A História De Sally Jackson escrita por Kori Hime


Capítulo 33
Capítulo 33 - Uma nova profecia


Notas iniciais do capítulo

Preparados para os últimos 3 capítulos?
Quero saber o que acham ou acharam da história, mesmo que não tenham gostado, eu estou pronta para ler comentários de todos os tipos hehehe



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Quando chegou em casa, Percy encontrou sua mãe e Dalila sentadas no sofá as gargalhadas. Ele e Alex se olharam e depois foram para o quarto do rapaz. O lugar ainda não estava decorado conforme o gosto dele. O apartamento novo era maior e mais iluminado que o antigo. E a vizinhança era bem mais interessante.

Ficou feliz de não ter que morar mais perto de um galinheiro e um açougue. Percy também gostou mais desse quarto novo. As paredes eram pintadas de azul e o teto branco. A cama era a mesma, só que lixada e envernizada. Havia uma prateleira de livros, mas quem queriam enganar? Todos aqueles livros eram de sua mãe, e claro, não havia mais lugar para enfiar eles. Mas Alex não precisava saber que ele era péssimo leitor.

Alex abriu a janela, sentindo uma brisa noturna entrar no quarto. Ela sentou-se no parapeito da janela, ouvindo o barulho da cidade.

— Não me imagino morando na cidade. Mas sinto vontade de vir estudar aqui, conhecer pessoas. Ver como a vida é longe do acampamento.

— É? E o que você pretende estudar? — Percy deu uma olhada em alguns de seus pertences que estavam dentro das caixas prontas para serem desembaladas, talvez levasse uns meses para isso ser feito. Muita coisa estava faltando ali, mas com certeza sua mãe deve ter feito uma boa limpeza no último apartamento, jogando diversas coisas inúteis fora. Acontece que eram suas coisas inúteis. Mas preferia aquele ar de vida nova que o lugar possuía.

— Não sei, ainda sou muito nova para decidir.

— É. Às vezes eu me esqueço que você tem minha idade. — Ele a olhou, tendo a sensação de que a conhecia desde sempre. E, apesar de Alex parecer uma caloura de Princeton, ela era apenas uma adolescente. — Já pensou em se passar por alguém mais velho? Tipo comprar bebidas e entrar em boates?

Alex riu.

— Eu não bebo e não sei dançar.

— É, nem eu. — Ele riu, tirando uma luva de beisebol da caixa. — Eu não consigo me imaginar fazendo algum tipo de profissão. Tipo... advogado, médico, professor. Não sei nem como irei conseguir terminar o segundo grau. — Ele olhou novamente para Alex, pensando se ela sentia a mesma coisa. — Aliás, onde você estuda?

— Em casa. Minha mãe me ensina matemática, ela é boa nisso. Faz a contabilidade do acampamento. E Quíron é um ótimo professor de história e estudos sociais. Já o senhor D... bem, ele também é bom em histórias, embora elas não sejam muito apropriadas. Mas nós costumamos jogar golfe grego.

— Golfe? Você joga golfe com o Dionísio?

— Sim. Ele parece não se importar com ninguém, mas é apenas seu jeito estranho de cuidar das coisas.

A porta foi aberta. Sally anunciou que a pizza havia chegado e que eles poderiam ir atacar na cozinha. Percy e Alex não pensaram mais que um minuto para ir atrás dela.

Ao entrar na cozinha, Alex teve uma boa surpresa. Sua mãe estava lá. Na verdade, era a sua outra mãe.

Calyce abraçou a filha, dando-lhe um beijo na testa. Percy ficou parado ao lado da geladeira, assimilando a semelhança absurda que mãe e filha possuíam. Depois, Calyce aproximou-se e olhou para ele.

— Meu irmão. — Ela disse e finalmente Percy se tocou e lembrou-se que Calyce também era filha de Poseidon. Ele ficou completamente desconcertado com o abraço que recebeu. Não era todo dia que recebia abraços de mulheres bonitas. Sentiu o rosto ferver de vergonha.

— Oi. — Foi a única coisa que conseguiu ele falar, antes que notasse a presença de outra pessoa.

A cozinha estava ficando pequena demais para tantas mulheres. Ele foi apresentado para Cassandra, uma sacerdotisa. Percy concluiu que ela era mil vezes melhor de aparência que o oráculo do acampamento. Mas foi informado que o oráculo e a sacerdotisa possuíam formas diferentes de trabalhar. Apesar de ambas possuírem o dom de ver o futuro.

Apesar de ainda se sentir deslocado no ambiente, Percy preferiu manter sua presença quieta. Ficou ali comento pizza, ouvindo as mulheres falarem. Sentiu uma certa saudade de Annabeth, seria engraçado vê-la ali.

— Mas, mãe. Eu não posso passar minha vida naquele acampamento. Tá certo, eu gosto de viver com Quíron e o Sr. D. mas tem outras coisas que eu quero fazer na vida. — Alex protestou.

— Quem convive bem com D? — Calyce olhou para Dalila. — Que tipo de feitiço é esse?

— Eles se entendem, é a única coisa que eu sei. Não tem lógica ou explicação. — Dalila segurou a mão da filha. — E o que você pretende?

— Morar aqui na cidade.

Sally, Dalila e Calyce quase engasgaram com a pizza. Cassandra comia apenas uma salada, parecendo distante demais para dar alguma opinião sobre aquilo

— Ótima ideia. — Percy comemorou.

— Vocês dois juntos não é uma boa ideia. — Sally teve de estragar a animação dos jovens. — Já foram separados antes mesmo de nascerem.

— Percy pode me proteger. — Alex olhou para o tio, confiante.

— Posso mesmo. — Ele disse com convicção, mas por dentro havia uma voz que dizia “HÁ HÁ HÁ” — Quero dizer, podemos achar uma outra escola para ela. Não precisa ser a mesma. Mas ficamos de olho um no outro.

— Eu não sei. — Dalila queria deixar o acampamento, mas só de pensar na hipótese de Alexandra correr algum tipo de perigo, a ideia não parecia mais tão boa.

— Precisamos analisar isso. — Calyce iniciou. — O apartamento do Central Park ainda está fechado. Podemos fazer uma reforma e vocês se mudam para lá. Podemos conseguir alguma proteção extra para dois semideuses. Eu conheço uma ótima feiticeira do mar.

Sally recordou-se do apartamento. Aquele que iria morar com Poseidon.

— É uma ideia maravilhosa. — Cassandra finalmente abriu a boca para falar alguma coisa, terminando de comer sua salada. — Dois jovens, dois destinos, suas vidas seguirão caminhos diferentes, mas sempre estarão juntos.

Os olhares estavam todos focados na sacerdotisa.

— Isso não é nenhum tipo de profecia, certo? — Dalila perguntou.

— Não. Quando ela faz profecia os olhos ficam girando malucos e a voz parece contaminada por alguma uma alma penada. — Calyce mexeu as mãos, imitando Cassandra.

— Querida. — Sally se levantou e tocou a mão dela. — Não me parece uma ideia muito boa.

Cassandra segurou a mão de Sally com força. Seus olhos se anuviaram e eles giraram conforme Calyce sugeriu anteriormente. Seu tom de voz era fino e gelado. Percy abriu a boca, apesar de ter visto muita coisa estranha nos últimos tempos, uma sacerdotisa hippie fazendo profecia na sua cozinha era novidade.

— Ele vai voltar essa noite. E seu destino se cumprirá.

Cassandra fechou os olhos e depois abriu, perguntando se havia sobremesa.

— Isso foi bizarro. — Alex comentou. — Do que ela está falando? Quem vai voltar essa noite?

Sally olhou séria para Calyce.

— Não me olhe assim, eu não sei de nada. Estávamos no Olimpo para visitar Cassandra.

Depois, Sally olhou para Dalila.

— Eu não sei de nada.

Percy perguntou o que estava acontecendo, mas não obteve respostas.

— Acho melhor a gente ir embora. — Dalila sugeriu, Alex protestou, havia combinado em dormir ali. — Seja lá o que vai retornar essa noite eu não quero que você esteja aqui para presenciar.

— Deixe ela dormir aqui. — Sally suspirou, parecendo tranquila. — Aliás, ninguém vai sair daqui essa noite. Você também Cassandra. Se algo vai acontecer essa noite aqui, quero todos comigo. A única coisa que aprendi durante esses anos é que não podemos ficar sozinhos, ou ignorar uma profecia.

Ela saiu da cozinha e Percy tentou ir atrás da mãe, mas Calyce segurou-o pelo braço, achando melhor Sally ficar um tempo sozinha.

— OK! — Ele ficou parado de braços cruzados. — Mas, e se um monstro vir atrás dela?

— Saberemos quando acontecer. — Calyce respondeu tranquila. — Porque o medo rapaz? Você é filho de Poseidon.

— É. Obrigado por lembrar maninha, mas ser filho de um deus não é fácil. Tô ainda tentando entender essas coisas. — Ele fez uma careta. — Tem algum tipo de curso intensivo em como me tornar o grande filho de Poseidon? Ou a gente aprende quebrando a cara mesmo?

Alex gargalhou, chamando ele para fazerem alguma coisa enquanto esperavam seja lá o que fosse vir visitar a tia Sally.

Após dar meia noite, a televisão estava ligada e um filme terminava. Percy e Alex estavam dormindo no sofá. Cassandra apertava os botões do controle remoto, mudando os canais sem parar.
Na cozinha, Sally terminava de fazer o café, servindo para Dalila e Calyce.

— Teoricamente o dia de “hoje” acabou. Meia noite já é outro dia. — Dalila observou. — Será que Cassandra está perdendo o jeito com as profecias?

— Ela nunca errou. Mas é estranho essa história de hoje à noite ele vai voltar. Ela não disse que ele iria entrar aqui e te levar embora. Nem sabemos quem é ele. — Calyce bebeu o café.

Sally observou as duas. O tempo não havia passado para Calyce, isso já era esperado. Mas Dalila ainda estava tão bonita quanto era. Enquanto ela... bem, ela não estava muito especial.

— Não adianta pensar muito. Essas coisas podem ter milhões de significados. Não podemos achar que é somente uma pessoa, pode ser outra coisa. — Sally sentiu um arrepio na espinha, só de imaginar um possível retorno de Gabe. — Mas o que exatamente vocês foram fazer no Olimpo? Visitar Cassandra não me parece ser uma desculpa muito boa.

— A verdade é que eu fui pedir auxílio aos deuses. Mas eles não me ouviram.

— O que houve? — Sally olhou para Calyce e depois para Dalila. — Vocês não vieram aqui à toa, não é? Aconteceu alguma coisa? Me falem!

— Poseidon, ele está desaparecido. A última vez que o vi foi naquele dia que você deu um fora nele no café.

— Você deu um fora nele? — Dalila perguntou pasma.

Sally sentiu as bochechas corarem. Ela explicou que não era simples como parecia. Não poderia achar que tudo estaria bem só porque seu filho foi revelado. Ao contrário, as coisas estavam apenas começando a ficar complicadas. Da forma que Ártemis lhe disse.

— Hermes quis me ajudar. Mas diz que não tem contato com Poseidon há algum tempo. Ainda disse que tem uma encomenda para entregar a ele.

— Encomenda?

— Sim. Eu não sei bem o que é, mas parece importante.

— Você tem ideia de onde ele pode ter ido? — Sally parecia preocupada, não havia como negar que realmente estava. — Por que sumiu?

— Não sei, talvez curar a dor de cotovelo no Havaí. — Ela riu, um pouco amarga.

— Sinceramente, não é bem isso que precisamos agora Calyce.

— Dalila a advertiu. — Você prometeu se controlar.

— Me perdoe, mas fui eu quem teve de aturar um homem chorão durante esses anos. — Ela cruzou os braços.

— Antes um homem chorão, que alguém como o meu ex-marido.

— Sally a desafiou com o olhar.

— Desculpe, Sally. Eu sei que não foi fácil para você. Eu a admiro por muitos motivos. — Calyce anuiu. — O que podemos fazer? Entrar em contato com Hermes novamente?

— Que tal Quíron? Ou D?

— Dalila, faz um favor de manter seus pretendentes longe do meu pai. — Calyce rosnou. Parecendo irritada.

— Pretendentes? — Sally estava confusa. — O que eu perdi?

— Pelos deuses, Quíron é meu amigo e D... bem ele é, você sabe. Não está acontecendo nada.

— Quíron é uma ótima pessoa. — Calyce sussurrou.

— Ele é um centauro.

— Detalhes. Como você acha que os Ciclopes nasceram como? E os espíritos da natureza? Ora essa, não seja preconceituosa. — Calyce deu uma risada zombeteira.

Sally não esperou que as duas lhe dessem uma explicação melhor. Ela foi até a sala e encontrou Cassandra assistindo um programa de comédia na televisão. Sentou-se ao lado da sacerdotisa e tocou a mão dela, na esperança de quem uma nova revelação surgisse. Mas nada aconteceu.

Que tipo de destino era esse que deveria se cumprir?


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Notas finais do capítulo

Beijos



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