Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 35
Enigma do Príncipe - 10


Notas iniciais do capítulo

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Harry Potter e o Enigma do Príncipe - (Parte 10)



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“Quanto tempo não me escreve Ellie!

Faz tempo que você não nos visita. Todos da Ordem ainda gostam muito de você. Aliás, falando em Ordem, tenho uma novidade para te contar. Ainda é segredo, mas como você me ajudou no começo, fico feliz em te contar isso. Remo me pediu em casamento! Ainda não temos data, mas não faremos nada grande. Prometa que tentará ir, porque já está avisada. Nunca estive tão feliz prima! Meus cabelos até voltaram a se colorir e precisava compartilhar isso com alguém...Quando tiver a data, lhe mando os detalhes.

Saudades, Tonks.”

Ellie pegou a carta que Roux trouxera no dormitório feminino àquela hora da noite e guardara na gaveta do criado-mudo ao lado. Ellie torceu para que pudesse ir. Torcia para que a situação se acabasse logo e tudo se resolvesse. Não aguentava mais aquela pressão e mesmo feliz por sua prima, uma coisa não sai da cabeça de Ellie: Dumbledore.

- Ellie? – Hermione que dormia ao lado acordara.

- Eu te acordei?

- Não...Eu não estava dormindo.

- O que foi? – Ellie deitou de lado se embrulhando na coberta e Hermione fez a mesma coisa, ficando de frente para Ellie.

- Acha que há esperança?

- Nossa... – Ellie sorriu – Do que você está falando?

- De tudo – Hermione sussurrava para não acordar Lilá ou Parvati – A escola está infestada de aurores...O tempo está mudando...Cada vez mais frio. Hagrid disse que está como da última vez... – Hermione olhou para o chão e voltou para Ellie – Você não tem medo?

- Não.

Hermione riu com a resposta seca e direta. Ellie riu depois e continuou.

- Sabe do que eu tinha medo? - Hermione a fitou - Na Beauxbatons eu tinha algumas amigas, mas nós éramos tão pequenas...Nunca mantive contato. Quando Dumbledore me pediu para vir para cá, eu não conhecia ninguém. Draco tinha a turma dele, e mesmo que eu tivesse ido para na Sonserina, acho que eu não andaria com eles. Assim que o chapéu me pôs aqui, eu fiquei feliz por ir pra mesma casa de meu pai, mas logo me arrependi...

- Porque?

- Por sua causa! – Ellie ressaltou a voz e Hermione entendera.

- Desculpe. Eu me apresentei de um jeito bem errado, não foi?

- Se foi! – Elas sorriram - Eu tinha que olhar Harry...Mas com você por perto era sempre mais difícil...

- Mas o que isso tem haver com você não ter medo?

- Às vezes o nosso medo, se torna nosso melhor aliado. – Ellie sorriu para Hermione que entendera.

- Você também é minha melhor aliada Ellie...

As duas sorriram e Ellie viu Hermione pegar no sono depois que a acalmara com a fala.

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- Legilimens! – Ellie atacara Harry em sua aula de Oclumência enquanto o garoto sentava em uma das poltronas vermelhas na sala que Dumbledore preparara.

- Pare! Ellie...Pare...Por favor!

- Acha que Voldemort vai lhe soltar assim? Com uma droga de por favor? Acha? – Ellie apontou a varinha com força - Crucio!  - Ellie atacara Harry com mais uma maldição fazendo Harry se contorcer na cadeira.

- Pare Ellie...- Harry deixava cair algumas lágrimas de dor – pare...

Ellie virava a varinha apontada para Harry fazendo sentir uma dor quase que insuportável.

- Você tem que treinar Harry. Mesmo sobre a maldição, você tem que saber fechar sua mente. Ande! Reaja! – Ellie gritava e girava os pulsos fazendo Harry se contorcer pela última vez.

- Protego! – Harry apontou sua varinha mas Ellie revidou com apenas um tapa no ar. A varinha de Harry caiu atrás da poltrona de Harry. – Ellie...pare...

Ela deu uma última chance para Harry ainda apontando a varinha e fuçando em sua mente. Ellie via coisas que eram secretas até para Rony e Hermione. Via o que queria na cabeça de Harry.

- Sua família depende disso Harry. Pense Hermione, Rony...Gina. Pense no que a família deles tem...Na família que você perdeu. Pense em Voldemort. Ele fará pior e só você pode se ajudar. Tente Harry! Pense em meu pai...em mim. Tente...

Harry dobrou o pescoço fugindo da Maldição Cruciatus lançada por Ellie que o consumia. Ao ouvir cada palavra Harry conseguiu bloquear algo. Ellie o forçou e mais uma vez Harry bloqueou. Ellie deu uma trégua e o soltou. Harry saiu da Maldição e da Legilimência suando e aliviado da dor.

- Você quase me matou Ellie! – Harry levantara nervoso, mas Ellie não parecia dar a mínima – Acho que prefiro o Prof. Snape. – Ellie sorriu.

- Isso sim é um elogio pra minha aulas.

- Como fui? – Harry estava ofegante.

- Não foi dos melhores. Mas já está bem melhor.

- Você tinha razão. Depois que fiz Legilimência em você, sei os pontos que bloquear.

- Pra um mês de treino está bem. Mas Voldemort não vai facilitar Harry...E ainda há a conexão de vocês...mas eu não sei explicar. Talvez você bloqueie, mas a conexão seja mais forte. Então não desanime se ele voltar a te perturbar.

- Isso é pra me animar?

- Não – Ellie sorriu arrumando o cabelo de Harry que fora bagunçado na tortura – Mas já é um começo.

Harry bebeu um gole d’água e os dois se ajeitaram, pois Harry encontraria Gina depois dali. Ellie ajudou Harry a se levantar e já no corredor fez a porta da sala secreta desaparecer.

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O verão chegava esquentando o castelo e o vestuário do alunos carregava menos peças. Ellie acordara mais tarde e fora tomar café da manhã no Salão Principal. A mesa da Grifinória estava posta com os mais diferentes bolos e caldas. Os sucos eram coloridos na decisão dos sabores e os alunos atacavam os pães. Os professores se encontravam conversando e Ellie reparara na feição de Snape. Nunca era das melhores, mas naquele dia, ele nem respondia grosseiramente aos professores ao lado. Rony estava com um pão francês e uma bisnaga na boca ao mesmo tempo quando Ellie se sentou ao seu lado.

- Ellie, adivinha quantos pães diferentes tem na minha boca! – Rony falou de boca cheia e Ellie deu risada.

- Todos os tipos possíveis eu acho.

- Belo exemplo de monitor você! – Hermione sorria, mas era autoritária como sempre.

- Monitores não comem pão? – Rony gostou da risada de Ellie e ignorou Hermione.

- Onde Harry foi? – Ellie se servia de um dos bolos.

- Não sei. – Rony engolira o pão – Não o vejo desde ontem. Disse que tinha algo para fazer. Alguma coisa pra Dumbledore.

- Algo a ver com Horácio? – Ellie se interessava mais.

- Isso. – Rony franzira – Como sabe?

- Só... – Ellie dispersou – Só deduzi.

Hermione e Rony se entreolharam mas não deram importância. Ellie sabia que Dumbledore exigia que Harry tirasse a última parte da lembrança do Prof. Slughorn sobre Voldemort. Ellie começava a juntar as peças quando Snape saindo da mesa dos professores de imediato. Ellie estranhou a reação e levantou disfarçadamente dando a desculpa de ter que ir encontrar Lilá. Só assim, nem Rony ou Hermione a seguiriam. Ellie virou a porta do Salão e seguia lentamente Snape a fim de alcançá-lo, quando ao virar um corredor dera de frente com Harry vindo na direção oposta de Severo. Ela perdera o professor.

- Ellie, que bom...Eu estava te procurando. – Harry a parou afobado .

- O que aconteceu?

- Vem comigo.

Harry a levou para um canto escondido do pátio ali do lado, onde ninguém lhe ouviria.

- Ellie, eu estou saindo com Dumbledore.

- Como assim? Saindo pra onde?

- Ele disse que você já sabe.

- Você conseguiu a lembrança do Prof. Horácio? – Ellie o fitou e Harry balançou a cabeça que sim e parecia agiotado. A poção da Sorte Liquida finalmente ajudara Harry.

- São seis Ellie. Voldemort dividiu sua alma em seis! – Harry sussurrava forte.

- Seis? – Ellie pôs a mão na boca – Isso é loucura!

- Porque não me contou antes Ellie!

- Eu não sabia! Dumbledore desconfiava, mas daí te deixar desesperado sem uma certeza era demais. Desculpe...

- Tudo bem. Estamos quites – Harry lembrara de atacar Draco – Agora temos outra coisa pra pensar. Acho que Dumbledore sabe onde Tom esconderia umas delas. Eu vou com ele lá, mas quero que faça um favor pra mim.

- Claro...qualquer coisa. Diga.

- Chame a Armada. Eu e Dumbledore ficaremos fora e eu não sei quanto tempo. Avise Gina, Hermione e Rony, mas não conte ao resto, senão entrarão em pânico quando souberem do que se trata. Fique no comando Ellie. Acho que Dumbledore só confiaria isso a você, e eu também.

- Claro...Eu aviso eles sim.  – Ellie pensara em tudo ao mesmo tempo. Uma bagunça.

- Vem comigo. Vou deixar o Mapa do Maroito com você.

Harry acompanhou Ellie até o Salão da Grifinória e lhe deu o Mapa. Ao saírem e passarem por alguns corredores, Ellie acompanhou Harry para a entrada que levava a Torre de Astronomia onde ele havia combinado com Dumbledore.

- Tome cuidado... – Ellie tinha a voz fraca. – Prometo avisar a eles.

- Obrigado.  – Harry parecia nervoso. Ele abraçou Ellie pela última vez antes de ir.

Harry a soltou e subiu as escadas da Torre deixando Ellie no térreo. Ela voltava cabisbaixa para o Salão quando viu Hermione, Rony e Gina de encontro a ela.

- Ellie, onde você foi? – Hermione olhara o Mapa na mão de Ellie.

- Onde Harry foi? – Rony também estranhara e já ficara preocupado vendo a feição dela.

- Preciso pedir uma coisa a vocês...

Ellie lhes contou a situação deixando Gina com o coração na mão ao pensar em Harry correndo perigo. Os quatro reuniram a Armada e pediram para que ficassem atentos com os outros alunos e com eles mesmos. Ellie até pensara em falar com Snape, mas adivinhara depois porque o professor fora para a direção em que Harry vinha agitado. Severo provavelmente fora ver Dumbledore e este lhe avisara que iria viajar com Harry. 

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A noite caía fria, e Ellie ainda não conseguira dormir pensando onde Harry fora com Dumbledore. O jantar revirava em seu estômago por causa do nervosismo. Enquanto todos dormiam, Ellie estava sozinha no Salão Comunal, sentada no sofá em frente a lareira que chamuscava. Ela mexia em seu colar de chifres de cervo, enquanto olhava para a lenha queimando. Talvez esperando que Sirius aparecesse por ali, mas Ellie ainda estava sozinha e tentava esvaziar a cabeça. Ainda mirava o fogo formar desenhos desconhecidos quando Ellie viu uma sombra passar atrás. Ellie se esquivou.

- Te assustei? – Gina passava pelo sofá se sentando ao lado dela.

- Um pouco... – Ellie sorriu, mas o coração ainda acelerava com o susto. – Não conseguiu dormir?

- Não...

As duas se olharam e sabiam que pensavam na mesma pessoa.

- Acha que ele está bem? – Gina olhava para a lareira acompanhando Ellie.

- Nunca vi alguém escapar tantas vezes...e de tantos jeitos diferentes.

- Você ainda gosta dele?

- Eu..? – Ellie se assustara com a pergunta. Ela fitou Gina sorrindo – Acho que sempre vou gostar dele e do mesmo jeito que sempre gostei, porque desde a primeira vez...Harry e eu nos gostamos como amigos, e acho que só confundimos as coisas, sabe...

- Você acha que ele gosta de mim...assim?

- Gosta sim... – Ellie sorrira e Gina correspondera – Acho que se apaixonar por ruivas está no sangue dele...

Gina deu um riso e assentiu.

- Acho melhor eu ir me deitar Ell... – Gina se levantou e Ellie percebeu o apelido – Você ainda vai ficar ai?

- Vou sim...Obrigada. – Ellie olhou para o Mapa do Maroto – Tenho um turno ainda. – Ellie sorriu e viu Gina subir as escadas para o dormitório.

O silêncio invadiu novamente.

Ellie pegou o mapa e o abriu. Ela jurou solenemente não fazer nada de bom e viu o apelido de seu pai surgir junto aos dos ouros Marotos. Deu um sorriso de lado, lembrando das travessuras que Dumbledore lhe contara sobre eles. Ellie abriu as duas abas deixando o Mapa exposto. Viu o auror Proudfoot caminhando em um dos corredores e Argus no corredor ao lado. O Mapa mostrou o primeiro andar, onde estava Minerva em sua sala, e só podia estar corrigindo os NOMs dos alunos do quinto ano. Ellie olhava o castelo vazio quando viu pegadas saindo da Ala Hospitalar ao lado da sala de Minerva. Ellie sentiu um frio. As pegadas eram Draco Malfoy. Draco já estava melhor mas ainda dormia na enfermaria, para amenizar a preocupação de Madame Pomfrey. Ellie respirou fundo e rezou para que Draco estivesse indo ao banheiro. Mas ele passou pelo primeiro banheiro e seguiu. Ellie o seguiu no Mapa. Draco fora para as escadas e subia até o segundo...quinto..sétimo andar. No sétimo andar, Draco virou a sala de Dumbledore e seguiu. Ellie rezou para que ele aparece no retrato da Mulher Gorda e estivesse indo  falar com ela no Salão Comunal da Grifinória. Mas não o fez. Draco entrou em um corredor e Ellie arregalou os olhos quando viu Draco desaparecer do nada.

Ellie lhe procurava no Mapa quando um estalo lhe veio: A Sala Precisa. Mas o que ele faria na Sala Precisa? A voz de Lizzy soou em sua cabeça.

“Senhorita...Eu ouvi uma conversa da Sra. Malfoy com Draco..."tente manter isso longe de Ellie, filho"... Não é só sobre Dumbledore senhorita...Tem algo a mais...”

Uma luz veio para ela. Draco contara o que Voldemort lhe pedira, mas não como iria fazer. Ellie o conhecia bem pra saber que Draco era engenhoso quando queria. Se contasse como, Ellie lhe impediria de qualquer forma. Lógico que Voldemort queria Dumbledore morto para poder voltar a ativa com total liberdade, mas e depois? E depois que Draco o matasse, aqui mesmo em Hogwarts. Para onde Draco fugiria? Snape. Sim, Snape prometeu protegê-lo, mas teria sempre um plano B para os comensais. Os comensais...Não poderiam entrar aqui. Não com aurores por todos os lado. Mas a Sala Precisa...Porque? A voz de Harry lhe veio.

“Na Sala Precisa. Há várias coisas lá guardadas...Gina me ajudou a esconder o livro...”

Se a Sala guardava muitas coisas, e teria o que você precisasse...Bingo! O que Draco precisava era de apoio e a Sala Precisa lhe traia isso. Traria lhe os comensais. Ellie arregalou os olhos se espantando com tudo. Dumbledore sabia o que fazia. Sempre. Se ele chamara Snape antes de viajar com Harry a procura da Horcruz, não era pra avisar sobre isso, senão ele teria avisado a ela também. Era outra coisa. Dumbledore chamara Snape para avisar que voltaria hoje, e enquanto estivesse fora, que Snape avissasse Draco que poderia agir assim que chegasse na Torre de Astronomia. A Torre! A Torre era no sétimo andar também...

- Hermione...Acorde! – Ellie gritara acordando Parvati e Lilá também – Você três...Chamem o resto da Armada...

- Ellie, sabe que horas são? – Lilá despertava.

- Agora! – Ellie gritou e Hermione já se aprontava, quando viu a amiga sair do dormitório batendo a porta com força.

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Ellie saiu do Salão Comunal apressada, mas já era tarde. Draco já devia ter feito o que planejava na Sala Precisa. Ela viu aurores lutando em um dos corredores com alguns comensais enquanto seguiu Draco, que se dirigia no Mapa do Maroto para a Torre de Astronomia. Dumbledore chegara com Harry. Ellie subiu as escadas redondas e viu Harry escondido em baixo da plataforma onde em cima, já estava Dumbledore com Draco que lhe apontava a varinha. Harry não a viu, mas ela continuou subindo devagar escutando a conversa.

- Boa noite Draco. - Dumbledore estava calmo.

- Quem está aqui? Ouvir o senhor fala com alguém... – Draco tinha ouvido Harry, mas não o vira ali. Ellie subiu as escadas mais um pouco e ouviu mais de perto.

- Eu gosto de falar sozinho...é bom as vezes... Tem falado consigo mesmo ultimamente, Draco? – Dumbledore o fitara vendo o medo nos olhos do garoto prestes a atacar - Draco, você não é um assassino...

- Você não sabe o que está falando... – Draco tremia a varinha em sua mão.

- Enfeitiçar Katie? Envenenar o Hidromel? – Dumbledore sorrira de lado - Draco, suas ações são tão inexpressivas que não acho que realmente queria me matar...

- Sabe o que tive que sacrificar? - Draco mostrara a Marca Negra com nojo,  e sem que ele percebesse, Dumbledore levantava a varinha e Draco percebeu.

 - Expelliarmus! – A varinha de Dumbledore voou. Estava fraco por causa da viajem com Harry e também só queria ganhar tempo, por isso não revidou.

Ellie pensou em invadir tudo e desarmar Draco, mas a maldita promessa que fizera a Dumbledore de não fazer nada, absolutamente nada, quando a hora chegasse ainda estava de pé. Maldita promessa! Mas Ellie se desesperou, respirou fundo e apareceu para os dois. A pele clara de Ellie fora iluminada pela Lua daquela noite que invadia a Torre e seus cabelos voavam para o lado com o vento. Dumbledore a fitou esperando que ela não reagisse.

- Ellie... – Draco não queria ter que fazer algo assim em sua frente.

Um barulho fora ouvido.

- Muito bom... – Dumbledore voltara para Draco -  Você não esta sozinho? Há outros... – o diretor fraziu - Como?

- Eu concertei o Armário Semidouro na Sala Precisa. – Draco estava desesperado - Há outro na Borgin & Burkes. Juntos formam uma passagem...

Dumbledore percebeu a feição assustada de Ellie, mas a ignorou. Prestava atenção em Draco que lhe apontava a varinha ainda.

- Draco...Anos atrás eu conheci um garoto que fez todas as escolhas erradas...Deixe me ajudá-lo...

- Eu não quero sua ajuda! – Draco gritou -  Você não entende? Tenho que fazer isso! Você sabe do que ele é capaz! – Draco tremia, quando uma voz lhe cortou a atenção. Bellatrix chegara na Torre com outros comensais. Viu Ellie ali, mas não se abateu. Chegou perto de Draco e sussurrou em seu ouvido.

- Muito bem Draco...

- Olá Bella. – Dumbledore se apresentara.

- Não temos tempo para isso Albus! Para...Formalidades. – O tom voltou ao sussurro - Faça Draco!

- Não tem coragem...igual ao pai. – Um comensal riu-se lá trás. – Deixei me fazer...

- Não! – Bellatrix era louca - O Lord deu a Draco essa missão! Faça Draco! AGORA!

Draco olhou de Dumbledore para Ellie e viu uma só lágrima caindo dos olhos dela. Não podia demonstrar tristeza para Bella, mas não se aguentara.

- Draco... - Draco ouviu as palavras de Ellie saírem sem som – Não...

Snape chegara e cortara a decisão de Draco. Snape fez um gesto frio e abaixou lentamente o braço de Draco descendo junto à varinha. Os olhos de Bellatrix brilharam ao ver o que Snape fazia. Sabia que teria que cumprir o Voto Perpétuo. Ellie não sabia se agradecia ou interrompia Severo. Prometera ficar quieta e assim o faria, deixando Severo agir.

- Severo... – A voz de Dumbledore era falha – Por favor...

Snape apontou sua varinha para o diretor. Ela não podia ver aquilo. Ellie fechou lentamente os olhos.

- Avada Kedavra!

O corpo de Dumbledore fora lançado para fora da Torre.

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Harry não acreditava. O coração ainda batia forte por causa da cena que presenciara. Ele viu Dumbledore partir e os comensais descerem a Torre. Ellie, Draco e Snape seguiam pelo castelo. Bellatrix passava pelos corredores como louca, destruindo os vidros que surgiam ou colocando fogo nas cortinas das janelas altas. Estava irradiante de tanta alegria. Seus olhos loucos balançavam junto a seu corpo que dançava saltitante. Louca.

Ellie ia bem atrás de todos escondendo as lágrimas que desciam por ver seu velho amigo falecer daquele jeito. Sabia os motivos, mas sua raiva por Snape era inexplicável. Seguia o professor apenas por ordens de Dumbledore, mas não continha o que estava dento de seu peito. Draco não a olhava nos olhos. Ainda assustado, seguia entre os comensais cabisbaixo. Eles viram alguns aurores deitados no chão na saída do pátio e Bella se divertiu pisando em um deles. Já no gramado que levava a casa de Hagrid, Bellatrix enlouqueceu mais. Em um grito assustador, ela apontou a varinha para o céu nebuloso e conjurou a Marca Negra. O caos estava posto.

- Covarde! – Harry vinha atrás de Snape, quando Ellie o viu descer correndo o gramado chegando perto da casa de Hagrid, onde estavam. Bellatriz apontou a varinha para Harry.

- Não! – Snape a parara – Ele é do Lorde das Trevas, Bella.

Bellatrix esnobou e saiu de cara feia, adentrando a floresta junto com Draco e os outros comensais. Antes que Snape os seguissem, Harry tentou três feitiços do Prícipe Mestiço contra o professor que revidou quando se virou. 

- Ele confiou em você, Snape! – Harry gritava desesperado usando feitiços em vão.

-  Como ousa?– Snape o derrubara com um feitiço certeiro. Harry fora parar no chão. – É muito estúpido em pensar Sr. Potter... – Snape colocara o pé em cima do peito de Harry – ...Pensar que poderia usar meus próprios feitiços contra mim...

Harry lhe fitou, ainda com a dor da queda.

- Eu...sou o Príncipe Mestiço...  – Snape fez um último esforço com o pé esmagando o peito de Harry e o solto. – Eu devia lhe dar uma lição por sua insolência Potter...

- Não! – Ellie, a única que assistia a cena, interrompera Snape – Chega Severo... – Ela abaixara a voz.

Snape engoliu e escutou Ellie. Ele largou Harry com despreso no chão. E levantando a capa, seguiu para a floresta onde fora Bellatrix.

- Harry... – Ellie o levantara – Você está bem?

- Ellie... – Harry tinha um quase choro – Você não vai com eles, não é?

- Eu preciso...

- Não! – Harry se segurava nela depois do feitiço - Eu prometi a Sirius que cuidaria de você!

- E eu a Dumbledore que lhe ajudaria!

- Ellie...por favor... – Harry lhe olhava fixamente em um olhar triste.

- Eu não posso Harry...Ainda mais agora...

- Me ajude a encontrar as Horcruxs...Eu nem sei por onde começar!

- Dumbledore também não sabia. E me contou pouca coisa...

- Você não entende? – Harry segurava sua mão – Você é minha família agora. Como acha que vou me sentir te deixando com eles? Olhe o que Snape fez!

- Harry... – Ellie começava a chorar. Por mais que soubesse o porque que aquilo tudo ocorrera, prometera não contar nada a Harry. Malditas promessas feitas a Dumbledore. E descumprí-las agora, pareceria um insulto a sua memória.

- Por favor... – Harry lhe implorava com o olhar.

Ellie engoliu o choro olhando para o céu. Ela fez um silêncio. Olhou para a floresta, voltou os olhos pro céu onde a Marca Negra surgira e a caveira abriu a boca deixando fugir uma serpente em fumaça. Ellie sabia o que tinha que fazer.

- Eu não posso Harry...

Harry olhou para o lado e assentiu. Não tinha saída. Não podia levá-la a força, mas o coração apertava só de pensar em deixá-la na mão do traídor de Snape.

- Ellie! – Snape a chamara de trás da cabana de Hagrid.

- Desculpe... – Ellie deu um último choro para Harry e o abraçou com força.

Harry viu ela se afastando em passos pequenos, andando de costas e dando lhe um último olhar desesperado. Finalmente Ellie se virou para frente e simplesmente não conseguia olhar para trás.

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Após o velório de Dumbledore, os alunos estavam arrasados. Harry conversava a sós com Hermione e Rony na Torre de Astronomia, que era invadida pelo luz do dia. O céu era rosado mostrando nuvens com a borda em um laranja vivo, o que indicava o nascer de um novo sol.

- Acha que Draco iria fazer mesmo? – Hermione que estava com Harry ao lado, se inclinara na grade que dava vista para o Lago Negro.

- Não...Ele já estava abaixando a varinha depois que Snape chegou...

- E o medalhão?  - Hermione tentava desviar o assunto vendo os olhos tristes e distantes de Harry ao lembrar da cena.

- É falso... – Ele pôs a falsa Horcrux na mão de Hermione – Tem uma mensagem dentro.

“Para o Lord das Trevas,

Eu sei que terei morrido muito antes de você ler isso, mas quero que saiba que fui eu quem descobri seu segredo. Eu roubei a verdadeira Horcrux e pretendo destruí-la o mais cedo possível...Eu encaro a morte na esperança de que quando você encontrar seu oponente, você seja mortal de novo.
R.A.B

- Quem acha que possa ser? – Rony participava logo atrás.

- Não faço ideia. Mas não vou sossegar até achar a verdadeira. – Harry suspirou – Mandarei notícias de tudo...Prometo.

- Harry, - Hermione colocara a mão em seu ombro –Você é muito tapado às vezes, sabia? Acha que Rony e eu vamos deixar você sozinho nisso tudo? – Harry sorriu de lado.

- Acha que ainda vamos vê-la? - Harry olhou o céu.

- Ellie? – Hermione sorrira – Acho que ela não vai aparecer por um bom tempo...Mas não se preocupe.

- Hermione tem razão – Rony ajudava – Ellie sabe o que faz.

A fala de Rony fora cortada pela visão que os três tiveram. Uma ave saíra do castelo, e subira voo em suas asas vermelha e amarelas como o fogo. Fawkes voava subindo pelas nuvens baixas e contornando uma das colina, a fênix deixava o castelo, assim como o diretor. 


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Notas finais do capítulo

Capítulo 36 em breve! Começo de Relíquias da Morte