você, Percy. – percebi que a cada vez que falava sua voz ia morrendo.

- Eu entendi. – saiu mais frio do que eu esperava, mas a confusão não me deixava pensar. A chuva cada vez mais intensa martelava na minha cabeça. Muita informação para um dia só...

- Não precisa ser grosso. – murmurou.

- Fácil falar! – puxei minhas mãos das suas bruscamente.

Vi-a se afastar e então entendi. Ela tinha medo da minha reação, e eu estava fazendo justamente aquilo que ela temia.

- Annie... – falei baixo, mas ela já tinha se levantado.

Levantei também.

- Vou deixar você se acalmar, depois a gente conversa. – falou recolhendo suas coisas.

E num time perfeito, simultaneamente a sua fala caiu um raio seguido por um estrondoso trovão.

Sorri de lado ironicamente, arqueando as sobrancelhas.

- Se você acha que vou deixar meu filho e a mãe dele sair no meio de uma tempestade, está totalmente errada Annabeth Chase. – disse segurando-a pelos ombros e a virando para mim. Pus as mãos em sua barriga que ainda nem tinha saído, imaginando como estaria daqui a uns meses – Não vou deixar vocês sozinhos.  – disse encarando-a.

Seus olhos se encheram d’água e ela perguntou num sussurro: “Promete?”.

Envolvi-a nos meus braços dando-lhe um abraço e respondi em seu ouvido.

- Prometo!


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Notas finais do capítulo

Comentem!! E aí, o que acharam???