A História De Sally Jackson escrita por Kori Hime


Capítulo 25
Capítulo 25 - Cheiro de Lírios e Limão


Notas iniciais do capítulo

Ops, demorei mesmo dessa vez. hahaha muitas coisas acontecendo aqui e eu não tinha um tempo para dar atenção a todos. Mas eu voltei ♥



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O dia amanheceu ensolarado. Quando acordou, Sally sentou-se na cama, ao seu lado estava Poseidon, dormindo profundamente de costas com a cabeça no travesseiro. Ela afagou seus cabelos escuros, beijando-o nas costas. Como ele não acordou, Sally se levantou, tomou um banho e vestiu o único vestido que tinha na bolsa. Bem, se ela soubesse que Nova Iorque seria o ápice da mudança de sua vida, teria feito uma mala mais arrojada.

Naquele dia, Poseidon queria levá-la para conhecer o apartamento em que ela moraria. Não dava para dizer não agora. Pelo menos não depois de saber que ele afrontou o Olimpo inteiro casando-se bem embaixo do nariz deles. Ela não sabia o que poderia vir a acontecer caso eles descobrissem, talvez não fosse tão sério, pensou esperançosa.

Ela pediu o café da manhã pelo telefone, não demoraram quase nada para levarem a comida.

Sally preparou a mesa do café e assim que colocou o arranjo de flores sobre a mesa, a porta do quarto abriu. Poseidon apareceu vestindo somente roupas de baixo, coçando os olhos, ainda sonolento. Ele espreguiçou-se e sacudiu os ombros, relaxando-os.

— Nunca dormi tão bem fora do mar como hoje. — Ele esfregou as mãos, sentando-se na cadeira e pegando a primeira coisa que viu na mesa para comer. Antes de sentar, Sally serviu café nas xícaras.

— O dia está tão bonito. Pensei em comprar algumas roupas. Não trouxe nada demais na mala.

— Roupas? Para que elas. — Ele sorriu, deixando-a completamente envergonhada.

— Não vou passar o dia dentro desse apartamento. Preciso de ar fresco.

— Tudo bem. Vou pedir para Calyce-

— Não. — Ela o interrompeu séria. — Eu mesma quero fazer isso.

— Mas ela pod-

— Não. — Sally ergueu a mão, tentando fazer Poseidon cair em si.

— Eu agradeço a ajuda. Mas para isso dar certo, devemos fazer as coisas do meu jeito.

— Está certo. Tudo como quiser. — Ele passou geleia no pão, não sabia que aquilo era tão bom. — O que mais precisa? Ah! Já sei. Vamos comprar a mobília do seu apartamento.
Aquele seu deixou-a um pouco desconfortável. Poseidon percebeu e tentou contornar a situação. Mas Sally não se abateu.

— Só acho que essa experiência está sendo demais para mim. Pensei em ir para algum lugar mais tranquilo. Sem a confusão da cidade.

— A cidade é o que a mantém segura, minha querida. — Ele limpou a boca com o guardanapo, levantando e pegando Sally pela mão. Poseidon a levou até a janela da sala. A cidade estava lá, numa típica manhã onde todos iam e vinham atrasados, trabalhando, correndo. — Veja, cidades como essa, agitadas com pessoas de diversos tipo, a poluição... você não sente esse cheiro?

— De fumaça?

— Não somente isso. Os mortais. Eles têm o próprio cheiro. Quando nosso beber nascer, e os anos forem passando, monstros perigosos vão sentir o cheiro dele.

— Por ele ser seu filho. — Ela baixou a cabeça, acariciando a barriga. — Você não pode mantê-los afastado?

— Diretamente não, mas indiretamente eu posso ajudar.

— Mas esse cheiro que você falou da cidade? O que isso significa.

— Ah! — Poseidon virou-se, retornando a mesa. — Alguns mortais possuem um cheiro tão forte que é capaz de encobrir algum rastro do cheiro de semideus. Não se lembra do parque? Havia muitas pessoas ali comendo cachorro quente e jogando nas mesinhas do parque.

— Entendi. E eu sou assim?

— Não. Você não, minha doçura. Você tem o cheiro de lírios. É agradável, delicioso. Diria que é o mais perfeito que já senti. — Ele a abraçou.

— Isso não é bom então. Posso mudar meu perfume.

— Não faça isso. Eu amo seu cheiro. — Ele a beijou, acariciando seus cabelos. — E seus cabelos, tem cheiro de limão.

Ela não pode evitar um sorriso após ouvir isso, mas preocupou-se imediatamente.

— Eu seria um perigo ao nosso bebê? Digo, eu não possuo um cheiro forte o suficiente para nos manter em segurança?

— Sally, está preocupada, eu sei, podemos falar mais sobre isso depois. É necessário mesmo que esteja preparada para o que vier. — Poseidon decidiu que sairiam em trinta minutos, tempo suficiente para tomarem um banho, juntos de preferencia.

***

Antes de entrarem no prédio, Sally notou que o endereço era cercado por cafeterias, lanchonetes e docerias. Além de escolas, parques e muitas barraquinhas de cachorro quente nas calçadas.

Poseidon abriu a porta de vidro, e ela entrou em seguida. Eles pegaram o elevador, sem precisar identificar-se na recepção. O elevador parou, no último andar. Uma cobertura, Sally exclamou surpresa.

O apartamento era maior do que imaginava. Estava completamente vazio, sem mobílias. Ela caminhou pela grande sala de estar, haviam mais duas metade do tamanho daquela. Quatro quartos, cada um com seu banheiro, cozinha e um jardim no terraço.

Sally parou diante da janela, ainda surpresa. A vista era perfeita e dava para o Rio Hudson.

— É tão bonito.

— É seu, minha querida. — Ele a abraçou, beijando seus cabelos com cheiro de limão.

— Não sei se está certo isso. — Sally disse, desanimada, cruzando os braços.

— Porque? Não gostou? Podemos arrumar outro lugar. Só me falar qual.

— Não, não é isso. — Ela o olhou cansada. — Eu não sei o que é, mas me sinto estranha.

— Está enjoada?

— Não, não. — Ela suspirou. — Vamos continuar. Tem muito o que fazer.

— É assim que se fala. — Ele a segurou pela mão, rodopiando pela sala. — Me diga quais cores vai querer nas paredes? Podemos fazer o quarto do bebê azul, com estrelas do mar... você gosta de cavalos marinhos? E cavalos?

— É, pode ser. — ela não quis dizer que achava um pouco exagerado todas aquelas coisas juntas em um quarto de bebê, justamente porque Poseidon parecia tão animado, e já que a criança não ia ter nome de Alga marinha, iria deixá-lo escolher a decoração do quarto.

Eles passaram o resto da tarde discutindo levemente sobre como seria o quarto do bebê, depois de decidido que o tema seria fundo do mar, Poseidon deu um sorriso vitorioso e levou Sally para jantar. Ao final do dia, chegaram ao hotel onde encontraram Calyce, Dalila e a mais nova integrante do grupo, a sacerdotisa Cassandra.

— Boa noite damas. — O deus dos mares as avaliou. Automaticamente Cassandra levantou-se e fez uma reverência exagerada. Ele sacudiu as mãos, pedindo para que relaxasse. — Vou tomar um banho, você vem comigo, querida?

Sally sentiu o rosto envergonhado. Precisava ter uma conversa séria com Poseidon, e pedir para que ele não falasse daquele jeito na frente das pessoas. Mas as mulheres na sala não pareciam incomodadas. Apenas riam da forma contraída que ela estava no momento.

— Mais tarde. — Ela disse e Poseidon deixou-as. Sally virou-se para Calyce, que estava sentada em uma das poltronas, Cassandra e Dalila dividiam outra. — Aconteceu alguma coisa? Vocês estão estranhas.

— Está tudo bem. — Calyce disse, num suspiro.

— Não, não está. — Dalila disse séria. — Conte a ela o que houve.
Sally sentou-se ao lado de Calyce, que após um longo período de silêncio, finalmente falou.

— O pai do meu bebê. — Ela respirou fundo, segurando as lágrimas. — Morreu.


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Notas finais do capítulo

Esses capítulos de transição geralmente não tem muita emoção, mas eu gosto dele.
Beijos amore, nos falamos nos comentários ;*



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