A História De Sally Jackson escrita por Kori Hime


Capítulo 28
Capítulo 28 - O nascimento de uma criança


Notas iniciais do capítulo

Oi amores? To super deprimida com a chegada do final dessa história, me apeguei a Sally HAHAHAHA ♥



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Sally fechou os olhos quando o ônibus deixou a rodoviária. As lágrimas rolaram por seu rosto sem modéstia. Ela acariciou a barriga, conversando com o bebê, pedindo para que ele ficasse calmo, pois tudo daria certo. Que suas vidas seriam melhor longe dali.

De olhos fechados para não ver o que deixava para trás, Sally sentia seu coração doer tanto pela partida. Ali já não era mais seu lugar.

O restante da viagem ela dormiu. Teve um estranho sonho com uma bela mulher que a aconselhava voltar para sua mansão. Mas Sally, ainda no sonho, dizia a tal mulher que aquela não era sua casa, iria então viver sua vida com seu bebê. A mulher ainda disse que ela passaria por algumas provações. Do coração, que são as mais difíceis a serem decididas.

Ao acordar, Sally já estava em Nova Iorque.

O barulho da cidade grande era familiar. Ao descer do ônibus, Sally teve a ajuda de um rapaz para descarregar suas duas malas. Alguns outros pertences foram despachados em caixas por uma transportadora, para que ela buscasse depois, quando já tivesse um endereço fixo.

A primeira coisa que fez foi uma ligação para a Senhora Gray. Ela morava no apartamento ao lado do que Sally vivia com seu tio. Quando foi embora, a Senhora Gray, que vivia sozinha. Ofereceu a ela um quarto para dormir, mas Sally recusou, decidida a ir trabalhar em outra cidade.

Sally juntou suas forças e fez a ligação. Não era fácil para ela, uma pessoa tão independente e orgulhosa, ter que pedir ajuda. Mas faria qualquer coisa pelo bebê que aguardava.

A Senhora Gray ficou contente pela ligação de Sally, mas também preocupada com a história que ela contou pelo telefone. Claro que não houve nada sobre deuses, monstros e coisas do tipo. Sally omitiu a maior parte da história. Se bem que ela não estava enganando ninguém quando disse havia sido abandonada. Mas não contou que foi abandonada em uma mansão a beira da praia, com dinheiro sobre a mesa.

O apartamento da Senhora Gray era espaçoso. Ela vivia ali com dois gatos siameses. O quarto em que iria dormir, era um antigo ateliê onde ela costumava pintar seus quadros. Mas agora, com um problema na vista, já não conseguia mais pintar.

Sally organizou o lugar durante a tarde e logo depois, preparou o jantar com o que encontrou na geladeira. Uma forma de retribuir a hospitalidade.

Falar sobre os últimos acontecimentos não foi tarefa fácil. Mentir pessoalmente era um pouco mais difícil, mas Sally foi firme e reconfirmou sua história. Senhora Gray ficou sensibilizada, por isso pediu para que ela aceitasse ficar ali quanto tempo desejasse. Sally agradeceu, mas na manhã seguinte ela fez um passeio pelos bairros mais próximos em busca de um lugar para viver.

Ela poderia procurar por apartamentos com escolas, parques e vizinhança agradável. Sally poderia encontrar um pequeno apartamento próximo a uma rua tranquila, onde a criança poderia crescer feliz, onde poderia trabalhar enquanto ela era bem cuidada em uma creche próximo. Mas Sally também sabia que nada disso poderia durar por muito tempo e se quisesse vida longa, passaria a jogar aquele jogo.

O apartamento que escolheu era próximo a uma barbearia. Havia uma loja de doces do outro lado da esquina, uma praça com quadra de basquete, onde se reuniam muitos jovens para jogar. Também um mercado e uma granja. O apartamento de dois quartos, sala e cozinha era bom, aliás, o melhor que encontrou. E sua aliança de casamento foi utilizada como uma espécie de seguro fiança.

Ela mudou-se em uma semana. O dinheiro juntado durante aqueles meses poderia sustentá-los por pouco tempo. Nesse caso, o próximo passo seria arrumar um emprego. Mas quem iria dar trabalho a uma mulher grávida?

Nesse caso, Sally decidiu trabalhar em casa.

Ela passou a cozinhar e vender tortas e bolos. Doces e também salgadas. O bolo de carne em especial era o mais procurado. Também as tortas de blueberry.

Em uma manhã, enquanto preparava a massa da torta, Sally sentiu algumas dores. Ela respirou fundo, como orientado pelo médico, mas quando as dores aumentaram, não havia outra alternativa senão ir ao hospital. Ela bateu na porta do apartamento da frente, onde uma menina de oito anos a atendeu. Sally, suava e segurava a barriga com as mãos, pedindo para a menina chamar sua mãe. A mulher apareceu e assim que viu o estado da vizinha, correu para apanhar as chaves e a bolsa que Sally preparou há dias para levar a maternidade.

No caminho da maternidade, Sally temeu que algo ruim pudesse acontecer. Não havia nada que ela pudesse fazer naquele momento, senão rezar. Ela não fez suas orações para nenhum nome em especial, apensa desejava que tudo ocorresse bem.

As três horas da tarde, um menino nasceu. Sally segurou a criança pela primeira vez e com lágrimas nos olhos beijou-lhe a testa.

A enfermeira pegou-o, para que pudesse levá-lo para pesar e limpar. Fazer os procedimentos normais. Quando Sally pediu para que deixasse a criança mais um pouco com ela, a enfermeira de olhos amarelos mostrou uma fileira de dentes afiados.

Sally arregalou os olhos e gritou. Um grito longo, que tomou todos de surpresa. Suas mãos foram presas por dois enfermeiros, enquanto um terceiro tentava sedá-la. A todo momento Sally agonizava e pedia para que trouxessem seu filho pois ele seria comido por aquele demônio.

O médico responsável pelo parto, avisou a segurança para chamar o acompanhante de Sally, pois ela estava delirando. Precisavam saber se ela tomava algum medicamento importante, ou seu histórico mental. Mas a vizinha de Sally nada sabia sobre isso, ao contrário, a achava normal e muito gentil.

Sally estava sedada, dormindo profundamente na cama do hospital. Quando acordou, ela não soube dizer quanto tempo se passou desde a última vez que vira seu bebê. Ela tentou se sentar na cama, mas seu corpo não a obedeceu. Estava sentindo-se fraca, sua voz mal saia da garganta e as pernas moviam-se desajeitadamente.

As únicas palavras que conseguiu proferir foi: onde está meu bebê?

Sally saiu da cama após muito tentar manter-se de pé. Segurando-se nos móveis e nas paredes, conseguiu caminhar para fora do quarto. Era noite e os corredores da maternidade pareciam tranquilos. Sally ouvia um choro de bebê. Um choro que vinha de longe.

Ela soube imediatamente que aquele era seu bebê, o seu filho que chorava pela mãe. Mesmo que ainda estivesse frágil e dores se alastrava por todo seu corpo, ela continuou caminhando na direção do choro.

Pode ver a névoa, era quase palpável diante de seus olhos. A maternidade quase se desfigurava a sua frente, como um caleidoscópio gigante. Sally fechou os olhos, segurando-se nas paredes, continuou andando até o choro do bebê ficar mais nítido.

Uma única porta que a separava dele foi aberta. A criança recém-nascida estava deitada sobre uma mesa de metal, enrolada em um pano. Chorava como se sua vida dependesse do ar que entrava e saia de seus pulmões.

Sally sorriu de alegria ao vê-lo, mas sua felicidade passou quando uma mulher com dentes afiados e cabeça de serpentes apareceu ao lado do bebê. Ela passava a língua bifurcada nos lábios, como se estivesse pronta para saborear o prato principal. Sally sentiu-se completamente desarmada, inútil diante daquela situação. Seu bebê seria devorado por aquele monstro, sem que ela pudesse defendê-lo.

A questão era, porque não o fez antes? Porque não acabou com aquilo há algumas horas atrás? Sally gritou essas dúvidas para o monstro.

— Porque ele deve morrer. — Era somente isso que o monstro dizia, mas ainda não o fazia.

Sally alcançou com dificuldade a mesa em que o bebê estava. Ela podia sentir o corpo desfalecer. Não permitiria que seu filho morresse ali, ou se isso viesse a acontecer, morreria protegendo-o.

O monstro então a atacou, suas presas vieram para cima de Sally com agilidade. Mas da mesma forma, com a mesma agilidade, alguém a interceptou e lançou-a para o outro lado da sala. Sally não aguentou assistir o desenrolar da luta, ela pegou seu bebê, escorrendo para o chão e arrastando-se para um canto. Abraçou- para assim protegê-lo. Quando tudo ficou em silêncio, apenas o som de seu coração acelerado e sua respiração ofegante, ela abriu os olhos.

A sua frente estava uma mão estendida. Sally não conseguia ver seu rosto, uma aura iluminada cobria-lhe a face. Mas da mesma forma que sabia que o ar existia em seu pulmão, ela sabia quem viera a seu chamado.


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Notas finais do capítulo

beijos



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