This Is Not A Fairytale escrita por annylopez


Capítulo 2
Capitulo 1: Imã para encrencas


Notas iniciais do capítulo

Ta ai o primeiro cap
a fic é toda pov Reneesmee
espero que gostem..



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Capitulo 1: Imã para encrencas


Eu sabia que meu dia seria uma droga assim que ele começou.

É serio, assim que o relógio badalou á meia-noite eu soube disso.

Tudo desandou.

Em um minuto estávamos nos divertindo no teatro Municipal e no outro todo o vidro dos camarins veio ao chão.

– Ah, Meu Deus!! – choraminguei.

A parede de vidro italiano que separava os camarins do teatro estava toda espedaçada no chão.

Agora além de sermos acusados de invasão também seríamos indiciados por destruição de patrimônio público. Eu estava fodida! Minha mãe não irá perdoar mais essa!

– Droga, droga, droga!Minha mãe vai me matar – senti o chão rodar e um arrepio subir pela espinha, me fazendo estremecer.

– Foi acidente – Bin mordeu o lábio me olhando culpado.

– Idiotaaaaaah! – gritou Ise com a voz um pouco enrolada pelo álcool.

– Que merda Bin! Você sempre estragando tudo. – Raul colocou a garrafa de vodca no chão e começou a analisar o enorme prejuízo.

– Ah! – bufou – A culpa não foi minha tá legal, você me empurrou!- Bin disse chateado.

– Temos que dar um jeito nisso aqui. A nossa equipe já é conhecida por ser um bando de arruaceiros! – Jess começou a recolher os cacos de vidro espalhados pelo chão. – Eu não vou lavar banheiro de rodoviária de novo!

Argh!

– Não mesmo! – confirmei.

Eu ainda me lembrava claramente da ultima vez que fomos condenados á pagar a pena com serviços sociais. Não consegui comer nenhum tipo de carne por um mês inteiro, o cheiro ainda estava impregnado em meu nariz.

– A culpa não é nossa se tudo sempre conspira contra a gente. – Bin analisou o estrago dos camarins – O vidro devia já estar trincado, sei lá. Vocês viram, eu mal encostei na coisa e ele já desandou.

– Isso é porque você é uma anta, só vive escorado. Por culpa sua a gente sempre se mete em encrenca, sempre! – o fuzilei com os olhos.

Comecei a ajudar a Jess a limpar o estrago quando um barulho inconfundível me alarmou.

– Aaaaaih não! – larguei os cacos, quando o garotos começaram a recolher toda a bebida.

– Cacete! Anda logo! – Os meninos corriam de um lado pro outro enquanto Jess, Ise e eu recolhíamos toda tranqueira que tínhamos levado.

– Vamos logo! Larga esse lixo ai. Se a policia pega a gente acabou, eu não vou dividir cela com nenhum sequestrador psicopata – reclamou Raul me puxando.

– Não podemos deixar nenhuma prova que era a gente que estava aqui.

– Anda Ness, não vai dar tempo! – gritou Bin me apressando, enquanto a sirene se aproximava.

Juntei tudo que pude nos braços, com algumas peças escorregando pelo caminho. Bin pulou a grande janela que levaria ao lado de fora do teatro primeiro, sendo seguido por Raul e Jess.

Eu joguei as tranqueiras em cimas dos meninos, tentando ajudar Ise que estava mais bêbada que um gambá.

– Vai logo Ise – falei empurrando-a.

Ela olhou pra fora analisando a queda.

– Anemmmmm! É muito alto – começou a reclamar.

– Anda rápido!

O barulho da sirene agora estava constante, sinal que eles haviam estacionado.

– Vai você – pediu, sorrindo cínica.

– Pula logo!

– To com medooo!!

– Que droga! Ise vai antes que eu te jogue!

Ela olhou pra baixo. E se jogou desajeitadamente.

– Aaaah! Eu vou morrer. E eu nem sei voar!! – gritou caindo dentro da lata de lixo que estava logo abaixo.

– Tem alguém ai?! – Uma lanterna iluminou próximo de onde eu estava. Corri e me escondi atrás de uma bancada.

– É a policia! Saia para onde eu possa ver com as mãos pra cima.

Cara! Eu achava que eles falavam esse tipo de coisas só nos filmes

– Eu estou avisando!

Bosta!

Eu suava mais que um porco em dia de abate.

– Saia de onde está! – eu sentia seus passos se aproximarem de mim.

Será que se eu me jogasse no chão e fingisse estar tendo um ataque epilético ele teria pena de mim?

– Vamos que eu não tenho a noite inteira, jogue as armas no chão e saia!

Olhei pra peruca ruiva em minha mão

Arma, que arma?

Ooh Deus eu estava muito encrencada!

– Eu estou vendo o seu pé! – sibilou o policial eriçando todos os pelos do meu braço.

Merda!

Eu já estava prestes á me entregar á morte, quando um estrondo de vidro estilhaçado chamou a atenção dos policiais, que correram na direção do barulho.

Suspirei de alivio!

Eu já disse que amo meus amigos?!.

...

Atravessei a janela do meu quarto com os sapatos nas mãos. Já passava das seis e meia da manhã e tudo que eu queria era cair na cama e dormir o sono dos deuses.

Mas com a lei de Murphy me perseguindo, isso não foi possível. Assim que vesti meu pijama e deitei, gritos histéricos de minha mãe ecoaram pela casa.

Ela era tão dramática...

Eu conseguia identificar de onde vinha meu talento pro teatro.

– RENESMEEEEE!!!!

Me encolhi na cama.

Merda!

Escondi minha cabeça sob o travesseiro, quando seus passos ecoaram fortes na escada. Ela estava vindo.

Eu tinha duas opções:

A) Correr e me esconder debaixo da cama ( o que era bem promissor na verdade, visto o seu mau humor )

B) Ou inventar que estava muito doente, o que eu tentaria já que a maçaneta da porta já girava me deixando com os nervos á flor da pele.

– Renesmee? Já chega! Agora você passou de todos os limites – disse puxando meu cobertor e o travesseiro que escondia meu rosto.

– Aaaai! Não mãezinha agora não, não to me sentindo bem... – tentei parecer convincente, fazendo minha melhor cara de dor enquanto apertava a barriga. – Eu acho que...

– Nem termine essa frase! – sibilou – Acha mesmo que vou acreditar que esta doente novamente?

– Mas mãe...

– Cansei Renesmee, cansei de tentar dar uma chance pra você! Não acredito que você e aquele bando de arruaceiros que você chama de amigos invadiram o teatro novamente.

– O Que?!

Sacanagem, como ela já estava sabendo?

– Nem tente mentir pra mim – disse me mostrando o jornal em suas mãos.

Que tinha como manchete:

“Teatro municipal invadido novamente, invasores causaram enormes danos á propriedade”.

Abri a boca sem saber o que dizer.

– Aaah eu não fiz nada!

Que desculpa incrível Reneesme , parabéns!

Ela exalou, com o olho esquerdo tremendo. Senti todos os meus músculos virarem geleia.

– E quanto ao vidro do camarim quebrado hein Renesmee?! – gritou balançando o jornal em sua mão – Quem você acha que vai ter que pagar? E os demais danos? Aqueles seus companheiros são um bando de mortos de fome, sempre cai tudo sobre mim. Sem contar que invasão de propriedade é crime! Mas um pra sua lista infinita! Com essa ficha que universidade vai te admitir?

– Mas mãe eu..

Ela me fuzilou me fazendo calar.

– Já chega! Você esta gastando sua vida com essas bobeiras, já te disse pra procurar uma profissão de verdade, algo de que goste, mas não! Você só quer saber de ficar na rua andando de skate e inventando moda com aquele bando de vagabundos.

– Não posso ser outra coisa sou artista, sou atriz! – fiquei de joelhos na cama tentando enfatizar minha fala – A arte circula em meu sangue e a senhora não pode me punir por isso, é um dom. Um dom lindo que herdei do papai.

– E olhe o que aconteceu com ele – Resmungou ela – Não entendo por que não pode ser um pouco mais parecida com a Emily, porque não pode ser mais responsável?

– Eu sou responsável! – sentei emburrada – Só não sou tão nerd feito a Emily.

Porque ela quando queria me derrubar sempre colocava a Emily-filha-perfeita na parada?

Que eu não era tão inteligente feito a Emily

Que eu não era obediente feito a Emily

Que eu não me vestia bem igual á Emily bla bla bla...

Ela só não falava que eu não era tão bonita porque, enfim, éramos gêmeas.

– Não entendo! Juro que não entendo – disse contrariada – Enquanto a Emily esta lá em Harvard, uma das melhores universidades do mundo, você só...

– Fazendo o que ela não gosta né mãe –interferi – Porque fala serio! Consegue mesmo imaginar a Emily cursando ciências politicas?

– Consigo sim! Porque ela tem foco, quem sabe não se torne uma diplomata ou embaixadora, ou ate mesmo presidente. Sabe porque Renesmee? Porque diferente de você ela não vive por ai correndo por toda a New Jersey fazendo toda espécie de malandragem como se fosse filha de qualquer um.

– Humpf! – bufei abraçando meus joelhos com as mãos – Emily presidente. To pagando pra ver!

– Você deveria procurar um rumo, uma Universidade. Enquanto ela esta lá criando contatos e honrado o sobrenome Cullen você continua aqui se apresentando em botequins.

– Não são botequins! – Reclamei ofendida – Um dia mamãe eu vou lhe dar muito orgulho, ainda vai chorar a me ver na Broadway. E eu não estaria aqui se me permitisse ir á Julliard como sempre pedi.

– De forma alguma! Não vou financiar essa loucura, sabe bem que a ultima coisa que quero é que acabe como seu pai – disse já saindo do quarto.

Joguei os lençóis pro lado já seguindo-a.

– Mas mãe isso não tem nada a ver! Não vou repetir os erros que ele cometeu além do que..

– Já chega desse assunto – disse firme jogando o jornal sobre mim.

– Não quero mais saber de você andando com aqueles amigos, se eu souber de outra mancada sua eu te mando pro México.

México, serio?!

– Mas hoje a noite é a apresentação no teatro Dom Bosco – corri ficando de frente pra ela – você prometeu que vinha.

Ela apertou as têmporas impaciente.

– Te farei um grande favor permitindo que vá e só! – desviou do meu corpo seguindo para a cozinha.

Eu, no entanto, estava congelada.

Ela nunca aceitaria meu sonho, porque ela não podia entender que eu nasci pro Teatro. É certo que as vezes a gente caia em umas encrencas, mas esses eram os obstáculos da carreira.

E ter uma irmã que era perfeita em todos os sentidos não ajudava em nada.

...

Respirei fundo tentando memorizar todas as minhas falas. Eu era a próxima a entrar no teatro lotado e apesar das mancadas que dávamos, os familiares de todos os meus amigos estavam presentes , menos os meus.

Não que eu tivesse uma família grande. Eu só tinha a mamãe e a Emily.

A mamãe que odiava tudo relacionado com a vida de artista e a Emily que estava em Harvard e que mesmo se morasse aqui não viria nunca.

“Reneesme e suas manias, ela ainda não cresceu mãe” – lembro de ouvi-la dizer da ultima vez em que esteve aqui.

Elas achavam que eu envergonhava a família

Nesses momentos o que eu mais queria era meu pai do meu lado. Mas pensar nele nunca trazia felicidade, então me concentrei em entrar no palco assim que foi dada minha deixa.

O cenário estava montado com enormes cortinas roxas que desciam de uma bancada, encenávamos um musical de Romeu e Julieta.

Meus cabelos loiros estavam em uma enorme trança. Eu era a primeira Julieta que tinha mechas rosa no cabelo.

O vestido bufante estava me matando de calor, mas eu amava assim mesmo.

Era como me transportar pra uma época totalmente diferente, onde amores impossíveis floresciam com o despertar do sol.

–“Este amor em botão, depois de amadurecer com o hálito do verão, pode se mostrar uma bela flor quando nos encontrarmos novamente.” – declamei inclinando meu rosto em direção á meu amigo Bin.

Mas naquele momento não éramos Nessie e Bin. Não! Ali éramos Romeu e Julieta e passávamos por todos os infortúnios que os amantes são acometidos.

Estávamos no ultimo ato da peça, e o publico assistia com expectativa e atenção.

Todas as vezes que eu estava no palco eu tinha certeza que ali era meu lugar, que representar era minha paixão e que eu deveria lutar por esse sonho mesmo não tendo a aceitação de minha mãe.

A peça chegou ao fim com seu final trágico já conhecido e reverenciado. Fomos aplaudidos por uma plateia emocionada.

Confesso que mesmo eu segurava as lagrimas.

Sempre imaginava um amor como o de Julieta, que te faz desistir de tudo, seus objetivos, sonhos, ate mesmo de sua família.

Ler Shakespeare sempre renovava minhas esperanças em relação ao amor, apesar de ser algo tão raro, eu tinha dentro de mim a certeza que existe sim! Não dá pra simplesmente inventar algo assim.

Meus amigos sempre diziam que eu era uma boba iludida, que amor era só hormônios e nada mais.

Acho que ainda acreditava em conto de fadas e príncipes. Eles podiam ter se alterado um pouco com o tempo, mas ainda existiam, tinha que existir.

Corri pro camarim tirando o vestido, enquanto Jess e Ise me imitavam.

– Argh! Odeio fazer peça de época, essas roupas me dão urticaria – Jess jogou o vestido de lado e começou a esfregar seu creme por toda a pele.

Eu abri um largo sorriso vendo seu desespero.

– E então, Ness, eu queria te pedir desculpas por ontem. – Ise puxou minha mão, seu semblante estava triste – Não devia ter bebido tanto, você quase foi pega por minha culpa.

Suspirei.

– Ta tudo bem! Não fomos pegas de qualquer jeito.

– Mas foi por muito pouco.

Dei de ombros.

– E sua mãe? – ela me olhou insegura – Ela.. Não viu o jornal, viu?

Soltei a mão de Isa e virei olhando-me no espelho. Peguei um algodão e comecei a limpar a maquiagem.

– Uh-hum.

– O que?! – disseram em uníssono.

Jess correu em minha direção, ficando ao lado do espelho.

– O que ela disse?

– Ela não pode ter adivinhado que era você – Ise me olhou alarmada.

– Não só pode. como adivinhou!

– E então? – Jess incentivou vestindo sua roupa.

Terminei de limpar a maquiagem, deixando apenas o lápis no olho.

– Nada demais – falei indiferente – ameaçou me mandar pro México e se questionou novamente por que eu e Emily não somos mais parecidas.

– México? Serio? – Jess segurou o riso enquanto terminava de se trocar – Essa é nova! Semana passada foi Bolívia. Ela esta sendo generosa, acho que México é mais perto, talvez a gente possa ir te visitar no dia de ação de graças.

– Eh! – revirei os olhos.

– E como assim você e Emily podem ser mais parecidas, pelo amor de Deus ate o DNA de vocês é o mesmo! – interveio Ise secando os longos cabelos ruivos.

– Não é exatamente o mesmo! – reclamei.

Comecei a desfazer a trança quando ouvimos uma batida na porta.

– Entra! – gritou Jess calçando seu All-star.

– E ai! Vamos pra toca do gato? – Bin adentrou o camarim.

Toca do gato era um barzinho de aparência rústica onde sempre comemorávamos após uma apresentação. O lugar era agitado e tinha as melhores batatas fritas da cidade.

Mordi o lábio, indecisa.

– Sei não, minha mãe disse que não quer que andemos juntos

Ele bufou divertido.

– Serio? Pra onde ela vai te enviar agora?

– Awh! México!

– Ooh! Chica quente – piscou sorrindo maliciosamente – Cinco minutos! Eu e o Raul esperamos vocês lá na porta.

...


Musica : https://www.youtube.com/watch?v=t58XGKvmfPo

O som alto explodia,o local estava lotado. Seguimos direto ao bar, eu estava faminta. Pedi minha batata frita , era minha paixão. Nessas horas eu me sentia uma adolescente. Pedi também um gim com tônica e sentei no balcão.

– E ai? Vai ficar estacionada nessa balcão a noite inteira? – questionou Ise.

Raul fez uma careta já virando meu gim com tônica.

– To ocupada – falei com a boca cheia de batatas – E hei! esse Gim era meu!

Ele abriu um largo sorriso indo pra pista de dança, Ise no entanto continuou no meu encalço.

– Larga de ser moleca Nessie – pegou uma batata do molho e jogou em mim.

Me esquivei rindo.

– O quê?!

– Essa festa ta demais – gritou Jess sentando ao meu lado no bar já completamente suada – Pra completar eu só preciso pegar alguém!

– Ainda bem que não preciso me preocupar com isso – afirmou Ise roubando batatas do meu prato.

– O que? Ta me gozando só por que esta saindo com aquele virgem do Liam Ztorks?– revidou Jess.

– Acontece que eu e o Liam vamos transar esse final de semana na casa de campo da família dele – confidenciou Ise.

– O que??

Antes que Ise continuasse, Bin chegou.

– Não acredito que esta comendo batata! – puxou a cesta de batatas pra longe.

– Nãoo! – reclamei tentando resgata-las.

– Parece criança Nessie, a gente vem em um bar e você pede batata frita, serio?! Quantos anos você tem?

Levantei tomando a cesta de suas mãos.

– Dez – mostrei a língua voltando a comer minhas batatas.

– Deixa ela – Ise revirou os olhos puxando Jess pra pista de dança.

Bin suspirou encostando no balcão, ignorei-o comendo minhas batatas.

– Ah! Fala sério! – ele estalou a língua em sinal de censura ao ver que eu comia deliberadamente lento.

– Hein? – olhei inocentemente – Ta falando comigo?

– Tudo bem! – deu de ombros – Se quer ficar ai se entupindo de batata eu vou procurar alguém pra dançar comigo.

Fingi não ouvir.

– Uma mulher bem bonita, espero que não se importe.

Olhei de esguelha.

– Não faria isso!!

– Não? – se aproximou ficando á centímetros do meu rosto – Apenas observe!

Ele sorriu torto se afastando.

Batatas, quem precisa delas? Só engordam..

Levantei indo alcança-lo.

– Espera – puxei sua camisa, ele tremeu os lábios segurando um sorriso.

Cretino!

– Eu já estava cheia mesmo!

– Uh-hum – ele enlaçou minha cintura virando o rosto.

Pelo vidro das paredes, pude ver seu enorme sorriso vitorioso. Dei um soco em seu braço.

– Aii!...

– Eu vi tá!

– O que?! – abriu um largo sorriso – Só estou feliz pela sua companhia.

– Sei. – mordi o lábio, cética.

– Ooh! Tentação, não faz isso – sorriu maliciosamente, suas mãos puxando-me para mais perto.

Mordi lentamente meus lábios – Não faz o que?

Ele não respondeu. Inclinou sua cabeça,ofeguei sentindo sua respiração bater em meu rosto.

O gosto de eucalipto adoçou minha língua.

– Ness – sussurrou ao tocar meus lábios com os seus.

Enlacei seu pescoço, sentindo o ar já se tornar rarefeito.

– Ah! nãaao! – gritou Jess já empolgada pela bebida – Parem de se pegar e arranja alguém pra mim!

Nos desvencilhamos rindo, pela altura que ela tinha gritado metade do bar já sabia que ela estava desesperada.

–Hei to aqui – Raul piscou passando as mãos sobre o abdômen de forma trágica.

O que só acarretou mais risos

– Oh! Deus, acho que não to tão bêbada pra isso – ela virou o restante da bebida que havia em seu copo.

– Precisamos blindar – correu Ise tentando intervir – Tequila?

Bin com os braços ao meu redor apenas assentiu.

– Uiih! – ela fez uma dança maluca e correu ao bar empolgada.

– É louca! – Bin afirmou me puxando para um beijo que foi novamente interrompido por Ise que voltava com os copos de tequila transbordando.

Pegamos os copos.

– Á nossa vida no teatro – disse ela.

– Que vida no teatro – Jess balançou a cabeça – Á fama, Hollywood e Brad Pitt!

– É isso ai, á Brad Pitt! – sorri.

– Brad o que?!Á Broadway isso sim – interveio Raul.

– Isso – Bin concordou – e á Angelina Jolie.

– Ráh! Ráh! – ralhei.

– Ah! Á nos – disse Ise impaciente – Amigos pra sempre!

– É isso ai!

– Amigos pra sempre – Nossos copos se encontraram com tilintar.

– Esperem – pediu Jess em um grito – Não bebam ainda! Lembra! Á dentro, á fora, arriba e ..

– Ah! Cala boca! – ralhou Raul virando o liquido de uma vez.

Fizemos o mesmo,a bebida desceu por minha garganta como puro fogo.

– Aaaaargh! – fizemos careta ao mesmo tempo e caímos na gargalhada.

A música envolvente já nos convidando á dançar.

Musica : https://www.youtube.com/watch?v=hDTlTPQUKWM

O efeito da bebida já nos dominava, a euforia pulsava em minhas veias , rebolávamos ate o chão, o suor descendo pelo corpo.

– Vou ao banheiro – Bin avisou.

Jess, Raul, Ise e eu continuamos dançando, a musica estava totalmente envolvente.

– Vou buscar mais – falei mostrando o copo.

Segui rumo ao bar trombando em algumas pessoas.

– Paul, mais cinco – pedi encostando no balcão, meu corpo ainda se mexendo no ritmo da musica.

Sinto alguém enlaçar minha cintura, viro já com um sorriso que some ao ver o rapaz que me encarava malicioso.

– E ai linda? Ta tão sozinha que não resisti. – se inclinou tentando me beijar.

Me esquivei já me livrando de seus braços.

– Eu não estou sozinha, tudo bem?! – falei firme, virei-me para o balcão.

– Qual é gatinha – ele puxou-me novamente prensando-me contra seu corpo suado, ele tinha um forte odor de álcool e uma espécie de fumo – Eu sei que você quer!

– Me solta – Tentei empurrar seu corpo, mas ele nem se moveu.

– Só um beijinho você vai gostar – se aproximou e eu virei o rosto, ele acabou beijando meu rosto – Não se faça de difícil.

– Me larga, me solta!

– Vamos lá, só..

– Me larga! – empurrei com mais força, enojada

Apertei os olhos em pânico quando ele prendeu meu rosto determinado a me beijar.

Ouvi um estrondo e sentir meu corpo livre. Antes que eu pudesse entender o que estava acontecendo.

Vejo o homem jogado no chão com Bin sobre ele, socando-o incontrolavelmente. Raul segurando um outro rapaz, provavelmente amigo do cara que estava me agarrando á segundos atrás.

Olhei boquiaberta Ise e Jess vindo me abraçar, verificando se eu estava bem. Um grande circo se fez em volta dos dois que rolavam pelo chão.

Jess correu ate o bar afim de chamar os seguranças, mas nem eles foram capazes de controlar a bagunça que havia se formado.

– Raul! Faça alguma coisa – falei com a voz tremula.

Ele se distraiu com meu pedido, no que o rapaz escapou de seu abraço de ferro e desferiu um golpe em seu rosto.

Uma briga que começou entre dois de repente se estendia por todo o bar.

– Aaaah! Vamos morrer! – gritou Ise me apertando entre seus braços.

Enquanto garrafas e cadeiras voavam.

– Parem! Por favor! – eu pedi já chorando – Bin? Raul? Vamos embora!

Abaixei junto aos quatro que ainda se pegavam em socos e porradas.

Jess correu me puxando pelo braço.

– Vamos dar o fora – falou nervosa – Eu acabei de ouvir o Paul, eles chamaram a policia.

– Mas.. – apontei Bin e Raul ainda atracados no chão.

– Eu puxo o Raul, você o Bin.

Ela correu ate o Raul que dava socos no rapaz já desfalecido.

– Oh! Rambo acabou a missão!

Avancei ate o Bin puxando pela camisa.

– Já deu. Vamos embora!

O nariz pingando sangue e um leve aranhão na testa.

– Se mexer com a minha garota de novo eu acabo com você! – Vociferou chutando o rapaz deitado no chão, o olho esquerdo completamente roxo.

Minhas mãos tremiam. Segurei nos braços de Bin arrastando-o comigo, avistei os outros já na saída da boate.

Quando já estávamos quase na saída um barulho de estilhaços de vidro exalou pelo local e o corpo de Bin desabou no chão.

Vire-me atordoada vendo-o inconsciente, sangue escorrendo de sua cabeça.

Uma garrafa quebrada nas mãos do homem que havia tentado me agarrar.

Meu peito se apertou. Joguei-me no chão desesperada.

– Bin? Bin? Por favor fala comigo! – sacudi seu corpo que não demonstrava nenhuma reação.

Um nó se formou em minha garganta, o pânico crescendo cada vez mais dentro de mim.

– Estão todos detidos! – ergui meus olhos assim que ouvi a policia entrar dando voz de prisão.

Definitivamente eu era um imã para encrencas

Não tinha como piorar!


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