Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 6
Cálice de Fogo - 01


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo segue o FILME:
Harry Potter e o Cálice de Fogo - (Parte 01)



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– Draco, me devolve! Agora!

– Então diz quem é o melhor irmão do mundo!

– Draco. Eu não vou pedir de novo.

A Sra. Malfoy vinha descendo as escadas, com seu vestido verde escuro que limpava os degraus enquanto suas mãos acompanhavam o corrimão.

– Mas será possível! Vocês dois não dão um minuto de sossego!

– Diz pra essa ameba do seu filho me devolver minha varinha. – Ellie estava com a mão na cintura próxima ao sofá preto que centralizava a sala da Mansão Malfoy, enquanto Draco balançava a mão para cima com a varinha na mão.

– Draco, por favor. – Narcisa já estava impaciente.

– Ok. – Draco descera a varinha – Ou não! – levantara ela novamente.

– Draco! – Ellie quase abriu um sorriso ao vê-lo devolvendo a varinha – Devolve! – Cruzara os braços - Cissa! – Olhou para a Sra. Malfoy que sentava em uma poltrona da sala, abrindo um livro e dando pouca atenção aos dois.

– Quem é o irmão mais gato? – Draco continuou

– Ok. Você quer assim? - Ellie estalou os dedos e gritou para a cozinha – Lizzy! Por favor.

Um elfo doméstico aparecera. Lizzy era uma graça com seus olhos avelã arregalados e mãos fininhas. Ela era o elfo doméstico de Ellie, que a ganhara no seu primeiro Natal com os Malfoy. Ellie não gostara muito da ideia, mas Lizzy acabou se tornando sua companhia. Depois que Dobby foi libertado por Harry e não estava mais na mansão Malfoy, Lizzy se sentia sozinha e acabou se apegando ainda mais a Ellie, e lhe era cada vez mais útil. Assim que chamou Lizzy, o elfo apareceu no lustre se pendurando e tirando a varinha da mão de Draco.

– Assim não tem graça – Draco descera o braço sem a varinha nas mãos – Você chama esse elfo estúpido pra tudo.

– Não tenho culpa se Lizzy me obedece. – Ellie sentou no sofá enquanto Lizzy lhe dava a varinha

– Aqui está senhorita.

– Obrigado, Lizzy.

– O que esse elfo idiota faz na sala? – Lúcio Malfoy aparecera da porta de entrada.

– Ela estava me ajudando – Ellie mentiu rapidamente para não ter que ver Draco ser punido pela brincadeira de mal gosto e explicar tudo. – Pode ir Lizzy.

A Sra. Malfoy dera um sorriso de leve enquanto colocava os óculos e começava a leitura. Narcisa sabia que Ellie apesar de sempre estar brigando com Draco, sempre o cobria das garras de Lúcio. O Sr. Malfoy entrara arrogante como de costume, beijara a Sra. Malfoy sutilmente e virara-se para Draco:

– Você não deveria estar fazendo o que lhe pedi?

– Eu já estudei pai. Não posso aprender todos os feitiços de uma só vez.

– Draco, se você quer ser igual a mim, tem que fazer por onde.

– Mas eu não quero ser igual a você – Draco disse entre um sorriso, mas antes que Lúcio revidasse – Eu quero ser melhor!

– Ai! Por favor, não comecem – Ellie revirava os olhos ao ver o olhar de aprovação de Lúcio.

– E você mocinha. Não devia estar fazendo o mesmo. Praticando Oclumência por exemplo. - Draco olhava para a menina.

– Você não conseguiria ler minha mente nem se quisesse. – Ellie estava certa, pois era o que Lúcio mais odiava nela. Ao mesmo tempo se orgulhava de ter adotado uma jovem bruxa de puro-sangue e poderosa a ponto de ter aprendido Oclumência tão fácil quanto Draco ou sua esposa.

– Muito bem – Sr. Malfoy virou-se para Draco e Ellie – Sabem onde fui?

Krum, Krum, Krum! – Draco cantava em tom de torcida.

– Você comprou!? – Ellie pensou em abraçar o Sr. Malfoy, mas lhe veio outra ideia – Não acredito!

– Onde nós vamos ficar? – perguntou Narcisa

– No camarote com o Ministro. Será uma bela Copa de Quadribol – Lúcio se levantou de onde estava sentado ainda com ar de arrogância – Agora se me dão licença. Preciso resolver algumas coisas para o Torneio Tribu...

– O que? Será aqui? Não brinca!- Ellie se levantou – Nossa! Não acredito!

– Nem eu – Draco puxou Ellie pelo braço – Vem comigo Ell!

Draco saiu puxando Ellie pelas escadas como uma criança puxa uma pelúcia. Queria lhe mostrar suas coleções de coisas de Quadribol, mesmo que Ellie só estivesse empolgada com a festa que seria a Copa, os belos jogadores e os doces diferentes que serviriam no camarote. O Sr. Malfoy já estava bufando quando sua esposa o interrompeu:

– Quem mandou abrir essa boca enorme – Virava uma página do livro – Agora não falarão em outra coisa. Prepare-se.


– Não comentem com ninguém sobre o Torneio Tribuxo! – O Sr. Malfoy gritara para os dois


– Pode deixar! – Draco e Ellie já estavam no segundo andar quando responderam juntos.

Os dois estavam mais empolgados com a Copa que viria antes do que com o Torneio Tribuxo, e logo deram mais importância ao que logo chegaria: Ellie aos doces e Draco aos jogos.

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O quarto de Draco era um tanto quanto escuro, e havia poucos móveis, que eram feitos em madeira preta queimada. Em frente à porta estavam poucas janelas em que se pudesse entrar alguma luz do dia, o que ajudava Draco a se levantar quase na hora do almoço em suas férias. À direita estava a cama: grande e cheia de travesseiros confortáveis, e à esquerda uma cômoda enorme que quase chegava ao teto, ao lado de um baú antigo em que Draco guardava seus livros de Hogwarts e outros que ele mesmo gostava de ler.


Draco estava em sua cama lendo um livro de poções e venenos que seu pai lhe dera, quando uma pedra batera em sua janela. Ele se levantou num susto, colocou o livro de lado em cima da cama e foi ver o que batera certeiramente no vidro. Avistou Lizzy parada ao lado de Ellie com mais algumas pedrinhas em sua mão. Do mesmo tipo de pedra que Lizzy segurava, encontrava-se uma encostada à janela. As duas estavam no jardim olhando para a janela de Draco.

– Desce fuinha! – Ellie tampava seus olhos do sol com a mão, chamando o irmão pelo apelido que ele menos gostava. – Desce logo!

– Já desço. E manda esse elfo retardado largar as pedras

– Taca mais uma, Lizzy, por favor. – Ellie ordenou Lizzy que obedeceu com vontade.

– Ai! Eu te mato! - Draco colocara a mão na testa onde a pedra de Lizzy o acertara.

Ellie saiu correndo em meio ao belo e sombrio jardim dos Malfoy junto com Lizzy, sabendo que Draco viria atrás dela correndo.Draco já estava na porta da cozinha do primeiro andar, quando avistou Ellie correndo. Ellie fugia dele chorando de rir. Draco fazia o mesmo mas com tom de raiva.

– Lizzy, corre! Corre sua doida! – Ellie pegara a mão de Lizzy e a puxava de um jeito que Lizzy quase ficava no ar. Ela parou. – Lizzy, vai pra cozinha. Vai! Vai! Vai pro outro lado! Vai! Vai! Vai! – Ellie alternava o fôlego ora pra rir, ora pra correr.

Draco quase a alcançara. Viu Lizzy correndo para o outro lado, mas queria mesmo era bater em Ellie. Ainda rindo, mas com raiva, Draco acelerou o passo.

– Desisto! Desisto... - Ellie estava ofegante quando parou e deitou em baixo de um carvalho velho que ficara já um pouco afastado da propriedade dos Malfoy. Draco ao vê-la se deitando diminuiu o passo quando finalmente chegou perto de Ellie.

– Não precisa me matar – Ellie estava ofegante – Essa corida já fez isso.

– Você é retardada? – Draco também estava ofegante quando deitou ao lado dela. Ellie soutou uma gargalhada gostosa. – Doeu, sabia?

– Ai...ai..você...você tinha que ver sua cara quando Lizzy te acertou. Parecia um idiota na janela! – Ellie riu mais – Deixa eu ver... – Ela inclinou-se para cima de Draco ainda sentada na grama. Puxou a franja loira que tapava um vermelho na testa de Draco. – Nossa! Desculpa – Voltou a deitar.

– Ta ruim assim? Tá muito vermelho?

– Não... Calma, senhor vaidade. Não ta ruim, nem vermelho. – continuava rindo – Só parece que um Weasley nasceu na sua testa!

– Eu vou te matar! – Draco ao ouvir Weasley levantou-se. Tirou uma espécie de casaco que estava usando e puxou os pés de Ellie que ainda estava deitada – Você não sabe com quem se meteu!

– Draco não. NÃO! NÃO! Na..na..não..por favor.. – Ele tirara a sapatinha que ele calçara e fazia cócegas sem parar – Seu cretino..NÃO..para..eu vou te bater! Lizzy!!! – Mas ninguém aparecera.

– O que tem na minha testa mesmo?

– Um Weasley, bem feio! Não pera, é só você mesmo! NÃO, NÃO..PARA!– Ellie continuava a provocar e Draco ainda ficou poucos segundos lhe torturando.

– Ok. Já chega – Draco largou os pés de Ellie que se debatia de nervoso – Você pegou pesado Ell, dizendo ter um daqueles fuleiros na minha testa – Deu uma risada nojenta e voltou a sentar encostado ao carvalho.

– Ai..nossa..cansei – Ellie se recompunha – Você é um saco sabia!? – Ela virou e deu um soco na perna de Draco enquanto ele ria – Afinal Draco – Ela ajeitava um rabo-de-cavalo nela mesma – Qual seu problema com os ruivos?

– Aquela família é uma traidora de sangue!

– Tá. Como se eu caísse nessa conversa que você acha isso mesmo. – Ellie sentou ao lado de Draco sob a sombra do carvalho. – Diz vai. Qual seu problema com eles?

– Não sei. São tão..tão perfeitinhos...

– O que? – Ellie soltara o cabelo – Perfeitos? Não achei que pobreza fosse isso pra você!

– Esse é o problema! Eles não têm quase nada, e agem como se tivesse tudo! É nojento.l

– Não acredito – Ela deu um riso nervoso – É esse o problema deles? Serem felizes? – Ellie abaixou o tom de voz e se aproximou de Draco – Não é por que você não tem isso que tem que ter inveja.

– Me poupe Ell! Lógico que tenho! Tenho meus pais, e você agora. Meus pais podem não ser o exemplo em pessoa, mas me dão tudo...

– Menos o que os Weasley têm e vocês não. – Ellie olhou para um ninho acima no carvalho fechando os olhos por causa do sol. - Carinho...

– Chega Ellie! – Draco fizera que fosse se levantar – Se é pra você começar a defender a humanidade como sempre eu vou ler.

– Não. Desculpa. É só que...eu também sinto falta as vezes...

– Também o que? Eu não sinto nada! – Draco levantou finalmente.

– Deve não sentir mesmo. Calejou o que lhe restava de tanto seu pai lhe bater.

– Ele não me bate!

– Draco – Ellie levantou – Por favor! Se não fosse eu quem lhe causara esse vermelho na testa hoje acharia que teria sido seu pai te ‘’educando’’ – ela revirou o olhar.

– Ele...ele.. – Draco não reagia – Ele só quer o melhor – Voltou com a voz meio baixa, meio confusa.

– Tem outros jeitos de se fazer isso com o próprio filho.

– É o jeito dele...

– Não, não é. – Ellie chegou perto do irmão e pegou-lhe a mão. Draco levantou o olhar. Ela nunca lhe tocara assim, se não fosse para lhe bater. – Sei que você não gosta desse assunto. Então vou evitar, mas... – Aproximou a voz - Eu estou aqui, ta? – Ela levantou o seu rosto e lhe olhou nos olhos – Pra tudo.

Draco nem sabia o que era aquilo. Nunca ninguém havia lhe abraçado. Ele nem conhecia a sensação. Ficou sem reação e devolveu a ela abraço confuso. O jeito Draco de ser. Mas não menosprezou ato. Soltou seus braços em volta dela. Agora, num gesto de carinho, ele a tinha como irmã de verdade.

– Vamos – Ellie o soltou – Vou fazer algo pra você comer.



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Notas finais do capítulo

Capítulo 7 em breve!