Meu Panda Vermelho escrita por Demonic


Capítulo 5
Não vou te esquecer jamais


Notas iniciais do capítulo

O último capítulo !
Não sei o que vocês vão achar, mas eu chorei escrevendo o capítulo. Espero que vocês gostem! Coloquei um link de uma música ai, o nome dela é Transformation, coloquei na palavra "silêncio" pq ia ficar sem sentido colocar o nome da música do nada kkkk'
Enjoy!



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Ouvi um disparo de uma Sauer S 303 Classic, vindo do meio das árvores. Talita correu com o pequeno panda para esconder-se atrás de umas rochas do rio, enquanto eu me abaixei atrás de uma moita.

Um horripilante grito de urso soou pelas extremidades da floresta fazendo meu coração gelar. A cena a seguir foi tão rápida que não sou capaz de detalha-la exatamente da forma como aconteceu.

Talita correu atrás do panda que havia saído quicando de seus braços. Eu tentei em vão impedi-la, mas não poderíamos abandoná-lo a mercê do perigo.

Nunca me esquecerei daquele momento, quando avistamos o nosso amigo e sua mãe abraçava-o fortemente embora estivesse muito machucada e completamente ensanguentada com o tiro que havia levado. O pequeno gritava nos braços da mãe que tentava protegê-lo do terrível caçador que os estava ameaçando.

Antes que ele efetuasse o último disparo, corri em sua direção e forcei sua arma para cima, fazendo vários pássaros voarem assustados com o tiro disparado para o alto.

– O que pensa que está fazendo? – proferi as palavras com ódio – Não vê que ele é apenas um filhote e sua mãe está ferida? Seu covarde!

– Roberta!

– Não Talita, ele é um monstro, teve coragem de tirar os pequenos de seu habitat e trazê-los para cá para então exterminá-los.

– Sua louca, não se meta nos meus assuntos. Eu não teria atirado se ela não houvesse fugido.

– E o que pretendia fazer com eles? Você não entende nada, eles não vão sobreviver muito aqui, precisam estar em seu habitat. Essa espécie está quase extinta!

– É por isso que vale tanto, agora saia da minha frente!

– Não! – Eu tentei puxar sua arma, mas ele era forte demais, jogou-me impiedosamente ao chão. Com as vistas turvas, tudo o que pude ouvir foi um último disparo e um grito horrorizado de Talita, depois apaguei.

***

Meus olhos foram abrindo devagar, uma luz forte machucava minhas vistas fazendo-me fechar novamente os olhos até que me acostumasse com a claridade.

– Roberta, você está bem? – Era Talita falando, e ouvir sua voz transbordava minha alma de alívio. Pelo menos ela estava bem.

– Talita! – Nós nos abraçamos ambas chorando histericamente. – Onde está aquele desgraçado? Eu vou matá-lo! – Talita me olhava com pena e eu logo entendi o que havia acontecido. O panda havia morrido junto com sua mãe e nesse momento meu peito se encheu de dor. – Ele era só um filhote! Como ele pode? Aquele desgraçado! – A cada palavra dita, mais ódio se ouvia em minha voz. Eu estava completamente atordoada.

Silêncio...

– Pelo menos ele pode rever sua mãe antes de partir. – Agora eu apenas chorava, não queria que minhas palavras soassem em tom de ódio enquanto eu falava do nosso pequeno panda vermelho.

– Do que você está falando?

– Do panda. Ele se foi...

– Roberta! Ele está bem!

– Mas... mas e o tiro que eu ouvi? Isso não faz sentido. – Eu a olhava confusa e ela me olhava divertida.

– Kartangá nos salvou. – Kartangá é o nome do índio que nos guiava pela floresta, seu nome significa lealdade. – Antes do tiro ser disparado, Kartangá acertou uma flecha no caçador e o tiro que ouviu acertou o nada. Eles estão bem!

– Eles? A mãe dele está viva?

– Sim! Ela recebeu os cuidados certos e agora já devem estar embarcando de volta para o Himalaia.

– E o caçador?

– Eles está no hospital, o ferimento não foi grave e assim que ele receber auta vai ser levado para a cadeia. Esse sujeito já era procurado pela polícia, ele é acusado de matar e vender ilegalmente animais em extinção.

– Agora vai ter o castigo que merece. É uma pena não existir mais a pena de morte aqui no Brasil, eu adoraria vê-lo morrendo enforcado ou degolado.

– Mentirosa! Você não consegue nem assistir Tarzan porque acha assustador de mais quando o Clayton corta os cipós e morre enforcado!

Nós rimos, mas alguma coisa ainda martelava em minha cabeça, eu precisava vê-lo antes de partir.

– Vamos! – Corri para encontrá-lo a tempo.

– Aonde você vai?!

– Ver o meu panda vermelho! – Dei uma piscadela para Talita que apenas sorriu e correu logo atrás de mim.


– Esperem! – O helicóptero já começava a girar suas hélices quando chegamos ao heliporto. Quando nos viram se aproximar já era tarde. Eu pude ver o pequeno panda com a pata apoiada na janela como se estivesse nos esperando.

– Eu nunca vou te esquecer! – O vento forte do helicóptero fazia nossos cabelos e vestes voarem descontroladamente e o som incrivelmente alto abafou minha despedida, mas eu sabia que ele havia entendido, assim como eu entendi o seu olhar de carinho e agradecimento.

Talita me abraçou e nós duas soluçávamos enquanto observávamos o ursinho e sua mãe partirem.

– Ele vai ficar bem agora Tatá.

– Eu sei. Ele vai ser para sempre o meu panda vermelho.


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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam ? (: