Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 37
Relíquias da Morte - 02


Notas iniciais do capítulo

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Harry Potter e as Relíquias da Morte - (Parte 02)



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– Você tem um explicação para isso...Lúcio? – Voldemort rondava o Sr. Malfoy, que tinha os olhos mais medrosos que Ellie já vira.

– Não Milorde...eu...

– Sua varinha foi inútil! Assim como você sempre foi... – Voldemort o largou, rodou pela sala da Mansão onde só estavam a família Malfoy e acariciou Nagini. – Nem há explicação para isso... – Voldemort pensava com ele mesmo – Só com ela...só com ela posso destruí-lo.

Voldemort pensava na Varinha das Varinhas, mas ninguém sabia do que ele estava falando. Ele estava furioso pela varinha de Lúcio não funcionar no ataque aos sete Potters. Ao se enfrentar com Harry, a varinha fora destruída, assim como as expectativas de Voldemort em matar o garoto. Ellie estava ao lado de Narcisa vendo Lúcio ser interrogado e Draco estava em um canto e mal a encarava depois da briga. Bellatrix fitava fielmente Voldemort.

– Bella.

– Sim Milorde.

– Avise a Yaxley que pode agir. Temos planos para amanhã. E quanto a você Lúcio... – Voldemort o fitou – Espero que no mínimo sirva para abrigar quem trago. Vamos Nagini, estou muito cansado depois dessa noite...

Um crack fora ouvido e Voldemort aparatou. Ellie franziu ao escutar tais palavras. Sabia que Olivaras estava condenado no porão, mas não podia fazer nada a respeito. A não ser quando levava comida escondida a ele. Antes que Ellie pensasse, Narcisa a interrompeu.

– Está bem querida?

– Estou Cissa...só...você sabe. – Lógico que Voldemort causava pânico onde chegava.

– Você mima demais essa menina! – Bellatrix ainda estava ali.

– Assim como você mima o Lorde das Trevas? – Narcisa encarou a irmã, mas Bella deu de ombros fazendo uma cara indiferente. Bellatrix subiu as escadas com ar superior enquanto Lúcio ainda se recompunha. Fugira dessa por pouco.

– Suba querida. Eu peço a Lizzy que leve alguma coisa para você, sim?

– Não precisa Cissa. Estou bem... – Ellie olhou de relance Draco no canto calado – Só preciso ficar sozinha...

Ellie se retirou da sala da mansão passando pela porta principal e viu o jardim de pavões. Ela seguia até o carvalho talvez para pensar em Sirius ou em Dumbledore, ou apenas para pensar. Já estava avistando o velho carvalho enquanto dava passos pequenos. Mais perto da mansão, a porta principal se abrira de novo e Draco tentou seguí-la.

– Não faria isso se fosse o senhor... – Lizzy aparatara na frente de Draco. Ele parou, mas continuava vendo Ellie subir para o carvalho que fazia a sombra mais gostosa daquele verão.

– Acha que ela vai ficar até quando assim?

– Lizzy não sabe senhor. Mas se Lizzy fosse o senhor esperaria mais.

– Esperar até quando? – Draco viu Ellie se sentar de costas para a mansão visando a planície onde Sirius aparecia como cachorro às vezes – Acho que ela não vai me perdoar.

– O senhor quer um conselho?

– De você? – Draco encarou o elfo abaixo reparando o quanto crescera. Lizzy era de seu tamanho quando chegou na mansão. – Acho que estou aceitando qualquer coisa mesmo. Diga.

– Se for falar com ela senhor...Fale a verdade. - Lizzy deu um sorriso bobo, mas Draco ainda olhava sério - Sempre funciona com Lizzy.

Ele olhou mais uma vez para Ellie, mas deu um passo para trás. Os olhos de Lizzy se entristeceram ao ver que Draco não iria seguir seu conselho. Ela viu Ellie sentada na grama e do outro lado, Draco entrar de volta na mansão.

– Humanos... – Lizzy suspirou coçando a nuca.

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Ellie saiu do quarto naquela quase madrugada e desceu as escada em silêncio. Bellatrix, justo ela, tinha sono leve. Ellie foi até a cozinha e embaixo na mesa de café, ela se agachou e viu um prato de comida flutuando. Ela segurou o prato desfazendo o encanto que Lizzy colocara no prato que preparara e voltou para a sala. Ellie desceu uma escada no canto da sala que ficava quase escondida. Devagar ela segurou o prato com uma mão e puxou a varinha do bolso com outra.

Alohomora.

Ellie adentrou no sótão e viu o Sr. Olivaras em um canto. Diferente do vendedor de varinhas, ele parecia um mendigo trouxa depois que fora capturado por Voldemort e aprisionado na Mansão Malfoy. Estava com os cabelos bagunçados e roubas estouradas pelas torturas de Voldemort.

– Aqui está. – Ellie ofereceu o prato a ele e se agachou. – Pedi a Liz depois da janta que guardasse um pouco. O senhor está melhor?

– Sempre gentil... - Ele sorriu para ela - Obrigado Ellie.

Ele olhou o prato e o colocou de lado. Olivaras encarou Ellie.

– Lembro-me da primeira vez que chegou em minha loja Sra. Ellie. – Ele era calmo nas palavras – Nunca vi Dumbledore ter paciência com uma criança tão pequena. – Ellie quase lacrimejou ao ouvir o nome do diretor – A senhorita estava de cabelo preso e não parava quieta...os olhos negros mais agitados que já vi! – Olivara riu-se e Ellie também. – Sabe, canso de falar que é a varinha que escolhe o bruxo...mas vendo casos como o seu, eu tenho absoluta certeza.

– Casos como o meu? – Ellie franzio.

– Cedro, vinte e sete centímetros, maleável e o núcleo de fibra de coração de Dragão Olhos-de-Opala. – Ellie viu a varinha de sua mão. Era exatamente a que Olivaras descrevia – Sabia que os olhos do Dragão Olhos-de-Opala refletem o arco-íris e não tem pupila? – Ellie fez que não com a cabeça – São os dragões mais bonitos também...

Olivaras sabia que as fibras sempre tinha ligação com o bruxo. Coincidência ou não, já que os olhos de Ellie eram tão negros que mal se via as pupilas dela também. Ele continuou.

– Sabe...Nunca vi uma varinha de cedro escolher tão rapidamente o dono. Sempre que encontro alguém portando uma varinha de cedro, eu encontro alguém com força de caráter e uma lealdade incomum. – Ellie sorriu ao pensar em Dumbledore – Meu pai, Gervaise Olivaras, costumava dizer “você nunca conseguirá enganar quem carrega uma varinha de cedro”. E eu concordo. A varinha se sente em casa onde há perspicácia e percepção. – Olivara sorriu – E eu iria além de meu pai. Diria que nunca encontrei um dono dessa varinha a quem eu iria me transpor ou enfrentar, e especialmente eu não tentaria magoar aqueles a quem os donos das varinhas de cedro amam.

– Obrigada Sr. Olivaras... – Ellie era doce e pensou como ficara com raiva de Draco ao saber que ele tentara contra Dumbledore. Realmente devia ser verdade o que Olivaras dizia – Isso significa muito para mim. Ainda mais ouvir isso do senhor, e na situação que estamos.

– Mas lembre-se. – Olivaras desfez o sorriso – O bruxo que é escolhido por esse tipo de varinha, carrega o potencial de um adversário assustador, que geralmente...choca aqueles que o desafiam.

Ellie o fitou e ele continuou.

– Portanto, saiba usá-la, sim?

– Não tenho porque desapontar quem confiou sempre em mim.

Ellie sorriu e Olivaras sorriu mais ainda. Era grande amigo de Dumbledore e saber que Ellie continuava assim por ele, era impagável. Ele pegou o prato de comida ao lado e deu um olhar de agradecimento a ela. Ellie se levantou.

– Boa noite Sr. Olivaras.

– Boa noite Ellie.

Ellie subiu as escadas em silêncio mais uma vez sem o prato que Lizzy retiraria logo de manhã com o Sr. Olivaras, para que ninguém desconfiasse. Ellie olhou para a sala escura, iluminada apenas por abajures fracos para os móveis pretos quando algo em sua frente a parou. Draco estava em seu hobby prata parado no meio da sala e Ellie se assutou.

– Ellie, eu...

Ela passou por ele como se ele nem estivesse ali. Ela o deixou plantado na frase não terminada e subiu as escadas sem olhar para trás. Draco plantaria raízes ali se fosse esperar ela descer para atendê-lo.

Ellie entrou no quarto nervosa, mas não queria dormir assim. Ela colocou a mão no colar. Onde Harry estava essa hora? Na Toca é claro, para o casamento de Fleur. Quem sabe Fleur mudara depois que se juntara com um Weasley. Ellie torcia que sim. Mas o que Harry estava fazendo? Talvez beijando Gina, talvez conversando com Hermione. Talvez também segurando o colar que ela lhe dera. Ellie deitou cansada. Puxou a coberta e viu a janela um pouco aberta, onde a cortina dançava levemente com o vento. O tempo mudara e Voldemort voltara, e ela estava bem ali. Literalmente no covil da cobra.


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Na Toca, esperando pelo casamento de Fleur e Gui, o trio recebera a visita do Ministro que acabara de entregar a herança que Dumbledore deixara a eles. Entregou o pomo-de-ouro a Harry, o livro dos Contos de Beedle, o Bardo para Hermione e Rony ficou do o Deluminator que o diretor criara. A espada de Godric Grifindor também fora deixada para Harry, mas o Ministério alegava que o objeto era propriedade da escola e um artefato histórico, fora o fato de que a espada sumira. Após o Ministro ir embora, os três conversavam sobre a injustiça sobre Harry não receber a espada. Eles estavam lá fora onde a tenda estava montada para o casamento que aconteceria mais a noite. A família de Rony se espalhava pelo quintal gramado, arrumando alguns preparativos finais. Remo e Tonks chegaram aparatarando ali perto. Os três viram o novo casal e Lupin parecia muito agitado.

– Remo, Tonks... como vão? - O Sr. Weasley largara um dos pratos do buffet em cima de uma das mesas e cumprimentara o casal.

– Bem, obrigada Arthur. - Tonks era simpática mas Remo estava acelerado, o que fez Harry, Hermione e Rony se aproximarem para ouvir a conversa.

– Precisamos conversar. - Remo era direto.

– O que aconteceu? - Arthur desfez o sorriso e o trio ouvia com atenção.

– Ellie me mandou um patrono esta manhã...

– Ela está bem? - Harry se aprontou ao ouvir o nome dela. Remo o ignorou, mas Tonks fez que sim com a cabeça.

– O que dizia? - Arthur era sério.

“Lupin, as coisas não andam bem por aqui. Voldemort está cada vez mais ansioso e infiltrou muita gente no Ministério. Acho que até os trouxas correm perigo. Estou de olho, mas Voldemort não confia nem em seus seguidores. Ele está tramando, e não é boa coisa. Qualquer informação que tiver, aviso a Ordem, mas por enquanto estou de vigia. Fiquem alerta e mantenha Harry perto de você por enquanto...”

– O que será que Voldemort está tramando? – Rony se interessara

– Não sabemos... - Arthur pôs a mão no ombro do filho - Mas é bom fazermos o que ela disse.

– Harry, - Lupin finalmente o fitara - Não faça nada estúpido. Fique por perto, por favor. Não sabemos até que ponto corremos perigo.

Harry pôs a mão em seu colar. Se ele corria perigo, talvez Ellie corresse mais ainda ao lado de Voldemort. As palavras de Remo sumiram aos poucos. Era impossível aproveitar o casamento depois daquilo. Ele entendia perfeitamente o lado de Lupin. Aliás, Ellie era filha de seu melhor amigo, assim como o próprio Harry. O pensamento de Harry fora cortado pela chegada da família de Fleur. O sol começava a se pôr e a noite do casamento ia chegando.

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– Senhorita, quer comer alguma... - Lizzy entrara no quarto de Ellie – Senhorita?!

Lizzy vira Ellie em um canto do quarto. A foto de Sirius com Camille estava no chão ao seu lado. Ellie estava com o olhar distante e o elfo percebeu. Ela chegou perto de sua dona e viu apenas uma lágrima descendo do rosto dela.

– O que aconteceu senhorita? Alguém lhe machucou?

– Não Lizzy... - Ellie limpou a lágrima ao lado da boca - Sou estou pensando.

O elfo pegou a foto de Sirius e Camille com cuidado e guardou na gaveta da cômoda. Ellie se levantou ficando na frente de Lizzy, respirou fundo e agachou na altura do elfo, pegando suas mãos fininhas levemente. Lizzy lhe fitou os grande olhos avelãs.

– Lizzy... - O elfo viu sair uma outra lágrima de Ellie. - Preciso que faça uma coisa por mim.

– O que quiser senhorita.

Ellie vestia uma blusa justa e saia longa. Ela tirou o casaco fino que vestiapor cima e põs nas mãos de Lizzy.

– Quer que Lizzy lave seu casaco, senhorita?

– Não... – Ellie a olhou sorrindo e mais uma lágrima desceu – Isso é sua liberdade Liz.

O elfo arregalou os olhos.

– Senhorita... – Lizzy mirara o casaco em sua mão pequena.e voltara para Ellie. – Lizzy fez algo errado? É por isso que está chorando? – Ellie fazia que não com a cabeça mas o elfo continuou – Lizzy pode concertar...É um elfo burro, mas pode concertar! Não dispense Lizzy assim!

– Você não fez nada de errado...E você não é burra. Nunca deixe que digam isso para você. E é por gostar tanto de você, que quero que vá, me entende? - O elfo ainda estava cabisbaixo quando Ellie levantou sua cabeça com um só dedo. Lizzy a olhou - Vá embora desta casa. Ninguém merece isso. – Ellie lacrimejava - Eu não sei o que pode acontecer comigo. Se descobrirem tudo, se...se algo me acontecer, você será dos Malfoy... Eu não quero isso pra você Lizzy. Não quero que sofra na mão deles. Ainda mais com esses comensais te maltratando por aqui .Vá Lizzy, antes que eu me arrependa de te deixar...Você já me ajudou tanto...

Lizzy olhou para o casaco. Era tudo que um elfo queria. A liberdade, tão querida e almejada. Dobby conseguira por Harry e Ellie oferecia a Lizzy. Ela realmente não gostava dos Malfoy, mas Ellie era sua dona, sua senhorita. Lizzy ofereceu o casaco para Ellie pegar de volta.

– Lizzy não quer ir embora... – O elfo fitou Ellie com doçura – A senhorita é mais que uma dona para Lizzy. É uma irmã mais velha... - O elfo deixou uma lágrima cair. Os enormes olhos estavam molhados - E Lizzy lhe ama senhorita...muito...

– Ah Liz... - Ellie se despedaçou com essa fala. – Eu também te amo...

Ellie que já estava agachada, se ajoelhou e abraçou o elfo com força por um tempo. Quando a soltou de leve, Lizzy limpou com o dedo fininho, uma lágrima que caia dela mesma. Mais que a lealdade e obediência que um elfo tinha por seu dono, o que eles mais prezavam era a liberdade. Isso vinha antes de qualquer coisa, mas para Lizzy não era bem assim. Um ato raro e bonito vindo de um elfo tão jovem. Lizzy estendeu o casaco mais uma vez e Ellie o aceitou de volta em um sorriso de choro.

.– O que seria de mim sem você seu elfo tonto? – O elfo sorriu docemente.

– Lizzy ainda tem muito que ajudar por aqui. Não vou te deixar tão cedo! E não se preocupe senhorita...Nem é tão ruim assim! – Lizzy se aproximou - O menino Malfoy até me chamou de Liz, se lembra?

– Não fale nele, por favor...

– Ainda está brava?

– Não quero vê-lo nunca mais...

– Senhorita...não fique assim...Isso passa... – O elfo se interrompeu por uma cara diferente e mais pensativa – Acho que a senhorita acaba de dar uma ideia para Lizzy.

– Qual elfo? – Ellie secava as lágrimas ainda ajoelhada na frente dela.

– Venha comigo! Nenhuma de nós tem que ficar aqui. E o melhor! Assim ainda será minha dona e podemos ir embora daqui...O que me diz senhorita?

– Lizzy... - Ellie dera uma risada de lado apreciando a ideia sonhadora e inocente. Olhara para o céu fechado, que lembrava tempos difíceis e voltara para o elfo. – Não é tão fácil assim...

– Mas você pode ajudar o Sr. Potter também. Fugimos para lá! Vamos senhorita...vamos! – O elfo sorriu de orelha a orelha. Pedia como uma criança pedia para ir ao circo.

Ellie limpou as últimas lágrimas, com os olhos ainda vermelhos e encarou seriamente o elfo.

– Não gostou da ideia de Lizzy?

– Não é isso... – Ellie suspirou e seu olhar era o mais sério possível agora - Lizzy, promete guardar mais um segredo?

– Todos que quiser senhorita... – O elfo pôs a mãozinha pequena mão de Ellie

– Conhece Amortentia?

– A poção do amor mais poderosa, não é? – O elfo sorriu – Lizzy nunca sentiu cheiro algum...só de comida. Mas acho que é porque Lizzy ama comida mesmo...

Ellie deu um sorriso, mas por pouco tempo.

– Na aula do Prof. Horácio, eu senti um cheiro...

– Qual? –

O elfo arregalara os olhos de curiosidade. Ellie suspirou mais uma vez e não estava sorrindo.

– O cheiro que senti era de carvalho Lizzy...


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Notas finais do capítulo

Capítulo 38 em breve!