A Maldição Dos Malfoy - Dramione escrita por oblivion, The Mudblood Malfoy


Capítulo 25
Ala Hospitalar


Notas iniciais do capítulo

Draco tenta achar a oportunidade certa para se desculpar com Hermione.



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– Que cara é essa, Draco? Parece um garotinho incompreendido... - comentou Blásio ao ver minha expressão enquanto eu encarava o fogo que crepitava na lareira da sala comunal da Sonserina. - O que aconteceu? Brigou com a namorada?

– Não. Eu magoei a Hermione.

– Ah, a sangue-ruim...

– Não fale desse jeito. - eu o interrompi bruscamente. Blásio não pôde esconder o sorriso malicioso formando-se em seus lábios.

– Olha só quem fala! Antes você se referia a ela com essas palavras. Agora vocês são amiguinhos, não é? Ouvi dizer por aí. Quero dizer, todo mundo sabe da sua maldição e da Santa Granger, ha, ha. - Blásio caiu na gargalhada. Eu não correspondi.

– Eu a magoei e nem foi minha intenção. E eu não consigo me desculpar! Ela não fala comigo faz umas duas semanas! O que eu faço? - eu perguntei, cobrindo o rosto com as mãos.

– Ah, eu sei com quem você pode conversar, - Blásio falou, e inclinou-se mais para frente para sussurrar: Theodoro Nott.

***

– É, faz sentido. - Theo comentou, logo depois que eu terminei de contar minha versão da história da Páscoa. - Blásio tinha razão. Eu namoro a Susana desde quando eu tinha treze anos. Desde então a gente já brigou umas quarenta vezes. Bom, se você quer um conselho, admita seu erro pra ela. Tipo no começo do ano quando meu pai foi preso, e eu pedi para ela fazer com que a mãe dela o livrasse da pena - sabe como é a mãe dela, consegue mover alguns palitinhos e pronto -. Mas ela ficou com raiva. Fez o maior chilique. - Theo soltou três rodelas de fumaça do seu cigarro. Se pudesse descrever Theo em uma palavra diria fumante. Toda hora ele está com um cigarro na boca, seja por pirraça ou por tédio, sempre.

– Enquanto estávamos separados, fiz ciúmes nela ficando com a Gwen Werstok, sabe? - ele sorriu, e mais uma nuvem de fumaça saiu de sua boca. - Aquela loira que parece um anjo.

Ah, eu sabia. Como eu fiquei com raiva de Theo quando descobri. Mas estava muito mais bravo com Hermione na época. Soa ridículo agora, mas não dá para se mudar o passado, certo?

– Arruma uma oportunidade e mostra para ela que você vale a pena desculpar. - Theo disse, colocando a mão no meu ombro em um gesto amigável, o cigarro pendurado entre seus lábios.

Agora era o último dia de Maio, e eu estava tentando achar a oportunidade perfeita para pedir perdão à Hermione. Consequentemente, hoje também era o primeiro dia de exames dos NIEMs, testes de qualificação para podermos conseguir empregos no futuro. Havia três fases de exames: a primeira semana de Junho, a segunda e a última, em que todos estão preocupados com as férias e o verão iminente.

Nesse dia ensolarado - o primeiro do ano -, esperava na enorme fila de alunos no Salão Principal que esperavam para serem chamados para entrar e serem examinados. Éramos separados por ordem alfabética, sendo que Ernesto MacMillian estava na minha frente, e Theo logo atrás.

Deixei o meu lugar na fila para usar o banheiro, já que faltavam uns dez minutos para eu ser chamado. Mas, por precaução, pedi que Theo guardasse meu lugar.

Subi as escadas que levavam ao terceiro andar, onde o banheiro dos monitores-chefes estava localizado. Subi as escadas, frustrado. Hermione provavelmente estava com Potter e Weasley, rindo e tomando cerveja amanteigada. Eu fiquei esperando a escada se mover até o terceiro andar, mas ela inclinou-se para baixo. Soltei um palavrão, e desci naquele corredor mesmo.

Era um corredor inutilizado, com todas as salas vazias. Perambulei por ali, procurando por um banheiro; seria bem provável que eu urinasse nas calças mesmo. E se passassem os dez minutos?

De repente ouvi vozes femininas. Vozes familiares. Virei-me para onde as vozes vinham, e abri lentamente a porta de uma das salas. Lá dentro estavam Hermione e uma garota atarracada, de cabelos embaraçados e um nariz de batata. Ela tinha coxas grossas, e posso jurar que os seios eram maiores do que a cabeça.

Tentei não fazer nenhum barulho, eu apenas ouvi a conversa nada amistosa entre as duas.

–... Como você conseguiu? - perguntou Hermione, parecendo incrédula e furiosa ao mesmo tempo. A garota atarracada jogou a cabeça para trás e gargalhou, uma risada que eu conhecia.

– Como você acha? Eu sou você, Granger, se você não se lembra. Aposto que não se lembra de que foi você que pichou o espelho do banheiro, e errou todas as perguntas dos NOMs do ano passado! - ela retorquiu, e foi aí que eu entendi. Era Kaylee.

– Você não se parece nem um pouco comigo! Como ousa?! - Hermione sibilou, reprimindo um grito. - Pare de envolver Drac... Malfoy nisso! Ele não merecia ter sido envenenado por você, sua cobra! - Hermione falou, tirando a franja do rosto. Seus cabelos pareciam mais loiros com a luz do sol.

– Aquela poção do amor foi só um aperitivo. O que eu pretendo fazer com você será muito mais divertido! - Kaylee tornou a dizer, seu corpo tomando uma forma masculina, e de repente, eu me vi na frente da Hermione. Ela parecia chocada por um instante.

– Por favor... - Hermione sussurrou, recuando um passo, encarando os olhos agora azuis de Kaylee com tristeza. - Não faça isso!

– Oh! Você não pode salvar seu namoradinho agora que ele está prestes a prestar os NIEMs, e ninguém para avisá-lo! - a minha versão na frente de Hermione falou, sorrindo de um jeito malicioso. Era assim que eu parecia de lado? Credo.

– Agora, vou deixar você aqui para não estragar meu plano, e vou estragar a vida do seu namoradinho. Beijinhos! - a minha versão de Kaylee cantarolou, apontando a varinha para Hermione e dizendo uma azaração. Hermione estava a alguns segundos de se defender, mas o feitiço a atingiu com tudo, ela gritou de dor e caiu no chão; as pernas flexionando-se como se ela estivesse em trabalho de parto.

Quando percebi que eu estava urinando nas calças já era tarde demais. Entrei na primeira porta que achei, enquanto Kaylee saía com minha forma loira e arrogante. Contemplei meu reflexo e como ele era elegante. Eu sempre sou elegante assim? Tomara, não é? Ela sumiu pelas escadas, então eu entrei para socorrer Hermione.

Ela parecia estar mesmo tendo um filho. Suas pernas estavam abertas e ela respirava com dificuldade, gritando de vez em quando.

– O que ela jogou em você, Hermione? - perguntei.

–Az... Azaração... Azaração de... Fôle... Fôlego! - Hermione tentou dizer, entre arquejos. Eu fechei suas pernas e a segurei no colo. Ela deixou a cabeça pender em meu ombro, deixando-me sentir o cheiro gostoso de seus cabelos. Corri escada abaixo em direção à ala hospitalar, sem me importar com as calças molhadas. Hermione nem pesava em meus braços, arquejando e gritando eventualmente.

– MADAME POMFREY! - berrei, e a enfermeira apareceu correndo para nos acudir. Ela colocou Hermione na maca mais próxima. Quando tentou esticar as pernas de Hermione, ela berrou como se estivesse sendo esfaqueada.

–Ai, Merlin! Que tipo de azaração é essa? - Madame Pomfrey comentou preocupada enquanto misturava algumas substâncias em um frasco, perto de seu quarto. Eu observei a respiração desigual de Hermione.

– Câimbras. - ela sussurrou com uma careta. Câimbras! É óbvio! Falei isso para Madame Pomfrey, que pegou outro frasco e misturou outras coisas.

Algumas horas depois de Hermione ter tomado o remédio que Madame Pomfrey preparou, ela adormeceu, e eu fiquei sentado ao seu lado, esperando ela acordar para poder pedir desculpas.

Acabei adormecendo também, visto que eram três horas da manhã e eu ainda estava lá. Quando acordei, Hermione já estava sentada com as costas na parede, tomando suco de abóbora.

– Bom dia, Bela Adormecida! - Hermione disse suavemente.

– Quê? - eu balbuciei, limpando minha boca de baba de dormir. Ela riu. Depois ela me olhou com preocupação.

– Conseguiu impedir Kaylee de estragar seus NIEMs? - ela perguntou. Senti um frio na barriga.

– Droga! Eu esqueci totalmente. Estava muito preocupado com você. - eu deixei escapar. Percebi isso tarde demais. Hermione disfarçou seu sorriso torcendo o nariz.

– Credo. Que cheiro é esse de urina? - ela perguntou, deixando o copo vazio de suco em cima de uma mesa de cabeceira que não estava ali antes. Não tenho certeza, mas posteriormente Hermione me contou que nessa hora eu corei. Que fiquei vermelho como tomate, mas não acredito. Eu só sei que ri, constrangido.

Ela se juntou a mim, e acho que foi isso que nos fez voltar a normal. Seus olhos continuavam tristes, no entanto.

– Escuta, Hermione, me perdoa, está bem? Mandar aquele recado para você na Páscoa não era minha intenção. - Hermione abriu mais o seu sorriso. Ela desviou o olhar. - Ei. Ei, olha pra mim. - Ela me olhou, depois de revirar os olhos. - Você me perdoa? - ela assentiu. Segurei sua mão. Ela não soltou.


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