A História De Sally Jackson escrita por Kori Hime


Capítulo 3
Capítulo 3 - Sorvete de Ambrosia


Notas iniciais do capítulo

Hey leitores, gostei dos comentários, vocês são uma ótima plateia :D
Arrumei um emprego para o Poseidon, achei engraçado, combina com o posto dele q



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Como estava de folga na segunda-feira, tanto no restaurante como no quiosque, Sally decidiu dormir até mais tarde. Ao acordas, as outras garotas já haviam saído para trabalhar. A única coisa que ela conseguia se recordar era a confusão na madrugada, quando retornaram do luau. Fizeram uma algazarra, até caírem no sono.

O dia estava ensolarado, e nem parecia que havia chovido na noite anterior. Sally queria aproveitar a folga para caminhar na praia, tomar um sorvete e quem sabe encontrar uma loja que vendia livros usados, assim seria mais barato e então poderia economizar para quando retornasse a Nova Iorque.

Ela vestiu uma saia longa e regata branca. Na praia, tirou as sandálias antes de pisar na areia fofa. Estava quente, mas era suportável o calor. Sally caminhou até o mar e deixou a água lavar seus pés, erguendo um pouco a saia para que não molhasse.

Dessa vez ela não apanhou conchas, não estava com tempo para costurar, também, haviam duas sacolas cheias de conchas para serem usadas, dava para enfeitar várias bolsas. Quando tivesse tempo, ela o faria.

Ao sair da areia, Sally lavou os pés sujos numa bica, ela calçou o par de sandálias de tiras e atravessou a avenida para o centro comercial. As lojas estavam agitadas, e haviam turistas de vários lugares. Sally caminhou pela calçada, admirando as lojas, desejando alguns objetos e roupas. Sim, ela era uma mulher sem dinheiro para esbanjar, mas não era cega, e sem sentimentos. Gostava de planejar o futuro, e porque não se imaginar bem vestida nele?

O vestido que Sally se interessou era longo e na cor branca. A saia era esvoaçante, deveria se mover com graça quando o vento soprasse. Ela até chegou a entrar na loja para verificar o preço de seu sonho. Eram exatos quatrocentos dólares. Um preço ainda salgado para a garçonete. Ela agradeceu a ajuda da vendedora e deixou a loja, ao sair, observou do outro lado da rua uma sorveteria. Ali, com certeza teria algo que pudesse pagar.

A sorveteria era localizada num antigo prédio de arquitetura singular, não se recordava de ver algo parecido com aquilo, enquanto se aproximava. Duas colunas brancas pareciam se erguer até os céus quando ela passou da varanda. As portas eram de vidro, com maçanetas de barra dourada.

Os detalhes desenhados nos vidros pareciam ondas do mar e golfinhos saltando da água. Ela empurrou a barra com força, porque era pesada. Ao entrar, admirou-se com a grandeza do local. O chão branco, parecia até mesmo mármore puro, mas Sally não poderia acreditar que alguém colocaria um piso tão caro em uma sorveteria a beira mar.

O balcão de cedro banco era grande e com bancos dourados. Também haviam mesas e cadeiras espalhadas, mas muito bem organizado e proporcionais a toda aquela maravilha. Tal grandeza mal combinava com o que se via do lado de fora, na rua.

— Senhorita Jackson. Uma voz familiar fez Sally despertar. Ela virou e se deparou com um par de pedras safiras esverdeadas. — Senhorita, é um prazer revê-la.

— Senhor Poseidon. — Disse, sentindo os lábios tremerem, ela não sabia o seu sobrenome. Sentiu-se envergonhada, todos pareciam olhá-los. Agora estava duvidando de que teria dinheiro o bastante para uma bola de sorvete na casquinha. — Que coincidência.

— Pois, não é? — Ele estendeu o braço e Sally educadamente aceitou a oferta, caminharam até uma mesa igual as demais, só que havia uma bandeja de prata com diversos doces e um baleiro colorido tão dourado que poderia ser confundido com uma peça de ouro. — Esta aguardando alguém?

— Não, não... — disse, agitada, sentando-se com cuidado na cadeira estofada. Seu corpo amoleceu ao se chocar contra aquela maciez. — Estou de folga do trabalho, decidi fazer uma caminhada e acabei entrando aqui.

— Excelente, preciso de alguém de bom gosto para experimentar o novo sabor de sorvete do cardápio. — Sally já estava pronta para se levantar, ela não queria parecer oportunista, e com certeza as guloseimas daquele lugar deveriam sair pelo preço de uma refeição completa.

— Não sei se sou a pessoa perfeita para esse trabalho.

— A senhorita gosta de sorvete?

— Sim, mas...

— Então é mais do que perfeita. — Ele moveu a mão, ordenando com o olhar que trouxessem a taça de sorvete. Foi atendido imediatamente por um rapaz franzino e de nariz longo. Ele vestia um avental branco, com o nome da sorveteria bordado em dourado. Sorvete dos deuses.

— Quanto é? — Sally perguntou, acanhada.

— Quanto? Não, imagine, eu jamais cobraria um dólar sequer da minha provadora oficial de sorvetes. — Poseidon sorriu, um sorriso encantador. Sally não sabia como recusar o pedido, por isso manteve-se em silêncio.

O rapazinho magro trouxe uma bandeja dourada. A taça em que o sorvete foi servido era adornado com pedras esverdeadas tão brilhantes quanto os olhos do homem a sua frente. Sally apertou os dedos, segurando o guardanapo que foi posto em seu colo.

— Parece delicioso. — Ela salivou, o sorvete parecia uma obra de arte, o creme amarelado, salpicado de granulados coloridos e uma cereja tão apetitosa no topo, que ela não sabia como começar a prová-lo. — Qual é o sabor.

— Ambrosia.

— O manjar dos deuses. — Ela falou, apanhando a colher, levando o sorvete à boca. Sally provou mais uma colherada e capturou uma gotinha que escapava pela boca. — É uma delícia.

— Maravilhoso! — Poseidon apanhou a outra colher e compartilhou o sorvete com Sally, que permitiu. — Me diga, senhorit-

— Por favor, senhor Poseidon, me chame de Sally.

— E você, me chame de Poseidon. — Sally concordou. — Agora me diga, é interessada em mitologia?

— Ah! Sim, sim. — Ela abandonou a colher, estava tão saborosa a sobremesa que decidiu pausar, ou falaria de boca cheia. — Meu tio possuía vários livros de mitologia. Eram os meus favoritos. — Ela não resistiu a uma última colherada do sorvete. — Mas e o senh-, você, imagino que foi influenciado pela mitologia grega.

— Porque acredita nisso? — Ele já havia abandonado o sorvete antes mesmo de Sally.

— Por onde começar? — Sally olhou em volta e discretamente apontou para as portas da sorveteria. — Uma sorveteria com portas tão bem detalhadas cheias de golfinhos e agora que percebi tem alguns cavalos entalhados no rodapé. Todo esse dourado e a ambrosia, sem falar, é claro, seu nome.

— Ah! Isso. — Ele respirou aliviado, Sally não compreendeu. — Posso dizer que minha família é bem tradicional, somos de origem grega.

A tarde passou num piscar de olhos, como Sally disse ao ver as horas no relógio. Poseidon fez questão de acompanhá-la até seu chalé. A caminhada não foi muito demorada, mas ela desejava que as horas se arrastassem lentamente. A conversa estava tão agradável, que Sally sentia-se tão bem, como nunca sentiu antes. Alguém que realmente a ouvia, compreendia e compartilhava de vários pensamentos em comum.

A lua resplandecia no céu azul, acompanhada das estrelas. O mar estava tranquilo, como se fosse um gigantesco lago. Estava diante de Poseidon, na porta do chalé. Desejou convidá-lo a entrar, mas não seria muito agradável compartilhar a companhia de um homem tão incrível com as colegas de quarto. De repente ela foi tomada por um ciúme, só de pensar na possibilidade de ele achá-las mais interessantes e bonitas. Sally corou.

— Amanhã vou acordar cedo para trabalhar. — Disse, desejando que ele não notasse suas maçãs coradas.

— Me perdoe, eu fiquei aqui tagarelando, acabei esquecendo da hora. — Houve um silêncio minúsculo, mas desconfortável. — Então, acredito que a semana será bem turbulenta.

— Sim, vai ser mesmo. Não sei quando será minha próxima folga.

— Neste caso, vamos torcer para que nos encontremos em breve. — Ele segurou-lhe as duas mãos e as beijou, deixando o chalé logo em seguira. Sally teve que encostar o corpo na porta, para não cair no chão, sentindo as pernas trêmulas. Mas a porta foi aberta em seguida, e Sally caiu para trás. Mas ainda com um sorriso nos lábios.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? :3 deve ser bom o sorvete.