This Is Not A Fairytale escrita por annylopez


Capítulo 3
Capitulo 2: Lei de Murphy


Notas iniciais do capítulo

oi meninas quero pedir perdao pela
inconstancia, na verdade tive alguns contratempos
mas fica combinado assim : eu posto capitulo todos os domingos viu.. e perdao pelo atraso
Ah! e quero agradecer de coração á essas lindas que tem me apoiado fiquei muito feliz com a : pennelloppe,JehFonti, naty cullen, Jana Godoy que favoritaram a minha historia mesmo sem conhece-la direito e por todas vcs que tem me acompanhado desde outras fics , obrigada mesmo meninas é por vcs que eu continuo persistindo...



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Capitulo 2: Lei de Murphy

Quero morrer! É serio, agora mesmo.

Eu não deveria ter saído da cama desde ontem. Bem.. Na verdade eu não deveria ter saído do útero, é isso!

Não! Pensando melhor eu não deveria ter saído do saco escrotal do meu pai e ter chego ao..

- Meu Deus! – Ise levantou impaciente – Temos que fazer alguma coisa Ness.

- Que dedução incrível – Bufou Jess – Todo mundo já sacou isso Ise, mas o que?

Me movi na cadeira desconfortável,  roendo o resto de unha que ainda cobria meus dedos frios. Encostei minha cabeça na parede da sala de espera.

Já fazia mais de duas horas que o Bin e o Raul estavam prestando depoimento, enquanto Jess, Ise e eu fomos dispensadas já que não havia nenhuma prova de que havíamos participando da briga.

Por sorte Bin tinha sofrido apenas algumas escoriações, já o rapaz que havia me atacado tinha sérios ferimentos. Apesar do desmaio repentino de Bin, ele estava bem...

Só que no momento bem ...e preso!

- É isso, eu sinto que a morte veio nos buscar – Ise coçou a cabeça alarmada.

- Pode crer! – afirmou Raul entrando na sala.

Levantei correndo em sua direção.

- Onde esta o Bin? – segurei seu braço apertando com força – Foram dispensados?

- Sob fiança Nessie – me lançou um olhar significativo. Engoli em seco, sentindo o pavor borbulhando em meu estomago.

- O que..

Não consegui terminar a frase.

- Sinto muito – deu de ombros com olhar pesaroso – Eu não tinha suficiente pra nós dois.

Ai não, ai não, ai não!...

Sentei sentindo a cabeça rodar.

- E agora? Não podemos deixar o Bin aqui!! A mãe dele esta viajando e eu to mais dura que defunto em missa de sétimo dia – Questiona Jess.

- Nem me olha – Ise se esquivou – Eu tive que comprar uns biquínis novos pra minha noite com o Liam.

Eles se entreolharam, enquanto eu afundei na cadeira sentindo a respiração falhar.

- Quanto?

- Novecentos dólares. – diz Raul

- Aihh! – ofeguei – É bem mais que minha mesada.

Merda, merda, merdaaaaa!

Só havia uma pessoa que poderia pagar a fiança do Bin, mas, sinceramente, eu preferia vender um rim do que ter que pedi-la.

Só que não dava pra fugir, vender um rim ia levar muito tempo. E não poderia deixar o coitado do Bin virar a noite na cadeia por minha causa. Além do que com aquela carinha, ele ia encontrar um maridão em três minutos.

E além de culpada eu ia ser corna..

Tudo, menos isso!

- Tudo bem! – levanto ajeitando minha roupa com um ar de “pode deixar eu vou resolver os problemas..” – Vou ligar pra minha mãe.

- O que?! – eles me olharam como se eu tivesse dito que ia chamar o Bin Laden ou sei lá o que.

- Ficou louca?! Deu sorte de não ter sido fichada de novo. – Jess puxou meu braço atraindo minha atenção – Se sua mãe souber que esteve numa delegacia te manda pra Marte.

- É isso ai! – Acrescentou Ise – Aposto que dessa vez ela não deixa passar, você já esta na lista negra dela á tempos.

- A gente vai achar outro jeito. – Raul deu um tapinha reconfortante em meu ombro.

- Não vejo como – suspiro desanimada.

- Eu sei que é muito dinheiro – continua ele – Mas sei lá, podemos conseguir se a gente se unir e quem sabe..

- É quase impossível – Jess revirou os olhos – Acorda Raul! São novecentos dólares, o Bin vai passar no mínimo um mês no xadrez ate que possamos pagar a fiança.

- O que?! – digo em pânico – Não podemos deixar ele passar a noite aqui, eu tenho mesmo que ligar pra minha mãe, não tem jeito! Como iriamos conseguir tanto dinheiro em tão pouco tempo? – esfrego os olhos, desolada.

Minha mãe vai arrancar meu coro e dar aos pombos!

- Ganhando na mega sena – exclama Ise, os olhos brilhando de empolgação.

- Pelo amor de Deus, diz que você esta brincando – Jess sibilou.

- O que? – Piscou inocente.

Mordi o lábio tentando ter alguma ideia.

Mas era totalmente inútil.

Droga! O que adiantava eu não ter sido presa, pedir minha mãe pra bancar a fiança do Bin era tão terrível quanto.

Talvez fosse ate pior!

Já conseguia ouvir sua voz ecoando;

Aqueles seus companheiros são um bando de mortos de fome, sempre cai tudo sobre mim”...

- Eu tive uma ideia! – Ise sorriu.

- Owh! Deus – Jess tampou os olhos com as mãos impaciente.

- Tenho medo. – A encaro.

- É serio gente, eu tive uma ideia mesmo! – diz histérica – E é muito boa.

- Eu não vou vender um rim! – afirma Raul categórico.

Espera, essa era a minha ideia!

- Eu venderia – eles me olham como se fosse louca, dou de ombro – Bom, claro que se houvesse algum comprador exatamente agora.

- Esqueçam isso – afirma Ise – A minha ideia vai dar certo.

Entreolhamo-nos hesitantes.

Dei de ombros.

O que é um peido, pra quem já está todo cagado...

[..]

Merda! – Resmunguei tentando equilibrar a porcaria da bandeja e puxar a barra da minissaia.

Tudo isso ao mesmo tempo.

- Da próxima vez que a Ise vier com “eu tenho uma ideia” lembre-me de bater na cara dela – falou Jess com a voz subindo alguns decibéis.

- Ah, Gente! Não é tão ruim assim – disse ela reabastecendo sua bandeja.

- Não é tão ruim? – repetiu Jess incrédula. – Olha em volta! O Raul esta com uma calcinha na boca rebolando em um palco e você tem a cara de pau de me dizer que não é tão ruim?

A grande ideia da Ise éramos servir como garçonetes em uma boate um tanto suspeita. Segundo ela, se todos trabalhassem, com o dinheiro da noite e a gorjeta dos clientes poderíamos pagar a fiança.

Não seria uma ideia de toda ruim se não fosse o fato da boate ser praticamente um bordel.

Um bordel Unissex devo dizer..

O local cheirava a álcool e maconha, além de outras coisas piores. Havia um palco com garotas dançando seminuas e nas laterais haviam palcos secundários com Go-Go boys fazendo strip-tease, e para a infelicidade de Raul essa era sua função.

- Por que você fica ai criticando, teve uma ideia melhor? – Retrucou ela.

- Se pelo menos não tivéssemos que usar essas roupas de quenga, quem sabe eu não estaria tão irritada. – Jess olhou seu corpo.

Um corpete preto que fazia seus seios saltarem para fora e uma minissaia levemente rodada, era o uniforme do local.

- Larga de ser boba Jess, você é atriz encare como um laboratório – Sugeriu tranquilamente se retirando pronta pra atender outra mesa.

- De onde ela conhecia o dono daqui? – Jess vira pra me encarar. – Quer dizer, não é estranho?

- Talvez algum amigo dela tenha precisado de grana de emergência, como nós – pego a garrafa de um tipo estranho de Whisky e posiciono no centro da bandeja – Pelo menos minha mãe nem sonha que eu estou aqui. Tudo que eu quero nesse mundo é arranjar esse dinheiro logo e tirar o Bin daquele lugar.

- Ah! Nem fala – ela encosta no balcão, descansando a cabeça na mão. – Eu daria tudo pra arrumar a grana e poder vazar daqui, esse lugar esta me dando náuseas.

- E ai princesas – me virei dando de cara com um sujeito por volta dos quarenta e cinco anos. Uma enorme corrente de ouro descia de seu pescoço, mas o que mais chamava a atenção era sua enorme barba branca – Vocês são novas? – ele sorriu mostrando um dente de ouro.

- O que você acha? – Jess disse ríspida.

O velho começa a nos observar, analisando minuciosamente nossos corpos.

Cruzo os braços olhando interrogativamente

Qual é a desse velho?

- Sabe, gostei de vocês – diz categórico – Eu pago 1.500 pelas duas.

Como é?!

Esse velho tá de sacanagem..

- Hein? – Jess o encara boquiaberta.

- Isso mesmo – ele sorri malicioso – Tudo bem! Eu pago 2.000, deve valer a pena.

Jess me olha.

- Não to tão desesperada assim! – Recuo – E além do mais você não pode ta falando serio. – encaro o senhor que tinha idade pra ser meu pai.

Jess analisa o sujeito – Se enxerga papai Noel. – ela repuxa o canto do corselete – 1000 por um dança e nada mais.

Aperto os lábios com força tentando evitar um riso.

O velho a encara aparvalhado.

- O que?! Mas isso é muito..

- Muito, o que?! Achei que você tinha cacife pra uma mulher como eu – ela levanta a perna, apoiando em uma cadeira próxima e olha sedutoramente para o velho babão – Uma dancinha particular com direito a passar a mão na perna – ele olha empolgado – E só na perna – adverte ela.

- Humpf! Tudo bem – murmurou – Mas a loira também.

Ele piscou pra mim.

- Na verdade eu já tenho outro cliente – ri nervosa pegando minha bandeja.

Fugi rumo ás mesas do fundo.

Argh! Estremecia só de imaginar a cena.

Jess era realmente muito corajosa.

- Ness – ouvir Ise correndo em minha direção – Guarda isso pra mim. – me entregou um boneco de porcelana com a cara da Hello Kitty.

- Ise o que é isso?

- Um carinha me deu – sorriu – Não é fofo? Põe na sua bolsa, eu não trouxe a minha.

- Tudo bem.

Ela olhou em volta confusa.

– Onde esta a Jess?

- Nos salvando – digo servindo a mesa de um cliente próximo.

- É serio? – Raul se aproximou retirando algumas notas de dinheiro da barra de sua calça. – Ainda bem! Porque eu vou dizer não volto á esse lugar por nada nesse mundo.

Terminei de servir a mesa e Raul me puxou em um canto.

- As mulheres dessa boate são loucas!

Olhei em volta, vendo uma senhora jogando beijos pra ele toda empolgada.

“Vem cá gatinho, Vem, deixa a vovó te mostrar o que é bom...”

Ise pôs a mão na boca. O canto dos lábios se repuxando.

- Argh! – ele me olha apavorado.

- Eu não duvido – murmuro.

[...]

- Eu juro que estou pronta pra qualquer uma depois de hoje – sentenciou Jess enquanto seguíamos rumo á delegacia.

- Aquele velho era rico Jess pode te comprar o mundo – argumentou Raul assim que saímos do taxi.

Jess o fuzilou com olhos.

- Não! Muito obrigado. – estremeceu passando as mãos pelos braços – Ele é um velho babão, acredita que tentou por tudo me fazer dormir com ele, será que ele não tem desconfiometrô não?

- Ah! Fala serio! Mais uns 1000 dólares e você dormia né não – ironizou Raul sendo respondido com um murro no ombro.

- Ai! – choramingou esfregando o local.

- Eles foram todos muito gentis comigo – Ise se gaba.

Jess revirou os olhos – Claro! Você estava mais que á vontade naquele boteco de quinta.

- Eu sou atriz, preciso ter experiência, se você quer saber ate a Madonna já passou por coisas parecidas.

- Acontece que você..

- Hei! – intervi segurando Jess – Calma já passou tudo bem!

Ela se afastou em um safanão – Acontece que quem dançou seminua se esfregando no Sadan Russen foi eu ta querida, você fez logo questão de correr.

- Eu não fugi eu só tinha outro cliente – me esquivei.

Ela estreitou os olhos irritada.

Repuxei a alça da mochila que já escorregava por minhas costas.

- O importante é que conseguimos dinheiro o suficiente para pagar a fiança do Bin e ainda alguns trocados á mais. E o melhor de tudo é que minha mãe nem desconfia que estive em uma delegacia.

- Ah! É. – assentiu Ise – Não vai ser dessa vez que você vai pro México.

Sorri aliviada entrando na delegacia.

- Tudo bem! Me passa a grana que vou lá falar com o Delegado – Raul se dispôs enquanto Jess lhe passava o dinheiro.

Assim que ele saiu, sentei no hall de entrada.

- Pelo menos a gente vai poder voltar pra casa e dormir tranquilamente o resto da noite. Já que eu não dormir nada ontem! – resmunguei limpando o suor do rosto.

- Ráh! Só você neh! – Jess se jogou sentando ao meu lado.

Alguns minutos depois Raul aparece no Hall com Bin em seu encalço.

Assim que o vejo corro em seu encontro, ele me abraça apertado.

- Ah! – suspira aliviado cheirando meus cabelos – Pensei que fosse ficar aqui o mês inteiro, é tão bom ver vocês.

- E a sua cabeça? – ergui os olhos vendo os pontos na sua têmpora.

- Está bem melhor – ele me aperta – E é bom saber que tenho vocês.

- Também queremos abraços – sorri Ise.

Em menos de dois segundos estamos todos envolvidos em um abraço grupal.

Que grande mico!

Fazer o que?! Eles são a família que eu pedi á Deus.

- Obrigada – diz ele emocionado – De verdade!

- Somos amigos e só! – Raul diz tudo.

- Mais do que isso – murmura me estreitando em seus braços

- E acredita que a louca da Reneesme queria chamar a mãe dela? – Jess ironiza.

- O que?! Não de jeito nenhum – ele me puxa colocando-me de frente pra ele. – Não posso te perder e dessa vez ela te levaria pro México mesmo. Preferia mil vezes ficar preso.

Engulo em seco, emocionada.

- Ah! Bin que fofo – puxo seu rosto selando seus lábios com um beijo.

- Hum rumh – Meus amigos ecoam.

Nos desvencilhamos sorrido constrangidos.

- Tudo bem o amor é lindo e o casal mais ainda, mas vamos embora daqui? – questiona Jess já impaciente.

Assenti.

Seguimos pra saída da delegacia ansiosa por estar em minhas cobertas. Os meninos saíram na frente dando privacidade para Bin e eu que ficamos um pouco atrás.

Antes que saíssemos da delegacia, ele voltou á me beijar.

Totalmente concentrada não percebi quando a mochila escorregou de meus ombros.

Nos desvencilhamos com um selinho.

­- Você é um presente Ness – sussurra ele com os olhos amáveis. – O pesadelo acabou, vem vamos – ele me puxa.

Eu abro um sorriso, enfim a noite iria acabar bem.

Alguns policiais nos observavam de longe.

Abaixei para pegar a mochila que havia caído.

Desci o zíper, analisando se algo havia quebrado com a queda, percebendo que o boneco estranho da Ise estava em pedaços.

#Merda, ela ia ter um troço.

Senti um pó espalhado nos fundos da mochila, como se fosse areia.

Retiro a mão de dentro dela.

Olhei chocada, vendo meus dedos envoltos por um pó branco.

Mas... O que é isso?!

- Ness? – ergo meus olhos vendo Bin olhando minhas mãos pasmo.

Viro ao ouvir um pigarro.

- Queira me acompanhar – engoli em seco vendo um dos policias pegar minha mochila.

Ah! Deus, Serio?!


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