Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 40
Relíquias da Morte - 05


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo segue o FILME:
Harry Potter e as Relíquias da Morte - (Parte 05)



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A chuva amenizara, mas Draco ainda tinha Ellie em seus braços. Ele se afastou do beijo e viu os olhos dela se abrirem aos poucos. Os dois se olharam por um segundo enquanto a chuva diminuía, assim como o vento e Ellie desfez o silêncio.

– Você é um imbecil mesmo... – Ellie sorriu e Draco correspondeu.

– Quer que eu faça um Voto Perpétuo dizendo que nunca mais vou te magoar?

– Não... – Ellie o fitou séria – Quero que venha comigo.

– Com você?! – Draco franziu – Achei que você não iria depois disso...eu disse tudo...

– Eu tenho que ir! – Ellie suspirou – Eu preciso...

– Não, você não precisa! Você já sabe de tudo! Não precisa mais ir...

– Não é por você Draco...eu...Você não entende... - Ela viu ele começar a falar - Por favor. Não faça perguntas.

– Como não? Eu disse tudo que aconteceu comigo, e você não vai me dizer o porque ainda quer ir!

– Draco...Por favor...

Draco pôs a mão na cintura engolindo a paciência. Depois de tudo

– Tudo bem...Eu não vou te impedir, mas ir com você é loucura! - Draco ergueu a sobrancelha - Você vai atrás do Potter!

– Eu sei!– Ela bufou – Mas eu não posso te deixar aqui!

– Ellie, eu não gosto nenhum pouco da ideia de você sozinha por ai! Mas o Potter nunca vai me aceitar! Eu não posso, eu...

– Prefere me deixar sozinha, ou provar a eles o que eu tenho falado esses anos todos? - Ellie implorou com o olhar - Provar que você mudou...

– Ellie, eu...

– Você vem ou não? – Ellie dava sua última palavra e seu olhar dizia tudo.

Draco não respondeu. Sua cabeça revirara. Não podia deixar Ellie ir sozinha com comensais a solta. E se a confundissem? Mas também não podia impedi-la mais uma vez. Ir com ela também já era demais. O problema nem era se aliar ao Potter, mas sim o fato de que sabia que Harry nunca o aceitaria.

– Ele vai sim senhorita... – Lizzy surgira e fizera um olhar doce para Draco – Está nos olhos dele... – O elfo sorriu – Estava nos olhos dele esses anos todos...

Lizzy estendeu uma sacola para Ellie, onde devia conter a comida que pegara, mas a razão de sua demora estava na outra mão. Ela a ergueu em seguida e entregou a Draco outra bolsa pequena. O rapaz franziu para o elfo que respondeu.

– São suas roupas senhor. Lizzy já sabia que final isso iria ter depois que o senhor saiu atrás da senhorita e resolveu fazer sua mala. E não olhe Lizzy desse jeito.

– Obrigado Liz... - Draco sorriu e pegou a bolsa. Ellie ouviu o apelido sair da boca de Draco pela primeira vez, como Lizzy dissera.

Ellie sorriu de Lizzy para Draco que também se alegrara assentindo a ideia de ir com ela. Ellie se agachou para o elfo dando lhe um beijo na testa.

– Sabe senhorita, Lizzy tem que dizer que faz muito gosto do que viu escondida. – O elfo sussurrou sobre o beijo que vira, fazendo Ellie rir.

– Obrigada Liz... – Ellie sorriu – Mas preciso de mais um favor seu.

– Sempre senhorita. - Lizzy imitou uma continência de sargento - Pode falar!

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Narcisa abriu o bilhete que Lizzy lhe entregara e lera em voz alta para Lúcio e para si mesma.

“ Sinto muito saírmos assim Cissa, mas é o único jeito. Não queríamos ir para Hogwarts esse ano e sabíamos que se ficássemos, a senhora nos obrigaria. Não se preocupe Cissa, sabe que tanto eu como Draco sabemos nos cuidar. Prometemos tomar cuidado e mandar notícias. Cansamos de sentar e esperar na mansão enquanto Voldemort nos obriga a sediar a casa e humilha toda a família. Não haveria recompensa maior do que ter Harry Potter nas mãos. E é isso que eu e Draco faremos. Vamos atrás dele e o traremos para o Lorde das Trevas. Já somos crescidos e sabemos tomar nossas próprias decisões, e uma delas foi honrar novamente a família Malfoy dentre os comensais.

Mais uma vez, não se preocupe.

Com amor e futura saudade,

Ellie & Draco


– Foi só o que ela me deixo Senhora... – Lizzy olhava para Narcisa e Lúcio que estavam de olhos arregalados. A Sra. Malfoy deixou a ficha cair.

– Lizzy, desde quando sabe disso? – Narcisa estava em transe.

– Devem ter ido hoje cedo, e Lizzy não pode fazer nada... A senhorita só deixou essa carta em cima da cama e eu a encontrei. Mas os dois já tinham ido.

– Você tem que achá-los Lizzy! Um elfo sempre sabe onde seu dono está!

– Lizzy já tentou senhora...Mas como o pedido não fora consentido por sua dona, Lizzy não pode fazer nada.

– Calma Narcisa... – Lúcio agarrara os ombros da esposa – Tenha calma...

– Calma? Como pode me pedir calma Lúcio? Meus filhos fugiram e estão por aí a solta! E você me pede para ter calma?

– Eles sabem se cuidar...E deve ser apenas um ato de rebeldia. Você conhece Draco. Ele foi mimado todo esse tempo...Na primeira falta de comida, eles voltarão...

– Não tenha tanta certeza disso Lúcio! Sabe como Ellie sempre o induz!

– E se não voltarem querida, e se realmente acharem Potter... - Lúcio sorrira malicioso - Imagina como o Lorde das Trevas nos recompensaria?

– Eu não estou acreditando nisso! – Narcisa fitara o marido – Você só pode estar brincando com a minha cara! Eles são seus filhos Lúcio! A solta por aí, cheio de sequestradores de sangue, de comensais...E se confundirem, se pegarem os dois!?

– Não vai acontecer nada, Cissa!

– Prometa que vai por comensais atrás deles Lúcio!

– Prometo querida...só não fique assim...eu...

Narcisa deixou O Sr. Malfoy falando sozinho na sala com Lizzy. Ela se retirou de imediato, subindo a escada toda nervosa. Lizzy viu o ar satisfeito de Lúcio. Ao invés de preocupação, ele devia mesmo estar feliz porque Ellie e Draco foram atrás de Harry, o que deixaria Voldemort radiante, e talvez pouco faria para tentar encontrar os dois. Lizzy quase vomitou, mas decidiu auxiliar Narcisa já que sabia o quanto a patroa era cuidadosa com os filhos e devia estar sofrendo. Aliás uma das razões de Ellie deixar Lizzy para trás era o fato de saber que Narcisa surtaria e precisaria mais do elfo do que ela.

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Ellie e Draco aparataram em uma espécie de floresta. Estava tudo escuro e os dois mal se enxergavam. O som das corujas ali perto era baixo, mas mesmo assim, assustador. A noite de verão não era quente, mas também não era fria.

– Onde estamos? – Draco olhou de cima a baixo.

– Não faço ideia.

– Como assim?! – Ele franziu – Achei que você pelo menos sabia onde Potter estava Ellie!

– Eu sei. Ele está aqui. Só não sei onde estamos. – Ellie tentou desviar das perguntas – Vamos. Me ajude a montar a barraca.

– Que barraca?

– A que usamos na Copa de Quadribol com seus pais. Está na bolsinha. – Ellie se afastou – Enquanto isso vou por feitiços de proteção...Não sabemos o que pode estar por aqui.

Draco fez o que Ellie mandou, e sem que ela pedisse, Draco se calou. Depois de tudo feito, quem visse a barraca pequena de fora, acharia que ela estava pegando fogo, com um fiozinho de fumaça que saia ao lado. Mas na verdade, a sala modestamente grande dentro da barraca era aquecida por uma lareira. Ellie se sentara no chão na frente do fogo e deixara algo para beliscar em um prato ao seu lado. Draco acabou de acender a lenha e se sentou ao lado de Ellie.

– Não vai dizer nada?

– Dizer o que? – Ellie sorriu enquanto pegava um petisco que Lizzy lhe dera.

– Você sabe do que eu estou falando Ellie.

– Se eu sei, provavelmente você sabe a resposta.

Os dois se olhavam distantes enquanto o reflexo laranja da chama da lareira passava nos rostos.

– Porque nunca me disse nada Draco? – Ellie o fitou com voz era doce.

– Acho que pelos mesmos motivos que você também nunca me disse...

– Aquilo era verdade, sobre Voldemort?

– Claro que era! Porque eu mentiria?

– Pra me agradar... Pra eu pensar que você nunca quis fazer nada daquilo? Ou talvez pra ganhar tempo...

– Ellie... – Draco estava inconformado – Acha que eu faria isso? Acha que eu mentiria só pra isso? Só pioraria as coisas. É lógico que ele te ameaçou.

Ellie estava tão acostumada a sempre desconfiar de tudo, assim como Dumbledore a alertara, que nas coisas mais óbvias, ela se via se questionando, quando tinha que aprender a apenas escutar.

– Draco... – Ela sentou mais próximo dele – Você me desculpa?

– Eu? – Ele deu uma risada irônica. – Você não existe mesmo...

– Eu não queria ter dito aquilo pra você... Mas eu fiquei tão irritada! Merlin! Você me tira do sério às vezes! Que ideia idiota de aceitar aquilo por mim!

– Acha isso idiota? – Ele ainda sorria.

– Acho! Você virou um deles! Aceitou tudo assim...A Marca Negra...Quase matou alguém... - Ela olhou dentro dos olhos dele - Draco...Você estragou sua vida pra me salvar!

– E eu conheço alguém que estragou a própria vida por mim também, não é? – Ele sorriu de um jeito doce que quebrou as pernas de Ellie.

Estúpida! Estúpida! Estúpida! Era isso que Ellie achou dela mesma. Depois de tudo, Draco conseguira pagar todas as burradas arriscando sua vida por ela e ainda conseguia contar isso do jeito mais amável possível. E ela ainda tinha dito tudo aquilo! Mas antes que ela se desculpasse mais uma vez, Draco continuou.

– Eu não vou te desculpar, porque ouvir você gritar comigo era tudo que eu queria ouvir...

– Como assim? Eu disse coisas horríveis pra você!

– Eu também disse! E pior. Eu fiz coisas terríveis...Mas depois de tudo, pior que ouvir tudo aquilo de você, é pensar que eu podia nem te ter por perto esse ano. - Draco segurou a mão dela lhe olhando - Eu prefiro ouvir você gritar do que nunca mais escutar sua voz...

Ellie estava totalmente chocada. Chocada como seus anos naquela casa valeram de alguma coisa. Chocada como tudo tinha valido por ele. Ela estava irradiante, confusa, comovida, apaixonada. Ellie se inclinou e deu um beijo fraco nele mais uma vez, fazendo os olhos de Draco se fecharem no beijo curto. Os dois se perdoaram e nada mais precisava ser dito. Estavam quites desta vez. Ellie se afastou ainda segurando a mão de Draco, quando os dois se entreolharam.

– É estranho não é? – Draco deu uma risada.

– Muito... – Ellie o acompanhou depois do beijo.

– Como soube?

– O cheiro de Amortentia. O cheiro de carvalho molhado só podia me lembrar alguém... – Ellie sorriu.

– Acho que eu nunca precisei de um cheiro pra saber o que eu sentia. – Draco olhou para a lareira – Acho que desde a primeira vez que te vi chegando com meus pais, eu sabia que você era diferente.

– Mas quando você percebeu? – Ellie sorria curiosa.

– Com certeza, quando vi você beijando o Potter. – Draco tentou desviar do ciúmes que ressurgira fazendo ela rir de lado - Ellie, posso fazer uma pergunta?

– Não.

– É sério... – Ele riu – Como sabe que o Potter vai me aceitar quando nos encontramos?

– Eu sei. Ele não vai te aceitar...

– E porque está me levando com você então?

– Você quer mudar não quer? – Draco assentiu – Então faça sua parte, e não se preocupe. Eu me viro com ele.

– Porque se preocupa tanto com o Potter assim? A ponto de ir atrás dele feito louca.

– Eu vou ignorar o tom arrogante nessa frase. – Ellie sorriu – Draco...uma hora eu vou ter que abrir o jogo. Mas por enquanto...Não me faças perguntas, ok? Eu já pedi e não quero ser chata e ficar repetindo. Eu sei que deve ser difícil pra você e eu agradeço, de verdade, você ter vindo comigo. Mas daqui pra frente, só faça o que eu mandar, por favor...

– Farei. – Ele olhou da lareira a ela. Não tinha saída. – Mas me prometa uma coisa.

– O que?

– Não saia de perto de mim... nunca mais.

– Eu prometo...

Ellie se abaixou e ali na frente da lareira, ela se encostou no peito dele. Draco se ajeitou e mais uma vez tinha ela em seus braços. Ele mexeu nos cabelos longos dela, a fim de pô-la para dormir. Não demorou muito e Ellie pegou no sono. O dia fora o mais agitado possível, depois de tantos dias esperando e esperando...Ellie dormia sorrindo. O alívio invadia seu coração, assim como o de Draco se sentia mais seguro e mais forte. Pois agora, não perderia Ellie de vista de jeito nenhum. A lareira ainda chamuscava quando Draco também adormeceu. Os dois passaram a noite no desconforto do chão, e podiam até ter ido dormir na cama, mas ali estava mais que confortável. Estava perfeito para os dois.



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Na floresta desconhecida, a noite fria ia desaparecendo, deixando a neblina da manhã aparecer, e os raios do sol parassem entre as árvores altas. A barraca de Draco e Ellie já estava desmontada e guardada na bolsinha. Um pouco afastada do acampamento e escondida de Draco, Ellie olhava a foto de Sirius e Camille. Provavelmente pensando se Sirius aceitaria Draco.

– Ellie! – Draco gritou perto dali. Ele acabara de guardar a barraca lá trás.

– Aqui! – Ela guardou a foto e se virou.

– O que está fazendo? - Draco se aproximava com um casaco na mão. Foi quando Ellie viu Draco de calça jeans clara e camiseta. Era raro ele usar aquelas peças.

– Nada...eu só estava pensando pra onde iríamos agora.

– Mas você disse que o Potter estava por aqui, não estava?

– Está sim. Mas tenho que descobrir exatamente onde.

– Aliás – Draco tirava o casaco – Como raios sabe que ele está por aqui?

– Vai querer o meu discurso de “não faça perguntas” de novo?

Draco sorriu e assentiu, já que não tinha outro jeito.

– Ok, mas como vai saber onde está exatamente?

– Promete não surtar?

– Do que você está falando? – Ela ajeitava a blusa quando olhou para frente.

– Só fique onde está, ok?

– O que vai fazer? - Draco encaixou a última manga e franziu.

– Feche os olhos... - Ellie sorriu.

Draco riu e lentamente fechou os olhos tendo como uma última imagem, Ellie parada em sua frente. Ele fechou os olhos acreditando que ela brincara com ele e iria lhe beijar de olhos fechados. Ele esperou para sentir o perfume dela se aproximando, mas não o sentiu vindo. Ele sorriu com o suspense ainda de olhos fechados. De repente, Draco escutou um barulho, mas não era o crack de uma apartação ou um galho caindo, apesar do som ser bem parecido com estes. Ele só continuou de olhos fechados porque escutou passos quebrando as folhas secas no chão. Ele finalmente esperou o perfume e o toque de Ellie, mas nada. Não aconteceu nada. Já preocupado, ele abriu os olhos devargar, mas não viu nada em sua frente. Apenas a mata que os cercava, mas Ellie não estava ali. Foi quando olhou para baixo e arregalou os olhos.

– Ellie?

Um labrador preto com os olhos negros sentado em sua frente latiu para ele.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 41 em breve!