A Maldição Dos Malfoy - Dramione escrita por oblivion, The Mudblood Malfoy


Capítulo 28
A Boia de Jacaré


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem!



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– Pode abrir! – eu disse para minha mãe, tirando as mãos de seus olhos. Ela deixou um sorriso escapar, mas quando ela abriu os olhos, seu sorriso foi substituído por uma expressão de desprezo.

– Filho...? – Narcisa se virou para mim, me encarando como se aquilo fosse brincadeira. – Achei... Achei que você tivesse chamado a Pansy... – ela murmurou, seus olhos exigindo uma explicação.

Enquanto isso, Hermione olhava para os pés, vermelha como um tomate. Eu comecei a me envergonhar com a reação da minha mãe. Ela era mais compreensiva que o meu pai, como assim? Levei minha mãe para um canto afastado, e começamos uma conversa afetiva via sussurros.

– Draco! Quem colocou essa sua ideia de levar uma sangue-ruim para casa? É inaceitável... Seu pai vai ficar furioso... – ela sibilou, apertando seus dedos frios no meu braço.

– Mãe, eu avisei que seria inusitado! Mas ela é minha amiga agora...

– Amiga?! Do que você está falando? Se não me engano, eu e seu pai lhe ensinamos a não se misturar com... – ela se virou rapidamente para fitar a sabe tudo. -... Ralé.

– Mãe! Não fale assim dela! Pelo menos conversou com ela? A senhora precisa ver como ela é culta e inteligente...

– Nada de enrolar! Não vou levar essa garota para casa, pode ir esquecendo... – ela disse, franzindo o cenho. Eu tentei várias vezes dizer “mas, mãe...”, porém, ela me interrompia e me silenciava com um “shhhhh!” azedo.

– Se levarmos ela para casa... Se... – eu comecei a gritar, até ela parar e bufar. – Se levarmos Hermione, papai não vai poder enxotá-la pra fora! Seria falta de respeito, levar a garota até lá, para ter que ir embora à toa. – minha mãe abriu a boca para protestar, quando eu levantei a voz mais uma oitava. – Além do mais, seria uma baita humilhação, não seria? Os vizinhos ficarem sabendo, ou pior, o Profeta Diário!

Não faz o menor sentindo sair no jornal que expulsamos Granger de casa, mas convenci minha mãe com esse argumento sem nexo, e ela aceitou. Sorri para Hermione, e a chamei para se aproximar. Aparatamos.

Logo que senti o cheiro de pinheiros e umidade, soube que estava em casa. Olhei para frente, e vi minha mansão de três andares e um sótão reluzente, à minha espera. Cercada por pinheiros, um gramado verde e úmido do orvalho vespertino, e compridos portões de ferro negro cercando o perímetro: Esta era minha casa!

Olhei pelo canto do olho, e percebi que Hermione estava com o queixo caído. Ela olhava para todos os lados – até para o céu, o que foi inesperado -, e depois olhou para mim, sorrindo impressionada.

– Vamos entrar? – minha mãe perguntou secamente, com os olhos brilhando de preocupação. Eu entendia seu medo: Meu pai poderia matar alguém se visse Hermione. Culpei a mim mesmo por ter falado tanto dela durante cinco anos.

Com um gesto de mão, Narcisa abriu os enormes portões de ferro, e entramos. Andamos pelo caminho de paralelepípedos que nos levava até a porta de entrada, enquanto Hermione olhava para todos os lados, vendo as árvores bem podadas, e o jardim que minha mãe tanto prezava. Ela abriu as portas brancas, que nos levaram para a sala de estar. Hermione ficou ainda mais boquiaberta – se era possível -, e seus olhos brilhavam com a magnitude da minha enorme casa.

Minha mãe nos ignorou e subiu as escadas, provavelmente preocupada demais para testemunhar o escândalo que meu pai faria. Comecei a sentir meu estômago se revirar dentro de mim. Hermione sentou em todos os sofás e poltronas, e rolou no tapete felpudo em frente à lareira. Eu rolei com ela, para não deixá-la desconfortável, mas o meu medo crescia assustadoramente.

Fizemos uma pausa, em que subimos as escadas de mármore com as nossas malas, e eu apresentei o quarto de Hermione. Era ao lado do meu, logo à frente da escada, para o caso de ela se perder.

– É lindo, Draco! – ela gritou, soltando sua mala e pulando em cima da cama de casal enorme e cheia de travesseiros com fronha branca e limpa. O papel de parede era dourado, e com um abafador mágico de sons, como em todos os quartos. Ela segurou minha mão e sorriu feliz. Eu sorri de volta, mas estava suando frio, e pensando na reação exagerada do meu pai.

Voltamos correndo pela escada, e eu a levei ao jardim dos fundos.

– É incrível, você vai adorar! – eu disse para ela com uma falsa animação. – Tem até piscina! – Hermione sorriu mais ainda, enquanto eu a puxava para a porta dos fundos, na cozinha. Deixei-a passar primeiro, como um cavalheiro faria, e depois corremos pelo gramado que se estendia até o horizonte.

Então, eu apontei para a piscina, um grande e retangular buraco azul no chão. Foi a vez de Hermione me puxar em sua direção. Ela parou no canto extremo direito da piscina, para molhar as mãos na água. Eu apertei os olhos para o outro canto, do outro lado, o qual uma grande boia mágica amarela flutuava. Apontei para a grande boia em forma de jacaré, fazendo Hermione rir.

– Você não quer entrar? São seis horas agora, talvez dê para aproveitarmos o que resta do sol poente... – eu a convidei, no que ela assentiu muito empolgada. Eu me dirigi até a boia, mas enquanto eu me aproximava, ela se virava lentamente, mostrando que havia algo por trás. Ou melhor, alguém.

Tive um colapso: era meu pai. Parei a meio caminho de chegar até a boia, que se virava lentamente, mostrando Lúcio Malfoy com óculos escuros e roupas de banho, e um dry martini na mão. Eu senti a necessidade de uma bombinha de asma naquele momento, tentando pensar em algo que pudesse impedir meu pai de se virar e se deparar com Hermione.

Soltei um guincho, prendendo a atenção do meu pai. Ele se virou para mim imediatamente, os longos cabelos louros presos em um coque alto. Lúcio sorriu e acenou para mim. No entanto, não consegui disfarçar meu desespero, e me virei para Hermione, que me encarava, incrédula. Aquilo poderia ter sido cômico, tirando o fato de que aquele era o meu pai.

Ele percebeu que eu não estava bem, e se virou para onde eu olhei, isto é, para onde Hermione estava sentada. Ao vê-la, ele olhou para mim, como se exigindo uma explicação, e ao mesmo tempo surpreso por ter visitas – principalmente uma desagradável. Um grande “oh” saiu de sua boca, e de repente, ele escorregou de sua boia de jacaré, caindo dentro da água.

Por alguns instantes, enquanto Lúcio se debatia na água gelada, troquei alguns olhares desesperados com Hermione, do outro lado da piscina. Eu fui até ela correndo, meu pai se esforçando para sair de lá. Eu não queria que ele a ferisse de alguma maneira.

Lúcio andou desajeitado até nós, segurando a boia amarela entre os braços, cobrindo sua sunga listrada, que compramos no Havaí.

– O que diabos está acontecendo?! – ele berrou, espirrando água para todos os lados. Hermione recuou assustada, com uma expressão de medo misturada com confusão.

– Pai! Quanto tempo! – eu gritei de volta, colocando o braço entre ele e Hermione. Ele se virou para mim, indignado.

– O que você pensa que está fazendo, Draco? Não fazemos mais sacrifícios de humanos sangues-ruins! – Lúcio gritou, revirando os olhos para mim. Hermione recuou mais ainda, seu rosto petrificado por terror. Parabéns, papai, por destruir minha imagem!

– Pai, não é por isso! – Hermione olhou para mim incrédula. – Não! Não se preocupe Mione, nós não fazemos mais isso! – eu gritei para ela se acalmar, mas isso não pareceu ajudar.

– Mais? – ela perguntou com um fio de voz. Lúcio agora colocava as mãos nos quadris, talvez mais indignado do que Hermione.

– Como ousa chamar esta sangue-ruim para nossa casa?! – ele perguntou. Então, dirigindo-se para Hermione: Vá embora, ouviu? Saia da minha frente! – Eu não aguentava mais toda aquela baboseira preconceituosa.

– Escute, - eu me dirigi ao meu pai: - você não pode mandar nas minhas escolhas de quem eu trago ou não! Esta casa também pertence a mim, e o senhor terá que aguentar meus amigos até eles irem embora! – eu gritei. Percebi que meu rosto estava ardendo de raiva, e eu estava segurando o braço de Hermione com força. Eu a soltei imediatamente, e cruzei os braços.

Meu pai estava boquiaberto. E, assim, sem mais nem menos, se virou, e saiu rebolando, sem olhar para nós. Um momento depois, eu e Hermione suspiramos aliviados. Ela olhou para mim com as sobrancelhas levantadas, e depois desatou a rir. Depois desse momento de tensão, uma boa risada foi suficiente para levantar nossos ânimos.

– Nossa! Achei que ele fosse me torturar, ou algo do tipo! – ela disse, soando nervosa.

– Não se preocupe, eu não vou deixar que nada disso aconteça. – eu respondi, para acalmá-la. Meu pai era mesmo de dar medo. Às vezes. Espreguicei-me esticando os braços, e apontei com a cabeça para a piscina. – Então? Vamos nadar ou não?


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