A Maldição Dos Malfoy - Dramione escrita por oblivion, The Mudblood Malfoy


Capítulo 20
Flagra no Vestiário


Notas iniciais do capítulo

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Eu fiz questão de dizer para Hermione que eu nunca mais entraria naquela livraria. Voltei para o meu dormitório para tomar um banho e tentar esquecer a cara de motoqueiro da Emily. Só depois do turno da meia noite voltei para o meu quarto e dei uma folheada no livro que eu comprei.

"A Bela e A Fera", um conto de fadas francês de 1740. Parecia interessante, especialmente as ilustrações. Mas eu deixei pra ler depois, porque o dia seguinte seria o jogo de quadribol, e eu começava a me sentir nervoso novamente. Sonhei que Emily me perseguia em uma floresta infestada por tartarugas, e tentava raspar meu cabelo com uma serra elétrica. Nunca pensei que fosse acordar suado e descabelado às quatro da manhã. Resolvi tomar um ar fresco, portanto levantei e saí da sala comunal da Sonserina rumo à torre de Astronomia.

Lá eu me sentei e fiquei contemplando as estrelas e pensando. Acho que sou hiperativo porque não consegui pensar por muito tempo. Já estava me preparando para ir embora quando um vulto passou por mim e se sentou ao meu lado. Era uma garota um tanto peculiar. Ela tinha cabelos verdes e um nariz de porco, literalmente. Não demonstrei minha surpresa, e seus cabelos ficaram pretos de repente.

– O que acabou de acontecer com seu cabelo? - ela riu.

– Eu mudo de aparência de acordo com meu humor. - ela disse, franzindo o nariz de porco, que se transformou em um nariz arrebitado e mais normal, suponho. – Então, o que você está fazendo de madrugada aqui?

– Eu é que pergunto. – sorri, lembrando as dicas que Hermione me deu.

– Aqui fica vazio, e eu prefiro ficar sozinha. As pessoas me deixam deprimida.

– Ei, mas você pode se transformar em qualquer pessoa! Você consegue ficar igual a mim? – a menina abaixou os olhos e sorriu encabulada. HÁ! Hermione estava certa. Agora eu queria ver na hora do beijo. De repente, o rosto da garota começou a se esticar e afinar, e ela se transformou em mim! Literalmente. O único problema era que ela continuava com sua blusa roxa de coraçõezinhos e uma saia verde com pregas. Não. Nem tente imaginar a cena.

Gargalhei por educação, porque, quem iria gostar de ver a si mesmo com roupas femininas? A garota voltou ao normal, agora com os olhos arregalados e de um tom amarelo.

– Esqueci-me de perguntar o seu nome.

– É Kaylee e o seu?

– Draco. – Deduzi que essa era a hora certa para o beijo. Inclinei-me com um biquinho e os olhos fechados.

– O que você está fazendo? – Kaylee perguntou, com a sobrancelha erguida. Ri constrangido. Como assim ela não entendeu a intertextualidade física da minha atitude?

– Ah, desculpe... – eu respondi, irritado por dentro. Porém, para a nossa alegria, Kaylee havia entendido meus gestos, e me calou com um beijo. Quando nos afastamos, eu sentia seu aroma de canela ainda em minha boca, abri os olhos lentamente e... Santo Merlin! Ou eu estava vendo coisas, ou a pessoa que eu beijei – a pessoa que estava sentada na minha frente - era Hermione!

Esfreguei meus olhos, aquilo não podia ser verdade. De repente, o cabelo de Hermione ficou rosa e seus olhos ficaram puxados e de um verde fosforescente. Sua boca ficou inchada e carnuda quando ela sorriu. Talvez fosse um truque de ótica, pensei. A voz de Kaylee saiu de sua boca:

– Foi mal, eu fiquei muito empolgada, acabo assumindo formas involuntariamente quando fico assim. – ela respondeu, assumindo sua forma “normal” de cabelos pretos e nariz arrebitado.

– Por que você se transformou em Hermione? – perguntei, sentindo meu coração acelerado com o susto.

– Você a conhece?

– Ela é minha amiga.

– Ah, bom, é que eu me transformo em pessoas do nada, não se assuste.

– Mas você consegue controlar?

– Sim, quando estou concentrada. – ela sorriu e me beijou novamente. Era um beijo diferente, nada comparado com o da Hermione – não sei se consigo explicar ou descrever, mas era estranho.

Voltei para meu dormitório me sentindo mil vezes mais leve.

Na manhã de sábado, coloquei meu uniforme de quadribol e me dirigi para o campo.

O dia estava nublado, incrivelmente, e me senti mais animado, embora hoje fosse um jogo decisivo entre Sonserina e Corvinal. Respirei o ar profundo e pensei em Kaylee e em como eu poderia ser feliz com ela e quebrar a maldição. O que me intrigava, no entanto, era o lance dela e da Hermione. As duas se conheciam? Por que Kaylee não estava na lista?

Montei na vassoura, e esperei pelo apito da Madame Hooch. Urquhart, o capitão do nosso time, apertou a mão de Edward Lace, o capitão da Corvinal. Subi o mais alto que pude, tentando achar um relance do pomo de ouro. Crabbe rebateu o balaço diretamente na cabeça de um artilheiro da Corvinal, e Blásio fez um gol nos primeiros minutos de jogo.

Avistei o pomo perto das arquibancadas da Lufa-Lufa. Inclinei-me nessa direção, sentindo o vento cortar meu rosto. O pomo estava a alguns centímetros agora. De repente, o balaço cortou o ar entre mim e o pomo, assim como Marius, o batedor da Corvinal.

O pomo sumiu de vista. Fiz meia volta, procurando por todo lado, xingando mentalmente Marius. Avistei um brilho dourado perto do aro esquerdo da Corvinal. Eu estava a treze metros de distância, e o apanhador da Corvinal também tinha avistado o pomo. Disputamos uma corrida, lado a lado, e dessa vez eu não podia perder. Tentei chutá-lo, mas ele desviava. Acelerei minha Nimbus 2001, e segurei o pomo, confiante. Todos celebraram e eu ri com a vitória.

“Ponto para Sonserina!” gritou Zacharias Smith do microfone.

Entramos nos vestiários. Tomei uma ducha, e saí com a toalha presa na cintura. Enquanto trocava de roupa, reparei que Theo estava sentado, de pernas cruzadas olhando pra mim.

– O que faz aqui, Theo? Você nem é do time de quadribol! – de repente os olhos miúdos de Theo ficaram esbugalhados e amarelos. Fiz uma cara de espanto e sussurrei: Kaylee?

Ela piscou pra mim. Foi quando eu percebi que “Theo” estava usando saia. Reprimi uma risada, e esperei que todos saíssem para Kaylee tomar sua forma “normal”, de olhos arregalados e amarelos, cabelos negros e nariz arrebitado.

Kaylee se levantou e me beijou. Seus lábios tinham gosto de cerveja amanteigada, e o aroma de seus cabelos era de pura canela. Subitamente a temperatura aumentou, e eu senti um arrepio na espinha. Não sabia como Kaylee conseguia deixar tudo caliente.

Retribuí seu beijo, empurrando-a contra o armário, quando uma voz suave e muito familiar irrompeu da porta.

– Draco! Parabéns! Você jogou muito... – Kaylee me soltou e eu pude ver a silhueta magra e indignada de Hermione. Até ela estava segurando uma bandeirola verde e prata. Sua expressão era de puro choque e irritação. Logo, sua voz se tornou em um sussurro quase inaudível: Kaylee?!


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