Eu Sempre Serei Sua... escrita por Duda


Capítulo 32
Capítulo 32 - É disso que eu tenho medo...


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!! 500 Reviews!! Muito obrigado mesmo.
Um capitulo cheio de aventura pra vocês...
Boa leitura...



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Entrei e antes que eu pudesse fazer alguma coisa meu tio me empurrou com o braço brutamente e fechou a porta com força. A flor que segurava acabou por cair no chão e o carro arrancou a toda a velocidade rua fora. Foi tudo tão rápido que nem sequer consegui pensar direito.

Reparei que quem estava com meu tio não era a minha tia, e quem eu achava que era meu tio, na realidade não era ele. Tinha a forma do corpo, o cabedal e até o cheiro e o jeito de meu tio, mais não era ele. Só descobri isso quando ele retirou os óculos escuros que cobriam seus olhos.

Não estava gostando nada do que estava acontecendo. Estava estranhando tudo isso mais sabia bem que meus tios tinham motoristas particulares por isso eles talvez fossem apenas empregados deles.

 Já estávamos dirigindo a algum tempo, por caminhos que eu nunca tinha andado já pra não falar que se meus tios achavam que aquilo é que era perto do colégio, nem queria imaginar como eles definiam longe do colégio. De fato eu não via casas quanto mais restaurantes e de fato também era que a gente já estava bem longe.

Entramos por muitos atalhos e vielas. Não se via ninguém, nem nada. Minhas inseguranças estavam tomando conta de mim. Meti conversa:

_ Sabe se ainda falta muito? È que minha tia falou que era perto do colégio, o restaurante onde jantaríamos! – perguntei pro condutor, que riu fraco e trocou uns olhares com o homem que ocupava o lugar de carona.

Ele demorou um pouco pra responder e quando respondeu se virou pra trás.

_ Não a gente tá já chegando. E você nem imagina a surpresa que tem reservada! – ele apontou uma arma pra mim e aí eu fiquei com medo. Medo demais até.

_ Mas o que…- não consegui terminar a frase pois ele falou por cima.

_ Caladinha e quietinha se não  já sabe o que acontece. – levei a mão no puxador da porta mais ela não abria. Estava trancada. Eles trancaram ela.

O carro parou e ambos saíram, vindo abrir a porta pra mim. Um  deles entrou no carro e com a ajuda do outro me amarrou. ME tiraram fora do automóvel e me guiaram até ao meio de uns arbustos altos que escondiam o que quer que fosse.

Tentava não chorar pois não podia dar parte fraca mais estava se tornando difícil. Me encostaram numa árvore e estavam prestes a me amarrar nela,  mais me soltei dos braços deles e corri, mais do que adianta eu correr o mais rápido que consigo se eles ainda correm mais que eu?? Acabaram por me apanhar de novo e me amarraram na árvore, saindo vitoriosos. Me apertaram demais contra ela me fazendo gemer. A casca da árvore ao tocar em meus braços arranhou eles fazendo sangrar.

_ Quem são vocês, hein? Onde estão os meus tios? – perguntei com a voz trémula que ameaçava que não tardava e um montão de lágrimas rebentavam em meus olhos. Olhava pra todos os lados procurando algum vestígio de vida e evitava olhar pra frente pois sabia que uma arma estava apontada pra mim.

_ Qual das perguntas quer que a gente responda primeiro? – ele falou irónico não me fazendo rir nem um pouco.

_ Quem são vocês? Porque me amarraram nessa árvore? E meus tios? Onde eles estão?

_ Isso é o que a gente quer saber! – o motorista pegou no celular e digitou um numero. –  Vamos ligar pra seu tios e queremos que dê pra eles um pequenino recado.  A gente quer um milhão de reais em dinheiro vivo. E antes de abrir a boca pra suplicar, pra gritar ou para pedir ajuda lembre que mesmo ao seu lado tem uma grande amiga! – o outro se chegou pra mim encostando a arma a minha cabeça.

Deixei uma lágrima cair e me afastei um pouco.

_ Me deixem ir embora. Se é dinheiro que vocês precisam não peçam pra meus tios porque eles não têm. Eu que tenho. E ninguém pode mexer no meu dinheiro sem eu assinar os papeis. Eu vos arranjo o que quiserem, mais por favor me deixem ir embora. Me deixem falar com meu advogado, ele trata de tudo! – estava atrapalhada e cada palavra que proferia parecia não ter sentido.

_ Olhe só. Ela quer falar com o advogado! – um deles falou entre risadas. Não sabia o que tinha tanta piada. – Não meu bem. CÊ não vai falar com seu advogado. Até porque você não pode! Nunca mais vai poder!

_ Do que está falando? – ele agarrou meu braço, alargou um pouco as cordas que me seguravam e com força me empurrou até ao meio da vegetação.

_ Disso! – vi o Dr. Meireles estendido no chão banhado num mar de sangue, com os olhos entreabertos. Não era difícil de adivinhar. Estava morto. Não aguentei mais e desabei ali. O que eles tinham feito com ele? Pra quê tudo isso! Que raio estava rolando ali?

_ Mais porque fizeram isso com ele? O Dr. Meireles não tem nada  a haver comigo! – berrei alto.

_ Se engana, garotinha. Ele tem tudo a haver com você!

_Porque a gente não acaba já com ela? – um que estava mais atrás falou, me assustando.

_ Não. Se vocês me matarem, não vão receber o dinheiro, nem nada. – falei obvia tentando me soltar de suas mãos grossas.

_ Está enganada mais uma vez. Bem pelo contrário, a gente só o recebe se acabar com você! – ele falava rude, e frio. Voltou a me jogar no chão e a me colar na árvore.

_ Se deixem de meias palavras e falem pra mim o que está acontecendo! – estava horrorizada a imagem do homem que desde sempre foi o advogado de família, ali deitado no chão não saía de minha mente. Meu mundo foi abaixo. Agora eu tinha perdido tudo. Ele era a única pessoa nesse mundo que ainda dava algum valor pra mim. Talvez fosse por isso que ver ele daquele jeito me estava custando tanto. – Que história é essa de receberem se me matarem?

_ É a sua Sophia, é a que está pintada pra você! – olhei pra trás e vi meu tio. Usava fato e gravata como sempre, e atrás dele entre a vegetação e o escuro da noite, minha tia apareceu. Estava com uma roupa muito desapropriada para o local e estava com uma cara sorridente muito estranha.

_ Tios? – me admirei e meu rosto se iluminou suplicando por ajuda. Mais logo essa expressão desapareceu com o que ouvi.

_ Ainda não acabaram com ela porquê? – minha tia falou.

_ Porque…

_ Não quero ouvir vossas justificações, seus incompetentes!!! Pensei que tivesse sido bem clara em relação a ela.

_ Desculpe. Mas..

_ Já falei que não quero desculpas. Agora se ponham a andar daqui pra fora! – ela dava as ordens aos homens que abaixaram as orelhas e se renderam ás ordenações de minha tia

_ E nosso dinheiro?

_ Depois a gente se conversa. – ela pegou a arma da mão deles apesar de continuar a direcionar ela pra mim.

Não estava entendendo nada. Ou melhor eu não queria acreditar naquilo que estava começando a entender. Com que então eles que tavam atrás de tudo isso! Eles que mandaram matar o Dr. Meireles e se preparavam pra acabar comigo.

_ Foram vocês que mandaram fazer isso tudo?

_ Acho que isso tá mais que obvio né querida? – meu tio se dirigiu pra mim sorridente. Eu que não tinha vontade nenhuma de sorrir.

_ Como vocês foram capazes? Pra quê tudo isso?

_ Tudo pra ficarmos com sua herança. Acabei com seus pais com a ambição de ficar com ela mais no final aquele senhor ali – apontou pró Meireles –, rompeu meus planos e agora, agora chegou sua hora, Sophia! – paralisei quando ouvi isso. Como ela foi capaz de matar a própria irmã? Minha mãe? Queria jogar em cima dela e acabar com sua raça mais minhas mãos estavam amarradas, não havia jeito de eu  fazer. Queria matar aquela víbora mesmo ali. Lágrimas seguidas de lágrimas afogavam meu rosto.

Minha tia continuou  falando, dessa vez andando á minha volta com aquela coisa apontada a mim, enquanto meu tio assistia mais longe.

_ Sabe quanto tempo eu esperei pra poder matar seus pais? Sabe a inveja que eu senti quando vi sua mãe ser homenageada e prestigiada em frente de todo o mundo? Sabe quantas vezes me enraiveci ao saber que ela era a preferida, a bem sucedida, a boa em tudo? Sabe quantas noites eu adormeci chorando ouvindo meu pai e minha mãe falando pra ela que era magnifica, extraordinária e tudo mais? Sabe como eu odiava sua mãe por ela ter tudo e eu nada?

_ Eu não estou acreditando que você foi capaz de matar minha mãe!

_ Não está acreditando? Pois bem, minha querida sobrinha, é bom que acredite, porque eu também não queria acreditar quando sabia que sua mãe era a boa, a grande perante todo o mundo e eu a fraca e rejeitada, a pobre coitada que não servia pra nada! Eu odiava ela, assim como odeio você! E sabe porque eu fiz tudo isso? Porque eu tenho que garantir o que é meu, o que sempre foi meu. E sabe o que é meu? Sua herança é minha! Seu poder, seu dinheiro, tudo isso é meu. E só há um jeito de eu o ter! Matando você! – ela deu uma gargalhada alta escondendo também a lágrima que não queria deixar correr. Berrava alto e me cuspia tudo aquilo na cara. Foi macabro.

_ E era preciso ter matado meus pais? Era? Era preciso ter matado o Dr. Meireles? – Gritei mais alto que ela ouvindo depois o eco de minha voz.

_ Ele estava no lugar errado, na hora errada! Quem mandou ele se envolver onde não devia?

_ Você é uma cabra. Filha da mãe! – minhas expressões levaram que eu levasse um valente tapa na cara.

_ Acaba logo com ela. Estamos perdendo tempo demais com essa criança! – meu tio falou e eu apenas vi a arma se centrar em minha testa.

_ Minha Querida, Sophia, tenho pena. Tenho muita pena, mais seu tempo chegou ao fim. Adeus e… até sempre! – fechei meus olhos com medo do que vinha depois e uma ultima lágrima escorreu.

Ouvi o som de um tiro, mais não senti dor, não senti nada. Apenas ouvi. Será que a morte era assim? Será que eu tinha mesmo morrido? Mais eu parecia tão viva!

Abri meu olho devagar temendo encarar a realidade. Minha tia estava no chão e meu tio correu ao seu encontro. Olhei em volta e uma voz se fez ouvir.

_ Daqui policia. A vitima encontrasse bem. Temos um ferido e um individuo, reconhecido como tio. Escuto. – falava para um aparelho qualquer, que transmitia também informações. Eu respirei fundo. Estava aliviada.

Dois policias se aproximaram e agarraram meu tio. Analisaram minha tia e depois desfizeram os nós que amarravam minhas mãos.

_ A menina está bem? Encontrasse bem? Tem algum ferimento? – estavam preocupados comigo e me revistavam.

_ Tem um homem morto atrás daqueles arbustos. – tremia, foi tão doloroso falar aquilo pra eles.

O que antes falava para alguém por chamada de comunicação se foi aproximando de mim.

_ Dr. Albuquerque, - se dirigiu pra meu tio que não descolava o olhar de minha tia caída no chão. – está preso pelo homicídio da Senhora e do Doutor Menezes e por tentativa do mesmo á menina Menezes. – meu tio foi arrastado pelos guardas e eu fiquei assistindo.

_ Por favor me ajude. Eles mataram… Tem um homem morto prá lá dos arbustos… Eu… – não      saía nenhuma frase de jeito. Estava apavorada e completamente sem chão.

Eles seguiram minhas pitas e deram com ele. Me amarraram pois temiam minhas reações. E me levaram de novo para onde vários carros com luzes vermelhas que tremiam em cima estavam parados.

Olhei em volta tentando reconhecer alguém da enxurrada de gente que ali se encontrava. Me olhar seguiu uma só direção e se encontrou com um conhecido. Diogo estava ali!

Corri pra ele e me joguei em seus braços Não pensei nem sequer nas razões de ele estar ali, apenas me joguei em seus braços e exalei uns quantos soluços contra seu peito. Ele me abraçou forte também, envolveu seus braços em volta de meu corpo e beijou minha testa.

_ Pequena…  - ele segredou baixinho. Seu coração quase sai fora de seu peito, que fervia

_ Diogo!!  - respondi suplicando.

As gotas salgadas que escorriam por meus olhos estavam molhando a camisa de Diogo. Não conseguia sentir seu cheiro, mais conseguia sentir suas mãos me acarinhando.

_ Vamos vocês têm que voltar pro colégio! – um guardo veio até nós e nos indicou um carro onde iriamos.

Diogo abriu a porta pra mim e eu entrei, seguida por ele. Fecharam a porta e eu encostei minha cabeça no peito dele me deitando quase no banco. Não conseguia cessar minhas lágrimas e quanto mais chorava mais queria chorar. Será que isso não é mesmo um sonho mau? Ou até um pesadelo? Será que eu não estou dormindo? Tudo parece tão real, mais ao mesmo tempo tão surreal!

Entrei no quarto e esperei que Diogo entrasse também. Quando entrou o encarei e ele me encarou. Ainda chorava e meus olhos deviam estar vermelhos, muito vermelhos e inchados. Ele se aproximou e arrumou uma mecha de meu cabelo pro lado. Queria preguntar como a policia, como ele descobriram onde eu estava e sabiam tudo aquilo, mais ainda não tinha cabeça pra isso. Queria apenas estar com ele um pouquinho.

_ Acho que está precisando de um bom banho, não? – reprovei sua sugestão, não queria banho, queria carinho, queria amor por um minuto que fosse.

_ Deixa eu ficar aqui com você? Deixa? – ele se deitou na cama e eu deitei em seu peito. – Deixa eu te abraçar?  Deixa eu te acarinhar? Deixa eu chorar um pouquinho? Deixa? Deixa eu te amar?

Incontrolavelmente já lágrimas se formavam em meus olhos.

_ Porque tudo me acontece a mim?

_ Isso não é verdade!

_ È sim. Eu perdi tudo! Agora eu não tenho ninguém! Todo o mundo que me rodeia acaba por morrer. Primeiro meus pais, depois o Dr. Meireles.., Me fale quem vai ser o próximo! Eu perdi todos aqueles que gostaram um pouco que fosse de mim! O que eu tenho hein? Que mal eu fiz pro mundo?

_ Não diga besteiras. Cê ainda me têm a mim e eu garanto que eu não gosto de você! Eu amo. – ele falou me tentando consolar.

_ É disso que eu tenho medo!

_ De eu te amar?

_ Não. De eu te matar também…


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Notas finais do capítulo

Não sei se ficou bom ( o suficiente pra vocês gostarem)!! O que acharam ficou bom??? Como será que a policia e Diogo souberam do paradeiro da Sophia??
Alguém tem ideia?? Qual a parte que gostaram mais?? Falem pra mim nos reviews que quero que todas deixem. Novo capitulo vos aguarda amanhã se tiver mais de 15 comentários!
Um beijão pra vocês!!!
=D