A Maldição Dos Malfoy - Dramione escrita por oblivion, The Mudblood Malfoy


Capítulo 26
Um Exame de Sangue Entre Draco e a Verdade


Notas iniciais do capítulo

Mil perdões pela demora para postar este capítulo!!! Abandonamos completamente a ideia de fazer um cronograma de postagens, porque a escola está consumindo ainda mais o nosso tempo! No entanto, a história está quase no fim; não abandonem suas esperanças! Aproveitem!



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Hermione soltou minha mão e me deu um tapa.

— Ai! Qual foi a necessidade disso? - eu gritei, esfregando minha bochecha.

— Ah, fala sério, você mereceu. - Hermione resmungou, cruzando os braços.

— Mas achei que você tivesse aceitado minhas desculpas!

— E eu aceitei! Mas você mereceu esse tapa pelo que você fez. - ao encarar meu olhar fuzilante, ela se explicou; Está bem, eu não estava satisfeita apenas com um pedido de desculpas seu, embora isso já seja praticamente um milagre, não é? - Revirei os olhos, conformado. Levantei-me, sentindo as pernas dormentes doerem ao colocar meu peso nelas.

— Bom, vou tomar banho. Estou me sentindo um mendigo. - Saí da ala hospitalar e segui para minha sala comunal. Todos da Sonserina me encararam quando entrei - não que isso seja anormal, eu sempre sou o centro das atenções -, porém, o olhar deles era algo constrangedor, como se eu tivesse feito algo absurdo. Olhei para as minhas calças, torcendo para que não estivessem manchadas, e não estavam graças a Merlin. O que seria então?

Entrei no meu dormitório e me vi apenas com Crabbe e Goyle, que colocavam, de modo espalhafatoso, seus uniformes de quadribol. Eles pararam o que estavam fazendo para me fitar com os olhos brilhando de malícia.

— O que foi agora? O que houve? - eu perguntei, desabotoando minha blusa e afrouxando a gravata. Eu estava sedento por um banho, portanto queria que eles fossem rápidos.

— Você é tão cheio de si que nem percebe quando faz as cagadas que faz. - disse Goyle entre sorrisos. Sua risada era grave e grotesca, assim como a de Crabbe. Eu me desfiz de minhas calças assim que possível, e peguei minha toalha bordada com o brasão da Sonserina.

— Desembucha logo então, porque eu quero tomar banho! - eu respondi bruscamente, entrando no banheiro e ligando o chuveiro com a minha varinha.

— Ei, você não pode ter tudo o que quer Draquinho! – Crabbe cantarolou. A vantagem que eu tinha sobre eles era a própria estupidez deles. Apontei minha varinha para as banhas do pescoço de Crabbe e sibilei entredentes:

— Diga isso mais uma vez! Vamos, repita! - eu estava rindo por dentro, gargalhando. É muito engraçado controlar pessoas burras. Elas não pensam, e apenas obedecem. - Conte-me o que aconteceu porque todas as pessoas estão olhando pra mim desse jeito! - Crabbe olhou para baixo, e Goyle o seguiu. A cena era muito cômica, pois ambos estavam com as cuecas à mostra e com o uniforme colocado às avessas pelo pescoço.

— Todos viram o que você fez nos NIEMs. - murmurou Goyle. Eu joguei minha varinha para o lado e entrei embaixo do chuveiro.

— Ah é? Eu nem fiz os NIEMs, seus cabeções. - eu falei, rindo. Os dois se entreolharam confusos.

— Como assim? Mas nós vimos você lá. Você transformou um dos examinadores em lagartixa e vomitou em si mesmo. Foi muito constrangedor. - Crabbe falou parecendo muito confuso. Eu parei de lavar meu cabelo por um breve momento. Então lembrei o que acontecera com Hermione, com Kaylee, comigo mesmo. – Além disso, você estava usando saia.

— Kaylee - eu murmurei, mais para mim mesmo do que para eles.

— Oi? - Goyle engoliu em seco, aproximando-se do banheiro. Eu o encarei por um instante, e então, pegando minha varinha, fechei a porta na cara dele.

Terminei meu banho, e coloquei roupas novas e limpas - e secas -, e penteei meus cabelos sentindo-me novo em folha. Quando saí do banheiro, Crabbe e Goyle não estavam mais no dormitório. Saí, ignorando os olhares indesejáveis e me dirigi à sala de Dumbledore.

Parece-me que Hermione havia pensado na mesma coisa, porque depois que subi a escada circular e bati à porta do escritório de Dumbledore, Hermione já estava sentada em uma das cadeiras, as pernas cruzadas, o olhar duro e frio.

— Oh, olá, Sr. Malfoy. Imaginei que viesse depor, assim como a Srta. Granger. - falou pomposamente o professor, abrindo a porta para eu entrar.

— Perdão? Depor? - eu perguntei um pouco lento.

— Contra Kaylee. - Hermione respondeu como se fosse óbvio. Naquele momento me senti como se fosse Crabbe ou Goyle. Na verdade, Hermione faz todos se sentirem como um Crabbe ou um Goyle.

— Ah, sim. É, é verdade. - eu disse, me sentando ao lado dela. Dumbledore ocupou seu lugar na cadeira atrás de sua escrivaninha, e começou a escrever algo em um pedaço de pergaminho. Depois de alguns minutos de silêncio, ele parou e nos fitou por cima de seus óculos de meia-lua.

— Então? O que vocês têm a dizer? - ele perguntou suavemente. Hermione se remexeu na sua cadeira.

— Bom, eu já falei que Kaylee me azarou e me deixou hospitalizada durante a aplicação dos NIEMs. No entanto, eu já fiz meus NIEMs e ontem era a vez de Draco fazer. Mas ele me ajudou ao invés disso, ele me levou à ala hospitalar. Não tem como ele ter feito os NIEMs ontem. Foi Kaylee. Ela é uma metamorfomaga. E tenho quase certeza que não é registrada, o que é ilegal. - Hermione disse tudo isso sem respirar nem uma vez. Quando terminou, ela deu uma forte golfada de ar, e calou-se. Dumbledore voltou seu olhar para mim.

— Era, hum, exatamente isso que eu ia dizer. - eu falei. Dumbledore sorriu brevemente.

— Vocês têm alguma prova contra a Srta. Kaylee? - ele finalmente perguntou.

— Sim! - Hermione respondeu logo em seguida, com a voz esganiçada. - Madame Pomfrey é uma testemunha de que Draco esteve comigo na ala hospitalar.

— No entanto, há mais de dez pessoas que testemunharam a presença do Sr. Malfoy durante os NIEMs. Como saber qual deles é a farsa? - perguntou Dumbledore com a voz baixa. Hermione arregalou os olhos e abriu a boca, incrédula.

— O senhor não acredita em nós? - ela perguntou. Dumbledore ergueu os olhos para ela novamente.

— Confio na sua palavra, Srta. Granger. Mas como convencer os examinadores dos NIEMs que aquele não era Draco Malfoy? - Por um segundo, Hermione hesitou. Eu continuei calado.

— Um exame! É isso! - Hermione ergueu a voz em um salto, apertando os dedos nos braços da cadeira. - Você precisa fazer um exame no sangue de Kaylee, e verá que há, no DNA dela, genes de metamorfomaga, o que quer dizer que ela se transformou nele durante os NIEMs! - ela estava sem fôlego agora, animada demais para respirar.

— Brilhante, Srta. Granger. Farei isso, pode deixar. - Dumbledore falou, acenando com a cabeça. - Agora, se me dão licença, chamarei Kaylee para o exame. - Hermione agradeceu e me puxou para fora da sala do professor.

Já no ar livre, paramos em um corredor para conversar. Encostei contra uma das colunas do corredor, enquanto Hermione se sentava no pequeno muro de mármore.

— Como eles fazem esse... Exame, do qual você falava? - eu perguntei, cruzando os braços e olhando para ela, que estava com o semblante feliz agora.

— Os trouxas também têm isso. É um tipo de teste em que você tira um pouco de sangue da pessoa com uma seringa e examina esse sangue com um microscópio. No entanto, eu sei que para os bruxos, um microscópio não é necessário. Provavelmente, há algum feitiço para descobrir o que há no sangue da seringa. Tudo vai dar certo, posso te assegurar. - ela explicou feliz consigo mesma. - Kaylee vai estar ferrada até o amanhecer, com certeza.

E Hermione estava certa. Logo pela manhã do dia seguinte, enquanto todos tomavam café da manhã, Dumbledore chamou Kaylee com a voz retumbante para ter palavra com ele fora do Grande Salão. Ela saiu constrangida, e não à toa, porque todos olhavam para ela. Lancei um olhar rápido à Hermione, e vi que seu olhar era de profunda satisfação.

Todos olharam enquanto Dumbledore deslizava entre as mesas da Corvinal e da Lufa-Lufa. As portas se fecharam e o Grande Salão se inundou de silêncio. Era como se todos quisessem ouvir a conversa entre professor e aluna. Eu quase conseguia ver as pessoas segurando a respiração.

De repente um grito. Choro feminino. Era Kaylee. Passos retumbantes, que ecoavam no salão, e pareciam fazer todo o lugar chacoalhar: Hagrid. Quase como em um impulso, me vi levantando e correndo para as portas. Eu não me importava se as pessoas estavam olhando ou não: eu precisava saber o que estava acontecendo.

Era como se tivessem injetado adrenalina no meu corpo, e eu não conseguisse sentir nada além das batidas do meu coração. Senti alguém segurando minha mão, vi a luz do sol vinda da porta de entrada, em que Dumbledore estava parado, com a expressão serena.

Minha visão se estabilizou e finalmente consegui distinguir a silhueta de Kaylee ajoelhada no chão, chorando como um bebê. Hagrid estendia a mão para ela, mas eu não sabia por quê.

Percebi também que Hermione segurava minha mão e parecia tão estupefata quanto eu.

— O resultado deu certo? Foi o que eu falei? - ela balbuciou, mas ninguém pareceu ter ouvido. Kaylee se virou para nos encarar. Seus olhos estavam injetados de sangue, vermelhos como seus lábios, cheios de ódio.

— Por favor, Srta. Kaylee, dê a sua varinha à Hagrid. - Dumbledore disse suavemente, como se estivesse conversando entre amigos em um churrasco beneficente. Kaylee continuou fitando-nos, mas entregou sua varinha à Hagrid, que por sua vez, quebrou-a em mil pedaços, como se fosse apenas uma bolacha. Kaylee apertou os olhos ao ouvir o barulho de sua varinha se espatifando, e chorou com força.

Não parecia real.

Mais tarde naquele dia, todos ficaram sabendo o que tinha acontecido. Kaylee deixou Hogwarts no primeiro trem que passou em Hogsmeade. Para Hermione, foi um grande alívio. Ela conversou com todos sobre a sua versão da história, dramaticamente. Eu estava mais preocupado com meus NIEMs. Consegui marcar para “refazê-lo” na semana seguinte, que consequentemente, seria a última semana de junho.

Parecia que tudo tinha voltado ao normal: eu não estava mais brigado com Hermione, e as férias estavam chegando. No entanto, eu estava ansioso com meus NIEMs, que consequentemente, definiriam meu futuro. Eu tinha o direito de me preocupar, certo?

O dia finalmente chegou. Só havia eu para ser examinado. Todos os examinadores me olhavam com certa relutância, como se eu fosse vomitar a qualquer momento. Bom, eu sei ser educado, ok?

Foi até que fácil, se você está se perguntando. Os examinadores me pediram para executar alguns feitiços, um de cada matéria, e fizeram milhares de perguntas teóricas. Para minha surpresa, Hermione me esperava do outro lado da porta, usando o uniforme.

— Por que você está de uniforme? Nos últimos dias de aula já é permitido usar roupas normais, sabia? - eu perguntei, colocando as mãos nos bolsos da calça. Andamos pelos corredores, à toa. Hermione sorriu. - Você já preparou sua mala?

— Naturalmente. Meus pais e eu iremos passar o verão na Ásia. Vamos visitar novamente o Japão. - ela disse com um tom sonhador.

— Novamente? - eu perguntei, parando o passo, e a encarando incrédulo.

— Há algum problema nisso? O Japão é muito grande para ser visitado apenas uma vez...

— Sim, mas eu estava me perguntando se você não iria querer passar o verão na minha casa. E a minha casa pode ser visitada várias vezes também. - eu disse, entre risadas. Posso jurar que Hermione corou.

— Isso foi uma tentativa de flerte, Draco Malfoy? - ela perguntou, me encarando com as sobrancelhas erguidas.

— Bom, eu tentei. - eu disse. Hermione soltou uma risada, e virando-se de costas para mim, sumiu por uma das escadarias.


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