POV ENYA

Estava tudo uma loucura dentro daquela sala. Feitiços sendo conjurados de um lado para o outro, todos nós com pelo menos alguns machucados. Estávamos fracos e com medo. Eu, Mel, Fred e Jorge estávamos lutando contra alguns comensais da morte, e quando finalmente conseguimos derrota-los eu vi uma cena se formando em minha frente. Bellatrix estava com a varinha apontada para o peito de meu pai enquanto ele e Harry lutavam juntos. Eu vi o sorriso maquiavélico dela em seus lábios e percebi o que ela estava prestes a fazer.

Sem pensar muito, sai correndo em direção ao meu pai. Eu não me importava com o que poderia acontecer comigo, eu só não poderia perder meu pai. De novo.

Ouvi Bellatrix gritar “AVADA KEDAVRA” e em seguida Mel gritando “NÃO”. Mas a única coisa com a qual me importava era que consegui empurrar meu pai a tempo. Depois disso, senti meu corpo sendo atingido por algum feitiço e sendo arremessado no ar com violência.

Sabe quando as pessoas sentem que estão prestes a morrer e veem a sua vida passando pelos seus olhos? Bem, agora eu sei do que falavam.

Eu vi minha vida passando diante dos meus olhos. Era como se o tempo tivesse parado enquanto meu corpo estava sendo arremessado. Vi o rosto de minha mãe, onde ela sorria ternamente para mim; Vi Vovó Lipa chorando no dia em que a mamãe foi morta; Vi os dias em que eu e Mel passávamos juntas em Paris; Meu primeiro encontro com Fred na casa dele; A primeira vez que vi o papai depois de saber quem ele era; Meu primeiro dia em Hogwarts; Meu primeiro beijo com Fred; Quando Fred me pediu em namoro...

Todos os momentos da minha vida se passaram diante de meus olhos, e minha única reação foi deixar uma lágrima cair antes de atingir o chão. Mas se eu fosse morrer, morreria feliz, pois consegui salvar a vida do meu pai. Depois disso, tudo ficou escuro e senti meus olhos se fechando.

POV MELODY

— NÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!!! – eu gritei quando vi o corpo de Nynha caindo no chão. Não. Minha irmã não pode estar morta! Não pode! – Nynha! – eu gritei de novo correndo até ela.

Senti as lágrimas caindo de meus olhos com tanta rapidez, eu mal consegui enxergar.

— Nynha, por favor não me deixe! – eu gritava desesperada sacudindo o corpo dela.

— Nynha! – Fred chegou correndo com Jorge e ficando do outro lado de Nynha pegando seu braço e medindo seu pulso.

— Ela não pode estar morta! – eu falava chorando cada vez mais.

— Calma Mel, ela não está morta! – ele disse com um sorriso aparecendo nos lábios.

— Como?- eu e Jorge perguntamos confusos. – Ela foi atingida pelo Avada Kedavra Fred. – eu falei.

— Não, não foi! – ele disse sorrindo. Eu não estava entendendo nada. – Antes do feitiço pegar nela, eu consegui tirá-la do caminho lançando um outro feitiço. Mas acho que foi forte demais. – ele disse um pouco preocupado.

Eu olhei para Nynha e realmente ela estava respirando. Ela estava viva!

— Obrigada Fred! – eu disse me jogando nele. – Você salvou a vida dela! Obrigado!

— Eu prometi que ia protegê-la Mel! – ele disse me abraçando, e senti uma lágrima no meu pescoço. – E eu nunca quebro uma promessa minha.

Acho que fiquei tanto tempo só concentrada em Nynha, que nem percebi que a luta em nossa volta tinha terminado.

— Mel! – gritou papai vindo correndo até nós. – A Nynha... ela.. não.. – ele gaguejou.

— Não pai! – eu disse me soltando de Fred e o abraçando. – Ela está viva. Fred a salvou! – eu disse sorrindo e olhei para Fred.

— Obrigada garoto! – disse papai com a mão no ombro dele. – De verdade. Você salvou a vida da minha menina, eu não sei nem como agradecer.

— Não precisa Sirius. – Fred disse olhando para Nynha. – Só de saber que a minha pequena está salva eu já fico feliz.

— Pai fico tão feliz por você está bem! – eu disse o abraçando mais forte.

— Eu também querida. – disse ele beijando minha cabeça. – Mas sua irmã é totalmente sem juízo! – ele disse e soltou uma pequena risada.

— Concordo. – eu disse. – Mas, onde está o Harry? – perguntei sentindo sua falta.

— Correu atrás da Bellatrix. – ele disse se soltando de mim. – Preciso vê-lo. Cuide da sua irmã. – ele disse e saiu correndo.

— Você foi rápido Fred. – disse Jorge enquanto se colocava ao meu lado me abraçando.

— É! – eu disse. – Eu realmente achei que o feitiço da Bellatrix tinha acertado a Nynha.

— Confesso que fiquei meio apavorado. Mas de alguma forma, consegui pegar a varinha e conjurar o feitiço a tempo. – Fred disse pegando Nynha nos braços e a tirando do chão. – Acho melhor sairmos daqui.

— Vamos. – Jorge disse e pegou minha mão, nos guiando para fora daquela sala.

Assim que saímos vi um “ser” branco, mas quando eu digo branco é BRANCO mesmo, usando uma camisola velha preta, ou sei lá o que era aquilo que ele estava vestindo , e cara ELE NÃO TINHA NARIZ! Acho que era Você-Sabe-Quem. Ele estava perto de Harry, que estava caído no chão. E na hora que chegamos, o Ministro da Magia, Cornélio Fudge, estava chegando junto com os outros ministros, e viu Você-Sabe-Quem, ficando paralisado. Você-Sabe-Quem, simplesmente sorriu e sumiu no ar. Olhei para Harry caído no chão e logo depois para meu pai. Se o Ministro o visse ali, certamente iria querer prende-lo.

Eu cheguei rápido até ele e disse em seu ouvido:

— Pai, é melhor você sair rápido daqui, antes que o Ministro te veja.

— Tem razão filha. – ele disse me olhando. – Mas e a Nynha e o Harry?

— Não se preocupe, vamos cuidar deles. – eu disse

— Tudo bem, te vejo em casa. Te amo. – ele disse e rapidamente aparatou.

Dumbledore, que até agora não tinha o percebido, estava com Harry deitado em seu colo. Rapidamente, muitos flashes começaram a nos cegar, e uma gritaria horrenda começou. Sem muita demora, os outros membros da Ordem nos reuniu perto de Harry, e no instante seguinte, estávamos todos na ala hospitalar de Hogwarts.

— Por Merlin! – disse Madame Pomfrey assustada com a mão no peito.

— Por favor Madame, cuide deles dois sim? – disse o Professor Dumbledore, em quanto Fred colocava a Nynha numa maca, e Lupim colocava Harry em outra.

— O que houve com eles? – perguntou a Madame Pomfrey cuidando dos ferimentos de Harry.

— Acho melhor a Senhora não saber Madame. – disse o Professor Dumbledore.

Depois de um tempo na ala hospitalar, todos nós já estávamos com curativos nos ferimentos, apenas Nynha e Harry ficaram lá pois estavam desacordados. Fred ficou fazendo companhia a Nynha e Harry, junto com Gina.

— Acho que esse foi o ano mais maluco que eu já tive! – eu disse me jogando no sofá do nosso salão comunal.

— Desde que eu entrei em Hogwarts, todo ano eu quase morro. – disse Rony todo largado numa cadeira em frente a mim, nos fazendo rir.

— Não é bem assim Rony. – disse Hermione rindo.

— Como não? – Rony disse fazendo careta. – Você não lembra de todas as vezes que nós quase morremos? Você mesma foi petrificada pelo basilisco no segundo ano, e eu quase fui comido vivo por aquela aranhas. – disse Rony com cara de pavor. – Aquelas malditas aranhas.

— E olha que dizem que Hogwarts é segura, imagina se não fosse! – eu disse e todos nós começamos a rir.

Ficamos mais algum tempo conversando no salão comunal e depois fomos dormir. Estávamos exaustos e literalmente caindo de sono.

Entrei no quarto junto com Hermione e fui tomar banho. A água quente era relaxante. Depois de alguns minutos, sai do banheiro e me deitei em minha cama.

“Ainda bem que a Nynha está viva, não sei o que faria se algo tivesse acontecido. Não aguentaria perder mais alguém, já basta a mamãe e a vovó.”

Foi com esse pensamento que acabei dormindo.