Harry Potter Por Olhos Negros escrita por CY


Capítulo 3
Prisioneiro de Azkaban - 03


Notas iniciais do capítulo

Como descrito: Leia como se estivesse vendo o FILME e não o livro. Acompanhe como se os acontecimentos do filme se desenrolassem. Não seja rígido, pois cenas serão mudadas, acrescentadas ou invertidas. Aqui a imaginação é livre e o prazer é seu em ler!

Esse capítulo segue o FILME:

Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban - (Parte 03)



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Naquele dia frio, a Prof. Minerva acabara de anunciar as regras que os alunos deveriam cumprir assim que fosse a Hogsmeade. Todos os alunos já estavam com sua autorização de seu responsável para visitar o vilarejo, menos, é claro, Harry. Já que havia se irritado e inflado a tia Guida, a irmã de seu tio Valter, não conseguira a autorização. Assim, Harry viu Ron e Hermione se despedirem do castelo junto aos outros alunos, enquanto ele ficaria por ali mesmo invejando um simples papel assinado.

Após ver os alunos partirem e o castelo ficar mais vazio, Harry já estava quase conformado com a situação de passar o dia inteiro esperando por seus amigos voltarem e contarem as coisas incríveis que viram em Hogsmeade. Enquanto subia as escadas até o Salão Comunal da Grifinória ia listando os lugares que seu amigos veriam no vilarejo e ele não. Pensou em adiantar alguma tarefa, mas isso seria quase um autocastigo. Poderia treinar Quadribol para o jogo, mas sozinho, sem Hermione ou Ron, ou mesmo as meninas da Grifinória assistindo, não teria graça. Disse a senha para entrar no Salão Comunal e quase desistiu de ter entrado, mas já era tarde. Ellie estava em frente á um armário velho da sala tentando empurrar, sem muitas chances, uma das gavetas para dentro:

– Droga!  - Ellie fazia o máximo de força - Gaveta idiota!

–Quer ajuda? – Harry ouviu sua própria voz percebendo que não havia realmente mais ninguém na sala.

–Ah! Não!  - Ellie se voltou para ele - Valeu... É só essa gaveta estúpida – A gaveta fechou finalmente em um baque alto – Pronto. Fechou, viu? – Ellie sorriu para ele.

Harry deu um sorriso de leve ao ver Ellie quase esmurrando a gaveta. Pensara por um momento que para fechar ela havia pensado na cara de Snape. Ellie que estava ofegante depois da batalha com a gaveta tentou quebrar o silencio:

– Por que não foi à Hogsmeade? – Ellie o fitou com os belos olhos negros e Harry ficou dois segundos sem lembrar-se da pergunta.

– Ah eu...Não tenho autorização.

– Sei... – A garota deu um passou a frente dele -  Aliás, eu sou Ellie – Ela se apresentou simpática e com um sorriso assustador.

– Eu sou Harry...

– Eu sei. Aliás, quem não sabe, não é? – Ellie desviou o olhar e sentou-se em uma poltrona ao lado. Um silêncio invadiu Harry novamente, mas ele não queria aquilo.

– E você, por que não foi? – agora Harry tentava quebrar o gelo de seu nome famoso.

– Tenho coisa melhor pra fazer. – Ellie o fitou de novo - Draco até me convidou, mas desde que cheguei aqui não tenho um minuto de paz. Gosto de ficar sozinha às vezes, é bom pra pensar...

Por alguma razão o cérebro de Harry achou que ela estivesse o expulsando de alguma forma. Talvez ele ligasse qualquer coisa que ela dissesse ao nome Malfoy que significava, por exemplo, tudo de ruim.

– Também acho. – Harry deu um sorriso tímido - Vou deixar você sozinha então.

– Não, não! Não foi isso que eu quis dizer.  – Ellie sorriu - Só é bom ter o castelo um pouco vazio de vez em quando, não acha?

– Sim.  - Harry tentou ser amigável também - Eu não sei quando o vi assim da ultima vez. Alias, não vi.

– Você quer me mostrar o castelo?  - Ellie o pegou de surpresa - Eu fiquei tanto tempo pegando as matérias atrasadas dos anos passados que nem sei onde estou morando agora.

Harry ficou surpreso com o convite, e até pensou em uma armadilha ou coisa assim. Mas por alguma razão, o convite lhe pareceu sincero, e ele se deixou levar pela curiosidade de conhecê-la, mesmo que soubesse que a voz de Hermione dizia lá no fundo para ele: Malfoy, Malfoy, Malfoy! Não vá! Para que? Pegue um livro! Ou vá dormir Harry!

– Tudo bem! – Harry disse quase num tom de alegria, já que arranjara algo pra preencher a angustia de não ter ido ao vilarejo. Seria melhor se não fosse pela ideia de caminhar por ai com a irmã de Draco, mas qual o problema? Ele nem estava por ali mesmo.

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Harry e Ellie passaram a tarde andando por Hogwarts. Ele lhe mostrou o campo de Quadribol que tanto conhecia, mostrou a parte interna da arquibancada onde lutou com Draco para pegar seu primeiro pomo de ouro, explicou a ela algumas regras do Quadribol e quais eram os melhores jogadores da escola e suas respectivas casas.

– Como descobriram você para o Quadribol? – Ellie indagou sorrindo.

– A Prof. Minerva. – Harry se apertou no casaco - Eu estava na primeira aula de vassoura da Madame Hooch, quando o Draco arremessou o Lembrol do Neville de propósito. Nem me passou pela cabeça o que eu estava fazendo, quando vi, tinha salvado a janela da Minerva. Foi quando ela me viu pegando o Lembrol.

– Bem coisa do Draco. – Ellie revirou os olhos - Mas sim, vi seu treino. Você é bom! – Ela voltou os olhos nele e sorriu simpática.

Até então Harry havia falado sobre suas histórias para Ellie enquanto ia passando de cenário. Mostrou onde ficara a Câmara Secreta. O caminho para a sala de Dumbledore. Onde ficavam os Salões Comunais, os nomes dos fantasmas e suas casas, enfim, já havia lhe explicado bastante. Mas ele ainda não sabia nada sobre ela. E sua curiosidade estava ardendo em sua língua. Talvez ela soubesse das suas histórias e da sua vida, assim como todos sabiam quem era Harry Potter, ou soubesse pela língua maldita dos Malfoy, pois ela até acrescentava certas coisas enquanto ele contava algo, de um modo que obviamente ela sabia do que ele estava falando. Enquanto Harry ia notando sua situação em que conversava com uma total e, talvez, perigosa estranha, ia ditando mais coisas sobre Hogwarts. Voltando do campo de Quadribol, os dois passavam pela ponte que ligava o terreno ao castelo. Foi quando Harry tomou coragem, parou de andar e perguntou.

–Ellie, e você? Eu não sei nada! – Mesmo já se sentindo a vontade com ela ou vendo que o sangue Malfoy realmente não passava por ali, Harry sentiu um arrepio.

–E Por onde quer que eu comece? – Ellie sorriu aliviando o garoto, que pensou um pouco.

–Como foi adotada? – Harry reparou que foi meio indelicado, mas Ellie pareceu não se importar com a pergunta.

–Eu morava em um orfanato, com crianças trouxas, mestiças e puros-sangues, desde pequena, e por acaso os pais Draco não podiam ter mais filhos. Foi quando procuraram e me acharam. A única exigência de Lúcio era que eu fosse puro-sangue, de resto eu podia até ser um trasgo que ele não iria ligar.

- Acho que o Sr, Malfoy nem notaria... - Harry ainda ria da palavra trasgo – E depois?

– Narcisa adorou a ideia de ter uma menina, e eu era da idade de Draco, então era perfeito para ela, e uma companhia para ele. Ainda não os considero meus pais, mas apesar de tudo, - Ellie suspirou fundo - são minha família agora. Não foi fácil entender o mal humor de Draco, ou a submissão da Narcisa, ou o terror que é o Sr. Malfoy, mas a gente se acostuma.

Aquelas palavras soaram para Harry como música, ao ver que havia algo bom dentro de Ellie, mesmo lembrando-se do fato dos gêmeos, que ele não quis comentar. Talvez quisesse acreditar que Ellie não era tão ruim assim. Harry continuou.

– E você ficou em casa, esses três anos antes daqui?

– Não, não. No mesmo ano que Draco veio para cá, eu fui pra Beauxbatons, outra escola de magia. É mista como aqui, mas um pouco mais rígida. Fica no Sul da França. - Ellie avistou as montanhas que rodeavam o castelo, se lembrando do passado, e quando voltou a olhar para Harry, ele a olhava meio bobo, mas ela disfarçou bem. - Queria vir pra cá, diferente de Draco, mas era o sonho de Narcisa que eu fosse pra lá. Então fiz sua vontade.

– E porque saiu de lá? –Harry tentou desviar o olhar fixo para ela.

– Você ouviu o que eu disse? Mais rígida! Você viu o que eu fiz com Snape. Eu não tenho paciência pra tirania, e as meninas de lá me irritavam. Aquela Fleur então!

– Quem é Fleur?

– Ninguém – Ellie respondeu secamente e mudou de assunto – E sua família?

– Eu não tenho fam...

– Eu sei. – Ellie sorriu - Pergunto de seus tios. Deve ser ruim, não tanto quanto os Malfoy. – Ellie sorriu forte – Mas pelo menos os Malfoy me dão comida! – Ellie riu e Harry a acompanhou

– Os Dursley também me dão ração às vezes – Harry se sentiu mais a vontade ainda.

Ainda rindo no meio da ponte, os dois não perceberam a presença de alguém ao fundo. Uma voz masculina e grave surgiu. Era o Prof. Lupin.

– Vejo que alguém matou o passeio hoje... – o Prof. Lupin acabara de aparecer na direção de Ellie e Harry – Ellie, por que não foi à Hogsmeade?

– Queria estudar Arte das Trevas. – Ellie respondeu ainda rindo.

– Sempre puxa-saco! - Remo sorriu para ela - Posso falar com Harry?

– Fique à vontade.  – Ellie se afastou sorrindo - Bom, até mais tarde, Harry. – Ela colocou as mãos no bolso e o fitou - Te vejo na hora da ração.

– Até lá. – Harry também ria ainda, se sentindo mil vezes melhor pela companhia de Ellie.

Ellie foi andando até o castelo até sumir, deixando Harry com o Prof. Lupin na ponte. Harry se sentia muito bem. Ela não era mais uma estranha. Sentia-se agora mais íntimo dela do que de Ron e Hermione. Fatalmente pelo fato dela também ser uma estranha na família Malfoy e ele nos Dursley. Isso os ligava por alguma razão. Saber como é nunca se sentir em casa na própria casa, se é que se pode chamar a casa dos Dursley assim, não era pra qualquer um, mas Ellie entendia Harry, e vice-versa, e isso o fez se sentir em casa com ela.

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O Prof. Snape acabara de descer e encontrar Ellie se dirigindo ao Salão Principal para o jantar, para reencontrar Draco após sua ida à Hogsmeade, mas o professor a parou:

– Se pensa que não vou fazer marcação com você, é melhor esquecer senhorita.

– Professor, não quero arranjar encrenca, somente...

Snape a interrompeu:

– Mais nada. Não confio em você. Mesmo que alguns o façam. E quanto ao Potter. Não pense que por ser uma Malfoy agora isso mude alguma coisa. Ponha-se no seu lugar e não atrapalhe os planos dos Comensais da Morte.

– Não sei do que o senhor está falando... – Ela o fitou mais séria e obviamente, sabia sim do que se tratava aquela conversa.



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Notas finais do capítulo

Capítulo 04 em breve!