A História De Sally Jackson escrita por Kori Hime


Capítulo 17
Capítulo 17 - Desconfiança e o resultado




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/311038/chapter/17

O rádio relógio despertou.

Dalila esticou o braço para desligá-lo. O locutor da rádio dava as informações da meteorologia, uma tempestade estava a caminho da costa marítima. Ela abriu os olhos, ainda sonolenta. Não teve como não pensar em Poseidon.

Ela se levantou, espreguiçando-se, foi no banheiro. Depois do café da manhã, Dalila estava assistindo a televisão, ela não iria trabalhar pela manhã, aliás, ela não iria voltar a trabalhar. Pediu as contas dos dois empregos.

A decisão radical partiu do emprego oferecido por Poseidon. Com a gravidez de Calyce, ele iria precisa de uma secretária particular. Dalila ficou animada com o emprego, mesmo que ele parecesse um pouco perigoso, pelas histórias que Calyce contava, mas no geral, Dalila estava disposta a mergulhar naquele mundo. Era o mundo que ela fazia parte. Ainda não possuía nenhuma habilidade especial senão a de nadar muito bem, mas Poseidon prometeu treiná-la. Deu um frio na barriga, mas ela aceitou.

Dalila ouviu a porta abrir, ela cortou mais um pedaço de queijo e comeu. Sally entrou com um sorriso satisfeito nos lábios, ela mostrou o recibo em suas mãos para a amiga e caiu no sofá, com um suspiro de alívio.

— O pagamento das bolsas foi feito. — Ela disse animada, aproveitando para comer alguma coisa, porque saiu da mansão de Poseidon direto para o banco. Estava dormindo lá na última semana, mas sempre deixava a mansão pela manhã, antes de todos acordarem. — Tenho mais uma novidade. O advogado disse que meu requerimento foi aceito e finalmente os bens que restaram após o pagamento das dívidas, serão repassados para mim.

— Que maravilha. — Dalila pegou o recibo para verificar por curiosidade o valor que haviam depositado. — Mas isso é bem mais do que o combinado. O que houve?

— Um adiantamento para mais um lote de bolsas novas. — Sally estava super animada, e Dalila ficou feliz por ela, um pouco incomodada porque sabia que aquilo tudo vinha do bolso de Poseidon, mas era por um bom motivo. Devia acreditar nisso, porque não poderia contar a verdade.

— E você sabe para onde vão as bolsas?

— Não. Me informaram que existem várias filiais das lojas, e por isso precisam de mais.

Sally aproveitou para beber um pouco de café e experimentar um pedaço de bolo. Dalila olhou para a amiga, achando estranho o apetite dela. Mas no minuto seguinte, Sally correu para o banheiro, colocando tudo para fora. Dalila a ajudou, segurando seus cabelos, e depois, fez um chá.

— O que você comeu hoje? Algo te fez mal?

— Não, não comi nada quando acordei. Talvez foi isso. — Sally bebeu o chá, agradecendo Dalila pela ajuda. Ela também entregou um cheque para pagar metade das despesas, afinal, já estava quase no final do verão.

— Precisa se cuidar mais, imagina, você na faculdade daqui alguns meses. Vai precisar de muita força para aguentar trabalhar e estudar.

— Não me importo. Estou tão animada, que poderia passar a noite acordada estudando. Não seria um sacrifício para mim. — Sally se recuperou e ajudou Dalila com a limpeza. Na hora do almoço, Poseidon passou lá para buscá-la. E depois de muita insistência, conseguiram convencer Dalila a ir junto, ela não queria atrapalhar o casal, mas quando soube que Calyce estaria lá, ficou mais tranquila.

Eles almoçariam no barco mesmo. Poseidon pescou alguns peixes naquela manhã, logo após Sally ter saído.

— Vocês vão comer a melhor peixada que já comeram em suas vidas. — ele esfregou as mãos, limpando-as com álcool em gel. Depois amarrou um avental na cintura. Ele apontou para Calyce, perguntando se ela estava se sentindo bem em alto mar, porque, nas condições atuais, poderia ficar enjoada.

— Aqui é o único lugar que eu não fico enjoada. — Ela disse, ajeitando os óculos sobre o nariz. Estava usando um maiô vermelho e um vestido branco e transparente. — Vou tomar um pouco de sol, diz que faz bem.

Ela saiu. Sally a olhou passar pela porta de vidro. Era uma mulher tão linda, e forte. Não se imaginou na mesma situação que Calyce. Viver uma gravidez como mãe solteira e insistir em não contar quem era o pai. Ela tinha dúvidas.

— Porque ela não quer revelar a identidade do pai do filho dela? — Perguntou para Poseidon, ajudando-o a cortar as cebolas em rodelas bem grossas. — Digo, acho super honroso da parte dela em ter a criança, mas porque omitir ao pai o nascimento? Afinal, ele também teve participação.

— Querida. — Poseidon segurou a faca que estava na mão de Sally, e ficando atrás dela, começou a ensiná-la cortar bem mais fininhas as rodelas de cebola. — Calyce sabe o que esta fazendo.

— Mas e se fosse você?

Poseidon arqueou a sobrancelha, achando estranha a conversa toda.

— O que tem eu? Não vai me dizer que você esta achando que eu sou o pai do filho dela. Já falamos sobre isso.

— Sim, sim. Não foi isso que eu quis dizer. Falo sobre você, se descobrisse que tem um filho... não iria querer saber a identidade dele?

O moreno demorou para responder. Era uma pergunta extremamente complicada.

— Bem, acho que todos temos direito de saber quem são nossos pais, ou se temos um filho. Só que, se for para o bem da criança, e a mentira o único meio para protegê-la, eu concordo com o desejo a Calyce.

— Acho que entendi. — Sally voltou a cortar as cebolas, até que cortou o dedo. Um filete de sangue escorreu e ela correu para lavar na pia. Poseidon a ajudou com um pequeno curativo. Sally insistiu em continuar ajudando-o, dessa vez, ficaria responsável em pegar os ingredientes que ele precisasse.

Quando o peixe já estava na panela, seu estômago se revirou. Sally saiu em disparada para o banheiro e lá ficou até Dalila bater na porta para saber se ela precisava de ajuda.

— Já vou sair, eu só estou sentindo um pouco de, hmm.

Dalila ficou preocupada, e tentou abrir a porta, mas estava trancada por dentro, até Sally destrancar a porta.

— Você está pálida. Temos que voltar para a praia.

— Não. Esta tudo bem, eu vou melhor. Acho que é alguma virose, nada demais.

— Tem certeza? — Dalila insistiu.

— Sim, tenho. Vamos ajudar no almoço.

***

Sally estava ansiosa, andava de um lado para o outro no apartamento. Dalila despediu-se, iria encontrar-se com Calyce para aprender algumas coisas, uma espécie de treinamento.

Assim que a amiga saiu, Sally correu para o banheiro e trancou a porta. Ela abaixou a tampa do vaso, e sentou em cima, abrindo uma embalagem de plástico, leu as instruções. Era simples, ela usaria a amostra de sua urina para verificar se suas suspeitas eram verdadeiras.

Uma barrinha azul, era negativo. Se aparecessem duas barrinhas, seria positivo.

Sally fez o que dizia nas instruções e aguardou os minutos necessário.

— Vamos lá, dois não, dois não pode. — Ela observava o teste de gravidez sobre a bancada da pia do banheiro, tamborilando os dedos. Aqueles foram os minutos mais longos de sua vida.

Sally virou-se de costas. Ela tomou coragem para comprar o teste quando voltou para casa com Dalila após o almoço com Poseidon e Calyce, que passou mal assim que a tampa da travessa foi aberta e ela sentiu o cheiro do peixe. Dalila automaticamente olhou para Sally, que sorriu sem graça. Mas só decidiu fazer o teste dois dias depois.

Estava esperando que a sua menstruação chegasse, estava atrasada sim, duas semanas, mas era normal. Digo, não é normal, mas acontecia com ela desde os quatorze anos. Quando Sally finalmente olhou o teste, e viu as duas barrinhas positivas, deixou-o cair no chão. Agora, ela não sabia mais o que fazer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Percy a caminho la la la ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A História De Sally Jackson" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.