A História De Sally Jackson escrita por Kori Hime
Poseidon havia acabado de conversar com seu irmão, Zeus, sobre os acontecimentos gerados por Cassiopeia na Terra. Ela seria punida, tal como deveria ser. E assim, a suposta culpa colocada em suas costas sobre o ataque do monstro marinho foi retirada.
Calyce o acompanhava pelo corredor, ouvindo o resmungar do deus dos mares. Poseidon não estava satisfeito com a forma ridícula que Atena referiu-se a ele, enquanto debochava de seu ato heroico para salvar duas mortais.
E foi só falar nela, que a mesma apareceu diante de seus olhos verdes.
Calyce continuou ao lado de Poseidon, mas foi convidada a se retirar. Sob a voz séria e afiada da deusa, a loira afastou-se mesmo com os protestos de Poseidon. Afinal, Calyce já não tinha mais pique para compartilhar com seu senhor horas a fio de discussão e rixa com a deusa.
— Não está satisfeita com tudo o que foi dito a pouco? Ainda tem mais alguma coisa para me dizer? — Ele a olhou intrigado, mas tentando parecer desinteressado.
— Quero falar a sós com você. Venha comigo...
— Não caio nessa.
— O que? — A deusa enrugou o cenho levemente, sem compreender.
— Esse joguinho entre nós dois. — Poseidon mexeu nos cabelos, fazendo um movimento típico de quanto estava alterado. Atena sabia disso porque há anos e anos que era ela a responsável pela alteração do deus dos mares.
— Não sei onde quer chegar.
— Sabe sim. Mas já que está se fazendo de desentendida, posso dizer com todas as letras, que eu não estou afim. — Ele disse, ajeitando os ombros, de repente sua armadura pareceu apertada diante dos olhos irados da deusa. — Nós brigamos, depois essa discussão sempre acaba no que você esta planejando agora, e no fim... o que acontece no fim mesmo? — Ele fingiu esquecer e logo depois estalou os dedos. — Ah! É mesmo. Nós brigamos um pouco mais. Então para mim já deu. Hoje não estou muito interessado.
Ele se virou e começou a caminhar na direção oposta de Atena.
— Não pense que pode me dar as costas dessa forma. Seu... seu peixe nojento.
Poseidon continuou caminhando e ergueu a mão dando um aceno para ela.
Calyce o aguardava, como sempre, no carro. Ela achou estranho a conversa rápida que os deuses tiveram, não era o que costumava acontecer quando se encontravam. E definitivamente não estava interessada em saber o que acontecia depois.
O rádio estava ligado, e ela ouvia uma música da banda U2. Era uma música que costumava ouvir sempre, por isso já havia decorado a letra.
Quando Poseidon abriu a porta do carro, não ouviu apenas a música lamuriosa, mas também sentiu o ar mais pesado. Ele era experiente o suficiente para saber que algo estava errado com sua menina.
Ao sentar no banco, Poseidon olhou para a loira, que retribuiu o olhar, só que mais caído.
— Eu vou precisar perguntar? Ou você vai me contar de bom grado o que aconteceu?
— Não foi nada. — Calyce endureceu o olhar. — Nada importante.
— Vamos. — Ele tentou fazer um carinho no queixo dela, mas foi interrompido por uma mão rápida. — Está estranha desde ontem quando retornou da ilha. O que aconteceu lá de tão ruim?
— Não aconteceu nada ruim. — Ela respondeu séria.
— Certo. Então aconteceu algo bom, e você não quer compartilhar a novidade comigo. Quer guardar apenas para você. E esse é meu castigo por ser um pai tão legal.
— Você não é um pai legal. — Ela o olhou novamente.
— Querida, está andando muito com os mortais. Não era assim há alguns mil anos atrás.
— Há alguns mil anos atrás eu não precisava bancar a secretária de um bilionário mulherengo, também não dirigia carro, ou precisava me preocupar com donzelas em perigo. Vivia com minhas irmãs, e minha mãe...
— Ok. Entendi, você sente falta de conviver com suas irmãs. Eu compreendo, também vou entender caso deseje retornar para a ilha.
— Na verdade...
— Porque eu a amei desde o primeiro momento que a vi, tão perfeita e bela. Foi uma visão do paraíso. Naquela época, sua mãe e eu demos uma trégua ao acordo e decidimos tentar viver juntos e felizes, mas sabe que não durou tanto tempo quanto queríamos. Ela tinha suas próprias necessidades e desejos, e quanto a mim, nunca fui o tipo que se apegava a uma vida parada.
— Não preciso de detalhes. Eu sei disso. — Calyce o interrompeu, ou iria passar o resto da noite ouvindo um desabafo desnecessário. — Não o culpo por nada do que aconteceu. Ao contrário, eu gosto. Nunca passamos tanto tempo juntos como agora. Eu o odiava completamente, mas hoje as coisas mudaram.
— Nossa, me odiava? Tanto assim?
— Mas isso não vem ao caso. Mamãe quer que eu retorne a ilha, mas eu não desejo voltar.
— Diga isso a ela.
— Ela é generosa, carinhosa e amorosa, mas não o suficiente para abrir mão de uma filha.
— Eu falo com ela.
— Não posso permitir isso. — Calyce abaixou a cabeça, e respirou fundo para encarar novamente o homem ao seu lado, mas queria olhá-lo e enxergar o pai, e não o deus dos mares. Poseidon estreitou os olhos, achando tudo suspeito. — Ela quer que eu retorne, porque... porque eu.
— Não sou de ficar ansioso, mas agora você me pegou de jeito. O que aconteceu?
— Eu estou grávida. Pronto! Falei. — Calyce bateu a mão no volante, apertando sem querer a buzina.
Poseidon nada disse, ou teve uma reação nos primeiros minutos, ele estava ainda assimilando o que acabara de ouvir. E principalmente, porque ele sentia um certo desejo psicótico de descobrir quem era responsável por aquilo. Não era o tipo de atitude que ele deveria ter, já que... já que não era o melhor exemplo a ser usado.
— Ok! Tudo bem. Quem é o jovem felizardo que vai receber um aperto de mão do sogro?
Poseidon fechou a mão em punho e acertou o ar com um soco.
— Eu não vou contar. — Calyce deu partida no carro e fez um voto de silêncio. Mesmo durante a viagem, Poseidon falando e falando e falando. Ela não abriu a boca para revelar o nome que ele tanto desejava saber.
Já estavam chegando a propriedade a beira mar, era muito tarde para ir visitar Sally, como prometeu que faria assim que chegasse, e também estava com um problema familiar para resolver agora.
— Tudo bem. Só preciso saber uma coisa. — Ele insistiu. Calyce saiu do carro, e cruzou os braços, encarando o pai. — Ele só pode ser daqui. Certo? Ele é um mortal. Vive aqui nas redondezas.
— Não adianta. Eu não vou lhe dizer quem é.
— Você sabe o que isso significa, não é, minha querida? — Ele a segurou pelas mãos, olhando complacente para a mulher que um dia carregou no colo. Sabia que ela não gostava de sentimentalismo, principalmente de pai e filha, mas Poseidon não pode deixar de ignorar seu amor por ela. — Quando a criança nascer, sabe o que deverá fazer.
— Sim. Eu sei. Eu sei o que terei que fazer. — Calyce saiu correndo e entrou rapidamente dentro da mansão.
Naquele momento, Poseidon queria abraçá-la, mas preferiu deixá-la sozinha. Ao invés disso, decidiu que precisava urgentemente ver Sally. Algo lhe dizia que era nos braços de Sally que ele deveria aconchegar-se naquele momento.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Awn eu adoro essa familia kkkkkk
A Sally volta no proximo capitulo :D
Beijos ♥