A História De Sally Jackson escrita por Kori Hime


Capítulo 8
Capítulo 8 - Um pequeno mal entendido




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/311038/chapter/8

Dalila despertou, assustada, gritando pelo nome de Sally.

Ao abrir os olhos, ela percebeu que estava em seu apartamento, deitada na cama. Mas não estava sozinha. Uma mulher de cabelos dourados, boca avermelhada, estava sentada aos pés da cama de solteiro. A mulher sorriu gentilmente, pedindo para que Dalila não se preocupasse, pois estava ali para ajudá-la a encontrar Sally Jackson.

— Sally. Minha amiga, ela... — Dalila não sabia dizer se foi um sonho, não, um pesadelo na verdade. — Sumiu, sumiu.

— Sim. Eu sei. — A mulher se apresentou como Calyce e continuou explicando como ela chegou ali. — Precisamos de algumas respostas.

— Eu não sei de nada. — Dalila não sabia o que estava acontecendo, e quando Poseidon entrou no quarto, ela levantou-se assustada. — Você estava lá. Eu o vi jogar água em cima daquelas coisas. — Apesar de assustada, e com as mãos tremendo, Dalila o enfrentou.

Poseidon suspirou, e passou as mãos nos cabelos negros. Ele sentou no lugar que Calyce estava até pouco tempo. Depois de muito discutirem o assunto, os dois chegaram a uma resposta lógica do porque Orcs atacarem as duas. Era um pouco difícil para ele concordar com a ideia de Calyce, porque se fosse verdade, tinha 50% de chances de seu romance com Sally ir por água abaixo.

Então ele tentou explicar o que estava acontecendo.

— Você sabe quem são seus pais? — Perguntou, despretensiosamente.

— Senhor! — Calyce o advertiu. — Combinamos que faria isso com mais jeito.

— Mas eu fui gentil. — Ele aborreceu-se. — Minha querida, o que eu quero saber é se você não vem tendo algumas dificuldades na escola, ou quem sabe seu pai ou sua mãe são ausentes... ou mortos.

Calyce novamente o advertiu dando-lhe um soco no ombro. Dalila não estava conseguindo entender o que aqueles dois malucos falavam e principalmente, o que eles faziam em sua casa.

A ideia de Calyce era que uma das duas fossem filhas de um deus. Era a resposta mais lógica para explicar os últimos acontecimentos. O ataque dos Orcs, o ataque do monstro marinho. E como as duas conviviam perto uma da outra, haviam duas opções.

Dalila poderia ser filha de um deus, e estar sendo caçada pelos Orcs, e como Sally trabalhava com ela, era possível que a aproximação pudesse confundi-los, já que os Orcs não são tão espertos. E a outra explicação, e mais dolorosa opção, segundo Poseidon, Sally ser filha de um deus. E aí, seu romance ia por água abaixo. Porque até mesmo para deuses, havia limites para tudo.

— Eu vou chamar a polícia. — Dalila apanhou o telefone, e antes que fosse impedida, ela já estava falando com um policial sobre o desaparecimento de Sally.

— Deixe. — Poseidon disse para Calyce, quando ela o olhou confusa. — Eles não vão acreditar nela.

— Duas pessoas estranhas estão na minha casa agora. — Dalila notificou o endereço, e Calyce atirou o telefone pela janela. — Por favor, não me matem. Eu não sei nada sobre a Sally.

— Nós não vamos te matar. — Calyce estendeu a mão para Dalila, que se encolheu no chão.

— Menina. — Começou Poseidon. — Nós não somos malvados. Somos os mocinhos, e queremos encontrar Sally Jackson, protegê-la. Você não entende que...

Sirenes de polícia estavam zunindo do lado de fora. Poseidon olhou pela janela achando muito rápido a ação da policia. Porque pelo que sabia, eles paravam antes numa lanchonete para comprar rosquinhas, somente depois continuavam para verificar o chamado.

Pelo jeito, aqueles policiais frequentavam a lanchonete do outro lado da esquina. Que azar.

Não demorou para que batessem na porta. Calyce assegurou a Dalila que eles queriam ajudá-la, pediu para que ela conversasse com os policiais, e dissesse que foi um engano o telefonema, que eles eram amigos de Sally.

Mas assim que viu os guardas, a jovem disparou tudo o que havia acontecido e visto na praia. Poseidon esfregou os olhos, e Calyce não acreditou no que estava ouvindo. Achando aquela garota uma boa candidata a ser filha de algum deus que queria ferrá-los completamente. Ou alguma deusa amargurada. As vezes a fama de Poseidon os colocava em péssimas situações.

— Identificações. — Pediu o guarda.

— Senhor oficial. — Calyce jogou seus cabelos dourados para o lado e aproximou-se do homem na porta, sorrindo maliciosamente. — Isso tudo é um engano.

— Preciso de suas identificações agora mesmo. — Ele ordenou. — Dos dois.

— O senhor não entende... — Poseidon tentou conversar, mas foi acusado de não querer cooperar com a lei. — Eu, mais do que qualquer pessoa, quero colaborar, nossas identidades estão no carro.

— Onde esta o carro?

— No estacionamento. — Ele queria argumentar, mas os policiais não deixaram que o fizesse. Poseidon e Calyce foram levados para a delegacia local, e o carro guinchado. Dalila iria depois, para prestar depoimento sobre o desaparecimento de Sally Jackson.

A delegacia era pequena, haviam apenas duas celas. Poseidon estava preso em uma e Calyce na outra, ao lado. Ambos estavam sentados em colchonetes duros, aguardando o momento para falar com o xerife local, que pelo visto, estava na hora de almoço.

— Satisfeita? — Disse ele.

— Eu? Foi o senhor que resolveu brincar mais uma vez de seduzir mulheres a beira mar. Francamente, nunca se cansa delas? A idade avançada devia lhe trazer sabedoria e não sair por ai como se fosse um surfista garotão...

— Estou detectando ciúmes, senhorita Calyce? — Ele sugeriu, dando um sorriso largo, ignorando as paredes sujas do lugar, não era a melhor hora para brincadeira, mas eles não estavam assim tão mal, já estiveram em situações piores.

— Essa é a coisa mais estúpida que já me disse, desde aquele maldito convite para passear no Titanic. Por favor, um navio que nunca afunda. Poderia ter derretido o gelo.

— Ainda remoendo o passado? Eu não tenho culpa de que os humanos são tão desligados com Icebergs. E você sabe que eu não posso me intrometer em suas decisões. É a lei do livre arbítrio.

— Deveria então parar de acreditar em tudo o que os mortais dizem. Parece uma criança. — Calyce chutou uma pedrinha na cela, que rolou no chão, até alcançar o outro lado da cela de seu companheiro de prisão. — Temos direito a uma ligação, porque eles não me deixaram ligar para nosso advogado?

— Billy? — Poseidon arqueou a sobrancelha. — Achei que ele tivesse viajado para a América do Sul. — Calyce proferiu um palavrão nada bonito em grego antigo, fazendo Poseidon gargalhar, levantando-se. — Relaxe minha doce secretária de olhos cor do mar. Irei tirar você desse lugar. Uma prisão não é local para uma mulher do seu tip-

— Eu conheço os meus direitos!!! — Calyce começou a gritar, ignorando os galanteios de seu chefe. — Quero falar com o meu advogado. Quero fazer uma ligação. E principalmente, preciso ir ao banheiro feminino.

Um guarda apareceu, comendo uma rosquinha com cobertura de chocolate e granulado. Ele apontou para o vaso sanitário na cela, e disse que ela poderia se divertir, já que o xerife iria demorar um pouco mais. Calyce vociferou, mas o guarda nem ligou.

— Boa tentativa. — Poseidon tentou consolá-la.

— Cala a boca. — Ela voltou ao colchonete, cruzando os braços. — Por sua culpa estamos aqui.

— Minha? — Poseidon fez voz de vítima. — Você que disse que elas poderiam ser filhas de deuses.

— É, mas você, às vezes, parece um cavalo dando coices por ai. Só por que os criou, não quer dizer que precisa agir como eles.

— Essa doeu. — Fingiu tristeza.

— Você já pensou que sua preciosa humana pode ser na verdade filha de um de seus irmãos? Sua sobrinha!

— Porque você diz essas coisas? Para me ferir?

— Não! Para colocá-lo em seu lugar. — Calyce se levantou e aproximou-se das grades, Poseidon imitou os movimentos dela. — Você é o poderoso deus dos mares. Essas grades não poderiam lhe causar desanimo.

— Não posso usar meus poderes aqui, você sabe. Foi um acordo, aliás, um acordo proposto por você. Nos passar por mortais, fazer o que eles fazem, do jeito deles. — Poseidon viu sua secretária fazer um bico. — Comprei uma sorveteria, e a reformei toda para te agradar, e ainda me machuca dizendo essas coisas?

— Mas senhor. Usamos nossos poderes com os Orcs.

— Os guardas não são Orcs. Então devemos manter o acordo. Eu sou um homem de palavra e honra.

— Estou começando a repensar na proposta de Ares.

— Ora, você não faria isso comigo.

— Faria sim. — Calyce cruzou os braços.

Assim que terminaram de falar, Dalila apareceu. Poseidon e Calyce se entreolharam, ambos curiosos em saber o que ela fazia ali. E principalmente, quanto tempo ela estava ali, e o que havia ouvido falarem.

— Ou vocês são loucos... — Dalila começou a falar, e depois completou. — Ou eu estou ficando louca para acreditar em tudo o que ouvi.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Hey meus lindinhos. Obrigada por acompanhar, tb agradeço a recomendação super linda que a LittleDreamer fez para a historia, fico feliz em saber que de alguma forma eu to chegando lá hehe
Comentem, porque digitar não dói kkkk
Beijos a todos.