Eu Sempre Serei Sua... escrita por Duda


Capítulo 48
Capítulo 48 - Te amo pra sempre...


Notas iniciais do capítulo

800 reviws!!!! Muito obrigado! nesse ultimo capitulo recebi 27 comentários quantos conseguirei com esse capitulo? Mais 27 ou mais 30??
Boa leitura...



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POV DIOGO

Meu sangue fervilhava dentro de mim. Não sabia o que pensar, não conseguia raciocinar, minha cabeça estava confusa, estava desarrumada, estava cheia.

Não estava bem, pois meus pais se iam separar, mas também não estava muito, muito triste, apesar de doar e custar o rompimento do casamento entre meus pais era o mais certo. Já não havia afeto, já não havia harmonia, apesar de ainda haver a mor. E disso eu tinha certeza. Tanto meu pai como minha mão lá no fundo ainda sentiam muito um pelo outro.

O casamento já tinha acabado há muito. Eles apenas não cortaram o laço á mais tempo porque sempre deixaram o tempo passar e ver no que dava e porque meu pai sempre liga para as aparências não dando liberdade pra minha mãe fazer o que quisesse. Ela sempre foi paciente e aturou as manhas dele, sem refilar sempre forçada a aceitar o que ele falava e nunca a poder se expressar.

Acho até que a minha vinda pra esse colégio não foi apenas por eles quererem que eu tenha um futuro “brilhante” ou para eu poder dizer mais tarde que andei num dos melhores colégio, acho que minha mudança foi mesmo para eu evitar ver as brigas feias deles.

Detestava quando meu pai berrava com minha mãe, ela não merecia ser tratada do jeito que era e essa sua decisão tem meu apoio total. Está mais que na altura dela mudar de vida.

Até aí eu concordava contudo, o pior foi mesmo quando ela falou que esse lance do divórcio podia gerar novo problema. E esse problema era eu. Segundo o que ela falou, o mais provável era meu pai não deixar ela ficar comigo e lutar até ao final por minha guarda. E isso aí. Isso aí eu não queria. Bem pelo contrário eu queria ficar com minha mãe. Queria viver com ela. Queria ter uma casa, longe das velhas andanças, onde morássemos apenas os dois. Agora viver com meu pai? Nunca. Até porque eu e ele no mesmo lugar convivendo 24 horas sobre 24 horas por dia não dava certo. Quer dizer meia hora por dia convivendo, tendo em conta que ele passa dia e noite na empresa ou trabalhando ou comendo as secretárias e administradoras. Mas mesmo essa meia hora já era tempo demais.

A comida, não me tinha caído bem, tinha o estomago que nem uma bola. O sentia apertado, contraído, cheio e vazio ao mesmo tempo. Conseguia persentir o que antes tinha ingerido entalado em minha garganta, não indo pra baixo e empancando ali.

Passei a mão por dentro da camiseta e cocei a área do estomago, franzindo o cenho e transparecendo com o olhar o meu mal estar.

A escola estava vazia. Não se ouvia ruido, tudo no silencio total, numa paz imensa, temia era que quando chegasse no quarto essa paz acabe. Sophia com certeza já voltou e em peso pra me atormentar!

Sem contar um sorriso se formou em meus lábios, seu abraço mais cedo foi bom, foi carinhoso, apesar de eu não ter respondido. E esse seu gesto poderia querer dizer que ela, apesar de dizer o contrário ainda estava ligada na minha.

Entrei no quarto e em contrário ao que eu deduzia, Sophia não estava lá. Nem Sophia, nem a maior parte das coisas dela.

Pra onde foram suas fotos? E seus prediletos CD’s de musica que era estritamente proibido mexer? E seu livro de vampiro, que sempre estava em cima da mesinha ao pé da cama?

Tudo aquilo estava estranho demais. Sua parte se quarto estava que nem as árvores no inverno. Sem folha. Apenas com os ramos. Abri a porta do roupeiro e maior parte de sua roupa e calçado não estavam lá. Pra onde raio foi tudo?

No meio de tanto alarme, só reparei que minha cama tinha alguma coisa em cima quando parei e olhei em volta.

Andei até ela devagar , não reconhecendo o que lá tinha pousado, afinal quando saí do quarto não tinha deixado nada em cima da cama.

Qual foi meu espanto quando um violão, novinho em folha se estendia sobre ela. Era um violão idêntico ao que Sophia matou no lago dos peixes, da mesma cor, do mesmo feitio. Apenas era novo em folho sem nenhum risco, como o antigo tinha.

Mas o que um violão fazia em minha cama? Não lembro de ter comprado nenhum. Entre as cordas um papel bem dobrado se entrelaçava. Tirei ele com cuidado e o abri, revirando a folha em minha mão pra por as letras direitas e não ao contrário.

Me sentei na cama e fiz questão de pousar o violão em meu colo.

Comecei lendo o que naquela folha estava escrito:

“ Nem sei por onde começar. Pelo principio diria você, mas se eu não sei bem onde ele foi, onde ele é ou onde ele será, também não sei muito bem por onde começar. Lembro do dia que te vi pela primeira vez, perdido no escuro da sala de diretoria, atrapalhado, assustado! Seu olhar me fascinou no primeiro instante. Nossa primeira troca de olhares, nossa primeira troca de palavras. Também não esqueci, do momento em que entrou por esse quarto dentro e que logo implicou comigo, por apenas remover do lugar sua caixa. Talvez tenha sido essa sua implicância que me tenha feito te admirar ainda mais. Seu jeito rebelde me encantou, sua forma rude e fria de se dirigir pra todos me despertou. Seu olhar reluzente e vivo me hipnotizava. Seu toque me arrepiava, seu beijo me calava, seu abraço me aconchegava…

Lembra de nosso primeiro beijo? Pois eu acho que nunca mais esquecerei, assim como nunca mais esquecerei a noite que passamos juntos na cabana, ou o ultimo mergulho que demos no mar. Sinceramente acho que nunca esquecerei você, porque tenho certeza que está preso até sempre. Vai ser difícil tirar isso tudo que sinto de meu coração.

Não queria que as coisas fossem assim, mas se comigo do seu lado, as coisas com você não dão certo, então concordo com o que falou. A melhor solução é mesmo desaparecer de sua vida. Não quero que fique com mais duvidas, cuide de sua vida, resolva seus problemas, organize seus sentimentos, arrume um amor, não deixe eu destruir tudo isso.

Eu ficarei bem, saberei me levantar, saberei apanhar os pedaços e recomeçar, não será fácil pois meu coração seca a cada hora.

Mas entre ver vocês feliz e eu estar feliz a primeira opção é a melhor. E se eu estou atrapalhando sua vida, eu não quero mais que isso aconteça. Quero mais é que você seja feliz, que sorria, que se divirta, e que faça tudo aquilo que eu não deixava você fazer.

Quis te dar meu amor, apesar de saber desde o principio que nunca iria dar certo e que um dia acabaria. Nada nos faz viver debaixo do mesmo céu. As regras da sociedade não nos enquadram nelas, só permitindo um de nós nelas entrar. Nossas diferenças são tantas que nossas igualdades não as cobrem. Vivemos apenas de briga e eu não quero isso.

Peço desculpa se não te fiz feliz, e se arrastei problemas pra seu mundo, fique sabendo que jamais tive essa intenção, nunca quis prejudicar você, nunca. Sei que se continuar perto vou destruir a vida que te resta, mas se me afastar tudo voltará ao normal e o vento apagará as marcas do passado, arrastando um futuro recheado de aventuras que temos os dois por descobrir.

Fique sabendo que foi a melhor coisa que me caiu nos pés, e apesar de me considerar o mal em sua vida, pelo contrário, em minha vida você foi  bem, pois me ensinou muitas coisas. Me ensinou a perdoar, me ensinou a escutar, me ensinou a chorar, me ensinou a amar, me ensinou a viver.

Nunca esquecerei seu jeitinho maroto, ou seu sorriso desafiador, nunca esquecerei seu toque, ou seu simples sussurro, levo comigo as palavras que falou na cabana pra mim, levo comigo o seu cheiro, o seu beijo.

Tenho certeza que essa pedra, que nesse momento está em seu sapato, a chutará com a maior facilidade, afinal você é o Diogo Macedo, e ninguém te deitará a baixo.

Desculpe mais uma vez por tudo, e por ter estragado seu violão, Comprei outro como já deve ter visto, não é dos melhores, mas era o único que dava pra eu comprar com o dinheiro que restava em meu bolso. Espero que goste! Não posso devolver tudo o que destruí em sua vida, porque é impossível, vi o violão uma das coisas em que me podia redimir.

Essa foi minha forma de te falar Adeus. Não me procure pois não me achará e também porque não sei se te quero voltar a ver.

Te amo pra sempre…

Sophia”

Uma lágrima escorreu por meu rosto, ela se foi embora por mim, ela se sentiu culpada por meus problemas…

_ Como você foi tão burro! Porque falou tudo aquilo pra ela? E o abraço? Ela te abraçou e você nem respondeu, a desprezou, a humilhou. Você é mesmo idiota! – retorqui alto.

Ela fez tudo o que pode por mim e sempre esteve lá, e agora… Como ela se podia sentir culpada? Ela não era responsável por nada. Agora a perdeu pra sempre. Passei um de meus dedos pelas cordas do violão e sorri, ela até um violão tinha comprado.

O que faria agora? O divórcio, Sophia, meu pai, minha cabeça girava a tantos há hora que não dava pra raciocinar nitidamente. O que faria? Qual as minhas saídas?

Olhei em volta, celular, era uma delas.

Disquei o numero de Sophia.

_ Atende por favor!

POV SOPHIA

Não sabia bem onde estava, mas da cidade não tinha saído, estava apenas mais longe do colégio. Virei numa ruela á procura de um bar ou café onde pudesse me instalar, por um tempo. Pois não tinha dinheiro na carteira e de algum jeito o tinha que arranjar. Como é que eu ainda tinha que pensar. Ao virar na ruela sentado num degrau avistei um corpo, pequeno, acocorado, remexendo em alguma coisa entre as pernas.

Me aproximei um pouco e do corpo, consegui distinguir um garoto. Devia ter pra aí uns 10 ou 11 anos. Ele me encarou e eu também o olhei. O que um garoto fazia perdido numa ruela escura da cidade? Onde estaria a família dele?

Me sentei de seu lado, pedindo um pouco de espaço. Esperei ele meter conversa, o que não aconteceu e então lá tive que arranjar assunto.

_ O que um menino como você faz nessa hora, sentado num degrau?

_ Fujo dos problemas! – ele falou tímido e inocente, me fazendo rir.

_ E você já tem problemas?

_ Todo o mundo tem! – nossa pra garotinho ele do jeito que falava parecia ter já alguma experiencia de vida.

Espreitei pra ver o que ele escondia entre as pernas e vi seus dedos remexerem num chocolate. Ele me encarou e o partiu em duas partes iguais, ou quase iguais me dando uma delas. Aceitei a sua oferta, afinal quem não gosta de chocolate?

_ Qual seu nome? – perguntei assim que dei uma trinca no doce.

_ Felipe. Lipe para o pessoal! E o seu?

_ Sophia. Sophia pra todo o mundo! – fiquei com a sensação de que ele esperava ouvir um sobrenome ou uma alcunha.

_ E o que faz aqui?

_ Fujo dos problemas! – rimos os dois. Teve piada.

_ E quais são seus problemas?

_ Temos um menino curioso, hein! Não lembro de querer saber quais são os seus! – me fiz de difícil mas acabei por falar, de um jeito diferente de explicar as coisas afinal ele era apenas uma criança. – Conhece a palavra amor? – ele assentiu positivamente. – E sabe o que ela significa? – dessa vez nem negativamente, nem positivamente apenas não se manifestou. – Já percebi que não, mas eu também não vou explicar pra você um vai entender o seu valor e seu significado.

Olhei pro relógio que segurava no pulso e vi agora. Precisa me despachar se não nem lugar pra passar a noite iria arranjar.

_ Eu tenho que ir! – me levantei.

_ E onde você mora? Não costumo te ver por aqui?

_ Pois eu apenas sou uma viajante. Agora tenho que procurar lugar onde dormir. Se comporte e resolva seus problemas! – passei a mão no cabelo do garoto que também já estava de pé e que mesmo assim era mais pequeno que eu e comecei acelerando o passo. Quando já estava no fim da rua ouvi ele gritar.

_ Espere!

_ Que foi?

_ Porque não passa a noite em minha casa? Tem espaço lá pra você e assim você já explicava pra mim o que é isso de amor. E eu contava pra você quais são os meus problemas.

_ E sua família não se importa? – me voltei a chegar junto.

_ Acho que não! – ele encolheu os ombros engolindo o ultimo pedaço de chocolate.

_Ah, é melhor não. Não se preocupe eu me arranjo. Já é tarde e sua família não vai achar muito graça a isso de ter uma estranha e casa.

_ Não tem mal. Venha! – ele pegou minha mão e me guiou até sua porta de entrada, a brindo pra mim.

Uma senhora arrumava a mesa, transportando copos e pratos, enquanto uma menina ajudava.

_ Quem é essa filho? – a mulher com o cabelo loiro preso, que aparentava ser mãe dele perguntou.

_ Não tem onde passar a noite será que a podia deixar dormir por cá?

_ Desculpe eu não queria incomodar, mas o Lipe insistiu. Não precisa ter trabalho eu vou já embora! – tentei limpar um pouco minha imagem, não fazendo figura de ursa na frente da mulher.

_ Não tem problema nenhum. Tem espaço suficiente pra todos. Pode ficar cá dormindo!

_ Não eu não…

A simpática da mãe do garoto não deixou eu continuar:

_ Não vale a pena teimar, dorme aqui e pronto. Agora vou lá dentro pegar alguma coisa pra você comer e beber, me parece estar com fome. – vi a senhora entrar na cozinha e depois me voltei para Lipe que remexia num pote qualquer.

_ O que está fazendo?

_ Mais chocolate! – seu olhar reluziu e seu sorriso se abriu. Ele era guloso!

Meu celular começou tocando e eu deixei, não iria atender pois desconfiava quem era.

_ Não vai atender? – ele perguntou enquanto escolhia um dos chocolates que enchiam o pote.

_ Acho que não!

_ Problemas?

_ Problemas!


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Sophia encontrou um lugar pra passar a noite. E Diogo? Será que apenas se vai deixar ficar por um simples telefonema?
Quero opiniões e sujestões sobre o que cês acham que vai rolar no proximo capitulo.
27 reviews e posto outro. Não tolero menos!
Beijão! Duda =)