Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 38
Relíquias da Morte - 03


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo segue o FILME:

Harry Potter e as Relíquias da Morte - (Parte 03)



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Deitada na cama, Ellie ainda olhava para o casaco que oferecera a Lizzy como forma de libertar o elfo. Ela sorria ao pensar na lealdade de Lizzy. Estava tão preocupada com os planos de Voldemort, com a situação de Harry e o fato de não saber quanto tempo mais conseguiria esconder a verdade dos Malfoy, que se acontecesse algo a ela mesma, nunca se perdoaria de não ter dado a liberdade ao elfo enquanto fosse tempo. Era uma liberdade merecida, já que ela fora sua confidente durante tanto tempo. E antes que Ellie fosse expulsa ou morta, e Lizzy caísse nas garras das decisões de Lúcio, se tornando seu elfo, ela tinha que ter pelo menos tentado. Ellie sorriu mais uma vez ao pensar que, mesmo preocupada, ainda tinha Lizzy por perto.

– Ellie? Posso entrar?

– Claro Cissa.

– Vi que você não desceu mais uma vez para jantar.

–Estou sem fome. - A Sra. Malfoy se sentou ao lado de Ellie na cama - Toda essa situação me deixa assim...

– Eu entendo. Não está sendo fácil para nós, não é? - Cissa sorriu - Pelo menos Lúcio voltou.

Ellie sorriu, mas por consideração a Narcisa, e não porque estava feliz com o fato. Só não queria piorar as coisas para a mãe adotiva.

– Ellie querida, você e Draco não estão se falando?

Ellie sentiu uma pontada. Não sabia nem o que responder.

– Vocês tem que se unir. - Narcisa sorriu docemente - Sei que vocês vivem brigando... - Ela riu lembrando de quantas vezes os separou - Mas nesses tempos, deixem as diferenças de lado. Ando tão preocupada, com a casa assim, cheia de comensais, que às vezes esqueço de como isso afeta vocês. Não se afastem por bobagens.

– Cissa...eu... - Ellie não tinha mesmo o que dizer. Não depois do que descobrira estar sentindo de verdade por Draco.

– Sei que não vai falhar. - Narcisa passou a mão em seu rosto e a olhou docemente - Sabe Ellie... Acho que nunca demonstro o suficiente, mas sempre tive você como se tivesse saído daqui... - Ela pôs a mão na própria barriga e Ellie sorriu.

– Eu também lhe tenho como uma mãe Cissa. E agradeço tudo o que fez por mim... - Ellie viu Narcisa lacrimejar e se emocionou.

– Tudo o que fiz? Você fez muito mais por mim querida. Você me ajudou em quase tudo. E por sua causa eu não me sinto sozinha há anos...Há anos eu tenho uma amiga, e não só uma filha. - A Sra. Malfoy deixou cair uma lágrima - Eu amo você Ellie...você sabe disso, não sabe?

– Eu também Cissa...

As duas se abraçaram. Ellie nunca conhecera a verdadeira mãe e aquilo era o mais próximo de uma que poderia ter. E pior que fosse a situação de Narcisa, ela nunca a maltratara. Pelo contrário. Apesar de ser submissa a Lúcio, Narcisa sempre respeitou o espaço de Ellie e algumas ideias liberais que ela tinha sobre os trouxas. Até achara uma carta de Hermione uma vez nas coisas de Ellie. Nem a própria Ellie sabia desse fato, e nem Narcisa fazia questão de discutir. As diferenças, ou mesmo o sangue, não separava as duas.

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Após o jantar, Ellie pediu para Lizzy levar o prato de comida para o Sr. Olivaras mais uma vez. Ela subiu as escada para o seu quarto pensando que aquela noite, era a mesma noite em que o casamento de Fleur acontecia. Ellie pensou nisso, mas mesmo que tivesse sido convidada , não poderia ir, e não era nem um pouco amiga de Fleur para isso. Ellie entrou pelo largo corredor e cruzou com Draco que saía do próprio quarto.

– Boa noite

– Boa noite - Ellie respondeu, mas mal o olhou.

Ellie entrou em seu quarto nervosa. Porque ele não a deixava em paz? Parecia que ele queria torturá-la. Ela sabia que obviamente ele não fazia isso de propósito. Mas se ele soubesse o que se passava na cabeça dela, com certeza a deixaria em paz. Um ódio enorme lhe passava dos pés a cabeça, cada vez que via Draco. Só de imaginar ele na Torre, apontando a varinha para Dumbledore, ela já sentia vontade de socar a parede. Ellie sentou na cama. Talvez o Sr. Olivaras tivesse razão. Talvez a varinha a escolhera porque ela não admitia isso. Não admitia que alguém confrontasse quem ela amava. Fora assim com Bellatrix quando matou seu pai, fora assim com Harry quando atacou Draco e porque não iria ser assim com o próprio Draco quando este atacou seu querido Dumb? Mas Ellie sabia porque a dor era mais forte desta vez. Ela criara expectativa sobre tudo nele, e ele a decepcionara da forma mais desumana. Era inaceitável. E no fundo, Ellie sabia porque com Draco era diferente. A esperança, o carinho, o respeito, o amor... Mas agora, somente Lizzy sabia dessa faca no peito que Ellie levava nas vezes que via um vestígio de Lúcio brotar em Draco. E isso a deixava quase vazia por dentro.

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Hermione entrou no quarto de Rony da Toca, mas somente Harry estava lá. Ele olhava o pomo de ouro e o medalhão, a falsa Horcrux. Ela o viu de costas para a porta de cabeça baixa. Harry vestia o terno de gala para o casamento que acontecia na tenda estendida do jardim lá em baixo.

– Não vai descer? - Hermione sentou-se ao seu lado, com seu vestido vermelho curto e rodado.

– Sim...

– Gina disse que vocês deram um tempo... - Ela se apressou - Mas não precisa explicar. Entendo o motivo...Sei que você só a quer segura das mãos de Você-Sabe-Quem. Acho que faria o mesmo...

– Com Rony?

Hermione suspirou fundo e Harry gaguejou.

– Desculpe Mione , eu não queria...

– Tudo bem. Acho que agora temos coisas mais importantes pra pensar mesmo. - Hermione viu o colar de Harry pendurado em seu pescoço. Harry percebeu. - Está preocupado com Ellie ainda, não é?

– Não tem como. Ela está mais perto dele... Eu não consigo dormir achando no que ela deve estar passando. Eu prometi a Sirius, Mione. Prometi que cuidaria dela. E deixei ela ir...

– Ellie sempre soube se cuidar Harry...

– É diferente. Dumbledore se foi Hermione. Agora ela está sozinha... Eu não me conformo. Devia tê-la puxado a força naquele dia!

– E depois Harry? Os Malfoy descobririam tudo aos pouco... E ela ficaria mais em perigo ainda!

– Eu sei...é só que.. - Harry estava estourando por dentro.

– Vem... - Hermione se levantou e puxou o amigo - Vamos descer. Pelo menos a festa vai te distrair.

Harry a seguiu e eles chegaram na tenda. Os convidados se dividiam entre comes e bebes. Alguns conversavam, outros dançavam, mas todos pareciam esconder um pingo de preocupação com a situação daqueles tempos inseguros. Os membros da Ordem faziam ronda, assim como Ellie tinha lhes alertado para ficar. Remo ainda estava uma pilha, pois sabia que algo podia ocorrer a qualquer momento. Harry entrou na tenda com Hermione quando uma mão puxou sua amiga. Victor Krum cumprimentou Harry com um olhar sério e puxou Hermione para dançar. O que a fez corar, sem escolha de resposta.

– Eu achar que nunca mais veria você. - Krum colocara sua mão na cintura de Hermione que estava sem jeito.

– Eu também... - Hermione olhou pelo ombro de Krum e viu o que queria. Rony olhava os dois dançarem do outro lado. Hermione juntou se corpo mais próximo ao de Krum de propósito.

Sentir saudades... - Victor sussurrou no ouvido de Hermione ao som da valsa agitada. Rony explodia por dentro em segredo.

Harry nem reparou na cena, já que se sentara ao lado de Elphias Doge e a tia-avó de Rony, Muriel. Os dois contavam a Harry sobre o passado de Dumbledore. Que ele tinha um irmão, que morara em Godric’s Hollow e que seu pai assassinara três trouxas. Harry começava a perceber que não conhecia o diretor como achava. Lupin dançava com Tonks, mesmo que seus olhos ficassem atentos para qualquer movimento estranho. Gina tentava não olhar para Harry, amenizando a dor de ter que se separar dele, para que ele encontrasse as Horcruxs sem que ela corresse perigo, mas era inevitável. Fleur já dançava com Gui e tirava olharem invejosos das demas de honra, quando uma a luz azul invadira a tenda. A voz grossa de Kingsley soava de seu patrono mensageiro deixando todos assustados e mirando a mensagem.

O Ministério caiu...O Ministro da Magia está morto...Eles estão vindo...estão vindo...

Hermione se desgrudara de Krum para ouvir o patrono e só tivera tempo de chegar a Rony. Eles sabiam o que tinha que fazer. Harry viu o patrono se desfazer e cada convidado fugir aparatando. As palavras do patrono tomaram o pânico na festa. Ele não teve tempo de mais nada a não ser grudar em Hermione e Rony e fazer a mesma coisa. Seu estômago embrulhou na aparatação inesperada e os três viram as luzes da Avenida Chawsburry do centro de Londres, agitada como sempre.

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– Senhorita, tenha calma! - Lizzy corria atrás de Ellie no corredor até o quarto da dona.

– Lizzy, você não ouviu Lúcio lá em baixo? Por Merlim! - Ellie abriu a porta de seu quarto e as duas entraram. Ela fechou a porta - Se soubesse que esses infelizes invadiriam o Ministério essa noite, teria avisado a Ordem!

– Mas a senhorita não tem culpa! - Lizzy viu Ellie abrir uma gaveta e tirá-la da cômoda. Ela derrubou tudo que era roupa na cama. - O que está fazendo?

– Não posso ficar aqui enquanto não faço ideia do que pode estar acontecendo com Harry!

– A senhorita vai embora? Fugir?

– Não tenho motivos pra ficar aqui Lizzy.

– Mas e o menino Malfoy...a senhorita disse que gostava...

– Eu sei o que disse. Mas eu não tenho escolha. Draco não vai mudar Lizzy. Eu não posso perder tempo aqui enquanto minha promessa a Dumbledore continua de pé. Eu tenho que ajudar Harry!

Ellie pôs mais uma gaveta de cabeça para baixo e mais roupas caíram. Ela pegou uma bolsinha e colocou tudo que caíra dentro dela com o Feitiço Indetectável de Extensão. Ellie abriu a primeira gaveta e colocou a foto de Sirius e Camille também. O colar continuava em seu pescoço.

– A senhorita vai deixar Lizzy aqui? - Ellie parou o que estava fazendo com pressa e fitou o elfo.

– Não tinha pensado nisso... - Ellie se aproximou de Lizzy e agachou - Olhe, eu só preciso saber se Harry está bem. Eu prometo voltar em um dia no máximo. Se eu não voltar, vá para a casa de Andrômeda.

– Mas senhorita...

– Eu preciso ir Lizzy! Não tem mais nada a fazer aqui. E estou até começando a duvidar de que lado Snape realmente está.

Ellie achava melhor aparatar do lado de fora da mansão. E assim, ainda passaria na cozinha para roubar alguma coisa para a viagem. Quando ia descer as escadas com Lizzy em direção a cozinha, Ellie dera de cara com Lúcio, Narcisa e Bellatrix na sala. Os três conversavam com mais três homens. Suas vestes eram modestas, mas a arrogância no olhar era óbvia. Ellie resolveu se esconder atrás da parede com o elfo antes de descer a escada loucamente.

– São ordens do novo Ministro, Sr. Malfoy.

– Concordo plenamente Scabior.

– Mas vejo que por aqui não preciso inspecionar nada. Sua família vem de uma linhagem muito pura. - Scabior virou para os outros dois homens. Um deles era extremamente feio - Bom... Vamos, Greyback, ainda temos uma longa jornada até caçar todos os trouxas pela manhã.

Os três fizeram uma reverencia a Narcisa e Bellatrix e Lúcio os acompanhou até a porta. Ellie escutava a conversa lá de cima, atrás da parede quando o elfo sussurrou.

– Senhorita, o que aquilo quer dizer?

– Quer dizer que vão começar a entrevistar família por família achando mestiços e trouxas. Fora os traidores de sangue. E vão começar a caçar trouxas espalhados a solta por ai.

– Mas a senhorita não é... - Lizzy sussurrou mais baixo - Mestiça?

– É por isso que acho melhor não ir atrás de Harry tão cedo...Não com eles a solta...

Ellie voltou para o seu quarto como o bom senso havia lhe batido. Seu desejo de ajudar Harry era maior que tudo, e por isso mesmo, tinha que se manter viva. Não podia se arriscar com sequestradores de sangues não puros a solta. A promessa que fizera a Sirius e Dumbledore de se manter segura também ficara de pé.


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Notas finais do capítulo

Capítulo 39 em breve!