Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 46
Relíquias da Morte - 11


Notas iniciais do capítulo

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Harry Potter e as Relíquias da Morte - (Parte 11)



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Narcisa estava furiosa. Ela rondava a sala de um lado para o outro depois que os Basov tinham ido embora. Lúcio tentava acalmá-la, mas era inevitável, pois ele também estava nervoso. A Sr. Malfoy viu Ellie junto a Draco e os dois não sorriam, a fim de não se entregarem. Lizzy estava limpando a mesa de centro após a ceia, e seguia Narcisa com os olhos.

- Não pense que vai ficar por isso mesmo Ellie!

- Cissa, eu não fiz nada. – Os olhos de Ellie brilhavam – Foi ele quem desistiu.

- Espere essa guerra acabar... – Lúcio a fitou – Não vai ser tão fácil assim mocinha.

- Agora subam. – Narcisa mudara o tom para um desapontamento – Já está tarde. Vamos, subam...

Ellie se entreolhou com Draco, e os dois subiram as escadas sorrindo. Escondida, Ellie entrou no quarto de Draco com ele. Assim que a porta fechou, Ellie pulou nos braços dele.

- Obrigada. – Ellie sorriu se afastando do abraço – Acho que nunca agradeci tanto por você fazer algo errado.

- Não agradeça. – Draco a fitou – Era eu quem devia estar preocupado...

- Mas Draco...E quando Eriky cair em si? Quando ele ver que disse o que não queria...

- Nós fugimos.

- Mas e se acharem a gente...

- Ellie, - Draco a parou – Eu não vou deixar nada acontecer. Confie em mim.

Ela sorriu assentindo e se afastou lentamente com o sorriso sedutor de sempre, falando em sussurro.

- Boa noite...

- Boa noite Ellie...

Draco a viu ir até a porta e desaparecer. Ele dormiria bem melhor naquela noite.

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Por mais estranho que parecesse, o coração de Ellie apertava mesmo quando não segurava o colar de chifres. Do outro lado, ao seguir um patrono de corça desconhecido, Harry encontrara a espada e com ela, encontrara Rony. O amigo havia achado o caminho de volta com o Deluminator, e caído em si das besteiras que havia dito por causa do uso do medalhão, assim como Draco deduzira. Na volta triunfal, Rony destruiu a Horcrux superando tudo de ruim que o medalhão lhe falava, mas o mais difícil mesmo, seria a volta para o acampamento e convencer Hermione de que ele sempre quisera voltar. Aliás, que nunca quisera ir. Enquanto a situação esquentava ao lado de Harry, Ellie estava trancada na mansão, se apoiando na ideia de que teria que ficar por Luna e o Sr. Olivaras. Cada vez mais, Voldemort  maltratava o vendedor de varinhas, e quem sabe quantos prisioneiros mais ele poderia trazer. A neve já ia se desmanchando, quando os alunos voltaram para Hogwarts. Ellie e Draco ainda estavam na mansão e Narcisa caçava em uma segunda opção para a filha, já que Eriky, supostamente desistira. Ellie estava sentada em sua cama, quando Roux batera em sua janela. A coruja alaranjada trazia um pequeno bilhete em suas patas.

“Ellie, não vejo a hora de te encontrar. Tem que ver minha barriga. Está crescendo a cada dia, e eu sinto ele se mexer toda vez que meu cabelo muda de cor. Acho que isso mexe com ele. Tenho certeza que é um menino, mas quanto ao nome, não sei ao certo. Remo acha que eu quem devo escolher, e não veria nada mais justo do que dar a meu filho o nome de Ted, em homenagem ao meu pai. O que você acha? Queria tanto que estivesse aqui...Não aguento mais ficar trancada em casa, enquanto vejo essa agitação toda, nesses tempos. Soube que voltou para a casa do Malfoy. Espero que esteja certa do que está fazendo... E não preciso repetir que pode vir para a casa de minha mãe quando quiser. Bom, já fazem sete meses e meio, e acho que não demora muito para eu ter o meu filho. Como nem Merlin sabe o que está por vir, e não sei quando nos veremos, quero que saiba que assim que meu filho nascer, não vejo nada mais justo de que você se tornar madrinha dele junto com Harry. Assim como Lupin sempre olhou por vocês, espero que tenham a mesma ligação com essa criança.
Morrendo de saudades,

Tonks.”

Ellie abaixou o bilhete ainda emocionada. Ela releu algumas partes e a saudade apertou. Colocando o bilhete em cima da mesa, ela tomou um susto ao ver que Draco entrara escondido em seu quarto e lhe assistia ler.

- De quem é a carta? – Draco franzia com as mãos no bolso.

- Tonks.

- Algo importante? – Ele se aproximou e se encostou na cômoda.

- Mais ou menos... – Ellie sorriu boba – Ela quer que eu seja madrinha do filho dela com Lupin.

- Tonks grávida do Prof. Lupin? – Draco tossiu – Não sabia nem que eles estavam juntos.

- Eles tentam esconder ao máximo. Com essa caça aos não sangue-puro, saber que há mais uma criança mestiça a caminho, não seria bom para ninguém.

- E porque você está com essa cara? – Draco a viu abaixar o olhar – Não está feliz com o convite?

- Não é isso... – Ellie tentou disfarçar e arrumou o cabelo – Estou contente, mas...

- Mas...?

- Draco...Olhe a nossa volta... – Ellie soltou os braços – Olhe a guerra em que estamos...Está tudo tão...perigoso. Uma criança agora é loucura, ainda mais com o sangue que tem. – Ellie olhou para a janela lembrando-se – Eu já fui uma dessas criança. Eu fiquei sem mãe, meu pai fora preso e nem a família dele me aceitaria sabendo o sangue que eu tinha. - Ellie sussurrou - Ideiais estúpidos...

- Por isso você tem tanto ódio de meu pai, não é?

- Foi por causa de gente que pensa igual a ele que eu fiquei sozinha, Draco... – Ela o fitou séria – Eu achava que eu ia cumprir minha missão aqui e ir embora. Mas agora eu sei que vou ter que aprender a conviver com ele...por sua causa.

- Desculpe... – Draco não a olhou nos olhos.

- Não é sua culpa – Ellie sorriu um pouco – Você já se curou do que eu temia.

- Mas então não fique assim... – Draco se aproximou – Mesmo que algo aconteça aos pais dessas crianças, sempre haverá alguém por elas...Foi assim com você. Não vai ser diferente agora.

- Quando foi que você começou a ter razão...? – Ellie sorriu para ele, sentindo um alívio por dentro.

Sem saber que aquela era uma das últimas cartas de Tonks, até a guerra, Ellie se sentiu melhor. Assim como Lupin olhara por ela e Harry todos esses anos, em nome de Sirius e Thiago, agora ela aceitaria com todas as forças essa nova e bonita missão de ser madrinha do filho de Tonks, sem ainda saber que seria muito mais necessária dali pra frente na vida do pequeno Ted.

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A rua estreita de Godric’s Hollow estava tão ensolarada que a maioria das crianças brincavam nas ruas. As casas do vilarejo bruxo eram todas dos mesmo estilo. Assim como a casa dos Dursley, havia uma sala pequena, uma cozinha toda aberta em estilo americano, e uma escada que levava ao segundo andar. Não muito grandes, mas abrigavam as famílias bruxas e mestiças muito bem. Enquanto as crianças faziam festa com artigos mágicos que soltavam água e refrescavam o dia quente, em uma das casas em particular, o sol entrava na janela do quarto de Ellie, a fazendo acordar. Como de costume, Ellie vestiu um hobby claro sobre a camisola e desceu para o cozinha ainda coçando os olhos de sono.

- Bom dia, dorminhoca... – Sirius estava na mesa do café, com uma xícara na mão e o Profeta Diário em outra.

- Bom dia, pai... – Ellie bocejou e chegou perto do balcão que centralizava a cozinha.

- E para mim? - No fogão, Camille, uma bela mulher de cabelos e olhos negros fritava um ovo a moda dos trouxas.

- Bom dia mãe... – Ellie estava descabelada e pegava uma xícara se sentando ao lado de Sirius na mesa.

- Pronta pra voltar amanhã para Hogwarts ou ainda vai dormir até o Natal?

- Não enche pai... – Ellie revirou os olhos.

- Você chegou tarde ontem. – Sirius ficara sério e abaixara o jornal.

- Mãe... – Ellie chamou a atenção de Camille.

- Deixe ela Sirius. – Camille mexeu a panela – Ela estava com Harry...

- Isso é pra me deixar menos preocupado? – Sirius fitou a esposa que revirou os olhos do mesmo jeito que Ellie fazia.

- Ele é filho do seu melhor amigo Sirius, dê um tempo!

- A minha filha sai escondida a noite com Harry e eu tenho que dar um tempo?

Ellie ria por dentro ao ver a velha discussão de sempre.

- Pai.. – Ela suspirou – Hermione e Rony estavam junto com a gente. Nós só fomos até Hogsmeade. – Ellie sorriu – E outra. Eu já estou no último ano, vai pegar no meu pé até quando?

- Até você se casar...

- Por isso que ela tem que sair com Harry... – Camille riu-se colocando os ovos em um prato.

- Mas que mania! – Ellie tirou a xícara da boca – Eu não tenho nada com Harry!

- Ah não? - Sirius a fitou com um sorriso malicioso - Lilían disse que você não saí da casa dela...

- Meriln! Você são doentes por isso... – Ellie tomou mais um gole.

- Se não ficar com Harry vai ficar com quem? – Camille sorriu atrás do balcão.

-  Eu tenho mais cem alunos pra escolher... - Ellie sorriu de Sirius a Camille.

- Não tem cem alunos na Grifinória. – Sirius ergueu a sobrancelha.

- Eu sei, os meninos mais bonitos estão na Sonserina.

Sirius engasgou com o café.

- Mmmm, tem alguém na Sonserina, filha? – Camille era curiosa e Ellie se animou, mas Sirius não a deixou responder.

- Mesmo que tivesse... – Sirius fechou a cara – Tire essa ideia da cabeça. Aquela casa é um problema em si.

- A sua família é da Sonserina, pai.

- Mas eu e você não. Então trate de escolher qualquer um, menos alguém de lá.

- Sirius! – Camille soltara o pano de prato – Que exemplo é esse?

- É pai...você casou com a minha mãe indo contra a família. Queria que eu fizesse o mesmo?

- Se eu te ver com alguém da Sonserina eu deserdo você... – Sirius a fitou e Camille ainda assistia com a mão na cintura – Ellie, você já viu quanta coisa ruim sai daquela casa?

- Pai, você foi uma coisa boa que saiu da sua família, por que não pode acontecer a mesma coisa com alguém de lá?

Ellie quebrara as pernas de Sirius. Ela sorriu, mas seu pai ainda fazia cara feia. Só então Sirius bufou e respondeu convencido.

- Incrível sua capacidade de argumentar quando você quer alguma coisa, Ellie. – Sirius sorriu e voltou para o jornal. – Seria a melhor aluna se aplicasse essa habilidade nas provas.

Ellie sorriu e sem que seu pai percebesse, ela olhou ansiosa para Camille e voltou para Sirius. Era como se tivesse que dar a notícia mais importante.

- Pai...

- Sim. – Sirius virou uma página.

- Posso trazer um amigo pra jantar?

- Claro...Que amigo?

- Ele é de Hogwarts... – Ellie pensou um pouco, e Camille riu-se lá trás, pois já sabia do que se tratava -  Eu encontrei com ele ontem quando saí com Harry...

- Eu conheço?

- Conhece...de nome só...

- Longbotton?

- Não... – Ellie viu Camille rindo-se mais. – Ele...

- Ellie, - Sirius abaixou o jornal – Quem é seu amigo?

- É... – Ellie tomou um gole da xícara enrolando. – É o Malfoy...

- Claro! – Sirius não sorria – Traga o pra jantar...Quem sabe ele durma aqui e viva feliz para sempre conosco.

- Pai!

- Ellie, – Sirius a fitou – Você sabe o que aquela gente já fez? Sabe quem o pai dele foi?

- Pai...eu só ia convidá-lo pra jantar...

- Não, não ia.

- Pai...

- Harry! – Camille viu o garoto parado no corredor. – Que bela surpresa.

- Eu estou atrapalhando alguma coisa? – Harry entrava a hora que queria na casa dos Black. Assim como Ellie tinha passe livre nos Potter.

- Claro que não. Sente Harry... – Sirius o convidou e Ellie o olhou cumprimentando. – E tente convencer a sua amiga das loucuras que ela está pensando. – Harry olhou de Sirius a Ellie e a garota respondeu baixinho sobre o que seu pai falava.

- Draco...

- Você contou a eles? – Harry suspirou.

- Harry... – Ellie rosnou com a voz.

- Contou o que? – Sirius a fitara mais sério.

- Nada pai...Vamos Harry. – Ellie pegou o casaco na cadeira e puxou o garoto para sair. Ela sussurrou só para Harry – Antes que você fale o que não deve...

- Volte aqui Ellie... – Sirius a chamou, mas Ellie revirou os olhos e saía com Harry. Sirius se voltou para Camille esperando uma resposta, mas ela riu sem querer e virou para a pia.

Puxando Harry pelo corredor, Ellie ainda rosnava. Abriram a porta de entrada da casa e saíram para a rua ensolarada quando Ellie viu Thiago e Lilían lá fora do outro lado da rua. Ela acenou simpática para os padrinhos.

- Seu pai está em casa Ell? – Lílian tapou os olhos contra o Sol.

- Sim tia...

- Avise a ele que a reunião será as oito, por favor.

- Claro... – Ellie se voltou novamente para Harry – Você ficou louco? Se meu pai descobre, ele me mata.

- Mas você tem que contar Ellie... Sirius só fala essas coisas porque se preocupa. Eu faria o mesmo. Mas ele vai aceitar você vai ver... – Harry descia as escadas da entrada da casa quando Ellie parou feito uma estátua olhando para o lado onde algumas crianças brincavam. – O que foi Ellie?

Do outro lado da rua alguém acenava para ela. No meio das crianças que brincavam e davam risada, estava uma um tanto menor. Muito diferente e longe de ser uma criança, o elfo levantou a mãozinha fina tão conhecida. A verdadeira Ellie reconheceu o elfo.

- Senhorita... – a voz de Lizzy vinha em eco – Senhorita...

Ellie sentiu um estalo em sua cabeça e abriu os olhos pulando na cama. Era um sonho. Tudo não passara de um simples sonho.

Ela se ergueu na cama e ainda assustada, viu Lizzy ajoelhada no colchão, chamando a dona. Talvez fosse aquela voz de Lizzy lhe acordando que ouvira também no sonho. Ellie olhou para os lados do quarto e não viu a desconhecida casa dos Black, em Godric’s Hollow. As risadas das crianças também desapareceram deixando lugar ao silêncio que os pavões faziam.

- A senhorita estava muito agitada... – Lizzy via Ellie acordar  - A senhorita chamou pelo senhor Potter...sonhava com ele?

- Sim...eu... – Ellie ainda franzia do sonho tão real.

- A Sra. Malfoy está chamando para o café. – Lizzy desceu da cama desajeitada – Lizzy veio acordá-la para isso senhorita...

- Obrigada Liz... – Ellie esfregou os olhos e viu Lizzy sair do quarto.

Sozinha em seu quarto, Ellie respirou fundo e seu coração pesou acelerado. Uma saudade arrebatadora invadiu seu peito, lhe deixando com uma aparência pálida e distante. O sonho fora tão...tão real. Era como se pudesse descer as escadas da mansão e ver Sirius e Camille no café da manhã novamente. Assim que se lembrou do sonho, a única coisa que não lembrava era do som da voz de sua mãe, já que nunca a ouvira de verdade. Somente o sonho inventara o timbre dela. Mas de resto, Ellie sentira como se ainda estivesse vendo as crianças em sua frente, assim como os pais de Harry. Ela pensou em Harry mais uma vez. Diferente do sonho, Harry estava tão distante dela agora, quanto estivera perto no sonho. O sonho lhe percorreu e ela pensou o que fazia com Draco no sonho. Era óbvio que era isso que ela escondia de Sirius. Será que seu pai realmente não o aceitaria se a realidade fosse outra? Ou será que o Harry do sonho tinha razão? Que era tudo preocupação. Mas será que Draco seria o mesmo sem Ellie em sua infância? Provavelmente não. Mas no sonho isso era tão real quanto o fato dela poder sentir o colchão de sua cama na mansão Malfoy. Os Malfoy... Talvez nem eles seriam os mesmos. Talvez Narcisa não amolecesse o coração e Lúcio... Lúcio seria o mesmo de sempre. O sonho atormentou Ellie da hora que ela se levantou até quando desceu pro café. Quando passou pelo corredor, lembrou de Harry, quando desceu as escadas na mansão lembrou da entrada da casa dos Black e quando chegou na sala de jantar. Mas não era Sirius, ou Camille, ou Harry. Eram apenas o Sr. e Sra. Malfoy e Draco. Ainda com a saudade forte, apenas um detalhe fez Ellie esquecer do sonho: a presença de Bellatrix.

- Bom dia querida... – Cissa sorriu e Elli ainda estava distante.

- Dorme demais não acha? – Bella tinha o tom irritante de sempre

- É normal nessa idade... – Narcisa viu o olhar da filha para Bellatrix. Queria esganá-la ali. Pois se não fosse por ela, Ellie ainda poderia tomar café com Sirius. E mais. Se não fosse por gente como ela, Ellie ainda estaria com seus pais e Harry com os dele. – O que foi Ellie?

- Nada Cissa... – Ellie desviou antes que tirasse a varinha do bolso. – Só um pesadelo.

- Seu jeito me lembra tanto alguém sobrinha... – Bella tomou um gole da xícara – Acho que já disse isso.

- Impressão sua... – Draco ajudou pois sabia que Bella era prima de Sirius – Ellie se parece com muita gente. Como aquela jogadora de Quadribol...Maggie alguma coisa.

- Pode ser... – Bella desistiu.

- Draco, você vem comigo? – Lúcio se levantava. Ia passar no Ministério.

- Claro... – Draco olhou para Ellie. Quem sabe descobriria alguma coisa por lá.

Engolindo seco cada gota de café, Ellie não parava de desviar o olhar para Bellatrix. Cada dia seu ódio era mais forte, mas naquele dia em especial, o sonho a consumira dando lhe forçar para odiar mais a antiga prisioneira. Bellatrix se levantou e Cissa a acompanhou.

- Onde vão? – Ellie devolveu a xícara na mesa.

- Gringotes. – Cissa sorriu e ajeitou a cadeira – Vamos resolver umas coisas por lá. Quer ir junto?

- Não! – Bella quase gritou e se recompôs vendo Narcisa e Ellie franzir – Não podemos nos atrasar.

- Entendo... – Ellie apertou o olhar – Tenho alguns livros pra ler mesmo.

- Bom, - Narcisa deu um beijo na testa de Ellie – Te vejo mais tarde.

- Até Cissa.

Ainda estranhando a reação de Bella em relação a seu cofre em Gringotes, Ellie ficou sozinha na mesa de jantar. O café ainda era recolhido por Lizzy, mas Ellie desejava que as mesmas pessoas vivas e alegres de seu sonho pudessem estar ali.

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O mês passou tão lento para Ellie, que ela nem percebera o passar da Primavera. Sempre gostava do carvalho nessa época, mas naquele ano em especial, ela não reparou no quanto a árvore mudava. O calor ia aumentando a medida que os alunos em Hogwarts iam terminando o ano letivo. No quarto de Draco, Ellie conversava com ele sobre seu sonho. O mesmo sonhos se repetira muitas vezes ainda. Sempre com as mesmas pessoas e no mesmo vilarejo. A saudade ia diminuindo a medida que o sonho se repetia. Parecia que Sirius e Camille estavam cada vez mais próximos e Ellie não reclamava dessas cenas.

- Às vezes tenho sonhos assim... – Draco sorriu sentado na cama na frente de Ellie – É engraçado...

- Parece tão real... – Ellie desfez o sorriso – Minha mãe parece tão real.

- Mas ela é real...

- Eu sei...é só que... – Ellie olhou para o lado – O sonho era tão bom...Eu queria aquilo sabe...Uma vida normal.

- Você terá... – Draco pôs sua mão em cima da dela – Eu prometo.

Ellie sorriu para Draco, mas interrompendo o clima calmo, um grito fora ouvido lá embaixo na sala.

- Solte ela seu idiota!

Ellie e Draco se entreolharam arregalando os olhos pois reconheceram a voz grave e masculina. Era Rony. Em um pulo, os dois levantaram da cama de Draco onde conversavam sentados e se dirigiram com pressa até a porta. Mas Ellie parou Draco.

- Não. Espere.

- Ellie, são eles lá em baixo!

- Eu sei...eu sei... – Ellie rodou os olhos – Eu tenho que pensar.

- Pensar? Achei que queria ajudar o Potter.

- Draco, se descermos lá e tentarmos ajudar vamos acabar se enrolando. Eu não posso desistir agora. Não posso me entregar ainda.

- Vão chamá-lo Ellie... – A entonação de Draco correspondia a Voldemort.

- Draco! Desça! – A voz de Bellatrix soou forte lá de baixo.

- Droga! – Ellie ainda pensava quando finalmente fitou Draco –  Já sei. Faça o que fizer...

- O que?

- Repita meus passos Draco...Só isso...

- Dracoooo! – Bella chamou como se brincasse de pega-pega com uma criança, mas mudou a voz de repente em um grito alto e bravo – Agora!

Ellie se entreolhou seriamente com Draco e abriu a porta desejando que na sala, ainda encontrasse Harry e os outros a salvo das mão de Bellatrix. Mas não era isso que iria ver.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 47 em breve!