Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 39
Relíquias da Morte - 04


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo segue o FILME:
Harry Potter e as Relíquias da Morte - (Parte 04)



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Draco dormia em seu quarto e na cama, os lençóis estavam embolados já que ele se mexia sem parar. O sonho se confundia com a lembrança, e Draco suava frio ao pensar na voz de Voldemort invadido seu sono e sua cabeça.

- Draco... - O Lorde fitava Draco na sala de jantar dos Malfoy - Você terá que fazer isso pra mim...

- Eu não preciso disso. Eu não quero!

- Apenas mate o... Mate Dumbledore para mim...

- Eu não posso!

Voldemort o fitou com raiva e dava uma última chance ao garoto.

- Seu pai falhou em roubar a Profecia... E agora que Lúcio está preso em Azkaban será você Draco. Eu não pediria isso a mais ninguém - Voldemort tirou o sorriso - Você irá fazer Draco... Queira ou não!

-  E se eu não fizer? Você fará o que? Vai me matar?

Voldemort não respondeu e fitou Draco com um sorriso malicioso. Draco arregalou os olhos e ao mesmo tempo ele acordou do sonho em um pulo. Seu corpo estava molhado pelo suor e seu cabelo também estava bagunçado, assim como a roupa de cama. Seu quarto estava vazio. Ele foi para o banheiro e lavou o rosto fugindo do desespero do pesadelo. Se olhou no espelho e queria socar o próprio reflexo ao pensar no que aceitara de Voldemort no ano anterior.

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Depois de serem atacados em um café em Londres por dois comensais que conseguiram localizá-los, Harry escapara e fora com Hermione e Rony para o Lago Grimmauld, a casa que Sirius deixara para ele. Eles passaram a noite por lá e Rony encontrou o quarto de Régulus Black logo pela manhã. O quarto pertencia ao irmão de Sirius, e os três notaram as iniciais na porta do quarto: R.A.B. Eram as mesmas iniciais que estavam no bilhete dentro do medalhão, a falsa Horcrux. Na cozinha, eles descobriram Monstro escondido, e agora o elfo dava obediência a Harry, desde que Sirius se fora. Assim, através do elfo, Harry conseguira descobrir mais informações sobre Régulus, e assim soube que o medalhão verdadeiro fora roubado por Mundungus Fletcher e vendido a ninguém menos, que nossa querida Umbridge. Pelo menos os três sabiam que o próximo local para recuperar e destruir a verdadeira Horcrux era o Ministério.

Enquanto isso, já no meio de agosto, a Sra. Malfoy chamou Draco e Ellie na sala da mansão para irem ao Beco Diagonal com ela. O último ano em Hogwarts seria sombrio e totalmente diferente de tudo, mas era preciso. 

- Cissa, eu não quero ir!

- Como não? - Narcisa franziu assim como Draco ao ouvir Ellie - É seu último ano. Você tem que ir!

- Sabe como a escola vai estar desde que Snape se tornara o diretor a mando do Ministro? Horrível! Eu não quero ir para lá. Há comensais por todos os lados.

- Mas nós estamos do lado deles querida...

- Ellie tem razão, mãe. - Draco sabia onde ela queria chegar.

- Vocês só podem estar brincando comigo! - Narcisa se espantara.

- Cissa, eu não quero ficar longe de você...Não agora.

Ellie fora esperta e abraçara Narcisa, deixando a mãe adotiva sem fala. O carinho a conquistara, mas Narcisa a afastou docemente.

- Vocês precisam do último ano Ellie...Sinto muito...Não posso atender a isso.

- Mas e se acontecer algo conosco? - Ellie tentava de todos os jeitos, pois fugir de Hogwarts seria muito mais difícil.

- Severo é nosso amigo. Garanto a vocês que nada irá acontecer, sim?

Depois que Snape cumprira o Voto Perpétuo para Narcisa e protegera Draco de matar Dumbledore, ela estava mais o que certa que seus filhos estariam protegidos ao lado do novo diretor de Hogwarts. Narcisa viu a decepção de Ellie.

- Sinto muito querida...

Ellie fez que sim com a cabeça, assentindo o desejo de Narcisa. Mas não era o que ela iria fazer. Só estava ganhando tempo e informações para ir atrás de Harry. Não demoraria muito para ela sair daquela casa e desobedecer aos Malfoy. Para Hogwarts, ela não voltaria. Ela pensou em Draco e nele indo de volta para a escola. Isso facilitaria as coisas. Pelo menos saberia que ele estaria seguro, mesmo em meio dos comensais. Assim ela também não se arrependeria de deixá-lo sozinho, mesmo que ainda sentisse raiva ao pensar no que ele fora capaz de fazer. Assim, Ellie fez uma cara de obediência e subiu as escadas, mas Draco sabia que aquilo era pura encenação. Se aprendera algo sobre Ellie, era como ela conseguia ser discreta quando aprontava. Exatamente como quando ela roubava algo dele para lhe provocar. Era quase uma ladra profissional de tão sorrateira. Draco sorriu por dentro ao lembrar-se dos bons tempos em que Ellie ainda lhe olhava nos olhos.

- Imagine que deixaria vocês sem estudar! Mesmo nesses tempos...- Narcisa encarou Draco - Ellie tem cada uma!

- Ela só está assustada, só isso.

- Eu entendo... – Narcisa chegara perto dele - Draco, filho, posso te pedir um favor? – Ele assentiu com a cabeça - Fique de olho nela, sim? Ellie quando tem uma ideia na cabeça. Não há feitiço que tire!

- Não se preocupe. Eu sei disso... – Draco sorriu e acalmou sua mãe – Vou ficar de olho, fique tranquila...

Claro que Draco não iria cumprir exatamente as palavras de sua mãe. Depois que vira o que Voldemort fizera e o que estava planejando, nem ele gostaria de ir para Hogwarts. Seu desejo era só que ficasse bem com Ellie. E naquela altura, ele sabia que não teria poder de nada contra ela. Prometera a sua mãe em proteger Ellie, mas não impedi-la de algo.

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Naquela tarde chuvosa, Ellie estava deitada em sua cama, pensando mais uma vez. Não aguentava mais pensar. Pensar em todos que se foram e no que poderia fazer para que isso não se repetisse a quem ela ainda amava. Mas era impossível. Ela não tinha forças pra sair daquela casa. Onde Harry estaria? Os jornais noticiavam a fuga de Harry Potter, mas nenhum auror ou comensal havia achado o garoto depois da invasão no casamento de Fleur e Gui. Isso apertava o peito de Ellie. Era ótimo que Harry conseguira se esconder, mas e quanto ao que ela precisava saber. Sobre...tudo! Ela não aguentava mais. O dia para a saída de Hogwarts chegava e ela ainda não tinha fugido por medo dos sequestradores. Não que ela os temesse, mas se algo acontecesse a ela, a promessa a seu pai e a Dumbledore acabaria, e ainda havia Lizzy. O elfo ainda não era livre e podia cair na mão de Lúcio se algo acontecesse a ela. Tudo contraditório, pois ficar segura também não manteria de pé sua promessa de ajudar Harry. Ela olhava o teto enquanto pensava e escutava a chuva bater forte lá fora e os vidros das janelas se molhar. Ainda estava dispersa quando viu o lustre se balançar com a batida forte da porta. Lizzy entrara com tudo.

- Senhorita! Ainda bem que está aqui! Olhe o que achei enquanto fazia as compras do mês.

Ellie sentou na cama e Lizzy jogou O Pasquim para sua dona ver a capa.

Harry Potter invade Ministério

O Sr. Harry Potter foi visto por esta tarde no Ministério por todos os funcionários. O Profeta Diário esconde fatos que acha necessário, mas O Pasquim lhes informa que, até então, o melhor acerto que o Ministério possa ter feito fora deixar Potter escapar. Ele estava acompanhado por mais dois colegas de Hogwarts que ainda não se sabe o nome. Mas fica óbvio, pela fúria no Ministério em caçar recompensas, de que o paradeiro do Sr. Potter ainda é desconhecido. Sabe-se que a única coisa que fora levada, era um simples medalhão de Dolores Umbridge, comprado com um ambulante nas ruas do Beco Diagonal. mais informações, pág. 34

Ellie pegou o jornal e desceu da cama num impulso. Ela revirou loucamente o jornal procurando a página trinta e quatro. Apenas passou o olho, mas não havia nenhuma informação muito útil. Lizzy seguia a dona com os olhos.

- Senhorita...Porque será que o Sr. Potter levou este medalhão?

- É óbvio... - Ellie sabia que deveria ser uma Horcrux, mas respondeu em silêncio - Lizzy, me escute.

Ellie puxou o elfo da cama e o fitou em pé.

- Quero que se mantenha aqui. Eu vou voltar para lhe buscar, mas eu preciso de você aqui.

- A senhorita vai atrás do Sr. Potter? – O elfo arregalou o olho.

- Eu não posso mais ficar aqui! Vou enlouquecer se não agir. Mas lembre-se. Eu volto pra te buscar. – Ellie estava desesperada – Fique aqui, sim?

Ellie se afastou e começou a procurar a bolsinha com roupas que havia preparado há alguns dias. Lizzy acompanhava Ellie pelo quarto.

- Mas senhorita, e os sequestradores?

- Dane-se Lizzy! Eu vou morrer de qualquer jeito se ficar trancada aqui!

- E se a Sra. Malfoy interrogar Lizzy?

- Diga que achou um bilhete quando veio ao meu quarto. O bilhete já está escrito há dias, guardado na primeira gaveta da cômoda.

- Lizzy é um elfo muito burro! - Lizzy se batia para cada palavra. – Burra! Burra, burra, burra! Não devia ter mostrado o jornal! Agora a senhorita vai correr perigo!

- Não faça isso! - Ellie a parou e sorriu - Você só me ajudou até agora. E essa notícia só me deu coragem Liz. Mias uma vez elfo...Obrigada.

Ellie achou a bolsinha que continha roupas e outras coisas a mais e atravessou mais uma vez no pescoço. Estava pronta pra ir atrás de Harry. Saber que ele, Hermione e Rony podiam correr perigo depois de serem vistos no Ministério, lhe dera toda a coragem. Lizzy combinou de encontrar Ellie mais a frente no carvalho, pois ali lhe entregaria alguma comida para levar. O elfo foi para a cozinha buscar algo e Ellie seguiu discretamente para perto do carvalho, onde poderia aparatar tranquilamente. Enquanto isso, Harry, Hermione e Rony haviam fugido do Ministério e aparatado em uma floresta bem longe dali. O lugar não era específico, e durante o processo, Yaxley puxara Rony fazendo seu braço estrunchar. Enquanto Rony se curava lentamente do braço arrebentado, Hermione e Harry tentavam destruir inutilmente a Horcrux com velhos feitiços. Alguns até do livro de Snape, o Príncipe Mestiço.

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Draco descia para pegar um copo d’água quando escutou um barulho enorme vindo da cozinha. O barulho superava o barulho da chuva de verão que caía com tudo lá fora e molhava com força as janelas. Portas dos armários da cozinha batiam sem parar e ele botou somente o rosto na porta da cozinha escura para espiar quem estava ali. Lizzy fora vista guardando algumas latas e pacotes dentro de uma sacola. Ela estava em pé em cima da pia para alcançar o armário alto, mas quando Draco entrou na cozinha, o elfo se assustou quase caindo da pia.

- O que raios está fazendo? - Draco franzia forte..

- Nada senhor...nada... Lizzy só está com fome...Lizzy só ia...

- Você não comeria tudo isso. Lizzy, - Draco chegou perto do elfo que começava a tremer com a mentira - Para onde vai levar essa comida?

Lizzy tremeu mais um pouco.

- Diga para onde Lizzy. Posso não ser seu dono mas você me deve obediência! Vamos...Diga!

- Lizzy não pode contar...

- Lizzy! - Draco fez ela desabar. - Agora!

- Para Ellie senhor...

- O que ela vai fazer com essa comida toda?

Draco viu os olhos medrosos do elfo, que só significavam uma coisa. Ele juntou as peças.

- Onde ela foi Lizzy?

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Ellie já estava caminhando até o velho carvalho. Ela estava encharcada pela chuva que ainda caía. Era a chuva mais forte que Ellie já deixara cair sobre seu corpo. A chuva de verão havia chegado lavando toda a propriedade Malfoy. O velho carvalho recebia cada gota forte e Ellie tentava se proteger da água pesada. Os cabelos estavam lavados e grudavam em seu rosto. Ellie olhou para cima e viu que a chuva não passaria tão cedo. Onde estava Lizzy? Porque estava demorando tanto? Ellie olhou para a mansão, mas a neblina não deixava ela ver nada a dois metros de sua frente. Quem estava na mansão também não enxergava o carvalho, e muito menos Ellie. Ela se virou esfregando os braços a fim de se esquentar. Ali na chuva, ela ficou de costas para a mansão esperando Lizzy chegar.

- Não acredito que achou que iria sai assim...

A voz de Draco fizera Ellie olhar para trás. Ela o viu também todo molhado pela chuva, revirou os olhos e o ignorou.

- Onde pensa que vai nessa chuva Ellie?

- Não te interessa.

- Ellie, você não vai atrás do Potter vai?

- Meu Deus Draco, me esquece! - Ela preferiu andar deixando Draco pra trás, esquecendo de Lizzy e da comida. Ele a seguiu e os dois conversaram andando.

- Ellie, pare! Volte aqui agora!

- Não, você não manda em mim!

- Você enlouqueceu ?

- Não Draco. Você enlouqueceu!

- Ellie...

Ela percebera que ele parara de andar e que sua voz ficara fraca. Ela parou, e em seguida, virou-se para ele impaciente. Os dois já estavam sobre o carvalho, mas a chuva era tão forte que caía sobre os dois passando pelas folhas.

- Draco, porque você não volta pra sua vida perfeita, e me deixa seguir. Olha, eu não vou me irritar de novo com você. Se você escolheu assim eu não posso fazer nada!

- Eu não escolhi nada Ellie!

- Ah não? Como você explica aquilo na Torre? Como você quer que eu não fique assim? Pelo menos me deixe concertar a besteira que você quase fez, e ajudar o Harry.

- Harry, não é?! Sempre Harry! - Draco elevara a voz

- Merlin, qual o seu problema com Harry afinal? O mundo está desabando e você só pensa nesse ódio idiota! Pelo menos me diz qual seu problema com ele então! - Ellie o encarara, mas Draco ficara em silêncio - Viu? É disso que estou falando. Você nunca me dá resposta pra nada! Eu cansei Draco. Cansei disso!

- Espere a chuva passar pelo menos...

- Pra você ganhar tempo e me convencer a ficar? Não vai acontecer. - Ellie esquecera até da chuva - Eu já me decidi Draco.

- O que eu faço pra você ficar Ellie?

- Nada... Não tem nada que vá me fazer ficar.

- Eu já pedi desculpas...

- Draco, você não entende não é? - Ellie elevara a voz - Isso não é sobre você! Eu sinto te informar, mas você não é o centro de tudo! Você já fez demais, não acha? Agora me desculpe se eu não me esforcei o suficiente pra te mudar, mas aqui, eu não fico mais um dia!

Ellie se virou nervosa e seguiu caminhando mais um pouco para aparatar. Draco estava com tanto ódio como nunca sentiu. Talvez a chuva só lhe desse mais angústia. Ellie já estava pronta pra se concentrar para onde iria aparatar quando Draco gritou.

- Chega... Eu não aguento mais isso Ellie!

Ellie se desconcentrou na hora. Ela se virou lentamente e mirou Draco ali, todo molhado. Ele se aproximou dela e a chuva continuava cortando os rostos dos dois. Ela fez que fosse dizer algo, mas ele a parou com o olhar.

- Não aguento mais! - Draco olhou para o lado e suspirou - Eu te escutei por todo esse tempo! Agora é você que vai calar a boca e me ouvir! Eu vi você me acusar de coisas que eu nem queria ter feito! Vi você chorar por minha causa, e não! Eu não me orgulho disso!  Agora chegou a minha hora de falar! - Draco a ficou em sua frente e Ellie não tinha mais palavras - Você quer saber por que eu odeio o Potter? Eu vou te dizer... - Ele não segurou a raiva - É porque toda vez que eu me esforcei pra ser do jeito que você queria, isso só fazia você se aproximar dele. Desculpe se eu não sou tão perfeito ou tão famoso como ele. E eu nunca fui mesmo com a cara dele Ellie, mas quando eu vejo ele perto de você... - Draco engoliu - Te beijando...Por Deus Ellie! Eu enlouqueço! Eu tenho vontade de espancar a cara dele só de pensar nele encostando em você... Mas claro! Isso pouco importa pra você... Por que o que importa pra você é vê-lo bem e dane-se o que eu sinto! - Draco enfraquecera a voz e Ellie ainda franzia – Você sabe que nós não somos os mesmo há juito tempo Ellie. - Ela sentiu uma pontada - E eu não vou aceitar você com mais ninguém! Você foi a única coisa boa que me aconteceu todos esses anos Ellie... A única pessoa que acreditou que eu fosse diferente...Que apostou em mim! E te ver indo para os braços de outro? Eu não vou suportar Ellie! Você era minha! Minha!

- Mas e ano...

- Ano passado? Eu vou te contar o que houve ano passado! - Draco se enfurecera com Ellie. Estava cansado daquelas acusações. - Quando Voldemort me chamou, eu sabia o que ele iria pedir. Sabia que ele estava uma fera com o meu pai e eu que iria pagar com isso. Mas eu havia acabado de te ver chorando por causa de outro. Ah claro! Por causa do Potter! E eu queria ser diferente pela primeira vez...ser diferente por você, pra você... Eu não queria fazer você sentir o mesmo. - Ellie lembrara de chorar por Sirius, mas entendera que na cabeça de Draco, era por Harry que ela chorara – Eu não queria aceitar nada, eu preferiria morrer a te decepcionar. Eu nunca quis te magoar, Ellie. Mas quando Voldemort usou Oclumência em mim e eu bloqueei, sabe o que eu não consegui bloquear? - Ela fez que não discretamente - As nossas lembranças Ellie! Ela eram tão... boas, tão... - Ele desviou e abaixou a voz - Voldemort não ameaçou minha mãe ou a mim. Ele ameaçou me tirar a coisa mais importante pra mim. Ele ameaçou me tirar você... Somente você Ellie...  - Draco começava a lacrimejar, mesmo que a chuva não deixasse se perceber isso - Eu poderia vê-la chorar por decepção, poderia até suportar que você não olhasse mas pra mim... - Ele se aproximou mais e a fitou. Ela finalmente o viu chorar - Podia suportar qualquer coisa... Até mesmo esse seu olhar que me mata por dentro todos os dias...Mas te perder pra sempre...Não Ellie...Isso eu nunca ia suportar... - Draco respirou fundo e elevara a voz novamente - Então se você quer me acusar por isso... Ótimo! Mas não diga que eu escolhi me tornar um deles e que eu não enlouqueci pensando no que você acharia de tudo! Não diga que eu não me importo com você! E menos ainda que eu não sofri com cada decisão estúpida... Pois quando eu penso em perder você...- Draco se aproximou mais - Eu ficou louco Ellie...Louco...

- Draco...eu...

- Eu não vou deixar você ir Ellie... - Ele a segurou pelos braços molhados e os olhos se aproximaram - Eu já te perdi pro Potter uma vez...Quase te perdi pra sempre ano passado...e agora...me desculpe, mas eu não vou deixar você ir desta vez... E não importa o que você vai pensar, mas desta vez eu não vou me arrepender de novo... - Draco sussurrou sem forças - Eu não vou te deixar ir dessa vez...

- Eu... – A voz de Ellie falhou e as mãos de Draco a seguraram mais forte. Os olhos se penetraram.

- Eu te amo Ellie...

Ele a segurou com força e a beijou com vontade.

Ellie só conseguiu fechar os olhos enquanto Draco passava sua mão pelo pescoço dela, a segurando enquanto a chuva caía sobre os dois. Ellie abraçou o corpo de Draco em um beijo ardente. Não era como o de Harry. Era intenso. Depois das palavras de Draco, não poderia ser de outro jeito. Ele a envolveu nos braços e a apertou mais forte no beijo correspondido. Ellie sabia que entre as gostas de chuvas em seu rosto, havia as lágrimas de Draco.

Ellie o parou de beijar por dois segundo e antes que Draco pensasse que ela fosse se afastar, ela olhou nos fundo dos olhos de Draco, abriu um sorriso de orelha a orelha e voltou a beijá-lo, fazendo ele sorrir pela primeira vez em muito tempo. Os dois sabiam que haviam deixado de ser irmãos há muito tempo. Talvez nunca tivessem sido. Era amizade de criança, palavras de provocação e um amor inconsciente. O cheiro de carvalho molhado invadiu Ellie, mas dessa vez ela sentia o perfume forte de Draco, e não havia Amortentia melhor... Ellie esqueceu que estava indo fugir, esqueceu de Lizzy, esqueceu de tudo. As palavras de Draco não poderiam ter lhe caído em melhor hora. O alívio em seu peito era tamanho que não lhe cabia. Ali no carvalho, onde ninguém mais conseguia ver os dois por causa da neblina, a chuva caía lavando não só a grama e os dois se beijando, como também lavava a alma de Draco.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 40 em breve!