A História De Sally Jackson escrita por Kori Hime


Capítulo 9
Capítulo 9 - A verdadeira história de Dalila




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— Então foi isso que aconteceu, senhor Xerife. — Dalila estava sentada de frente para o Xerife Larry. O homem tinha um enorme bigode, e usava um chapéu característico, sua estrela brilhava no peito e ele parecia ter muito orgulho dela, do chapéu e claro, do bigode. Pois a cada segundo passava os dedos sobre ele. — Eu não sabia que eles eram primos de Sally, pois ela me disse que não tinha família. Mas agora que tudo esta resolvido, acho que não tem porque mantê-los presos aqui.

— Um minuto, mocinha. — Mais uma vez o Xerife mexeu em seu bigode. — Não sei se gosto dessa sua história.

— Eu peço desculpas pelo meu engano. Estou completamente envergonhada pelo que fiz. Sei que a força policial daqui é muito ocupada, e que nós, cidadãos, devemos agradecê-los por todo o trabalho que fazem na cidade. Me sinto péssima por tê-los feito perder um tempo precioso.

Dalila estava inflando exageradamente o ego dos policiais locais, sendo que eles não faziam nada mais do que comer rosquinhas, e as vezes fazer uma varredura na cidade em busca de batedores de carteira. E pelo tamanho das duas únicas celas, dava para ver que não prendiam alguém há muito tempo.

Convencido de que Dalila era uma jovem moça indefesa que estava assustada, o xerife liberou Poseidon e Calyce. Eles deixaram a policia e foram em direção ao estacionamento, onde tiveram que pagar uma grana ao guincho por ter levado o carro até ali. Também havia uma multa por terem estacionado em local proibido na praia.

Os três entraram no carro, antes que Calyce enfiasse suas adagas nas costas do homem nojento que lhe desferiu um tapa no traseiro, quando a loira se virou para pegar as chaves do carro.

— E então? Como vamos encontrar Sally? — Dalila perguntou, sentada no banco de trás do automóvel.

— Sou eu quem faço as perguntas aqui mocinha. — Poseidon deu inicio, mas Calyce rapidamente o cortou.

— Você tem muito talento, menina. Falou com o xerife com sábias palavras, e o convenceu da verdade. Tenho um palpite de quem seja seu pai...

— Meu pai? — Dalila corou. — Minha mãe morreu quando eu nasci, quem me criou foi meu pai, pelo menos até dois anos atrás, quando ele faleceu em um acidente de lancha, na praia. Eu sobrevivi... bem, eu não sei como sobrevivi. Estava sem colete salva vidas e voei uns vinte metros no mar, depois afundei. Meu pai morreu na hora. — Dalila sentiu as lágrimas escorrerem seu rosto.

Poseidon olhou para Calyce, ambos surpresos.

Dalila não sabia exatamente porque estava acreditando naquela história maluca dela ser filha de uma deusa. Haviam diversas perguntas a serem respondidas, mas o mais importante naquele momento, era encontrar Sally. Sentia-se agora responsável pelo desaparecimento da amiga.

— Entenderam o plano? — Poseidon olhou para as duas, com um sorriso nos lábios. Calyce afirmou que estava tudo entendido, mas a estrela principal do show era mesmo Dalila.

— Acho que entendi.

— E esta pronta? — Ele insistiu, não queria usar a menina como isca, mas não tinham outras opções. — Posso confiar em você?

— Sim. Pode sim. — Foi bem firme em sua resposta.

Então os três seguiram para a praia. Poseidon e Calyce ficaram estrategicamente posicionados atrás da caçamba de lixo. A praia não estava movimentada, porque, ocasionalmente, alguém espalhou pela cidade que houve um ataque de tubarão logo cedo, e as pessoas estavam proibidas de se aproximarem da areia.

Calyce achou extremamente exagerada aquela atuação do senhor dos mares, mas fazer o quê? Ele era tempestuoso e teimoso, fazia coisas que a envergonhava, mas ele sempre a agradava depois, com atos heroicos como aquele.

Dalila olhou para trás, não podia ver os dois malucos.

Uma hora depois, e já cansada de ficar passeando pela praia. Uma atividade estranha iniciou-se. Dalila não viu de onde vieram, mas haviam Orcs a sua volta. Ela gritou, desesperadamente, por ajuda. Ajuda essa que não veio. A jovem não acreditava que havia sido abandonada pelos deuses malucos, até que uma mulher, de longos cabelos brancos materializou-se na sua frente, após uma nuvem cinza se dissipar.

— Bela menina... o que faz sozinha na praia. Já vai escurecer. — Sua voz era sinistra, apesar da mulher parecer tão bela, mas ainda causava arrepios em Dalila.

— Onde esta Sally, onde está minha amiga? — Ela ordenou uma resposta.

— Sua amiga esta aqui, ela não me serve para nada. — A mulher moveu as mãos e Sally apareceu entre nuvens. Dalila correu para segurar o corpo inerte de Sally, que cairia no chão.

— O que fez a ela?

— Nada, infelizmente nada. Foi um engano, esses idiotas pegaram a pessoa errada.

— Errada? — Dalila deitou Sally na areia e se levantou. — O que quer dizer.

— Quero dizer que você, minha jovem, é quem eu sempre desejei. — Ela movia novamente as mãos, e as nuvens acinzentadas estavam cobrindo o corpo de Dalila, quando o mar recuou, e uma onda atingiu em cheio todos, exceto Dalila e Sally. Em volta das duas, a areia permanecia seca.

— Eu disse que ia dar certo o plano. — Poseidon apareceu, empunhando seu tridente.

— Seu maluco, me deixou sozinha, disse que eu não ia me machucar. — Dalila gritou, nervosa.

— Sim. E você esta a salvo, e seca. — ele girou o corpo então para uma pessoa em especial, não, ainda não era Sally, mas sim a mulher de cabelos longos. — O que você quer com uma semideusa? Sua maluca! — Disse ele, como se a conhecesse.

— Deus dos mares, Poseidon. — Ela o cumprimentou, estava presa pela água, qualquer movimento brusco poderia se afogar. — Achei que estivesse longe.

— Eu não gosto de me gabar, mas... sou bom em enganar as mulheres. — ele deu uma piscadela, e Calyce girou os olhos.

— O senhor a conhece? — Perguntou, antes que ele a envergonhasse mais.

— Sim. É curioso que, esses dias mesmo estávamos falando de você. — Ele então voltou-se para Sally, que estava deitada na areia. — Cassiopeia, seu nome.

— Mas o que? — Calyce estreitou os olhos. — Do que esta falando, senhor?

— Quando Sally me contou sobre a história de Andrômeda e sua mãe doida de pedra, que se achava mais bela que as nereidas, eu me dei conta de que era possível que ela estivesse caçando as jovens pela praia.

— E o monstro marinho?

Dalila nada entendia do que eles estavam falando, apesar de já ter ouvido os nomes citados, em alguns filmes antigos que assistia com seu pai. Ele adorava mitologia grega.

— Acho que ele apareceu para proteger Sally, foi tudo um engano, como na história que contei a ela outra noite. — Ele recordou-se daquela noite agradável, e seu coração se encheu de um sentimento o qual não proferia o nome. — Cassiopeia, com inveja das nereidas, aprisionava-as em uma cela para verter suas almas em um elixir para sua beleza. Eu mandei Ceteus para buscar uma das nereidas presas, mas todos acreditaram que era um ataque. O oráculo não mandou o rei fazer um sacrifício para proteger a cidade, era a nereida o sacrifício a ser salvo. Como agora, o Ceteus apareceu para proteger Sally, uma vez que sua obrigação era mantê-las a salvo dessa maluca. Mas os Orcs foram dominados por ela, e assim, Ceteus não conseguiu salvar as outras mulheres.

— Mas porque Sally sobreviveu? — Calyce sentia seu sangue ferver, desejando cortar a garganta daquela bruxa.

— Porque Sally não é uma nereida, e sim Dalila. Filha de Anfitrite, neta de Nereu. — Ele olhou para Dalila, e uma pequena onda avançou a areia, até molhá-la, quando isso foi feito, o símbolo da rainha dos oceanos pairou sobre a cabeça da jovem. — Parabéns menina. Sou seu padrasto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, eu adoro Dalila e Calyce, acabei estendendo as histórias delas aqui. Desculpa Sally.. ahahaha
Me diga o que acharam
Beijos