A História De Sally Jackson escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Capítulo 1 - Um breve prólogo do que está por vir


Notas iniciais do capítulo

Espero que goste da minha história :3 comentem, mesmo que ela já tenha sido concluída.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/311038/chapter/1

Sally caminhava sem rumo pela praia.

Era fim de tarde e o sol estava pronto para se por dali alguns minutos. Ela parava vez ou outra para apanhar uma concha na areia. Admirava a concha, e depois colocava-a dentro de sua bolsa de praia enfeitada com diversas outras conchinhas encontradas ali mesmo naquela praia.

Não era uma colecionadora de conchas, na verdade, ela confeccionava as bolsas, usando uma velha máquina de costura que fora de sua avó um dia. As conchas eram um bom atrativo para enfeitar suas bolsas sem gastar muito dinheiro. Assim as vendia por consignação em uma loja dali mesmo.

O verão estava chegando e mais alguns dias aquela tranquilidade da praia quase deserta iria acabar. Porém, essa não era uma má notícia para Sally Jackson, ao contrário.

Após o falecimento de seu tio, e único parente vivo, não havia outro caminho a seguir senão trabalhar para se sustentar. E a temporada das férias de verão era perfeito, iria trabalhar em um quiosque na praia durante o dia, e a noite em um restaurante de frutos do mar.

Sally estava sozinha no mundo, não possuía nenhum bem material, ou herança, a não ser a velha maquina de costura. O apartamento em que vivia com seu tio doente foi leiloado, logo após o banco tomar para quitar uma dívida não paga da hipoteca. Sally se viu obrigada a abandonar o lugar, e tudo o que foi de sua família ser levado pelos carregadores. Não eram muitas coisas, mas haviam recordações que o tio afirmava ser de sua avó e até mesmo da bisavó. De seus pais, apenas um porta retrato.

A bolsa já estava cheia de conchinhas e pedrinhas brilhantes, quando Sally decidiu sentar a beira mar para assistir ao por do sol. Era sempre mágico, uma atração a qual não se precisava gastar nenhum dinheiro para admirar, mas poucas pessoas o faziam.

As ondas quebravam na areia e a água do mar alcançava seus pés, a brisa brincava com seus cabelos, fazendo-os balançar, enquanto o sol se punha, como se ele estive a se esconder de todos, atrás da linha horizontal do oceano. A água tingida de laranja e amarelo, parecia um grande painel de arte natural. Era a coisa mais bonita que Sally tinha ao seu alcance.

Naquela noite, Sally teve um sonho.

Ela caminhava na praia de mãos dadas com uma criança. Não sabia quem era aquela criança, porque não a conhecia. Era uma pequena criança de uns dois anos, com cabelos escuros. Acordou com o coração batendo a mil em seu peito. Voltou a dormir após beber um copo de água gelado, mas antes, observou pela janela, o mar estava agitado. Sally estreitou os olhos, acreditando que havia alguém na praia, mas quando piscou, já não podia ver mais ninguém.

O chalé que estava hospedada era dividido com mais outras quatro mulheres. O único dinheiro que possuía foi dado como parte do aluguel da temporada de verão. Logo pela manhã, Sally foi até o quiosque que trabalharia, recebeu algumas orientações importante e o avental. Passou o dia faxinando o local com mais outras moças que seriam suas colegas de trabalho.

No final da tarde, sentindo dores nas costas e o pé latejando, Sally voltou ao chalé, tomou um banho e foi para o restaurante de frutos do mar. O trabalho ali parecia mais tranquilo, porém, não demorou muito para que ela fosse designada a fazer diversas atividades extras do que foi dito na entrevista.

Não poderia reclamar, porque foi alertada por um dos garçons que o patrão despedia, sem piedade, os empregados que se recusavam a obedecer suas ordens. Ela pensou em procurar outro local para trabalhar, mas não adiantaria, todas as lojas boas e restaurantes mais recomendados, já estavam com todas as vagas ocupadas. Nesse caso, ela não tinha muitas alternativas, e as bolsas que costurava para vender, não lhe davam tanto lucro, como desejava. A maior parte ia para a loja.

Quando saiu do restaurante, após seu horário ser cumprido, Sally não desejava outra coisa senão cair na cama e dormir. Tomou um banho demorado e vestiu algo confortável, a noite estava agradável, era inda inicio de verão e logo a noite ficaria abafada. Ela deitou na cama, nenhuma das outras acompanhantes de quarto haviam chegado, pelo que se recordou, elas iriam a uma festa depois do trabalho. Sally não sabia de onde tiravam tanta energia para aguentar o trabalho e as farras.

Nunca foi de festejar, sair a noite ou namorar. Gostava de ler, escrever e assistir bons filmes. As vezes, quando sobrava dinheiro, ia no cinema, e depois passava em um sebo para escolher livros. Costumava trocar os antigos livros que já havia lido, por outros que desejava ler. Uma prateleira inteira já fora trocada durante um ano, e Sally nunca se cansava, e cada dia mais sonhava em fazer parte daquele mundo só que ao contrário, as pessoas lendo seus livros e se disponibilizando a viver parte de seu sonho.

Mal colocou a cabeça no travesseiro, e o despertador já tocava. Sally coçou os olhos, e espreguiçou-se. Sentia dores por todo o corpo, estava acostumada a limpar a casa sozinha, e cuidar do tio, mas dois empregos parecia um pouco demais. Porém, necessário. E era com essa frase sendo repetida mentalmente, que ela se levantou para mais um dia.

Como faltava três hora para o turno no quiosque iniciar, ela decidiu caminhar na praia. Levou sua bolsa de conchinhas, mas não encontrou nenhuma que pudesse aproveitar, a maioria estava quebrada ou rachada. Sally sentou-se a beira mar, e deixou que a água banhar seu corpo. Era uma sensação prazeirosa. A água estava ainda geladinha e o contato com seu corpo criava arrepios.

Deitada na areia, de olhos fechados, podia jurar que ouvia uma canção tão suave, que fazia seu corpo flutuar. Sally deixou-se levar por aquela sensação e quando deu por si, estava com o corpo completamente dentro da água. Ela vestia um short e camisa branca, agora completamente molhados, ainda daria tempo de tomar um banho e se trocar para o trabalho.

Correu, saindo da água, em direção ao chalé. Olhou para trás e teve quase certeza de que havia alguém lhe observando. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada por ler :3