A Maldição Dos Malfoy - Dramione escrita por oblivion, The Mudblood Malfoy


Capítulo 33
De volta à Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Era pra esse ser o último capítulo da fic, mas conseguimos dividir em mais uma parte. Não se preocupem, nós ainda estamos vivas! Vamos postar até o último capítulo! Só não queríamos que acabasse tão cedo (quatro anos já tá bom, né? haha), mas, de qualquer forma, valeu muito a pena estar por tanto tempo por aqui, recebendo tanto amor, críticas e lindas recomendações! Aliás, gostaríamos de dedicar esse capítulo às maravilhosas Filhas da Sabedoria pela mais do que linda recomendação! Muito obrigada!



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Eu direcionei um sorriso amarelo à Olivia, e depois, um olhar desesperado à Hermione, que abriu a boca para inventar alguma desculpa.

                - Liv, nem sabemos o porquê de estarmos aqui, sério. – ela estava vermelha como um tomate quando Olivia riu.

                - Vou fingir que acredito nessa desculpa – ela respondeu, cerrando os dentes. Percebi que Hermione havia escondido o livro que estava segurando dentro de sua capa. Tentei colaborar.

                - É verdade, Olivia, juro que não foi intencional!

                - Eu não sou obrigada a acreditar, especialmente em algo vindo de você, Malfoy! Apenas saiam da minha casa! – ela gritou, rosnou e cuspiu. Parecia um lobo. Eu e Hermione fizemos exatamente o que Olivia ordenou, descendo as escadas como destrambelhados.

                Aparatamos.

                Hermione nem pisou direito no tapete da sala e já começou a falar sem parar sobre o que tinha acabado de acontecer, mas eu não consegui acompanhar, já que ela falava em uma velocidade anormal.

                Estamos no meu quarto agora, sentados com as canelas cruzadas, tentando desvendar o livro que Hermione pegou. Ela tentou achar pelo índice um capítulo que indicasse a contra-maldição ou algo assim: em vão.

                Tivemos que ler quarenta e nove páginas até chegarmos aonde queríamos.

                “Tal maldição pode ou não ser quebrada por meio de um sentimento positivo de amor ou paixão entre o amaldiçoado e outro indivíduo. Dessa forma, o valor da maldição sobre ele deixa de existir, e portanto, ele não estará sujeito à morte.” Certo, até aí eu sabia.

                “Para que isso ocorra, o amaldiçoado precisa provar o seu amor por meio de uma carta escrita com tinta eterna - ver referência 64 – em pergaminho, declarando seus sentimentos de forma clara e objetiva.” Hermione estava boquiaberta.

                - Tinta eterna... – ela balbuciou. – Isso é incrível! Draco, você pode sobreviver! Vamos ver a referência sessenta e quatro, pois toda informação é valiosa em casos como esse. – Ela aproximou o livro dos olhos e o folheou com voracidade; ao encontrar a tal referência, soltou uma gargalhada tenebrosa. – Olhe, – ela passou o indicador pela frase quando me aproximei. – Aqui diz que a composição da tinta eterna é uma mistura de nanquim com o pus de bubotúberas; ao reagirem magicamente, formam ligações irrompíveis entre seus compostos.

                Eu fiquei sem palavras. Tudo se encaixava, e eu finalmente percebi que havia esperança, sim. Comecei a sentir a felicidade pairar sobre nós dois, e ficamos rindo por pelo menos meia hora antes da minha mãe abrir a porta para questionar as risadas. Ainda bem que ela não sabia de nada...

                Nem percebi as últimas duas semanas de férias passarem. Eu e Hermione saímos para nos divertir e aproveitar cada momento, embora eu tenha percebido que ela não parecia entender exatamente a natureza do meu genuíno entusiasmo. Fizemos piqueniques, andamos pelo bairro e visitamos lugares bruxos no centro da cidade.

Fomos no Beco Diagonal comprar material escolar, no entanto eu tinha a impressão que estávamos visitando um ponto turístico. Tudo me parecia mil vezes mais alegre e vivo. Hermione também insistiu em me levar para lugares trouxas, como a minha primeira visita a um cinema – assistimos a um filme, pelo que parece, de animação, sobre o clássico Corcunda de Notre Dame -, e o meu primeiro passeio de metrô – fiquei traumatizado, naturalmente.

Entramos em uma loja de CDs: uma espécie de disco de plástico cintilante que, de alguma forma, produz som. Eu quase morri de susto ao ouvir o que a Hermione chamou de Spice Girls; não sabia se ela estava tirando uma com a minha cara e nem quis saber no final das contas.

Finalmente chegou o dia de voltarmos para Hogwarts. Eu não podia estar mais ansioso. Meus pais se recusaram a nos levar para a estação, então Hermione aparatou comigo. Depois que entramos no trem e ela se reencontrou com seus amigos patetas, não a vi mais até chegarmos na escola. Comecei o doloroso processo de roer minhas unhas. Percebi que tudo havia mudado depois das férias, como se fizesse séculos desde minha última visita; porém, não era algo físico e, sim do próprio ambiente.

Pansy Parkinson não olhou nem uma vez na minha cara; Crabbe e Goyle pareciam estar ainda mais gordos; Blásio, cada vez mais distante. Eu subitamente não tinha mais assunto para compartilhar com meus amigos. Eu queria, obviamente, falar de Hermione e da minha maldição e de todas as coisas que fizemos, mas quem disse que eles iriam compreender? A viagem passou-se silenciosamente naquele vagão sonserino.

— Trouxe um presente para você, Draquinho. – Liv falou quando eu a encontrei no Salão Principal. Ela se aproximou e sussurrou, com a voz cortante: - Você é mais esperto do que parece, não é mesmo? – Ela deixou uma caixa pequena embrulhada com papel de presente em cima da mesa, na minha frente.

Observei-a atravessando o salão de costas para mim até se sentar em um canto da mesa da Corvinal, sozinha. Fiquei pensando no porquê dela sempre estar me ajudando, sendo que foi ela a causadora disso tudo. Transferi meu olhar para a caixinha ao lado do meu prato. Percebi pelo canto do olho que Pansy olhava para mim, mas não me atrevi a devolver o olhar.

Abri o papel de embrulho com certa relutância e finalmente destampei a caixinha de papelão. Acredite ou não, mas ali estava, diante de mim, um pequeno frasco oval cheio de tinta negra. Eu poderia até apostar que era tinta eterna! Não pude segurar a risada de alívio e felicidade que soltei, abraçando a superfície gelada do vidro do frasquinho com a palma da mão.

Mal terminei meu jantar, fui correndo até a Sala Precisa investigar meu novo presente. Hermione apareceu por lá depois de aproximadamente meia hora, porém eu já havia escrito em vários pergaminhos, rabiscado desenhos aleatórios e ainda tentado borrá-los como se fosse uma tinta normal (sem ter sucesso).

— O que tem aí? Liv deixou algo para você, não foi? – ela indagou, analisando com reprovação o meu desenho primitivo de uma tartaruga tocando oboé.

— Exatamente. Observe. – eu falei apenas, e deixei pingar a tinta em um pedaço de pergaminho. – Agora passe o dedo sobre a tinta. – ela franziu o cenho.

— Como assim? Você enlouqueceu?

— Apenas o faça e contemple a mágica. – a Sabe Tudo soltou um suspiro vencido e esfregou suavemente o dedo sobre a folha, com o objetivo de borrar a tinta. No entanto, nada aconteceu. Ela me fitou e desatou a rir, tentando borrar novamente.

— Isso é...! – de repente, sua expressão se fechou. – Mas, espere aí.... Por que a Olivia iria te entregar, assim, sem mais nem menos, algo capaz de quebrar a sua própria maldição?

— Eu me perguntei a mesma coisa, mas, pelo que eu me recordo, ela já nos ajudou antes. Aliás, pra mim, parece até que ela prevê o que a gente vai fazer. – Hermione ergueu as sobrancelhas, pensativa.

— Será que ela ainda nutre uma paixão secreta por você e, na verdade, quer que você quebre a maldição com ela? Até que faz um pouco de sentido...

— Não acho que seja isso. Ela não precisaria ter feito tudo isso para me conquistar. – Hermione tossiu em seguida, mas creio que foi uma tosse sarcástica. – Ei, o que você está tramando? – Granger virou um tomate de tão vermelha.

— Não fiz nada! – e começou a rir como louca. Eu ri também, fingindo bater nela com o meu pedaço de pergaminho.

Estava sentado na minha cama, observando outro pergaminho, agora limpo e novo em folha, pensando no que escrever. Depois de muito tempo, foi a primeira vez que senti medo e um intenso frio na barriga, um revirar no meu estômago. Eu queria escrever tudo o que estava sentindo naquele momento, mas precisava ser claro e objetivo para quebrar a maldição. Fiquei ali parado pelo que pareciam horas até finalmente começar a escrever. Fiz apenas um parágrafo, com a caligrafia o mais caprichosa possível (e legível), dobrei a folha e guardei-a embaixo do travesseiro.

Não consegui dormir.

A cada momento eu esperava que algo espetacular fosse acontecer, que faíscas saíssem do céu ou que eu, subitamente, pudesse voar e fazer golpes de jiu-jitsu, mas nada aconteceu. Era apenas frio e breu no meu dormitório.

De manhã, guardei a folha comigo e me dirigi para o Salão Principal à procura de Hermione. E se algo tivesse ocorrido com ela? Afinal, ela também estava envolvida em tudo aquilo. Comecei sentir falta de ar ao não encontrá-la. Estava tão desesperado, que cheguei até a procurar por Olivia dentre os vários Corvinais, mas também, sem sucesso.

Saí do castelo e ajoelhei na grama úmida de orvalho, sem prestar mais atenção à minha volta. Sentindo que as minhas entranhas estavam saindo pela boca, apoiei as mãos na grama também e comecei a tossir que nem um tuberculoso, ouvindo, agora, vozes de pessoas, provavelmente das que estavam passando por mim.

QUERO GRITAR! Sinto que se eu falar o vômito sai antes.

— Draco! Licença! DRACO! O QUE ESTÁ ACONTECENDO? CHAMEM AJUDA! DRACO! Draco, ei, você está me ouvindo? Se você conseguir me escutar... por favor... Draco...? - a última coisa que eu senti foi uma morna lágrima pingar no meu rosto. Foi então que algo aconteceu.


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